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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sábado, 29 de abril de 2023

Cine Especial: Revisitando 'O Império do Sol'

Às vezes é difícil descrever sobre determinadas situações através de nossas lembranças, pois as vezes nós não sabemos ao certo por onde elas começam. Com relação aos filmes que passavam na tv, cada exibição era um verdadeiro acontecimento, mesmo quando eu pegava pela metade da obra como um todo. "O Império do Sol" (1987) é um desses casos que não peguei a exibição desde o início, mas bastou eu começar assisti-lo que me marcou profundamente em todos os sentidos.

Dirigido pelo mestre Steven Spielberg, e baseado na obra de J G. Ballard, o filme conta a história de Jim Graham (Christian Bale), um garoto de 11 anos de uma família inglesa que vive no Oriente. Jim tem um padrão de vida alto, mas de repente é separado de seus pais em virtude da China ser invadida pelo Japão. Isto o força a se defender e o obriga a crescer, tornando-se então um sobrevivente em um campo de concentração com rígidas regras.

A tentativa de filmar na China consumiu vários meses de negociações por parte de Steven Spielberg, que só recebeu a autorização após as autoridades locais assistirem a vários filmes do diretor, que eram desconhecidos na China até aquela época. O esforço valeu muito a pena, já que o filme é um daqueles tipos de superprodução que não se fazem mais hoje em dia, onde os realizadores procuravam realmente colocar a mão na massa e não dependendo do CGI como se faz hoje em dia. Ao lado de "Gandhi" (1982), o filme de Steven Spielberg pode ser apontado facilmente como uma das últimas produções épicas de proporções monumentais em que se realmente usavam inúmeros figurantes de verdade e dando maior verossimilhança em cenas que até hoje nos impressiona.

Como sempre, o diretor usa e abusa de diversos planos-sequências, sendo que um deles começa já na abertura, onde vemos coroas de flores boiando na água de forma enigmática, para logo depois nos revelar uma situação mais mórbida. Não demora muito para conhecermos Jim, um garoto de família rica Inglesa e da qual sempre lhe davam o que ele queria. Porém, é curioso observar como ele tem uma curiosidade com relação as pessoas que passam por necessidades, principalmente em tempos em que a guerra entre Japão e China a recém estava começando.

A partir do momento em que o conflito realmente explode isso faz com que o nosso pequeno protagonista se separe de sua família e é então que testemunhamos um Jim que foi obrigado a despertar, pois se não fosse isso iria logo perecer. Da casa abandonada até os campos de concentração, vemos um Jim se transformar psicologicamente e fisicamente, ao ponto que ele acaba se tornando uma mera sombra do que já tinha sido um dia. Competindo com mais de cinco mil crianças pelo papel, o até então desconhecido Christian Bale estreia com o pé direito no cinema através dessa obra e arrisco dizer que ainda hoje é uma de suas melhores atuações da carreira.

A gente se assusta da forma como ele começa a enxergar aquela realidade da guerra, onde ele usa toda a sua criatividade para sobreviver e ajudar o seu próximo, mas não escondendo através do seu olhar o quanto esse mundo está lhe afetando. Curiosamente, Jim pertence ao lado da elite, mais precisamente dos colonizadores Ingleses e que nunca se imaginava na possibilidade de passar por necessidades. Porém, ao mesmo tempo, já demonstrava certo interesse em assuntos que não faziam parte de sua idade, desde a questão da existência ou não de Deus, como também na possibilidade de um dia estar do outro lado daqueles que lutavam pelo seu próprio pão.

Nesta cruzada ele acaba conhecendo personagens curiosos, desde o trambiqueiro Basie, interpretado magistralmente por John Malkovich, como também a figura de um jovem soldado japonês que possui a mesma paixão de Jim, mais precisamente com relação aos aviões kamikaze. Ambos, aliás, são dois lados da mesma moeda, onde no princípio enxergam a grandiosidade da guerra através desses incríveis veículos aéreos, mas logo conhecendo o outro lado sujo e grotesco. Embora tenha sido lançado em tempos em que hollywood ainda retratava outros povos de forma incoerente, é curioso observar que aqui há um respeito de ambos os lados do conflito, pois chega um ponto neste cenário que nada mais faz sentido, a não ser sobreviver com o que tem e proteger o seu próximo.

Voltando a minha infância, eu assisti a esse filme em uma época que o meu pai trabalhava de noite e minha mãe estava assistindo ao filme sozinha na sala. Acordei e decidi acompanhar a obra mais precisamente no momento em que ocorre o ataque aéreo no campo de concentração. Antes disso há uma maravilhosa cena em que Jim canta a mesma canção na abertura do filme diante de pilotos kamikaze que se preparam em voar para a morte. Após isso há um verdadeiro êxodo de diversos ingleses indo em direção ao deserto e onde o nosso protagonista começa a cada vez mais perder o controle de tudo.

