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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Frankie’ - Laços de família

Sinopse: Frankie descobre estar muito doente, com perspectiva de morrer em poucos meses. Ela se refugia em Sintra, Portugal, onde pretende passar os seus últimos dias, ao lado dos familiares, que aos poucos descobrem a gravidade da situação. 

O "roadie movie" é o subgênero favorito para diversos cinéfilos, pois os protagonistas sempre passam por uma experiência de auto descoberta e fazendo movimentar toda a trama. Contudo, os filmes em que os protagonistas somente caminham e filosofando sobre a vida também rende bons frutos, como no caso da trilogia "Antes do amanhecer" de Richard Linklater. "Frankie" segue por uma premissa parecida, onde vemos os personagens principais enfrentando diversos dilemas através de ótimos diálogos e dos quais irão mudar os percursos de suas vidas como um todo.
Dirigido por Ira Sachs, o filme conta a história de Frankie (Isabelle Huppert), uma famosa atriz francesa. Quando descobre estar muito doente, com perspectiva de morrer dentro de poucos meses, ela se refugia em Sintra, Portugal. Lá, ela pretende passar os seus últimos dias, ao lado dos familiares, que aos poucos descobrem a gravidade da situação.
Com elenco de peso, Ira Sachs procura não de imediato nos dizer que esses respectivos personagens têm interligação um com o outro, mas sim apresenta-los de forma gradual e para que assim possamos conhece-los melhor. Na medida que a trama avança percebemos que, quase todos, tem forte ligação com a protagonista Frankie e de como a sua situação está afetando a vida de cada um deles. Embora Isabelle Huppert, novamente, nos dê um show de interpretação, é preciso reconhecer também o ótimo desempenho dos demais do elenco, como no caso de Brendan Gleeson, que aqui interpreta o segundo marido de Frankie e de Marisa Tomei que interpreta a melhor amiga da personagem.
Tecnicamente o filme é um colírio para os olhos, principalmente pelo fato de o cineasta fazer questão de destacar os pontos turísticos de Sintra e fazer com que a jornada pessoal de cada um dos protagonistas se torne ainda mais infinita em meio a um cenário cheio de significado e conteúdo. Ao mesmo tempo, o cineasta procura sempre destacar o desempenho do elenco através de plano-sequência, onde a câmera quase sempre está há frente dos personagens e destacando suas principais expressões perante revelações e situações que vão transbordando ao longo da trama. Atenção para a sequência em que Frankie e seu filho, interpretado por Jérémie Renier, estão caminhando em uma trilha e culminando em uma situação imprevisível, porém, humana.
Acima de tudo, o filme fala sobre causas e consequências em meio a uma vida não infinita, mas da qual merece e precisa ser aproveitada. As pessoas partem e mundo fica, mas cabe cada um saber construir a melhor forma de como aqueles que ficam se lembraram dela. Os minutos finais sintetizam muito bem isso e fazendo com que a gente reflita sobre o que nós testemunhamos.
"Frankie" fala sobre a vida e a morte, moldada por laços humanos e que precisam da união para continuar existindo. 


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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (28/02/2020)

O Homem Invisível (2020)

Sinopse: O longa foca em Cecilia (Elisabeth Moss), uma mulher que foge de um relacionamento abusivo com o cientista milionário Adrian (Oliver Jackson-Cohen), e lida com seus traumas até o dia em que o ex parece ter cometido suicídio.


A Hora da Sua Morte

Sinopse: Numa brincadeira de amigos, a enfermeira Quinn Harris descarrega no seu telemóvel uma aplicação da moda que supostamente prevê a data da morte de cada utilizador. 

Jovens Polacas

Sinopse: A história de mulheres judias iludidas pela possibilidade de uma nova vida, e traficadas do leste europeu para a prostituição no Rio de Janeiro no início do século 20.


Martin Eden

Sinopse: Martin Eden é um filme de drama histórico ítalo-francês de 2019, dirigido por Pietro Marcello, vagamente baseado no romance de 1909 de mesmo nome de Jack London.


Meu nome é Sara

Sinopse: Sara Guralnick (Zuzanna Surowy) é uma judia polonesa de 13 anos de idade, que teve sua família assassinada por nazistas em setembro de 1942. Após fugir para o interior da Ucrânia, Sara usa a identidade de sua melhor amiga para se refugiar em uma vila, onde é acolhida por um casal de fazendeiros.


Tarde para Morrer Jovem

Sinopse: Durante o verão de 1990 no Chile, com a crescente liberdade que se seguiu ao fim da ditadura, um pequeno grupo de famílias que vive em uma comunidade isolada aos pés dos Andes busca construir um novo mundo longe dos excessos urbanos. 

Uma Vida Oculta

Sinopse: O camponês austríaco Franz Jägerstätter enfrenta a ameaça de execução quando se recusa a lutar pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.


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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Luta Por Justiça' - Sem provas, mas com convicção

Sinopse: O advogado Bryan Stevenson assume o caso de Walter McMillian, que foi condenado a morte por assassinato, apesar das evidências que comprovam sua inocência. Stevenson encontra racismo e manobras legais enquanto luta pela vida de McMillian. 

