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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 31 de dezembro de 2023

Cine Especial: Retrospectiva 2023 e um Feliz 2024 Cinematográfico

2023 será lembrado como o primeiro ano em que o gênero de Super Heróis para o cinema obteve o seu primeiro declínio e muitos fatores contribuíram para isso, desde o fato de o público estar cansado da mesma fórmula, como também devido aos erros cometidos pelos próprios estúdios Warner/Dc e Marvel/Disney. Em contrapartida o cinema em si, ao menos, respirou um cinema autoral que fazia tempo que não se via e do qual atraiu multidões para as salas. "Oppenheimer" de Christopher Nolan foi o mesmo tipo de exemplo do que foi visto em "Top Gun - Maverick" em 2022, onde o público abraçou uma superprodução mais com ares de pé no chão e de que tudo o que era visto na tela fosse mais verossímil. 



Do cinema autoral também se destacou com "Barbie", filme vendido para toda a família, mas cuja realização de Greta Gerwig serviu mais para gerar debates acalorados sobre o papel da mulher de ontem e hoje no mundo e se tornando uma das mais gratas surpresas do ano. O mestre Martin Scorsese provou que ainda tem força ao criar um filme provocativo e que toca o dedo na ferida com o seu "Assassinos da Lua das Flores" e cuja produção sendo da empresa Apple talvez seja uma tendência maior da poderosa se envolver cada vez mais em produções como essa. Wes Anderson não se intimidou com as críticas contra ele e novamente ele manteve um casamento entre o cinema e o teatro com o seu "Asteroid City". 

Fora do território americano tivemos o maravilhoso "Anatomia de uma Queda" e que será um crime capital se caso o filme não esteja na cerimônia do próximo Oscar. "Afire" me encantou pela sua trama que presta uma homenagem a própria literatura e que merece ter maior reconhecimento ao longo da história. Quanto ao nosso cinema brasileiro parece que houve realmente uma recuperação após o encerramento do último desgoverno e pós-pandemia.

Kleber Mendonça Filho presta uma homenagem aos cinemas de rua no fantástico "Retratos Fantasmas" enquanto atriz Vera Holtz nos brinda com uma de suas mais poderosas interpretações da carreira no filme "Tia Virginia". A história da nossa música brasileira foi muito bem representada com os ótimos "Elis e Tom - Só Tinha de Ser com Você", "Meu Nome é Gal" e "Nosso Sonho". O cinema nordestino retorna fortalecido com os títulos "Pedágio" e "Propriedade" e revelando as verdadeiras facetas escondidas do povo brasileiro.

Quanto a mim procurei ao máximo frequentar os cinemas na medida do possível neste último ano e sempre acompanhando o que há de melhor nas Cinematecas da capital Gaúcha como no caso, por exemplo, da Cinemateca Paulo Amorim. Sendo socio do Clube de Cinema da capital eu vi o mesmo completando impressionantes 75 anos de existência, crescendo o número de associados e nos passando a esperança de que sempre haverá um público interessado em assistir aos filmes em uma tela grande. Já o Cine Um retornou aos cursos de cinema presencial na Cinemateca Capitólio e ao que tudo indica teremos atividades que valeram cada centavo para serem conferidos.

Para 2024 eu desejo para mim que novas portas se abram e que a sétima arte esteja envolvida nisso, pois é através dela que eu realmente respiro. E desejo a todos os cinéfilos que continuem apreciando os filmes em uma tela de cinema, pois é somente na sala escura que nós adentramos em diversas histórias para serem contadas.  


 Feliz 2024 e abaixo confira o meu Top 10 do cinema nacional e internacional.    


Top 10 do Cinema Internacional  

1º Oppenheimer 

2º Assassinos da Lua das Flores 

3º Anatomia de uma Queda 

4º Barbie  

5º Afire 

6º Asteroid City 

7º Homem-Aranha: Através do Aranhaverso  

8º Beau Tem Medo 

9º Babilônia 

10º Resistência 


Top 10 do Cinema Nacional  

1º Retratos Fantasmas 

2º Tia Virginia  

3º Elis e Tom - Só Tinha de Ser com Você 

4º Noites Alienígenas 

5ª Propriedade  

6 Pedágio 

7º A Primeira Morte de Joana  

8º Meu Nome é Gal 

9º Nosso Sonho 

10º Medusa 

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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Menina Silenciosa'

Sinopse: Uma menina de nove anos é tirada de sua família disfuncional para viver com parentes distantes em uma fazenda. Com o casal, ela aprende uma nova forma de viver. 

Certas pessoas não deveriam criar família, pois a mesma está sujeita em abandoná-la e deixá-la na própria sorte. As crianças, por exemplo, são as mais prejudicadas e acabam criando feridas emocionais que demoram e muito para cicatrizar. "A Menina Silenciosa" (2022) é um filme irlandês em que sintetiza a visão de uma criança perante a complexidade da vida adulta e cuja mesma procura sobreviver com o que lhe resta.

Dirigido por Colm Bairéad, o filme se passa em na Irlanda de 1981. Cáit, de nove anos, contraria as adversidades de uma vida em situação de pobreza no campo com um retiro tranquilo em seu próprio mundo: ela é uma observadora sensível da beleza das pequenas coisas ao seu redor. Quando é enviada de sua família sobrecarregada, muitas vezes emocionalmente fria, para um casal mais velho e sem filhos durante as férias, ela experimenta um profundo afeto, talvez pela primeira vez.