Porém, a cena final é para mim um dos momentos mais inesquecíveis da minha infância quando testemunhei esse filme. Jim reencontra os seus pais em um abrigo onde se tinha diversas crianças perdidas durante a guerra e é então que ele abraça a sua mãe e testemunhamos o seu olhar cheio de cicatrizes emocionais e das quais fecham para finalmente descansar. Curiosamente, ao menos na minha lembrança, a cena parecia muito mais longa, mas talvez pelo fato que para uma criança inocente como eu testemunhar aquilo era algo muito emocional e do qual levei comigo até poder revisitar a obra recentemente e fazendo me dar conta o quanto ela ainda é impactante.

Embora não tenha sido um grande sucesso na época, "Império do Sol" é um dos filmes mais emocionais da carreira de Steven Spielberg, onde horror de um conflito tira a inocência de uma criança e fazendo dela alguém muito maior do que ela imaginava. 

Onde assistir: Pelo HBO MAX e lançado recentemente em mídia física em DVD e Blu-Ray .


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sexta-feira, 28 de abril de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (28/04/2023)

OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – SAINT SEIYA – O COMEÇO

Sinopse: Cavaleiros do Zodíaco traz a saga de Saint Seiya para a tela grande em live-action pela primeira vez. Seiya (Mackenyu), um obstinado adolescente de rua, passa seu tempo lutando por dinheiro enquanto procura por sua irmã sequestrada. Quando uma de suas lutas inadvertidamente explora poderes místicos que ele nunca soube que tinha, Seiya se vê lançado em um mundo de santos guerreiros, treinamento mágico antigo e uma deusa reencarnada que precisa de sua proteção. 



RENFIELD – DANDO SANGUE PELO CHEFE

Sinopse: Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe é um filme de comédia, terror e fantasia sombria, que conta a história de Renfield (Nicholas Hoult), o leal capanga do temido Conde Drácula (Nicolas Cage). Renfield se dedica totalmente a servir o Conde e obedece prontamente todas as suas ordens, incluindo encontrar as presas perfeitas para que o vampiro possa continuar vivendo por toda a eternidade. Porém, após tantos séculos de servidão, Renfield finalmente tem um momento de lucidez e decide que quer deixar seu posto para começar uma nova vida longe do “chefe” - vontade que se intensifica ainda mais quando ele acaba se apaixonando.



DEIXADOS PARA TRÁS: O INÍCIO DO FIM

Sinopse: Seis meses atrás, milhões de pessoas desapareceram sem deixar vestígios e o caos tomou conta do mundo. Muitos acreditam que o governo está por trás de tudo, outros defendem que a Bíblia já havia previsto os desaparecimentos há milhares de anos. Desesperado por respostas em um mundo cheio de medo e mentiras, o jornalista Buck Williams (Greg Perrow) decide ir até o fim em busca da verdade e de salvação.


NINGUÉM É DE NINGUÉM

Sinopse: Baseado no livro homônimo de Zíbia Gasparetto, Ninguém é de Ninguém segue o casal Gabriela (Carol Castro) e Roberto (Danton Mello), casados e com dois filhos. Roberto perdeu o emprego e quem sustenta a casa é Gabriela, mas com o passar do tempo ele se vê preso a um ciúme doentio pela esposa, seguindo-a em qualquer lugar, fantasiando que sua esposa está tendo um caso com o chefe dela. Dr. Renato (Rocco Pitanga) e sua esposa Gioconda (Paloma Bernardi) também são um casal que está passando por dificuldades. O ciúme, o desespero e a falta de confiança fazem com que esses dois casais tenham suas vidas entrelaçadas por mentiras, relacionamentos desgastantes e tragédias. A medida que os cônjuges se prendem a fantasias irreais de seus pares, a história vai se desenvolver.


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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'A MORTE DO DEMÔNIO – A ASCENSÃO'

Sinopse: Um conto distorcido de duas irmãs distantes cujo reencontro é interrompido pela ascensão de demônios possuidores de carne, empurrando-as para uma batalha primordial pela sobrevivência enquanto enfrentam a versão mais aterrorizante da família imaginável. 

Sam Raimi havia tirado leite da pedra quando lançou o seu primeiro "A Morte do Demônio" (1981), pois o orçamento era minúsculo, sendo estrelado por amigos da faculdade e dentre eles estava o seu maior astro Bruce Campbell. O filme acabou se tornando um grande sucesso por onde passou, ao ponto de o realizador fazer uma continuação, ou remake, em 1987 e tendo maior liberdade para a realização das cenas, desde ao fato de potencializar o seu movimento de câmera e que até hoje ninguém consegue fazer igual. Fechando como uma espécie de trilogia em 1992, o livro dos mortos e seus demônios levariam muito tempo para retornar ao cinema.

