No dia 30 e 1º de
Julho, estarei participando do curso O Cinema Surrealista de Luis Buñuel, criado
pelo CENA UM e ministrado pelo critico e escritor Mário Alves Coutinho. E enquanto
os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei, desse corajoso cineasta, que batia de frente com a igreja católica e que
se dizia ateu "graças a Deus".
Um Cão Andaluz
Sinopse: Um Cão
Andaluz"Uma sucessão de imagens sem significado lógico aparente. Em uma
seqüência, um jovem deseja uma mulher mas carrega o peso de seu passado. Em
outra, uma mulher insatisfeita reencontra seu amante numa praia. Ambos são
devorados por insetos.
Muitas pessoas, que
estão acostumadas a assistir filmes com seu começo, meio e fim, devem acabar
levando um verdadeiro tapa na cara, quando se assiste esse curta metragem que
entrou para a historia do cinema. Para começar, á historia não é linear, parecendo
mais um sonho filmado, onde inúmeras cenas que são apresentadas na tela, cada
pessoa interpretará de uma forma ao assisti-las. Exemplo clássico é famosa cena
de um homem cortando o olho de uma mulher com uma navalha, que
segundo a lenda conta, foi usado um olho de boi para a realização da cena.
O filme é dessa forma, graças
à união de Luis Buñuel e o artista Salvador Dali, um dos gênios das
artes surrealistas que até hoje impressiona. Com pouco mais de 15 minutos esse
filme deu o que falar em 1929 e abriu mais as portas para o cineasta, que
ousasse cada vez mais ao longo dos anos que viriam.
Curiosidades: O título do filme não
é arbitrário, nem resultou de uma piada. Possui estreita relação subconsciente
com o tema . Foi escolhido entre centenas de outros por ser o mais adequado.
Como curiosidade, vale mencionar que o título chegou a produzir obsessão entre
os espectadores - algo que não teria ocorrido se sua escolha tivesse sido
arbitrária.
A
Idade Do Ouro
Sinopse:
Primeiro longa-metragem do diretor Luis Buñuel, essa
obra surrealista tenta passar o desconforto e o espanto com imagens cruas de
morte, espancamento, fetichismo e, no final, um epílogo com um conto do Marquês
de Sade.
Em seu segundo filme Bunuel criou um filme mais controverso e causando
irá na igreja católica. Assim como
em Cão Andaluz, esse filme possui imagens surrealistas em abundancia, contudo
existe uma historia com certa compreensão, o que não impede de surgir na tela
imagens bizarras como de uma vaca em pleno quarto de uma das personagens. E o
que dizer então do epilogo! Baseado num conto do Marques de Sade, o personagem
que surge em meio a um conto erótico e tem justamente a cara de Jesus Cristo.
Nem preciso dizer como a igreja reagiu, mas o filme é uma das obras primas
absolutas do diretor.
Curiosidades: Na época do
lançamento, os fundamentalistas católicos e burgueses da época
invadiram o cinema, destruíram quadros de uma exposição sobre o Surrealismo,
rasgaram poltronas e atiraram bombas sobre a tela. Desse ato de barbárie e
vandalismo resultou a proibição da A Idade do Ouro por longuíssimos cinqüenta
anos. E isso num país como a França. É, seguramente, o maior caso de interdição
de um filme em toda a história do cinema.
Um comentário:
Nunca gostei especialmente do surrealismo de Buñuel. Gosto mais dos seus filmes franceses dos anos 60 que focam a sexualidade.
O Falcão Maltês
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