Não é de hoje que o cinema norte americano trás para as telas o subgênero tribunal e cuja a trama trata da seguinte questão sobre o quanto sistema de lá pode ser preconceituoso com a comunidade negra. O clássico "O Sol é para Todos" (1962) foi um dos primeiros filmes ao abordar o assunto e não escondendo o lado preconceituoso do homem branco norte americano por detrás da mesa da justiça cega. "Luta por Justiça" resgata uma história polêmica e que somente sintetiza o quanto há de preconceito em um sistema que se diz imparcial, mas só que não.  
Dirigido por Destin Daniel Cretton, o filme conta a história de Bryan Stevenson (Michael B. Jordan), um advogado recém-formado em Harvard que abre mão de uma carreira lucrativa em escritórios renomados da costa leste americana para se mudar para o Alabama e se dedicar a prisioneiros condenados à morte que jamais receberam assistência legal justa. Ao chegar lá, Bryan se depara com o caso de Walter McMillian (Jamie Foxx), um homem negro falsamente acusado de um assassinato, mas que nunca teve uma defesa apropriada por conta do preconceito racial na região.  
Para começo de conversa Destin Daniel Cretton não tem nada de especial em sua direção, tão pouco demonstrando algum apelo para um cinema autoral. Porém, é notório que a temática do filme é o que salva a obra como um todo, principalmente em tempos de hoje em que cada vez mais a justiça, independente de qual país, está se tornando parcial e vivendo de apenas convicção. Se isso é sentido hoje, anos antes isso já era vasto, mas não obtendo tamanha atenção através dos meios de comunicação como um todo.  
O caso Walter McMillian, por exemplo, foi um de muitos casos de pessoas que foram condenadas à morte por crimes que não cometeram, mas que foram julgadas por poderosos que ansiavam por uma justiça cega e da qual gostavam de molda-la do seu jeito. Querendo ou não, foram casos de pessoas que foram julgadas unicamente devido a sua cor de pele e não pelas provas que existiam e tão pouco se importavam com elas. A trama se passa entre o final dos anos oitenta e início dos anos noventa, porém, continua mais atual do que nunca.  
Como eu disse acima, a direção de  Destin Daniel Cretton não nos passa algo de especial, mas consegue obter nossa atenção, não somente pelo ótimo desempenho dos atores em cena, como também de sequências que nos fazem nos prender na poltrona. Tanto Michael B. Jordan como Jamie Foxx estão ótimos em seus respectivos papeis, porém é justamente com um ator secundário, Rob Morgan (IV), que se obtém o melhor momento de todo o filme. Atenção para sua cena em que ele é sentenciado a cadeira elétrica que é, desde já, uma das cenas mais angustiantes do cinema deste ano.  
Embora seja baseado em fatos verídicos, tudo é encaminhado por um final onde os protagonistas obtém a sua redenção, mesmo quando tudo parecia perdido. Embora isso pareça um ponto positivo, é bom salientar que o cineasta optou em enveredar tudo por soluções mais reconfortantes, ao invés de nos deixar claro que a luta pela justiça no mundo real jamais é fácil de ser obtida. Ao menos, os créditos finais nos faz dar conta que a luta continua, independente de qual país acontece uma situação parecida, pois o sistema é falho e preconceituoso com  relação a raça e status.  
"Luta Por Justiça" é um retrato de um sistema corrupto, racista, viciado e que somente defende os afortunados financeiramente falando. 

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Cine Dica: Tarde Para Morrer Jovem, Martin Eden, Retrato de uma Jovem em Chamas e Projeto Raros coreano (27 de fevereiro a 4 de março)

FILMES DE DOMINGA SOTOMAYOR E PIETRO MARCELLO ENTRAM EM CARTAZ NA CINEMATECA CAPITÓLIO MELODRAMA PSICOTRÓPICO DA CORÉIA DO SUL NO PROJETO RAROS SESSÃO COMENTADA DE RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS
Retrato de uma Jovem em Chamas

A Cinemateca Capitólio apresenta duas novas estreias na quinta-feira, 27 de fevereiro: Tarde Para Morrer Jovem, sensível retrato do fim da ditadura de Pinochet dirigido pela chilena Dominga Sotomayor, e Martin Eden, do italiano Pietro Marcello, adaptação do romance homônimo de Jack London.  Açúcar (com acessibilidade individual CineAssista disponível), Sedução da Carne e Calypso ganham mais uma semana de exibição.
No domingo, 1º de março, às 18h30, a Cinemateca Capitólio e o Cineclube Academia das Musas promovem uma sessão comentada de Retrato de uma Jovem em Chamas, da diretora francesa Céline Sciamma. Participam do debate, após a exibição, integrantes do cineclube e os diretores porto-alegrenses Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, que participaram como jurados do Festival de Cannes em 2019 e consagraram o filme de Sciamma com a Palma Queer, um dos prêmios cinematográficos mais importantes dedicados a filmes LGBT. 
100 ingressos antecipados para a sessão comentada de Retrato de uma Jovem em Chamas serão vendidos a partir da quinta-feira, 27 de fevereiro, nos horários de funcionamento de bilheteria da Cinemateca (13h30-14h, 15h30/16h, 17h/17h30, 19h30/20h).