Foi somente em 2013 que Sam Raimi decidiu trazer novamente o seu universo macabro de volta, mas somente na produção e deixando a direção a cargo do cineasta Fede Alvarez. Diferente da obra original, o filme se distanciava do humor que existia na trilogia clássica e se entregando por completo ao mais puro terror, com muita violência, mutilações e muito gore. É então que se passaram mais dez anos e chega agora "À Morte do Demônio - Ascensão" (2023), filme que não traz o mesmo frescor de originalidade do clássico, mas não significa que não seja bem-vindo.

No filme, Beth (Lily Sullivan) vai até Los Angeles para visitar sua irmã mais velha, Ellie (Alyssa Sutherland), que mora com os três filhos em um pequeno apartamento. Com uma relação distante, essa seria a oportunidade para uma reaproximação entre as irmãs. Porém, o reencontro toma um rumo macabro quando elas encontram um livro antigo que dá vida a demônios possuidores de carne. Agora, para sobreviverem, serão forçadas a enfrentar uma versão aterrorizante da família.

Embora seja uma produção de Sam Raimi e Bruce Campbell, se percebe que o diretor convidado Lee Cronin teve liberdade para brincar com aquele universo de sua maneira, mas que ao mesmo tempo remete alguns elementos clássicos. Porém, na abertura por exemplo, o realizador nos prega uma verdadeira pegadinha, já que acreditamos que novamente a trama principal irá se passar em uma típica cabana, quando na verdade ocorrerá em um apartamento. O cenário muda, mas todas as fórmulas de sucesso dos filmes anteriores estão de volta, desde ao fato de um dos personagens achar um livro e uma gravação que não poderia ser lido e ouvido, como também das possessões começarem quando a câmera corre rapidamente em direção a sua primeira vítima.

Curiosamente, a gente acredita em um primeiro momento que o longa irá ser um verdadeiro terror teen, já que tem criança no meio, mas logo isso é jogado para o lado quando começam as primeiras fortes cenas de violência e sendo orquestradas pela assombrosa atuação de Alyssa Sutherland. Diferente dos filmes anteriores, aqui temos uma atriz de calibre forte e se entregando em todas as formas ao passar para a gente alguém que se tornou o puro mal em pessoa. Atenção para a cena em que ela se encontra no corredor do prédio e orquestrando um verdadeiro inferno.

Porém, Lily Sullivan não fica muito atrás, ao construir para a sua personagem alguém que terá que deixar de lado os seus temores pessoais e ter que encarar algo que a própria não consegue entender. O filme tem tempo ainda de falar sobre assuntos espinhosos atuais, desde ao fato de ser responsável por alguém, como também na questão de ter ou não filhos. Se isso pode soar meio que forçado ao ser inserido dentro do roteiro, ao menos isso serve como desculpa para que a protagonista tenha forças para sair viva desça situação bizarra.

Tecnicamente o filme flui sublimemente com os seus efeitos práticos, desde ao usar animatrônicos como também a velha e boa maquiagem que nunca fica devendo. Além disso, principalmente para os fãs da trilogia original, aguardem por referencias clássicas, desde ao fato de haver em cena espingardas, serra elétrica e até mesmo homenagens aos outros clássicos do gênero, desde ao "O Iluminado" (1980) como também "O Enigma do Outro Mundo" (1982). Como não poderia deixar de ser, o filme deixa um gancho para uma inevitável continuação, mas isso é outra história para ser contada mais adiante.

"A Morte do Demônio - Ascensão" não traz nada de novo a franquia, mas nem por isso que irá deixar de ser um filme assustador e que irá agradar os novos e os velhos fãs do universo criado por Sam Raimi.    

   


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 27 DE ABRIL a 03 DE MAIO

 ESTREIA:


JAIR RODRIGUES – DEIXA QUE DIGAM

Brasil/ Documentário /90 min.

Direção: Rubens Rewald

Classificação Indicativa: 10 anos

Sinopse:A história de Jair Rodrigues, um dos mais conhecidos e influentes cantores brasileiros. Com um sorriso franco e versatilidade sem igual, cantou samba, MPB, rap, sertanejo e fez história revolucionando os palcos com apresentações anárquicas e irreverentes. A figura de Jair faz emergir um Brasil presente no imaginário popular, um país marcado pela simplicidade, alegria e otimismo. Onde foi parar esse Brasil? É possível reencontrá-lo?

