No dia 30 e 1º de
Julho, estarei participando do curso O Cinema Surrealista de Luis Buñuel,
criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico e escritor Mário Alves Coutinho.
E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o
que eu sei, desse corajoso cineasta, que batia de frente com a igreja católica
e que se dizia ateu "graças a Deus".
OS ESQUECIDOS
Sinopse: Retrata o
cotidiano de um grupo de jovens delinqüentes, entre eles Jaibo, recém fugido do
reformatório, e Pedro, um garoto rejeitado pela mãe que acaba se envolvendo em
um assassinato.
Luis Buñuel cria aqui
o verdadeiro retrato das classes pobres esquecidas pela civilização. Após a
fase francesa (Cão Andaluz e A Era do Ouro) o diretor embarcou na sua melhor
forma na sua fase mexicana. O diretor aqui cria um verdadeiro retrato de um
mundo marginalizado e sem esperanças para um grupo de crianças que fazem de
todo o possível para sobreviver nem que para isso custem suas vidas. Misturando
momentos de realismo com surrealismo, o diretor da um verdadeiro soco no
estomago para aqueles que esperam um final mais reconfortante.
Curiosidade: Os
Esquecidos recebeu uma indicação ao BAFTA de melhor filme e deu a Buñuel o
prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, em 1951.
O ALUCINADO
Sinopse:Francisco mantém uma imagem de
homem tranqüilo, conservador e religioso. Durante uma missa, conhece Glória,
noiva de um amigo. Em pouco tempo, consegue separá-los e casar-se com a jovem.
Depois do casamento, passa a ser um homem paranóico, ciumento e atormentado.
Fascinante drama psicológico marcado por crítica feroz à burguesia e ao
clericalismo.
Um retrato sobre os princípios
rígidos, que podem levar um homem a loucura. Na sua fase no México, Buñuel
sempre continuou firme e forte com seu lado autoral próprio e aqui neste filme
não é diferente. O personagem Francisco, interpretado pelo inesquecível Arturo de Córdova, nada mais é do que um
homem preso pelos princípios do certo e errado, criados pela igreja, (ou seja,
alfinetada do diretor perante a religião católica novamente) e com isso, começa
a ter inúmeras paranóias com relação a sua esposa o que desencadeia inúmeros
momentos de pura tensão (como da catedral por exemplo). Final pessimista, mas
que da a que pensar.
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