O grande charme do filme se encontra através da forma como o realizador saber casar as imagens em que ele filma de acordo com olhar da pequena intérprete. Temos, portanto, uma interpretação do olhar dela de acordo com a sua visão desse mundo e que, por vezes, se torna cada vez mais difícil. Uma vez que ela procura se manter em sua quietude interna, mas ela se protege dessa realidade, porém, cada vez tem menos contato com relação ao que nos faz realmente humanos.

A pequena estreante Catherine Clinch se torna alma viva do filme como um todo, pois o seu olhar diz muito mais do que meras palavras que são jogadas ao vento. Porém, os diálogos precisam ocorrer quando ela dialoga com o casal central da trama que começa a cuidar dela e sendo a partir deles que ela obtém uma nova visão sobre a vida. A veterana Carrie Crowley se sobressai ao construir uma mulher que vê na pequena jovem a chance de obter novamente uma felicidade antes adormecida e rendendo momentos sublimes e que faz nos emocionar facilmente.

Embora com uma trama simples o filme é emocionalmente humano, tocante e verossímil diga-se de passagem. As situações são corriqueiras, onde elas fazem os personagens centrais se aproximarem um do outro e fazendo com que isso gere um forte laço e que dificilmente irá ser cortado. O final com certeza fará muitos chorarem, pois ele fica em aberto e fazendo com que a gente construa para nós os possíveis destinos daqueles personagens que tanto nos identificamos.

"A Menina Silenciosa" é um singelo retrato da infância perante as adversidades da vida adulta, mas cuja sua inocência é o suficiente para mover montanhas. 


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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 28 DE DEZEMBRO DE 2023 A 3 DE JANEIRO DE 2024 da Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

DEVIDO AO FERIADO DE ANO NOVO,

NÃO HAVERÁ SESSÕES NOS DIAS 31 DE DEZEMBRO E 1 DE JANEIRO

A Menina Silenciosa 

A cinesemana de Ano Novo coloca em cartaz o elogiado A MENINA SILENCIOSA, longa irlandês que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2023. E seguimos com sessões de pré-estreia do aguardado filme PRISCILLA, da diretora Sofia Coppola, baseado nas memórias de Priscilla Presley e sua relação com Elvis, o Rei do Rock.

Entre os destaques da programação estão dois filmes que são sucesso de público e crítica: o japonês MONSTER, premiado em Cannes, e o argentino PUAN, campeão de bilheteria nos cinemas de seu país.

Seguimos com três longas brasileiros entre os títulos em exibição, incluindo a fábula UMA CARTA PARA PAPAI NOEL, do diretor gaúcho Gustavo Spolidoro. Os outros filmes são PROPRIEDADE, do pernambucano Daniel Bandeira, e PEDÁGIO, da diretora Carolina Markowicz.

Confira nossa programação completa e o portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


15h – PUAN Assista o trailer aqui.

(Argentina, 2023, 105min). Direção de María Alché e Benjamín Naishtat, com Marcelo Subiotto, Leonardo Sbaraglia, Julieta Zylberberg. Vitrine Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Marcelo é professor de Filosofia e acredita que será promovido depois da morte de seu chefe na Universidade Pública de Buenos Aires. Mas a situação muda com a chegada de Rafael, que volta da Europa disposto a brigar pelo cargo. Marcelo, então, tenta provar que merece a promoção, enquanto vê sua vida e o país entrarem em uma espiral de caos. Com público de mais de 100 mil espectadores na Argentina, “Puan” ganhou o prêmio de melhor roteiro no festival de San Sebastian.


17h – A LINHA Assista o trailer aqui.

(La Ligne - França/Suiça, 2022, 100min). Direção de Ursula Meier, com Stéphanie Blanchoud, Valeria Bruni Tedeschi, India Hair. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Depois de uma briga violenta com a mãe, Margaret é sentenciada a uma medida restritiva e precisa manter pelo menos 100 metros de distância da casa da família. A filha caçula fica encarregada de pintar uma linha representando este limite em volta da casa, o que apenas intensifica o desejo de Margaret de ficar perto da família.


19h – MONSTER Assista o trailer aqui.

(Kaibutsu - Japão, 2023, 125min). Direção de Hirokazu Kore-eda, com Ando Sakura, Soya Kurokawa, Eita Nagayama. Imovision, 12 anos. Drama.

Sinopse: Uma mãe percebe que seu filho está se comportando de maneira estranha e tenta descobrir os motivos. Pelo relato do menino, tudo indica que um dos seus professores é o responsável. A mãe vai à escola e exige uma explicação – enquanto isso, a verdade começa a surgir junto com as versões de todos os envolvidos. O filme foi o vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes em 2023.


SALA EDUARDO HIRTZ


15h15 – A MENINA SILENCIOSA Assista o trailer aqui.

(An Cailín Ciúin – Irlanda, 2022, 95min). Direção de Colm Bairéad, com Catherine Clinch, Carrie Crowley, Andrew Bennett. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Cáit é uma menina de nove anos que tem uma família pobre e numerosa. Às vésperas de mais um parto da mãe, ela é obrigada a passar um tempo na casa de parentes distantes. No convívio com este casal de meia idade, que ela mal conhece, Cáit começa a descobrir outras formas de relacionamento familiar e a possibilidade de ter um lugar no mundo. A história é ambientada na década de 1980, quando o ensino da língua irlandesa foi proibido no Reino Unido e a Irlanda vivia conflitos relacionados à sua independência. O filme traz uma adaptação do romance "Foster", de Claire Keegan, e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional na premiação de 2023.


17h15 – UMA CARTA PARA PAPAI NOEL Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 100min). Direção de Gustavo Spolidoro, com José Rubens Chachá, Caetano Rostro Gomes, Totia Meirelles. Pandora Filmes, Livre. Comédia dramática.