Elenco: Armando Pittigliani, Bruno Baronetti, Carlinhos Creck, Claudine Mello Rodrigues, Cristiane Paoli Quito, Giba Favery, Hermeto Pascoal, Jair Oliveira, Jairo Rodrigues, Lady Lu, Luciana Mello, Marat Descartes, Marcelo Maita, Mister Sam, Moises da Rocha, Padre Pedro (falta sobrenome), Paulinho Daflin, Pedro Mello, Rappin' Hood, Raul Gil, Roberta Miranda, Salloma Salomão, Solano Ribeiro, Theo de Barros, Wilson Simoninha, Zuza Homem de Mello.


EM CARTAZ:


O PASTOR E O GUERRILHEIRO

Brasil/Drama/2022/115min.

Direção: José Eduardo Belmonte

Classificação Indicativa: 14 anos

Sinopse: Em 1968, o jovem comunista João deixa a universidade e vai para uma guerrilha na Amazônia. É preso, torturado e enviado para a prisão em Brasília, onde encontra Zaqueu, um cristão evangélico preso por engano. Eles sofrem juntos, superam diferenças ideológicas, se ajudam e marcam um encontro para 27 anos depois, à meia-noite, na virada do milênio, em cima da Torre de TV de Brasília - mas João morre em um acidente de carro, em 1990. Em 1999, um velho coronel do exército suicida-se e deixa parte de sua herança para Juliana, filha bastarda fruto de seu relacionamento com a antiga empregada da casa. Através de um livro encontrado na casa, ela descobrirá que seu falecido pai foi o torturador dos dois jovens no passado e que o encontro marcado entre os rapazes não ocorrerá. O destino colocou Juliana na história e o encontro marcado terá um desfecho diferente do que foi combinado.

Elenco: Johnny Massaro,Cesar Mello,Julia Dalavia


RIO DOCE


Direção: FELLIPE FERNANDES

Classificação indicativa:

Sinopse: Tiago é um jovem trabalhador que descobre a identidade do pai ausente, quando conhece as suas meias irmãs, fato que o leva a questionar a sua própria identidade às vésperas de completar 28 anos. Morando em Rio Doce, na periferia de Olinda, região metropolitana do Recife, ele luta para encontrar seu lugar no mundo. Nesse processo, ele fortalece laços afetivos, transformando assim sua forma de ser e de ver o mundo.

Elenco: Okado do Canal, Cíntia Lima, Carlos Francisco


HORÁRIOS DE 27 DE ABRIL A 03 DE MAIO(não há sessões nas segundas-feiras):


15h: RIO DOCE

17h: O PASTOR E O GUERRILHEIRO

19h: JAIR RODRIGUES – DEIXA QUE DIGAM


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 27 DE ABRIL A 3 DE MAIO DE 2023 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES


SALA PAULO AMORIM


FANTASPOA – FESTIVAL DE CINEMA FANTÁSTICO DE PORTO ALEGRE

Programação de filmes dedicados ao gênero fantástico, incluindo terror, fantasia e ficção científica.

SESSÕES ATÉ O DIA 30 DE ABRIL ÀS 14h, 15h30, 17h30 E 19h30.

FESTIVAL FILMELIER NO CINEMA

Programação com 20 filmes inéditos, de vários países, apresentado por distribuidoras independentes.

AS SESSÕES SERÃO EXIBIDAS DE 2 A 17 DE MAIO.


TERÇA, DIA 2


15h - A NOITE DO DIA 12

(La nuit du 12, França, 2020, 105 min.) Direção de Dominik Moll, com Bastien Bouillon, Bouli Lanners, Théo Cholbi. Drama, Comédia. 14 anos.

Sinopse: Diz-se que todo investigador tem um crime que o persegue, um caso que o machuca mais do que os outros, sem que ele necessariamente saiba o porquê. Para Yohan esse caso é o assassinato de Clara.


17h05 – SEM URSOS

(Khers nist, Irã, 2022, 106 min.) Direção de Jafar Panahi, com Jafar Panahi, Naser Hashemi, Vahid Mobasheri. Drama.

Sinopse: Duas histórias de amor paralelas nas quais os parceiros são frustrados por obstáculos ocultos e inevitáveis, a força da superstição e a mecânica do poder.


19h – RODEO

(Rodeo, França, 2022, 105 min.) Direção de Lola Quivoron, com Julie Ledru, Yannis Lafki, Antonia Buresi, Cody Schroeder. Drama.

Sinopse: Feroz e independente, Julia encontra escape na paixão por motocicletas e no mundo dos rodeios urbanos - encontros proibidos onde os pilotos exibem suas motos e acrobacias ousadas. Ao mostrar seu talento para aplicar golpes e roubar motos, Julia se vê envolvida em um grupo clandestino e inconsequente. Lutando para provar seu valor nesse universo ultra masculino, ela enfrentará uma série de desafios arriscados, que definirão ou destruirão seu lugar na comunidade.