O restante (64 ingressos) será vendido no dia da sessão a partir das 17h30.  
O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

DELÍRIO SUL-COREANO NO PROJETO RAROS
Na sexta-feira, 28 de fevereiro, a Cinemateca Capitólio apresenta no Projeto Raros o melodrama psicotrópico sul-coreano Killer Butterfly (Salin nabireul jjonneun yeoja, 1978, 110 minutos), realizado por Kim ki-young, grande mestre de Bong Joon-ho, diretor de Parasita. A sessão será comentada pela crítica Carla Oliveira. Com entrada franca, a sessão tem projeção em HD e legendas em português. 
Com cores delirantes e um surrealismo mórbido, Killer Butterfly atira o espectador em uma jornada profunda pelos medos e fantasias de Young-gul, estudante solitário da Coréia do Sul do final dos anos 1970.
O desejo da morte leva o homem a uma série de encontros insólitos com tipos peculiares: um livreiro nietzschiano, uma mulher faminta com dois mil anos de idade, uma jovem burguesa de tendências suicidas. 
Kim Ki-young é um dos nomes mais importantes do cinema da Coréia do Sul. Seu filme mais famoso, Hanyo – A Empregada, lançado em 1960, é considerado o maior filme da cinematografia coreana. Grande entusiasta do cinema de Kim, Bong Joon-ho faz questão de divulgar suas obras em mostras e festivais. Killer Butterfly foi programado pelo diretor de Parasita como complemento de uma retrospectiva dedicada a sua obra no Festival Lumière, em Lyon, no ano passado.

ESTREIAS DA SEMANA

TARDE PARA MORRER JOVEM
(Tarde para Morir Joven)
Chile/Brasil/Catar/Holanda, 2018, 110 minutos, DCP
Direção: Dominga Sotomayor
Distribuição: Pandora Filmes
Durante o verão de 1990 no Chile, com a crescente liberdade que se seguiu ao fim da ditadura, um pequeno grupo de famílias que vive em uma comunidade isolada aos pés dos Andes busca construir um novo mundo longe dos excessos urbanos. Nessa época de mudanças e reavaliações, Sofía, Lucas e Clara lidam com seus primeiros amores e medos, enquanto se preparam para a grande festa de Ano Novo. Melhor direção no Festival de Locarno.

MARTIN EDEN
Itália, 2019, 129 minutos, DCP
Direção: Pietro Marcello
Distribuição: Pagu Pictures
Martin Eden (Luca Marinelli) é um jovem escritor de baixa renda que entra em conflito com a burguesia. Encarando um novo mundo, ele se apaixona e descobre como escritores são vistos em uma sociedade aristocrática. Se sentindo deslocado de tudo que faz parte de sua essência, o rapaz percebe que não há como voltar para o que costumava ser. Enquanto tenta publicar alguma obra de grande sucesso, Martin se questiona sobre o mercado literário, a sociedade e sua própria natureza como criador. Melhor ator no Festival de Veneza.

GRADE DE HORÁRIOS
27 de fevereiro a 4 de março de 2020

27 de fevereiro (quinta)
14h – Açúcar
16h – Sedução da Carne
17h30 – Martin Eden
20h – Tarde Para Morrer Jovem

28 de fevereiro (sexta)
14h – Tarde Para Morrer Jovem
16h – Calypso
17h30 – Martin Eden
20h – Projeto Raros: Killer Butterfly, de Kim ki-young

29 de fevereiro (sábado)
14h – Açúcar
16h – Sedução da Carne
17h30 – Martin Eden
20h – Tarde Para Morrer Jovem

1º de março (domingo)
14h – Tarde Para Morrer Jovem
16h – Martin Eden
18h30 – Retrato de uma Jovem em Chamas + debate

3 de março (terça)
14h – Açúcar
16h – Calypso
17h30 – Martin Eden
20h – Tarde Para Morrer Jovem

4 de março (quarta)
14h – Açúcar
16h – Sedução da Carne
17h30 – Martin Eden
20h – Tarde Para Morrer Jovem

Cine Dica: Você Não Estava Aqui, novo longa de Ken Loach, estreia dia 27 de fevereiro no CineBancários nas sessões das 15h e das19h

No dia 03 de março, ás 19h, haverá uma Sessão especial com debate com a presnça dos convidados:

Luciane Closs - Sócia-Fundadora da Consultoria Ó Mulheres!, vice-Presidenta da Associação Gaúcha de Advogados Trabalhistas (Agetra), integra a Comissão de Relações do Trabalho e da Comissão Feminismo da ABRAT. É professora da FEMARGS e da Fundação do Ministério Público – FMP. Advogada em Direitos Sociais e Direitos Humanos e Mestre em Ciências Sociais (Unisinos), especialista em Direito Privado (Unisinos), em Nuevos Rectos de Derecho Público (Universidad de Burgos – UBU (ESP), em Derechos Humanos y Derecho del Trabajo (Universidad Castilla La Mancha de Toledo – UCLM (ESP) e em Direito do Trabalho e Previdência Social (Fundação Escola da Magistratura Trabalhista – FEMARGS).  Atualmente cursa especialização em Direitos Humanos e Políticas Públicas (Unisinos). 
Nanni Rios - Jorrnalista, livreira e produtora cultural, mora em Porto Alegre há 10 anos. Assina a curadoria de livros e atividades da Livraria Baleia, especializada em autoria feminista e nas temáticas de gênero, sexualidade e direitos humanos. 
Mediação: Roger lerina - Considerado um dos principais jornalistas culturais do Brasil, Roger Lerina é editor do site que leva sua marca, apresentador da Dicas de Quinta – uma coluna semanal de cultura no programa Sintonia da Rádio União FM, do podcast Cinema Falado na rádio Mínima, escreve uma coluna mensal no caderno Stilo do jornal NH e é repórter correspondente e comentarista de cinema do Canal Brasil (Globosat). Atua também como crítico de cinema, roteirista de eventos e projetos audiovisuais, curador de festivais de música e cinema, mestre de cerimônias em eventos e DJ nas (pouquíssimas) horas vagas, além de participar de júris em editais e premiações da área cultural.
A Vitrine Filmes lança no dia 27 de fevereiro “Você Não Estava Aqui” (Sorry We Missed You), novo longa de Ken Loach. O filme relata a exaustiva e difícil rotina de uma família que vive em Newcastle, numa Inglaterra ainda assolada pela crise econômica de 2008. Ricky, Abby e seus dois filhos não têm uma vida fácil. Enquanto Abby trabalha diligentemente cuidando de idosos, Ricky só consegue trabalhos mal remunerados. Sem muita perspectiva, o casal vê uma oportunidade real de melhoria de vida aparecer quando decidem vender o carro que possuem para que Rick possa comprar uma van e se tornar um motorista de entregas por conta própria.
Com roteiro assinado por Paul Laverty, parceiro de Loach há algum tempo e que também assinou o roteiro de “Eu, Daniel Blake”, Você Não Estava Aqui narra a história de um cidadão e sua família, abandonados por um sistema cuja estrutura e tônica empurram cada vez mais e de maneira voraz, para a precarização do trabalho.  
“Este sistema é sustentável? É sustentável recebermos nossas compras através de um homem que dirige uma van 14 horas por dia? Esse é um sistema melhor do que ir diretamente às lojas e conversar com o lojista? Realmente queremos um mundo em que as pessoas trabalhem sob tanta pressão, com efeitos colaterais em seus amigos e familiares? Esta não é a economia de mercado que falha, pelo contrário, é um desenvolvimento lógico, causado pela forte concorrência para reduzir custos e maximizar lucros. O mercado está interessado em ganhar dinheiro, e ambos não são compatíveis. Trabalhadores pobres, como Ricky, Abby e suas famílias, pagam o preço”, comenta o diretor, Ken Loach.
Com o olhar voltado para esses profissionais autônomos, submetidos a um método de trabalho desumano e ilusório, o diretor questiona um sistema posto de novas formas de exploração, em decorrência da economia de livre mercado. Em Você Não Estava Aqui, Ken Loach não pretende apenas abordar a exploração do trabalhador, mas também as consequências disso em escala micro, no quanto esse modus operandi do sistema econômico afeta a vida familiar e faz as relações pessoais não saírem ilesas.  
A exibição do longa no Festival de Cannes de 2019, onde concorria a Palma de Ouro, causou uma grande comoção, assim como quando foi exibido no Festival de San Sebastián (2019), onde levou o Prêmio do Público de Melhor Filme Europeu. Com produção assinada por Rebecca O’Brien, parceira de Loach de longa data, Você Não Estava Aqui marcou presença também em festivais como, Festival Internacional de Cinema de Toronto (2019), Festival Internacional de Cinema de Zurique (2019), Festival Internacional de Cinema de Athenas (2019), e mais recentemente, no Festival do Rio (2019), dentro da mostra Panorama do Cinema Mundial. 

SINOPSE
Ricky (Kris Hitchen) e a sua família lutam arduamente contra as dívidas desde o colapso financeiro de 2008. A certa altura, Ricky tem uma oportunidade de recuperar alguma independência financeira com um furgão novo em folha e a possibilidade de ter o seu próprio negócio, como motorista de entregas por conta própria. É um trabalho duro, mas, o emprego da mulher como cuidadora não é mais fácil. A família é forte, mas quando ambos são empurrados em sentidos diferentes, o ponto de ruptura torna-se iminente.