Sinopse: Depois de entregar presentes pelo mundo afora, Papai Noel entra em crise: o bom velhinho acha que as crianças não se interessam mais por ele e só pensam no que vão ganhar no Natal. Mas um menino órfão, chamado Johan, que nunca ganhou presentes, vai ajudar o Papai Noel a ressignificar o verdadeiro sentido do Natal.


19h15 – A MENINA SILENCIOSA (SESSÕES APENAS TERÇA E QUARTA, DIAS 2 E 3)

(An Cailín Ciúin – Irlanda, 2022, 95min). Direção de Colm Bairéad, com Catherine Clinch, Carrie Crowley, Andrew Bennett. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Cáit é uma menina de nove anos que tem uma família pobre e numerosa. Às vésperas de mais um parto da mãe, ela é obrigada a passar um tempo na casa de parentes distantes. No convívio com este casal de meia idade, que ela mal conhece, Cáit começa a descobrir outras formas de relacionamento familiar e a possibilidade de ter um lugar no mundo. A história é ambientada na década de 1980, quando o ensino da língua irlandesa foi proibido no Reino Unido e a Irlanda vivia conflitos relacionados à sua independência. O filme traz uma adaptação do romance "Foster", de Claire Keegan, e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional na premiação de 2023.


PRÉ-ESTREIA DE QUINTA A SÁBADO, 28 A 30.


19h15 – PRISCILLA Assista o trailer aqui.

(Estados Unidos/Itália, 2023, 113min). Direção de Sofia Coppola, com Cailee Spaeny e Jacob Elordi. Mubi/O2 Play, 14 anos. Drama.

Sinopse: Priscilla Beaulieu tinha apenas 14 anos quando conheceu Elvis Presley em uma festa – ele, com 24, já era uma estrela meteórica do rock. Do namoro apaixonado até a separação foram 13 anos de convivência, marcados por muita cumplicidade e momentos de fragilidade e desentendimento. O filme é baseado na autobiografia "Elvis e Eu", escrita por Priscilla em 1985, e que detalha, segundo ela, uma história de “amor, fantasia e fama” e oferece um retrato menos glamouroso do rei do rock. O filme rendeu à Cailee Spaeny o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza.


SALA NORBERTO LUBISCO


15h30 – PROPRIEDADE Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 100min). Direção de Daniel Bandeira, com Malu Galli, Zuleika Ferreira, Tavinho Teixeira. Sessão Vitrine Petrobras, 16 anos. Drama.

Sinopse: Tereza ainda se recupera de uma situação de trauma e resolver passar uns dias na fazenda da sua família. Mas, quando chega no lugar, enfrenta a revolta dos trabalhadores, que protestam contra uma provável demissão. O carro blindado acaba sendo o único porto seguro da mulher e também a única camada que separa estes dois universos tão brasileiros.


17h30 – ALMAS GÊMEAS Assista o trailer aqui.

(Les âmes soeurs - França, 2023, 100min). Direção de André Téchiné, com Noémie Merlant e Benjamin Voisi. Zeta Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Após um ataque contra seu comboio militar no Mali, o tenente francês David Faber é trazido de volta à França para se recuperar. Profundamente queimado e com amnésia severa, ele passa meses em recuperação, sob a vigilância de sua devotada irmã Jeanne. Mas à medida que o tempo passa, David não parece muito disposto a se reconciliar com quem era. O filme fez parte da programação do Festival Varilux de Cinema Francês.


19h30 – PEDÁGIO Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 100min). Direção de Carolina Markowicz, com Maeve Jinkings, Kauan Alvarenga, Tomás Aquino, Aline Maia. Paris Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Suellen, cobradora de pedágio, percebe que pode usar seu trabalho para fazer uma renda extra ilegalmente. Mas tudo por uma causa nobre: financiar a ida de seu filho à caríssima cura gay ministrada por um famoso pastor estrangeiro. O filme conquistou os prêmios de melhor atriz (Maeve Jinkings), melhor ator (Kauã Alvarenga) e melhor atriz coadjuvante (Aline Maia) no Festival do Rio.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Cine Dia: Em Cartaz - 'Priscilla'

Sinopse: A adolescente Priscilla Beaulieu conhece Elvis Presley em uma festa e o astro se torna alguém completamente inesperado em momentos íntimos.  

Sofia Coppola construiu a carreira na direção criando histórias em que protagonismo feminino é predominante e onde enxergamos a realidade através dos seus olhares. Porém, foram poucos os casos em que ela realizou um projeto em que fala sobre uma personagem histórica, sendo que "Maria Antonieta" (2006) é um filme feito pela sua perspectiva e visão autoral com relação a arquiduquesa e não sendo exatamente fiel aos fatos. "Priscilla" (2023), porém, é baseado na história real da esposa do Rei do Rock e, portanto, vemos um filme que se divide aos verdadeiros fatos, tanto na visão da diretora, como também da visão da própria Priscilla.

O filme conta a história do relacionamento de um dos casais mais famosos do mundo: Elvis e Priscilla Presley. Baseado no livro Elvis e Eu, escrito por Priscilla, e protagonizado por Cailee Spaeny (Maus Momentos no Hotel Royale, Círculo de Fogo: A Revolta) e Jacob Elordi (Euphoria, A Barraca do Beijo), o filme segue o ponto de vista de Priscilla após conhecer o astro do rock em uma festa, quando ela ainda era apenas uma adolescente. Mas a paixão que, inicialmente, era formada por parceria e vulnerabilidade logo toma um rumo conturbado quando o cantor começa a mostrar um lado diferente daquele venerado nos palcos.