QUARTA, DIA 3


15h - UMA NOITE EM HAIFA

(Laila in Haifa, Israel, França, 2020, 99 min.) Direção de Amos Gitai, com Maria Zreik, Khawla Ibraheem, Bahira Ablassi.

Sinopse: O premiado diretor israelense Amos Gitaï nos leva em uma noite pelas ruas agitadas de Haifa, onde testemunhamos as histórias entrelaçadas de cinco mulheres desafiando rótulos em seus relacionamentos e identidades pessoais.


17h – RODEO

(Rodeo, França, 2022, 105 min.) Direção de Lola Quivoron, com Julie Ledru, Yannis Lafki, Antonia Buresi, Cody Schroeder. Drama.

Sinopse: Feroz e independente, Julia encontra escape na paixão por motocicletas e no mundo dos rodeios urbanos - encontros proibidos onde os pilotos exibem suas motos e acrobacias ousadas. Ao mostrar seu talento para aplicar golpes e roubar motos, Julia se vê envolvida em um grupo clandestino e inconsequente. Lutando para provar seu valor nesse universo ultra masculino, ela enfrentará uma série de desafios arriscados, que definirão ou destruirão seu lugar na comunidade.


19h - HERÓI DE SANGUE

(Tirailleurs, França, Senegal, 2022, 98 min.) Direção de Mathieu Vadepied, com Omar Sy, Alassane Diong, Jonas Bloquet. Guerra, Drama histórico. 14 anos.

Sinopse: Baseado no passado que a França gostaria de esquecer, um pai senegalês fará de tudo para salvar seu filho de 17 anos recrutado à força para lutar pelos franceses na Primeira Guerra Mundial.

SALA EDUARDO HIRTZ


15h – BELCHIOR – APENAS UM CORAÇÃO SELVAGEM Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 90min). Documentário de Natália Dias e Camilo Cavalcanti. Clariô Filmes. 14 anos.

Sinopse: Antonio Carlos Belchior Fontenelle Fernandes (1946 – 2017), mais conhecido como Belchior, ganha um autorretrato que mergulha no coração selvagem do poeta, cantor e compositor cearense. Com suas canções geniais e suas ideias cortantes, ele marcou e ainda marca a vida de muita gente.


16h45 – JAIR RODRIGUES – DEIXA QUE DIGAM Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2020, 100min). Documentário de Rubens Rewald, com as participações de Hermeto Pascoal, Jair Oliveira, Jairo Rodrigues, Lady Lu, Luciana Mello. Elo Filmes, 10 anos.

Sinopse: A trajetória musical de Jair Rodrigues (1939 – 2014) é revista por meio de imagens que marcaram a música brasileira, como a parceria com Elis Regina no programa “O Fino da Bossa” nos anos 1960 ou a interpretação da vitoriosa “Disparada”, no Festival da TV Record. Mas é nos depoimentos de amigos e familiares que se revela a alma deste paulista sorridente, que trabalhou na roça até os 10 anos, foi alfaiate e engraxate e soube marcar posição como artista nos anos da ditadura militar.


18h30 – A ESPOSA DE TCHAIKOVSKY Assista o trailer aqui.

(Zhena Chaikovskogo – Rússia/ França/ Suíça, 2022, 143min). Direção de Kirill Serebrennikov, com Alyona Mikhailova, Odin Lund Biron e Miron Fedorov. Imovision, 16 anos. Drama.

Sinopse: Antonina Miliukova é uma jovem bonita e inteligente que pertence a uma família da aristocracia russa. Apesar de ter o mundo a seus pés, seu maior sonho é se casar com o compositor Pyotr Tchaikovsky (1840 – 1893). O músico aceita o casamento para acabar com os rumores sobre sua sexualidade, mas, à medida em que o tempo passa, a relação fica insustentável. O filme é baseado no livro “Antonina Tchaikovsky: História de uma Vida Esquecida”, de Valeri Sokolov, e destaca o trabalho de Serebrennikov - que também é diretor de ópera e teatro – à frente de um filme de época.


SALA NORBERTO LUBISCO


14h30 - O PASTOR E O GUERRILHEIRO Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 110min). Direção de José Eduardo Belmonte, com Johnny Massaro, Cesar Mello, Julia Dalavia. A2 Filmes. 14 anos. Drama.

Sinopse: Em 1968, o jovem comunista João deixa a universidade e vai para uma guerrilha na Amazônia. É preso, torturado e enviado para a prisão em Brasília, onde encontra Zaqueu, um cristão evangélico preso por engano. Eles sofrem juntos, superam diferenças ideológicas, se ajudam e marcam um encontro para 27 anos depois, à meia-noite, na virada do milênio, em cima da Torre de TV de Brasília. O filme foi selecionado para a competição nacional do 50° Festival de Cinema de Gramado.