FICHA TÉCNICA
Você Não Estava Aqui
Título original: Sorry We Missed You 
Direção: Ken Loach
Produzido por: Rebecca O’Brien 
Coprodução: Philippe Logie
Produção executiva: Pascal Caucheteux, Grégoire Sorlat e Vincent Maraval 
Roteiro: Paul Laverty
Elenco: Kris Hitchen, Charlie Richmond, Debbie Honeywood
Direção de fotografia: Robbie Ryan 
Direção de arte: Fergus Clegg 
Montagem: Jonathan Morris
Edição de som: Kevin Brazier 
Mixagem: Jeremy Murphy 
Finalização: Dirk Dejonghe e Hannes Bruneel
Distribuição: Vitrine Filmes
Classificação etária: 14 anos
Data de estreia: 27 de fevereiro 

SOBRE O DIRETOR
Ken Loach nasceu em 1936, na cidade de Nuneaton, Inglaterra. Foi aluno da King Edward VI Grammar School e estudante de St. Peter's Hall, Oxford. Após uma curta experiência no teatro, Loach foi contratado em 1963 pela BBC, como diretor de televisão. Com sua obra realista, voltada para questões sociais, se consolidou como um dos maiores nomes do cinema britânico. Entre seus filmes mais recentes, destacam-se dois vencedores da Palma de Ouro em Cannes: Ventos da liberdade (2006) e Eu, Daniel Blake (2016). A Parte Dos Anjos (2012) ganhou o prêmio do júri no mesmo festival. 


Assessoria de Imprensa
Mariana Ribeiro – mariana@vitrinefilmes.com.br 
Tel: (11) 3081.0968 (11) 99328.1101

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Cine Dica: Em Blu-Ray - DVD – VOD: 'Joias Brutas' - Jogos e Trapaças

Sinopse:  Endividado, Howard, dono de uma loja de joias, precisa encontrar um meio de resolver a sua delicada situação financeira. 

Os irmãos cineastas Benny Safdie e Josh Safdie tem chamado atenção do público e da crítica ao criar filmes cuja a linguagem nos lembra o cinema americano dos anos 70. Em "Bom Comportamento" (2015) eles destrincham uma realidade nua e crua sobre a vida bandida de dois irmãos e culminando em um final surpreendente e nenhum pouco reconfortante. Eis que eles retornam em "Joias Brutas", pequeno filme que dialoga com essa ambição pela cobiça, mas que somente traz dor e revolta.
O filme se passa em Nova York, primavera de 2012. Howard Ratner (Adam Sandler) é o dono de uma loja de joias, que está repleto de dívidas. Sua grande chance em quitar a situação é através da venda de uma pedra não lapidada enviada diretamente da Etiópia, cheia de minerais preciosos. Inicialmente Howard a oferece ao astro da NBA Kevin Garnett, um de seus clientes assíduos, mas depois resolve que conseguirá faturar mais caso ela vá a leilão. Para tanto, precisa driblar seus cobradores e a própria confusão que cria a partir de suas constantes mudanças.
Abertura do filme já começa de uma forma explosiva, onde mostra a origem da pedra preciosa da trama, mas cuja a sua descoberta não consegue fugir de determinadas consequências. Essa abertura, aliás, me fez lembrar o nascimento e o destino de uma bala de fogo vista na abertura do filme "O Senhor das Armas" (2005). Em comum, ambos os casos falam de pessoas cheias de ambições, das quais não medem as consequências para obterem os seus objetivos, mas que acabam se perdendo durante o rumo.
É aí que entra em cena Howard, pessoa comum, porém, com ambições que ele próprio não sabe controlar. No descontrole ele acaba adentrando em uma montanha russa, onde terá que enfrentar, tanto pessoas que lhe cobram toda hora, como também a sua família entrando em ruina. Adam Sandler está anos luz distante dos seus papeis humorísticos e nos brindando aqui com a melhor atuação de sua carreira.
Howard é aquele típico personagem que amamos e odiamos, onde torcemos para que ele se saia bem, mas também agindo de formas imprevisíveis e que das quais cabem a gente julgar. As situações beiram ao absurdo, porém, realístico e que sintetiza o submundo onde pequenos objetivos se tornam mais valiosos do que qualquer outro ser humano. Entre corridas, apostas e ameaças há sempre uma solução, porém, acompanhado com uma virada de mesa a todo momento e que nos pega muito desprevenido.
Tecnicamente os irmãos Benny Safdie e Josh Safdie trazem novamente os mesmos ingredientes que fizeram do filme "Bom Comportamento" um filme tão cultuado. Com uma edição agiu, o filme nos brinda com uma bela fotografia de cores frias, onde não esconde uma realidade crua e nenhum pouco acolhedora para o protagonista. Quando a gente acha que ele dará a volta por cima, eis que a realidade bate a sua porta e fazendo a gente até mesmo temer pelo final da história.
Com um ato final surpreendente, "Joias Brutas", é uma pequena pérola para ser reconhecida e avaliada por cinéfilos que buscam algo de novo vindo do cinema americano. 


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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'O Preço da Verdade' - Dark Waters

Sinopse: Robert Bilott (Mark Ruffalo) é um advogado de defesa que confronta a empresa química DuPont para expor um horrível segredo de poluição ambiental. 
  