Sofia Coppola procurou retratar sobre a vida de Priscilla com certa delicadeza, pois afinal de contas ela era ainda uma pré-adolescente quando conheceu pessoalmente Elvis e cujo início desse relacionamento visto hoje seria polêmico em tempos politicamente corretos. Portanto, vemos uma Priscilla inocente perante o mundo em que vive, mas não escondendo no fundo o desejo de bater as suas asas, mas jamais imaginando que um dia se relacionaria com Elvis. A relação entre os dois começa gradual, nada de forma explosiva e de acordo com as lembranças da verdadeira Priscilla.

Ao mesmo tempo, Coppola parece querer lançar um olhar pessoal com relação essa realidade em que ela viveu com o cantor, onde aos poucos a mesma vai conhecendo um lado obscuro dos artistas e fazendo a gente se perguntar até onde ela aguenta. Embora ainda muito jovem Cailee Spaeny promete ser uma das grandes promessas do cinema norte americano, pois a construção que ela faz para si sobre Priscilla é digno de nota, onde vemos um ser inocente sendo aos poucos sofrendo uma metamorfose na medida em que acompanha o seu marido em meio as loucuras do sucesso. Já Jacob Elordi como Elvis nos passa uma interpretação contida, porém, explosiva nos momentos em que o personagem se encontra em pressão e descontando até mesmo em sua esposa.

Porém, me passou uma impressão de que a diretora estava com um freio de mão com relação aos verdadeiros fatos sendo retratado na tela, como se quisesse agradar ambos os lados da mesma história. A meu ver, eu acho que Elvis foi alguém ainda mais selvagem e de difícil relação com a sua esposa, mas que talvez a realizadora esteja somente sendo fiel ao que Priscilla havia escrito em sua biografia. O caso que quando se fala sobre o casal há diversas histórias e teorias sobre suas vidas e cada adaptação, seja no cinema ou para televisão, é de acordo com a visão de cada um.

Visualmente o filme possui toda aquela mudança em que os EUA e o mundo estavam passando, cuja cores quentes sintetizavam tempos mais dourados e de mudanças das quais não haveria mais volta. Priscilla seria, portanto, uma testemunha desta mudança de costumes e sendo o próprio Elvis uma peça central da cultura norte americana e que afetaria a mesma para sempre. Ao final, vemos uma Priscilla mais madura, tendo consciência da verdadeira natureza e destino do seu marido e tendo então o caminho aberto para tomar novos rumos.

"Priscilla" é uma visão particular sobre a mulher mais próxima da vida do rei do rock, sendo um tanto que conservadora, mas que vale a pena ser apreciada.  


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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Cine Dica: Streaming - 'Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo'

Sinopse: Rebel Moon começa na borda da galáxia, quando uma colônia pacífica é ameaçada pelos exércitos do tirânico regente Balisarius. A colônia então envia uma jovem chamada Kora para procurar guerreiros de planetas vizinhos para ajudá-los na resistência. 

Zack Snyder é acusado de inúmeras coisas, desde a ser um pretensioso e que fica preso a sua fórmula pessoal em dirigir filmes. Porém, convenhamos, ele ri por último quase sempre, pois basta pegarmos os seus filmes dirigidos para o universo expandido de Warner/DC e constatarmos que, para obter o sucesso, não era questão de imitar a concorrente, mas sim ter alma própria. Após a sua saída do estúdio acompanhamos os filmes da DC no cinema agonizando graças aos erros administrativos do estúdio e fazendo somente fortalecer o esgotamento do gênero.

Snyder, por sua vez, seguiu em frente, ao fazer parceria com a Netflix e lançar o bom filme de zumbi "Army of the Dead: Invasão em Las Vegas" (2021). Porém, o realizador sempre tinha projetos em mente e dos quais, quem diria, poderia pertencer até mesmo ao universo expandido de "Star Wars", dos quais nunca se seguiu adiante, mas cuja ideia se manteve de criar uma aventura espacial ao seu estilo. Com isso, nasceu "Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo" (2023), uma aventura espacial adulta e cuja visão autoral do realizador se encontra alastrada em toda a obra.

A trama começa em uma colônia pacífica à beira da galáxia, que é ameaçada pelos exércitos de um regente tirânico chamado Balisarius. A misteriosa Kora (Sofia Boutella) passa a ser a única esperança de sobrevivência. Desesperados, os colonos enviam a jovem com um passado conturbado para procurar guerreiros de planetas vizinhos e ajudá-los a resistir. Kora reúne um pequeno bando de insurgentes, deslocados, camponeses e órfãos de guerra de vários mundos que têm dois objetivos em comum: redenção e vingança.

Embora seja vendido como uma trama original é notório que Snyder bebeu da fonte de várias fórmulas de sucesso, desde ao já citado "Star Wars" como também "Os Sete Samurais" (1954). Em contrapartida, o realizador cria um universo particular, onde existe várias raças alienígenas, línguas e planetas das mais diversas formas. Ou seja, é um material para se criar uma nova franquia, mas tudo é claro depende da resposta do público.

Nesta questão, por exemplo, muitas pessoas ficam divididas com a forma que o realizador dirige as suas obras, que vai desde a muita câmera lenta, fotografia acinzentada e muitos cenários digitais e que, por vezes, não esconde o seu fundo verde. Porém, é preciso reconhecer a sua teimosia, principalmente em tempos em que a maioria de diretores ficam presos a fórmulas de sucesso e não obtendo a chance de fazerem filmes a sua maneira. Vamos dizer que Zack Snyder é uma anomalia atual do cinema norte americano, mas que talvez seja necessária.