17h – CLOSE Assista o trailer aqui.

(Bélgica/França/Holanda, 2022, 105min). Direção de Lukas Dhont, com Eden Dambrine, Gustav De Waele, Émilie Dequenne. O2 Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Léo e Rémi, de 13 anos, são inseparáveis - melhores amigos e próximos como irmãos. Mas, quando começam um novo ano escolar, as pressões da adolescência desafiam este vínculo tão fraterno, gerando consequências inesperadas e de longo alcance. O filme é um dos cinco indicados ao Oscar de melhor longa internacional.


19h – O COLIBRI Assista o trailer aqui.

(Il Colibri - Itália, 2023, 125min). Direção de Francesca Archibugi, com Pierfrancesco Favino, Kasia Smutniak, Bérénice Bejo. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Adaptação do romance homônimo de Sandro Veronesi, o filme segue a jornada de Marco Carrera, mais conhecido como Colibri. Sua vida, como a de muitas pessoas, é marcada por grandes desafios e adversidades, conquistas e paixões. A história é contada por meio de memórias que conduzem o espectador de um período para outro, num tempo que vai do início dos anos 1970 ao futuro próximo.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 26 de abril de 2023

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'A Esposa de Tchaikovsky'

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 29/04/2023, sábado, às 10:15 da manhã


"A Esposa de Tchaikovsky" (Zhena Chaikovskogo)

Rússia/ França/ Suíça, 2022, 143 min, 16 anos

Direção: Kirill Serebrennikov 

Elenco: Alyona Mikhailova, Odin Lund Biron e Miron Fedorov 

Sinopse: Antonina Miliukova é uma jovem bonita e inteligente que pertence a uma família da aristocracia russa. Apesar de ter o mundo a seus pés, seu maior sonho é se casar com o compositor Pyotr Tchaikovsky (1840 – 1893). O músico aceita o casamento para acabar com os rumores sobre sua sexualidade, mas, à medida em que o tempo passa, a relação fica insustentável. O filme é baseado no livro “Antonina Tchaikovsky: História de uma Vida Esquecida”, de Valeri Sokolov, e destaca o trabalho de Serebrennikov - que também é diretor de ópera e teatro – à frente de um filme de época.

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Cine Dica: Em Cartaz - 'O Chamado 4: Samara Ressurge'

Sinopse:  Ayaka Ichijo, uma estudante de ensino médio que, após assistir a uma fita de vídeo amaldiçoada, tem só 24 horas para quebrar a maldição e salvar a irmã. 

O cinema de horror se encontra atualmente em seu melhor momento, principalmente quando é comandado por cineastas autorais como Jordan Peele  e Ari Aster. Porém, infelizmente, vivemos também em tempos que o cinemão norte americano se sustenta através de franquias e basta um filme fazer um grande sucesso para gerar continuações desnecessárias. Basta lembrarmos, por exemplo, do ótimo e humilde filme independente "Atividade Paranormal" (2007) que foi gerando continuações que foram cada vez piorando ao longo dos anos.

Hollywood, por sua vez, vive em um estado de falta de ideias novas para se criar bons filmes e, portanto, se rende em até mesmo fazer refilmagens de sucesso do mundo a fora. Belo exemplo disso foi o filme "O Chamado" (2004), apontado por alguns como um dos grandes filmes de horror do início do século vinte um, mas que era uma refilmagem de um filme japonês lançado em 1998 e que era baseado em um livro de Kôji Suzuki de 1991. Pois bem, depois de duas continuações norte americanas chega agora "O Chamado 4:  Samara Ressurge" (2022), mas cujo título é o maior fake news do cinema recente.

Dirigido por  Hisashi Kimura, o filme conta a história de Ayaka Ichijo (Fuka Koshiba), uma estudante que é cética em relação ao vídeo e à lenda que o cerca, que se tornou uma sensação viral. Ela logo descobre que sua irmã Futaba (Yuki Yagi) viu uma cópia da fita e descobre que a morte dela não ocorrerá em sete dias, mas em 24 horas, levando-a a desvendar a maldição de Sadako para salvá-la, ela está acompanhada de seu namorado Oji Maeda (Kazuma Kawamura), bem como o talentoso médium e cartomante Mestre Kenshin (Hiroyuki Ikeuchi).

Para aqueles que não sabem esse na verdade é o nono filme da franquia japonesa lançado por lá e dando continuidade aos eventos que já foram vistos nos filmes anteriores. Portanto, para aqueles que achavam que era uma continuação do terceiro filme da versão americana é bom se sentir lesado, pois realmente foi um jogo de marketing escancarado para dizer o mínimo. Uma vez embarcando na brincadeira de mal gosto acabamos nos defrontando com diversos clichês que acabam se tornando difíceis de ver.

