OBRA MÁXIMA DE RIDLEY SCOTT COMPLETA
30 ANOS, DEIXA O TITULO DE CULT, PARA SE TORNAR A MAIOR OBRA PRIMA DA FICÇÃO
CIENTIFICA.
Foi lá pelo ano de 1998, que eu
assisti pela primeira vez Blade Runner. Antes disso, não tinha muito
conhecimento sobre o filme, sendo que somente soube sobre a obra, na saudosa
revista Herói, onde havia uma matéria especial, sobre a carreira de Harrison
Ford. Na mesma revista (em algumas edições depois), soube que o visual do filme
serviu de base para inúmeros filmes posteriormente, vide Juiz Dreed e o Quinto
Elemento. Com o pouco que eu sabia, queria então ter a oportunidade de assistir
o filme um dia, que acabou acontecendo numa sessão tarde da noite do Inter Cine
da rede Globo, Mas a maneira que a emissora carioca anunciava, fazia com que eu
esperasse algo completamente diferente, dando a entender que viria um filme
cheio de ação e efeitos especiais.
No tempo em que eu vivia no VHS,
esperei até o inicio da sessão (para poder cortas as propagandas), para gravar
e apreciar a obra, mas não tive uma sessão muito boa, pois tive que assistir em
volume baixo, para não acordar os meus pais. No dia seguinte, com minha copia
em VHS, pude assisti do começo ao fim, mas para o meu espanto, quebrou com a
minha expectativa, pois como havia dito acima, esperava algo cheio de ação ou
efeitos visuais. Revendo o filme de novo, pela segunda e terceira vez, pude aos
poucos, compreender um pouco daquele universo apresentado por Ridley Scott, que
nada mais era, do que um retrato de nosso dia a dia que nos vivíamos já naquele
tempo e que antecedeu o que viria depois. Embora seja um filme de ficção, Blade
Runner é um retrato cru da onde podemos ir um dia, onde as cidades, com as
pessoas dentro, serão cada vez mais sujas e abandonadas a sua própria sorte e
os poderosos subindo aos céus, longe da minoria. Já vivemos também num mundo em
que cada vez mais os sentimentos e certas ações, que antes poderiam soar desconcertantes
em tempos mais coloridos, onde tudo era muito claro, como o bem e o mal, hoje
se tornaram piada e que passa despercebido por todos. Sendo que as relações de
casais atualmente, por exemplo, são tudo questão do momento, cujos sentimentos
se evaporam gradualmente, se tornando apenas uma imagem pálida dos sentimentos
que foram um dia no principio.
Ao perdemos certos valores que
antes nos éramos importantes, eles se tornam valiosos, para seres que a recém começaram
a aprender a viver, que no caso do filme, são os “replicantes” que representam o
que nos fomos um dia, de ter o desejo de viver ao máximo no dia a dia, mas que
por azar deles, tem pouco tempo de vida. E quem melhor que o personagem Roy (brilhantemente interpretado por Rutger Hauer), que é o melhor em cena, passa para nos esse doloroso fardo que carrega, mas que vai até o fim buscando um meio, seja para ganhar mais
tempo, ou para fazer algo significativo em sua curta vida e que valesse a pena.
Seus últimos momentos em cena estão entre os momentos mais inesquecíveis e surpreendentes
da 7ª arte e que gera múltiplos sentimentos para quem assiste. Até hoje, essa cena gera inúmeros
debates, sendo não somente ela, como também as inúmeras cenas que antecedem essa e que
acabaria gerando outros inúmeros textos até melhores do que esse que vos
escrevo.
Trinta
anos depois, Blade Runner não é somente um filme Cult, como também já é
considerado uma obra prima, não só do gênero, como também de toda historia do
cinema. Nada mais do que correto, de o filme ganhar uma merecida edição
especial em Blu-Ray, com todas suas versões que teve ao longo dos anos (desde a
versão original, até a versão definitiva do diretor), com mais de dez horas só
de extras para os fãs se deleitarem. Com tudo isso, a pergunta que sempre me
vem na cabeça, é como será, quando finalmente chegarmos à data em que a trama
do filme se passa, que é novembro de 2019? Dificilmente iremos ver carros
voando por ai, muito menos estaremos fazendo colônias em outros planetas ou
criando seres idênticos a nos. Mas uma coisa eu garanto, que essa data quando
chegar, certamente todo mundo irá se lembrar, das primeiras cenas do filme,
embalada com a inesquecível trilha do músico grego Vangelis e que certamente haverá sessões
a meia noite ou durante os dias, do não tão distante mês de novembro de 2019.
Vamos aguardar!
Leia também: Como sever um filme 2: Gêneros: Parte 4. Fracasso hoje? Sucesso amanhã!. Finais de Blade Runner que ninguém viu (e ninguém verá). Franquia Blade Runner? Nempensar!
2 comentários:
Filme que lançou praticamente Ford, o consagrando já de cara!!! Uma trilha perfeita,... Não tem mto o que falar do filme, apenas que é excelente e marcou uma época toda!!!
E Scott infelizmente não agradou mto com seu querido "Prometheus"...
Felipe
Na realidade Harrison Ford já estava no auge. Havia realizado Star Wars,participado de Apocalipse Now e protagonizado Caçadores da Arca Perdida. Blade Runner poderia ter sido o seu grande fracasso por conta do filme ter ido muito mal nas bilheterias. Foi salvo pelo tempo. Merecidamente diga-se de passagem.
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