Curiosamente, é interessante também observar que entre esses altos e baixos ele obtém a chance de construir personagens interessantes, mesmo quando alguns tem pouco tempo de cena. Aqui  Kora é sem dúvida a grande protagonista forte e que não deve nada a uma Mulher Maravilha, mas que possui um passado complexo e que somente cresce no decorrer da trama. Ao longo da sua jornada ela vai conhecendo novos aliados, um mais interessante do que o outro e que possuem histórias para serem contadas em um futuro próximo.

Porém, o vilão Atticus Noble é talvez o personagem que mais chama atenção e graças atuação de Ed Skrein, sendo mais conhecido por atuações vilanescas vide "Alita: Anjo de Combate" (2019). O seu personagem transmite imprevisibilidade, onde as suas ações se tornam implacáveis e fazendo da sua presença gerar imensa tensão ao longo da trama. Em tempos em que os filmes de super-heróis estão com vilões escassos esse, portanto, é muito bem-vindo.

O filme, logicamente, somente irá frustrar aqueles que levarem muito a sério a obra de Zack Snyder. Ela precisa ser vista de mente aberta, pois ela remete tempos em que o cinema se arriscava mais e lançava filmes sem interligação alguma com outras franquias e que, mesmo quando não obtinham sucesso, se tornavam cultuadas em alguma "Sessão da Tarde" da vida. O único, porém, que será preciso esperar o ano que vem pela segunda parte da história, mas eu estarei lá para assisti-la.

"Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo" é Zack Snyder na veia, do qual irá dividir a opinião do grande público e da crítica, mas nunca é demais assistir um filme hoje em dia que seja totalmente desprendido das convencionais franquias já conhecidas.  

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sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Cine Especial: De Ray Harryhausen - 'O Monstro do Mar Revolto'

O cinema de horror clássico dos anos trinta e quarenta do cinema norte americano estava em decadência e dando lugar aos monstros radioativos dos anos cinquenta. Era tempos dos primeiros anos da "Guerra Fria", onde sempre havia uma tensão crescente entre EUA e União Soviética e fazendo com que o público temesse por explosões nucleares até mesmo na frente do quintal de casa. Por conta disso surgiu a nova onda da época de monstros radioativos, atacando uma cidade e colocando quase sempre os soldados norte-americanos como os mocinhos.

Houve tantos filmes deste tipo na época que podemos classificá-los entre A e Z, já que se por um lado havia grandes estúdios investindo neste tipo de produção, do outro, não faltou pessoas fazerem filmes duvidosos até mesmo em sua garagem. Os anos foram passando e alguns sobreviveram ao teste do tempo, muito não pela sua história em si, mas sim pela criatividade dos seus efeitos visuais da época. É o caso do "O Monstro do Mar Revolto" (1955), superprodução que segue à risca da fórmula de sucesso da época e tendo o dedo do gênio Ray Harryhausen.

Dirigido por Robert Gordon, a trama começa no mar onde uma criatura subaquática desconhecida surge e fazendo com que um comandante naval se junte a dois cientistas para conseguir identificá-la. E o resultado é surpreende: trata-se de um polvo gigante cheio de radiação que abandonou suas fontes originais de alimento e agora busca novas. O problema de verdade começará quando o monstro decidir atacar São Francisco.

Com pouco mais de uma hora de duração, boa parte da trama investe na tentativa de descobrir o que realmente está nas profundezas do oceano e que pode ameaçar a vida das pessoas. Neste meio tempo existe a criação de uma espécie de triangulo amoroso entre os três protagonistas, mas que serve mais para prolongar a história e do que gerar alguma importância. Porém, é preciso destacar o desempenho da atriz Faith Domergue, que aqui faz uma cientista destemida e que não aceita de forma tão facil as cantadas de um dos protagonistas.

De resto o filme é muito bem dirigido pelo diretor Robert Gordon, cuja fotografia e edição de arte sintetizam o calor daqueles tempos em que os EUA vendiam para o mundo a sociedade perfeita e ao mesmo tempo uma supergrande potência. Portanto, soa até mesmo piegas o comportamento de alguns personagens, como se fossem os bons moços desde que nasceram e estando preparados para enfrentar uma criatura jamais vista. Por conta disso, é preciso desligar o cérebro nestes pontos e apenas curtir o filme nos colocando naquela época e a reação que ele havia causado.

Foi uma produção que causou medo de muitos casais que iam na época dos cines Drive-in e encarando enorme criatura de grandes tentáculos. O ser em si foi criado pelo mago dos efeitos visuais em stop motion Ray Harryhausen, cujo mesmo seria responsável por diversos clássicos seguintes e aqui ele surpreende ao criar uma criatura com peso e até mesmo verossímil. Claro que é preciso encarar a entidade com a mente aberta, já que o polvo gigante tem somente seis tentáculos ao invés de oito, mas que passou desapercebido por muitos.

Curiosamente, o filme estrelou mais ou menos após o grande sucesso "Godzilla" (1954) no Japão. Não me surpreenderia, portanto, que o grande rei dos monstros serviu para despertar o interesse dos grandes estúdios norte americanos em explorar esse tipo de entretenimento, mas cujo investimento foi tanto que logo a fórmula se esgotou na entrada dos anos sessenta. Hollywood, pelo visto, não mudou nada em termos de investir em uma fórmula até chegar ao ponto de fazer o público se enjoar dela.

"O Monstro do Mar Revolto" é um sobrevivente ao teste do tempo, sendo revisto hoje como um filme divertido e cujo stop motion nos deixa até hoje encantados. 

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quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2023

 DEVIDO À COMEMORAÇÃO DE NATAL, A CINEMATECA PAULO AMORIM NÃO TERÁ SESSÕES DE 23 A 25.