Para começar o filme não mete medo, sendo que a trama transita até mesmo por momentos de humor e sendo representados pelas atuações canastronas de seus intérpretes principais. O filme mais parece um cruzamento com a franquia já estabelecida com outra conhecida que é "Sobrenatural" (2010), sendo que o médium e cartomante que surge na trama nos passa uma sensação de Déjà vu principalmente em sua primeira cena. Se o elenco não ajuda, tão pouco a figura da menina com os seus clássicos cabelos pretos molhados, sendo que a fórmula do seu sucesso já se desgastou há muito tempo.

O filme só serve para aqueles que respiram terror e não se preocupando com a qualidade do roteiro, mas sim de todas as vezes que a menina fantasmagórica surge em cena. A meu ver, ela anda precisando tirar umas férias e voltar para o seu poço infinito, pois aqui em cima não há nada a oferecer, a não ser se contentar com o obvio. "O Chamado 4: Samara Ressurge" é a maior pegadinha recente do cinema, dispensável e não provocadora de nenhum susto válido. 


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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Para’í'

Sinopse: Pará, uma menina guarani, encontra por acaso um milho guarani tradicional, que nunca havia visto. Ela se encanta com a beleza das sementes coloridas do milho e busca cultivá-lo.  

Durante a Quarta Série a nossa professora não ensinava que o Brasil foi descoberto por Pedro Alvares Cabral, mas sim que foi invadido. Desta invasão quem saiu perdendo foram os verdadeiros donos, ou seja, os indígenas e que desde então vivem pela luta em busca do direito pelas suas terras e manterem as suas tradições intactas. Embora inocente em alguns momentos, "Para’í" (2023) é uma forma singela em retratar a juventude desse povo que ainda mal sabe o quanto sofreram para se manterem vivos.

Dirigido por Vinicius Toro, o filme conta a história de Pará, menina guarani que encontra por acaso um milho guarani tradicional, que nunca havia visto e, encantada com a beleza de suas sementes coloridas, busca cultivá-lo. A partir dessa busca ela começa a questionar seu lugar no mundo, quem ela é, por que fala português e não guarani, por que é diferente dos colegas da escola, por que seu pai vai à igreja Cristã, por que moram numa aldeia tão perto da cidade, por que seu povo luta por terra.

O filme apresenta a pequena jovem protagonista de forma natural, desde ao fato de sair de casa para estudar com a sua amiga, como também colocar em prática os seus deveres de casa. Aos poucos percebemos que ela pertence ao povo indígena, mas do qual não se encontram em suas típicas tendas, mas sim em uma vila qualquer e tendo que conviver com o que tem. Tudo é visto pela perspectiva da jovem, da qual em um primeiro momento busca compreender a real situação em que eles vivem, mas ao mesmo tempo mantendo os seus desejos como toda criança qualquer. Porém, o milho especial que ela encontra é uma espécie de estopim para que certas verdades venham à tona e cabe ela compreendê-las, seja através dos seus pais ou de seu sábio avô que é uma espécie de líder da comunidade.

Com um elenco todo indígena, o diretor Vinicius Toro soube muito bem transitar elementos de ficção com a pura realidade em que esse povo está vivendo, mas tudo através da perspectiva da inocência de uma menina e da qual busca compreender o seu lugar na vida. Curiosamente, existem vários planos que nos passam a sensação de que tudo está sendo documentado, assim como as atuações de alguns do elenco, como se estivessem agindo naturalmente e não só atuando. Neste último, o líder do povo indígena age naturalmente porque ele é realmente um sábio no mundo real, do qual vê que a única esperança pela sobrevivência é manter as suas velhas tradições e manter a ligação do seu povo com as raízes frescas desse mundo.

No geral, o filme é um convite para as pessoas de todas as idades em assistirem e refletirem o que o homem branco faz pelo lucro e não se importando sobre o destino dos verdadeiros donos dessa terra. Ao menos a pequena protagonista abraça uma esperança que, embora pequena, simbolize o desejo de um futuro melhor para ela e a sua família, mesmo quando tudo parece perdido. "Para’í" é sobre uma jornada particular de uma menina, que busca sobre suas raízes e o lugar do qual talvez ela ainda desconheça. 


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sexta-feira, 21 de abril de 2023

Cine Especial: 'Os Pássaros - 60 Anos Depois'

"Os Pássaros" é um dos filmes mais surpreendentes do mestre do suspense, Alfred Hitchcock, o mais violento e o que melhor se encaixa na categoria “terror” dentro de sua filmografia. Engraçado que o filme é baseado em um caso real de pássaros que atacaram pessoas em uma pequena cidade, mas que mesmo assim todos riram da ideia. Somente em 1975 um novo ataque havia acontecido e fazendo as pessoas se darem conta que a visão desses eventos elaborados por Hitchcock não era assim tão absurda.