Não será a primeira e nem a última vez que hollywood irá explorar temas em que as indústrias químicas são uma das principais vilãs de tempos em tempos. Em "Erin Brockovich" (2000), por exemplo, vemos uma mulher comum enfrentar um grande sistema industrial que estava envenenando as águas de uma cidade do interior dos EUA. Chegamos então em "O Preço da Verdade", filme que toca em uma situação similar, mas de proporções muito maiores e difícil de controlar.
Dirigido por Todd Haynes, do filme "Carol" (2016), o filme conta a história de Robert Bilott (Mark Ruffalo), um advogado de defesa corporativo que ganhou prestígio trabalhando em casos de grandes empresas de químicos. Quando um fazendeiro chama sua atenção para mortes de gado que podem estar ligadas ao lixo tóxico de uma grande corporação, ele embarca em uma luta pela verdade, em um processo judicial que dura anos e põe em risco sua carreira, sua família e seu futuro.
Ao explorar um assunto verídico seria até previsível dizer que a trama pudesse cair em algo convencional para os nossos olhos, mas não é o caso que acontece aqui. Todd Haynes procura retratar esse caso real sem dar muitas pinceladas de otimismo, mas sim que nos déssemos conta que, querendo ou não, isso não terminaria em um mar de rosas que no fundo gostaríamos. Estamos falando de um sistema industrial de vários anos, do qual gerou milhares de dólares e que, mesmo sendo revelado os seus podres, derrota-lo seria uma luta árdua de vários anos.
O lado técnico do filme sintetiza bem essa minha observação, pois dela que sentimos uma sensação nebulosa em que o personagem principal (Ruffalo) irá trilhar. A fotografia de cores frias, por exemplo, nos passa a sensação de morte no ar, principal nas sequências em que a trama se passa em uma fazenda e onde se torna o principal estopim para os desdobramentos da trama. Curiosamente, não deixa de ser um cenário de puro terror, mas não criado por seres fantasmagóricos, mas sim pela própria ganância do homem sem escrúpulos.
Mark Ruffalo se sai bem ao interpretar o bom moço que cai nesse emaranhado de décadas criado pelo sistema industrial, mas que não desisti uma vez que testemunha o cenário de horror e que, mesmo próximo a ele, desconhecia infelizmente. Mesmo em segundo plano, Anne Hathaway está ótima como esposa do protagonista, ao interpretar uma conservadora cristã, mas que aos poucos se envolve emocionalmente no trabalho do marido e se dando conta da pior maneira de que todos estão em perigo neste cenário incerto. Além de possuir um bom elenco, vale mencionar novamente a parte técnica, onde a trilha sonora dinâmica faz com que a trama flua e fazendo nos prender na cadeira.
O filme chega em um momento em que o mundo capitalista está cada vez mais desgovernado e cujo o seu sistema é dificilmente quebrado. Se a recente série "Chernobyl" retrata um passado do qual deveria servir de exemplo para as gerações futuras, o filme Todd Haynes vem para nos dizer que dificilmente dá para conter essa roda, mas que todos devem fazer a sua parte para enfrenta-la. Um trabalho árduo, mas que deve ser feito acima de tudo.
"O Preço da Verdade" escancara o veneno vindo do sistema industrial em que usamos no nosso dia a dia e que, infelizmente, será quase impossível desvencilharmos dela ao longo das próximas décadas.  


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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Sedução da Carne' - Somos todos carne para o abate

Sinopse: Uma escritora tenaz e delicada, viúva há três anos, se envolve em conversas frequentes com um papagaio. Entretanto, ela é observada por uma grande porção de carne crua. 

A transição de documentário para ficção é algo que se tornou comum para o cinema experimental, pois busca oferecer para um público que exige algo de novo para ser visto tela do cinema. O cinema brasileiro, por exemplo, mesmo com todas as suas dificuldades, consegue obter certo êxito ao fazer uma espécie de teste com a perspectiva do cinéfilo que for assistir a um filme fora do convencional. "Sedução da Carne" procura testar o lado sensorial da pessoa que for assisti-lo, mas correndo o sério risco de fazer com que o mesmo se sinta dividido por dentro.
Vencedor do Grande Prêmio do Júri na 12ª edição do Festival de Cinema de Lisboa e Sintra, o filme é uma espécie de drama teatral com apenas uma atriz em cena fazendo monólogos, Mariana Lima. O longa foi baseado em um pesadelo do quase sempre polêmico diretor Júlio Bressane (que também co-escreveu e assinou a trilha sonora), no qual pedaços de carnes controlavam o mundo. A abertura, por exemplo, é bastante curiosa, pois se você vai assistir a obra sem muita informação sobre ela você já começa a ser surpreendido por diversas cenas que servem de prelúdio para o que vem a seguir.
Repleto de referências à obra de Nietzsche, o longa acompanha as reflexões de uma obstinada escritora, Siloé, que conversa com seu papagaio e vai lendo livros. No Brasil, para se chegar aos rebanhos bovinos se destroem florestas, pratica-se a monocultura da soja e se interrompem mesmo os ciclos das águas, disse Bressane sobre o aspecto literal da carne. Até fatias de carne podem fazer sexo! É bom ver que pedaços de carne podem fornicar sugadores de sangue.
"Sedução da Carne" é Um filme que poderia ser considerado um documentário que serve também como uma denúncia e crítica à sociedade consumista da carne não somente no Brasil como também pelo mundo. 