Priscilla

A cinesemana de Natal traz duas estreias em nossas salas. Uma delas é o longa A LINHA, dirigido pela francesa Ursula Meier e que trata de uma família disfuncional. A outra novidade é a produção brasileira PROPRIEDADE, do diretor pernambucano Daniel Bandeira, sobre um conflito social no interior do país. Nesta semana ainda oferecemos uma pré-estreia do aguardado filme PRISCILLA, da diretora Sofia Copolla, baseado nas memórias de Priscilla Presley e sua relação com Elvis, o Rei do Rock.

Também incluímos na programação o festejado longa brasileiro PEDÁGIO, da diretora Carolina Marcowicz. E seguem em cartaz dois filmes que são sucesso de público e crítica: o japonês MONSTER e o argentino PUAN.


Confira nossa programação completa e o portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


14h45 – MONSTER Assista o trailer aqui.

(Kaibutsu - Japão, 2023, 125min). Direção de Hirokazu Kore-eda, com Ando Sakura, Soya Kurokawa, Eita Nagayama. Imovision, 12 anos. Drama.

Sinopse: Uma mãe percebe que seu filho está se comportando de maneira estranha e tenta descobrir os motivos. Pelo relato do menino, tudo indica que um dos seus professores é o responsável. A mãe vai à escola e exige uma explicação – enquanto isso, a verdade começa a surgir junto com as versões de todos os envolvidos. O filme foi o vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes em 2023.


17h – PUAN Assista o trailer aqui.

(Argentina, 2023, 105min). Direção de María Alché e Benjamín Naishtat, com Marcelo Subiotto, Leonardo Sbaraglia, Julieta Zylberberg. Vitrine Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Marcelo é professor de Filosofia e acredita que será promovido depois da morte de seu chefe na Universidade Pública de Buenos Aires. Mas a situação muda com a chegada de Rafael, que volta da Europa disposto a brigar pelo cargo. Marcelo, então, tenta provar que merece a promoção, enquanto vê sua vida e o país entrarem em uma espiral de caos. Com público de mais de 100 mil espectadores na Argentina, “Puan” ganhou o prêmio de melhor roteiro no festival de San Sebastian.


19h – MONSTER

(Kaibutsu - Japão, 2023, 125min). Direção de Hirokazu Kore-eda, com Ando Sakura, Soya Kurokawa, Eita Nagayama. Imovision, 12 anos. Drama.

Sinopse: Uma mãe percebe que seu filho está se comportando de maneira estranha e tenta descobrir os motivos. Pelo relato do menino, tudo indica que um dos seus professores é o responsável. A mãe vai à escola e exige uma explicação – enquanto isso, a verdade começa a surgir junto com as versões de todos os envolvidos. O filme foi o vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes em 2023.


SALA EDUARDO HIRTZ


15h15 – A LINHA - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(La Ligne - França/Suiça, 2022, 100min). Direção de Ursula Meier, com Stéphanie Blanchoud, Valeria Bruni Tedeschi, India Hair. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Depois de uma briga violenta com a mãe, Margaret é sentenciada a uma medida restritiva e precisa manter pelo menos 100 metros de distância da casa da família. A filha caçula fica encarregada de pintar uma linha representando este limite em volta da casa, o que apenas intensifica o desejo de Margaret de ficar perto da família.


17h15 – PROPRIEDADE - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 100min). Direção de Daniel Bandeira, com Malu Galli, Zuleika Ferreira, Tavinho Teixeira. Sessão Vitrine Petrobras, 16 anos. Drama.

Sinopse: Tereza ainda se recupera de uma situação de trauma e resolve passar uns dias na fazenda da sua família. Mas, quando chega no lugar, enfrenta a revolta dos trabalhadores, que protestam contra uma provável demissão. O carro blindado acaba sendo o único porto seguro da mulher e também a única camada que separa estes dois universos tão brasileiros.


19h15 – A LINHA - ESTREIA

(La Ligne - França/Suiça, 2022, 100min). Direção de Ursula Meier, com Stéphanie Blanchoud, Valeria Bruni Tedeschi, India Hair. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Depois de uma briga violenta com a mãe, Margaret é sentenciada a uma medida restritiva e precisa manter pelo menos 100 metros de distância da casa da família. A filha caçula fica encarregada de pintar uma linha representando este limite em volta da casa, o que apenas intensifica o desejo de Margaret de ficar perto da família.


(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUARTA, DIA 27)


QUARTA, DIA 27

PRÉ-ESTREIA


19h15 – PRISCILLA Assista o trailer aqui.

(Estados Unidos/Itália, 2023, 113min). Direção de Sofia Copolla, com Cailee Spaeny e Jacob Elordi. Mubi/O2 Play, 14 anos. Drama

Sinopse: Priscilla Beaulieu tinha apenas 14 anos quando conheceu Elvis Presley em uma festa – ele, com 24, já era uma estrela meteórica do rock. Do namoro apaixonado até a separação foram 13 anos de convivência, marcados por muita cumplicidade e momentos de fragilidade e desentendimento. O filme é baseado na autobiografia "Elvis e Eu", escrita por Priscilla em 1985, e que detalha, segundo ela, uma história de “amor, fantasia e fama” e oferece um retrato menos glamouroso do rei do rock. O filme rendeu à Cailee Spaeny o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza.


SALA NORBERTO LUBISCO


15h30 – ALMAS GÊMEAS Assista o trailer aqui.

(Les âmes soeurs - França, 2023, 100min). Direção de André Téchiné, com Noémie Merlant e Benjamin Voisi. Zeta Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Após um ataque contra seu comboio militar no Mali, o tenente francês David Faber é trazido de volta à França para se recuperar. Profundamente queimado e com amnésia severa, ele passa meses em recuperação, sob a vigilância de sua devotada irmã Jeanne. Mas à medida que o tempo passa, David não parece muito disposto a se reconciliar com quem era. O filme fez parte da programação do Festival Varilux de Cinema Francês.


17h30 – PEDÁGIO Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 100min). Direção de Carolina Markowicz, com Maeve Jinkings, Kauan Alvarenga, Tomás Aquino, Aline Maia. Paris Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Suellen, cobradora de pedágio, percebe que pode usar seu trabalho para fazer uma renda extra ilegalmente. Mas tudo por uma causa nobre: financiar a ida de seu filho à caríssima cura gay ministrada por um famoso pastor estrangeiro. O filme conquistou os prêmios de melhor atriz (Maeve Jinkings), melhor ator (Kauã Alvarenga) e melhor atriz coadjuvante (Aline Maia) no Festival do Rio.


19h30 – UMA CARTA PARA PAPAI NOEL Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 100min). Direção de Gustavo Spolidoro, com José Rubens Chachá, Caetano Rostro Gomes, Totia Meirelles. Pandora Filmes, Livre. Comédia dramática

Sinopse: Depois de entregar presentes pelo mundo afora, Papai Noel entra em crise: o bom velhinho acha que as crianças não se interessam mais por ele e só pensam no que vão ganhar no Natal. Mas um menino órfão, chamado Johan, que nunca ganhou presentes, vai ajudar o Papai Noel a ressignificar o verdadeiro sentido do Natal.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.


Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Cine Dica: Streaming - 'O Assassino'

Sinopse: Depois de um quase acidente fatídico, um assassino enfrenta seus empregadores e a ele mesmo, em uma caçada humana internacional que ele insiste não ser pessoal. 

David Fincher gosta de explorar pessoas obsessivas em busca de sua perfeição, mesmo que para isso tenha que enfrentar o sistema cheio de regras que os rodeia. Se por um lado há um detetive que luta ao não aceitar o horror do mundo real visto em "Seven" (1996), do outro, há o protagonista de sua obra prima "O Clube da Luta" (1999) que luta consigo mesmo para o seu outro eu não destrua o que move o mundo. "O Assassino" (2023) fala sobre um assassino profissional que busca a perfeição em meio a vingança, mas cuja sua cruzada é mais difícil do que se imagina.

O filme é baseado em uma série de HQs francesa escrita por Alexis Nolent (sob o pseudônimo Matz) e ilustrada por Luc Jacamon. Na trama, acompanhamos um assassino solitário, calculista e impiedoso (interpretado por Michael Fassbender) que é forçado a lidar com as consequências de um erro catastrófico cometido por ele durante um de seus serviços. Ele sempre conseguiu se manter livre de arrependimentos e com uma postura totalmente fria e metódica, mas agora que o incidente o colocou exatamente no centro de uma caçada.

David Ficnher bebe da fonte do "subgênero noir", pois aqui é apresentado o protagonista em narração off e fazendo com que nos aproximemos mais dele. O primeiro ato, por exemplo, é primoroso ao vermos um personagem que se move em busca da perfeição, onde não pode ocorrer nenhum erro, mas por mais perfeccionista que seja ele acaba acontecendo. Uma vez que isso acontece é interessante observar o mesmo tendo de obter a calma, como se isso fosse uma forma para obter o equilíbrio, mas que em várias situações que surgem tornam tudo impossível.

Não espere um espetáculo visual que nem foi visto na franquia "John Wick", já que está nem é a proposta do realizador, mas sim em retratar um profissional que se desliga dos seus próprios sentimentos para não confiar em ninguém, seja ele homens ou mulheres.  Michael Fassbender nos brinda com uma atuação calculada, onde cada expressão do olhar do seu personagem nos transmite, tanto os momentos de segurança, como também da mais pura confusão mental e que serve de preludio sobre o que virá em seguida. Para aqueles que esperam um pouco de ação aguarde a cena de luta dentro de uma casa e cujo visual mais parece retirado do já citado e sempre lembrado "Clube da Luta".

Curiosamente, o filme é recheado com diversos personagens coadjuvantes curiosos e sendo que alguns deles são interpretados por grandes astros. A nossa Sophie Charlotte, vista recentemente no ótimo "Eu Sou Gal" (2023) possui uma participação pequena, porém, crucial para o movimento das peças principais da trama e que movem o protagonista para diversas direções. Mas é novamente a veterana Tilda Swinton que coloca o filme no bolso nos poucos minutos que surge na tela e não se intimidando nenhum pouco com Michael Fassbender em cena.

Vale salientar que o filme possui uma trama e um final que é bem anti hollywoodiano para os padrões habituais, principalmente perante uma geração que vive acostumada ao óbvio.  David Ficnher procura não facilitar com relação ao que ele cria e ao que apresenta ao púlbico, mesmo quando o seu final não se equipara a outras grandes obras que falam do ser humano vs sistema como um todo. Pode até não ser o melhor filme de sua carreira, mas é um longa que busca dialogar com a gente muito mais do que qualquer Blockbuster que é lançado hoje em dia.

"O Assassino" é um filme que nos convida a entender as motivações do seu protagonista, mesmo quando algumas delas são politicamente incorretas. 

Onde Assistir: Netflix

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 21 A 29 DE DEZEMBRO

ATENÇÃO A PARTIR DE 30/12 ENTRAREMOS EM RECESSO ATÉ FEVEREIRO DE 2024.  AGRADECEMOS O APOIO E PRESENÇA DE TODOS AQUI CONOSCO FAZENDO E CONHECENDO  UM CINEMA PARECIDO COM A GENTE! ESPERAMOS VOCES EM 2024!