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Cine Dica: Programação da Cinemateca Paulo Amorim de 20 a 26 de Fevereiro

RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS

ATENÇÃO!
DEVIDO AO FERIADO DE CARNAVAL, A CINEMATECA PAULO AMORIM NÃO TERÁ SESSÕES NOS DIAS 22, 23, 24 e 25 (DE SÁBADO A TERÇA-FEIRA).

PROGRAMAÇÃO DE 20 A 26 DE FEVEREIRO DE 2020
SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

SALA 1 / PAULO AMORIM

14h15 – PARASITA
(Parasite - Coreia do Sul, 2019, 132min). Direção de Bong Joon Ho, com Kang-Ho Song e Woo-sik Cho. Pandora Filmes, 16 anos. Drama.
Sinopse: Toda a família de Ki-Taek Kim está desempregada, vivendo num porão sujo e apertado. Por uma feliz coincidência, o filho adolescente consegue emprego como professor de inglês na casa uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa e confortável, os Kim bolam um plano para se infiltrarem na casa, assumindo todos os empregos. Mas os segredos necessários para manter esta mentira vão custar muito caro a todos. Grande vencedor do Oscar 2020, ganhou os prêmios de melhor filme, roteiro original, direção e filme internacional.

16h45 – A CHANCE DE FAHIM
(Fahim – França, 2019, 110min). Direção de Pierre-François Martin-Laval, com Assad Ahmed e Gérard Depardieu. Imovision, 12 anos. Drama.
Sinopse: O filme é baseado na história real de Fahim Mohammad, que fugiu de Bangladesh para a França com o pai quando tinha 8 anos e enfrentou vários percalços até conseguir asilo no país europeu. Talentoso como jogador de xadrez, Fahim teve sua chance ao conhecer o severo treinador Sylvain, que o ajudou a participar do campeonato nacional de enxadristas.

19h – PARASITA
(Parasite - Coreia do Sul, 2019, 132min). Direção de Bong Joon Ho, com Kang-Ho Song e Woo-sik Cho. Pandora Filmes, 16 anos. Drama.
Sinopse: Toda a família de Ki-Taek Kim está desempregada, vivendo num porão sujo e apertado. Por uma feliz coincidência, o filho adolescente consegue emprego como professor de inglês na casa uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa e confortável, os Kim bolam um plano para se infiltrarem na casa, assumindo todos os empregos. Mas os segredos necessários para manter esta mentira vão custar muito caro a todos. Grande vencedor do Oscar 2020, ganhou os prêmios de melhor filme, roteiro original, direção e filme internacional.

SALA 2 / EDUARDO HIRTZ

15h – RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS
(Portrait de la Jeune Fille en Feu - França, 2019, 125min). Direção de Céline Sciamma, com Noémie Merlant e Adèle Haenel. Supo Mungam, 14 anos. Drama.
Sinopse: Na França do século XVIII, a jovem artista Marianne é contratada para pintar o retrato de casamento de Héloise. Recém-saída de um convento, Héloise não deseja se casar - e, por isso, o quadro deve ser feito em segredo. Conforme as duas mulheres se aproximam, a intimidade e a atração também crescem. O filme ganhou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes.

17h15 – QUEM ME AMA, ME SEGUE!
(Qui m'Aime Me Suive! – França, 2019, 90min) Direção de José Alcala, com Daniel Auteuil, Catherine Frot e Bernard Le Coq. A2 Filmes, 14 anos. Comédia dramática.
Sinopse: Simone e Gilbert vivem juntos há 35 anos, mas ela nunca se acostumou com o mau humor do marido. Depois de alguns problemas inesperados, como a mudança do amante de Simone para outra cidade, ela resolve que é hora de sair de sua casa no interior da França e tentar viver outra vida.

19h30 – O FAROL
(The Lighthouse – Canadá/EUA, 2019, 110min). Direção de Robert Eggers, com Robert Pattinson e Willem Dafoe. Vitrine Filmes, 16 anos. Suspense.
Sinopse: Thomas Wake é o responsável pelo farol de uma ilha isolada e contrata o jovem Ephraim Winslow para substituir o ajudante anterior, colaborando nas tarefas diárias. Mas o novo ajudante é proibido de entrar no espaço do farol, o que aumenta a tensão entre os dois homens e conduz a trama por caminhos inesperados. O filme foi indicado ao Oscar de melhor fotografia.

SALA 3 / NORBERTO LUBISCO

15h15 – DILILI EM PARIS
(Dilili à Paris – França-Bélgica, 2018, 95min). Animação de Michel Ocelot. Imovision, Livre. LEGENDADO.
Sinopse: Durante sua primeira visita à Paris, a jovem Dilili se vê envolvida na investigação dos sequestros de várias meninas. Para isso, ela vai contar com a ajuda de amigos extraordinários, como o pintor Monet, o escultor Rodin, o aviador Santos Dumont e outros moradores ilustres da Cidade Luz.