ESTREIA:

PROPRIEDADE

Brasil/Drama/20  /100min.

Direção: Daniel Bandeira

Sinopse: Teresa e seu marido viajam para a fazenda da família para se refugiar da violência urbana. Mas lá se deparam com uma revolta dos trabalhadores locais, alarmados pela perda iminente de suas casas. Teresa se tranca em seu carro blindado, incapaz de dar a partida, enquanto os trabalhadores tentam comunicar-se com ela - ou tirá-la à força. A camada de blindagem que separa esses dois universos pode não ser suficiente para conter o medo e a violência que cresce a cada minuto.

Elenco: Malu Galli, Tavinho Teixeira, Ane Oliva


EM CARTAZ:

PEDÁGIO

Brasil/Portugal/Drama/2023/ 101 min.

Direção: Carolina Markowicz

Sinopse: Mulher precisa juntar dinheiro para mandar o filho para um lugar que promove uma cura gay, ministrado por um famoso pastor estrangeiro. Para isso, ela começa a burlar a lei em seu trabalho, como cobradora de pedágio.

Elenco: Maeve Jinkings, Kauan Alvarenga e Thomás Aquino


HORÁRIOS DE 21 A 29 DE DEZEMBRO (não há sessões nas segundas-feiras):


15h: PEDÁGIO

17h: PROPRIEDADE

19h: PROPRIEDADE


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


ATENÇÃO: NAS QUINTAS-FEIRAS TODOS PAGAM MEIA ENTRADA EM TODAS AS SESSÕES!


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Cine Dica: Streaming - 'O Mundo Depois de Nós'

Sinopse: As férias de uma família são perturbadas quando dois estranhos chegam à noite, em busca de refúgio contra um ataque cibernético que se torna mais assustador a cada minuto, forçando todos a aceitarem o seu lugar num mundo em colapso. 

Tanto o mundo "pós - 11 de setembro" como também os tempos de Covid serviram de inspiração para a realização de diversos filmes que fizessem um retrato sobre o fim do mundo. Curiosamente, alguns casos não caem no convencional, mas sim fazem um paralelo sobre o que realmente acontece em nossa sociedade atual, que vai desde a questões políticas, alienação e perda dos valores universais. "O mundo Depois de Nós" (2023) é um filme apocalíptico que mostra a impotência do homem perante o não funcionamento dos seus principais recursos e se colocando à deriva sobre o que realmente está acontecendo.

No filme, o casal Amanda (Julia Roberts) e Clay (Ethan Hawke) e seus filhos vão passar o final de semana em uma mansão de luxo. Tudo vai bem até que um apagão traz dois desconhecidos com notícias de um grande ataque cibernético transformam o feriado em um inferno. G.H. (Mahershala Ali) e Ruth (Myha'la) chegam à casa desesperados por abrigo, alegando que a casa é deles e precisam entrar para se protegerem da grande ameaça invisível que arrisca a vida de todos. O filme é baseado no livro "Leave The World Behind", do autor Rumaan Alam. 

Sam Esmail se tornou um diretor conhecido ao realizar a elogiada série "Mr. Robot" (2015) e do qual sintetiza sobre a paranoia de todos estarmos sendo vigiados através do mundo da internet. Aqui acontece o inverso, ao se criar uma realidade em que os recursos são todos cortados, ao ponto de colocar os protagonistas sem saber o que fazer, pois eles pertencem a realidade do universo conectado e uma vez desprendidos a isso acabam ficando totalmente perdidos. Se no mundo real a queda do whatsapp já provoca certo transtorno o que dizer então de toda a rede desligada no mundo todo.

Sam Esmail não tem pressa em revelar sobre o que realmente está acontecendo e por conta disso nos lança diversas teorias, desde ataques cibernéticos, como também o envolvimento de uma grande potência contra os EUA. Ao mesmo tempo, o filme revela a faceta real do ser humano atual, do qual o mesmo não confia em ninguém, a não ser cuidar de si mesmo e não se envergonhando de ser um egoísta para dizer o mínimo. Se por um lado isso é representado por uma Julia Robert completamente paranoica contra tudo e a todos, o que dizer então do personagem de Kevin Bacon que já estava preparado para tudo antes mesmo de acontecer e sendo uma representação de uma sociedade norte americana paranoica com relação as diversas teorias de conspiração.

O filme ganha a nossa atenção graças aos momentos inusitados que nos diz que algo estranho está acontecendo, desde um navio desgovernado atingir a beira da praia, como também a queda repentina de um avião. O filme somente derrapa quando procura dar mais tempo ao desenvolvimento dos protagonistas, mesmo quando eles já se encontram estabelecidos em cena. Tudo, logicamente, é uma forma de nos identificarmos com os respectivos personagens, mesmo quando algumas passagens soem desnecessárias para dizer a verdade.

Porém, o filme é aquela típica produção que não nos dá soluções fáceis, principalmente com relação ao seu encerramento e que irá dividir completamente o público. Se por um lado o final aparenta não nos trazer nenhum conforto, do outro, no meu entendimento, talvez seja a hora da sociedade repensar em voltar em colocar em prática velhos valores quase extinguidos antes que todos sejamos consumidos pelo sistema da conectividade e que anda nos deixando cada vez mais alienados. Posso estar errado, mas a meu ver é um bom argumento.

"O mundo Depois de Nós" é um filme apocalíptico não convencional, do qual não irá agradar a todos, mas que fará muitos discutirem sobre o que realmente assistiram.  

Onde Assistir: Netflix. 

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