17h – ADONIRAN – MEU NOME É JOÃO RUBINATO
(Brasil, 2019, 90min). Documentário de Pedro Serrano. Pandora Filmes, 12 anos.
Sinopse: Autor de clássicos da música brasileira como "Trem das Onze" e "Saudosa Maloca", Adoniran Barbosa (1910 - 1982) é considerado um dos principais sambistas do país e um dos símbolos culturais da cidade de São Paulo. Por meio de cenas raras de sua trajetória e também depoimentos de seus parceiros e amigos, o filme recupera a vida e a obra do cantor e compositor, reconhecido também pelo seu bom humor e boêmia. Acompanha o curta “Dá Licença de Contar” (15min), que deu origem ao longa.

19h15 – CRIANÇA ABANDONADA
(Podkidysh – União Soviética, 1939, 70min). Direção de Tatyana Lukashevich, com Veronika Lebedeva, Faina Ranevskaya. MosFilm, Livre. Comédia dramática.
Sinopse: Quando fica em casa apenas com o irmão, a pequena Natasha escapa e vai passear sozinha pelas ruas de Moscou. Em suas andanças, a garotinha faz muitos amigos, entre adultos e crianças, vivendo uma série de aventuras divertidas e sentimentais. O filme integra o Ciclo MosFilm, com títulos restaurados do famoso estúdio de cinema russo e soviético.

PREÇOS DOS INGRESSOS:
TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).
CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 
Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.
Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.
*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.
A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Açúcar' - O desejo pela Senzala

Sinopse: Betânia é a herdeira de um engenho em estado de fogo morto, prestes a se transformar em ruínas. Ela resiste em vender o engenho, enquanto tenta reerguer a própria vida.

Após o golpe de 2016 se escancarou no Brasil uma divisão de classes que sempre estava lá, mas que ninguém ousava explicitar. Querendo ou não as elites sempre tiveram, e ainda tem, uma obsessão interna pelo retorno da Senzala, para não se verem mais invadidos e se sentirem todos donos da terra por completo. "Açúcar" é uma fábula contemporânea que trata sobre esse assunto de forma simbólica e que nos identificamos facilmente com ela.
Dirigido por Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira, o filme conta a história de Bethânia Wanderley, interpretada pela atriz Maeve Jinkings, do filme “O Som ao Redor” (2012), que não gosta do cenário rural da Zona da Mata. Porém, precisa voltar ao lugar onde nasceu, um decadente engenho de cana-de-açúcar, para impedir que os antigos trabalhadores do canavial tomem conta das terras. Confrontada pelo líder da associação, Zé (José Maria Alvez), e Alessandra (Dandara de Morais), que passa a ser faxineira da casa para vigiar a sinhazinha, Bethânia terá que lidar com o seu passado e os seus preconceitos.
O filme já começa de uma forma simbólica, onde vemos a protagonista atravessar as terras do cenário principal com um pequeno barco. Abertura, aliás, é interessante por ela não ter quase nenhum diálogo, mas sim com o movimento da câmera dos cineastas, além de imagens simbólicas do cenário principal da trama, já nos diz passo a passo sobre o que está acontecendo. A partir do momento que Bethânia tem o primeiro contato com o personagem Zé é aí que constatamos a sua real pessoa.
Bethânia nada mais é do que uma representação de uma elite enrustida, que jamais quis admitir preconceito, mas que no fundo sempre teve o desejo de colocar o povo negro aos seus serviços como no passado. Sentimos nela certa confusão, mas ao mesmo tempo de ambição por tentar manter as terras que ela diz ser de sua família, nem que para isso ela enfrente e seus impulsos complexos. Maeve Jinkings se sai muito bem em cena, principalmente em momentos em que a sua protagonista transita entre a realidade e situações, por vezes, surreais.
O tema sobre a divisão de classes se torna ainda mais explicita quando entra em cena a personagem Branca (Magali Biff), tia da protagonista e que não esconde a sua real pessoa. O diálogo entre as duas é simbólico, pois escancara o desejo de recusa da atual elite brasileira e que no fundo gosta de ser servida. A cena em que ambas se banham e são servidas sintetiza o desejo mais primitivo da elite, mas da qual se recusa em admitir isso.
A cena, aliás, representa uma de muitas que viram a seguir, onde a trama transita entre a verossimilhança para situações que beiram a fantasia. Logicamente o filme trata sobre a questões das raízes africanas, de um povo que foi tirado dos seus verdadeiros lares, mas cujas as suas velhas tradições irão transbordar para o desespero da elite branca. O ato final é cheio de momentos simbólicos, onde o gênero fantástico transborda unicamente para colocar para fora a real face de ambas as partes da trama, mas deixando em aberto o que irá acontecer em seguida, assim como acontece com realidade atual brasileira.
"Açúcar" é um filme que fala sobre o passado que transita pelo presente e que a elite brasileira atual anseia pelo seu retorno infelizmente. 

Assista o trailer oficial clicando aqui.  


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