Voltando ao filme. Melanie Daniels, interpretada pela modelo e estreante atriz Tippi Hedren, é uma socialite, filha do dono de um importante jornal de São Francisco, que é abordada em uma loja de aves pelo advogado Mitch Brenner, interpretado pelo ator Rod Taylor do clássico "A Máquina do Tempo" (1960), que resolve fazer uma brincadeira  com ela, já que o mesmo tinha conhecimento sobre ela através do tribunal, confundindo-a com uma atendente da loja, interessado em comprar um casal de periquitos para o aniversário de sua irmã. Entrando no jogo e querendo se passar pela tal atendente, Melanie cai na pegadinha e acaba nascendo um certo desejo entre os dois, quando a personalidade forte da garota e o jeito politicamente correto ao extremo de Mitch se encontram.

Todos esses eventos são para mostrar Melanie atraída por Mitch, e resolve comprar o tal casal de periquitos e levar até sua casa, quando descobre por meio de um vizinho, que ele passa os finais de semana na cidade costeira de Bodega Bay. É então que percebemos o quanto ela se torna persistente com relação a esse assunto, já que ela coloca o pé na estrada até Bodega Bay, depois aluga um barco que ela mesmo pilota só para conseguir chegar de surpresa na casa do advogado e deixar os periquitos lá. Durante a travessia de barco, uma gaivota a ataca do nada, o que já começa a nos mostrar o horror que está por vir. Após inúmeros incidentes isolados e comportamentos estranhos dos animais alados, Bodega Bay é violentamente atacada por uma revoada de pássaros, culminando em um ataque devastador à cidade e a escola local, investindo impiedosamente nas crianças indefesas e deixando um rastro de morte.

"Os Pássaros" é uma obra prima do mestre Hitchcock em seu estado mais explicito, criando momentos de suspense extensos para chegar em um clímax surpreendente como só ele era capaz de orquestrar. O maior exemplo disso é a fantástica cena em que Melaine vai até a escola pegar a irmã de Mitch, e é obrigada a aguardar e turma terminar uma canção. Ela sai do prédio e se senta em um banco para fumar, com a cantiga infantil ao fundo, enquanto silenciosamente, um bando de corvos começa a se empoleirar nos brinquedos do playground, até Melaine percebê-los e completamente apavorada e sem muitos alardes, tentar (em vão) tirar as crianças da escola.

Outra cena inesquecível é quando a família Brenner e Melanie estão presos dentro da casa, já no terceiro ato, enquanto os pássaros mais uma vez persistem em seu ataque. Antes da explosão de bicadas, só ouvimos o revoar das aves cada vez mais perto e agudo, em uma tensão crescente, onde você só consegue imaginar a centena de animais que estão ali para transformar o cenário em um verdadeiro inferno. E a sequência final, está entre uma das mais assustadoras e angustiantes da história do cinema de terror. Isso sem contar a forma pessimista com que Hitchcock acaba o filme, sem música, sem créditos e deixando os cinéfilos da época totalmente perplexos.

Os efeitos especiais, indicados ao Oscar na época, podem até parecer ultrapassados hoje em dia, mas nos anos sessenta foram revolucionários, com sua mistura de sobreposição de imagens, pintura, aves mecânicas e filmagens reais. Aqui a trilha sonora não existe, o que torna outro grande trunfo do filme, já que as músicas incidentais que nós ouvimos, são apenas barulhos eletrônicos que se confundem com o grasnar dos pássaros e bater de asas.

Hitchcock nunca deixou claro quais foram suas intenções com esse filme e não nos dá nenhuma resposta, fazendo com o que o cinéfilo tire suas próprias conclusões. Claramente fica uma mensagem da natureza se voltando contra os homens, com resultados catastróficos e nunca esse tema esteve tão atual hoje em dia  Há, porém, uma forte corrente sexista no filme, quase misógina, colocando uma culpa velada na figura de Melaine, como uma ameaça da cidade grande à tranquilidade da pequena cidade litorânea e principalmente por ser a pretendente de Mitch, único homem da história e o bom partido da cidade, que é disputado por sua mãe e pela ex namorada e professora da escola, interpretada pela bela atriz Suzanne Pleshette.

Curiosamente, alguns consideram esse filme como a segunda parte de uma trilogia realizada pelo diretor, iniciada por "Psicose" (1960) e encerrada em "Marnie, Confissões de uma Ladra" (1964). Isso se deve ao fato do papel determinante da mãe em ambas as obras, sendo que, se por um lado elas são controladoras, do outro, elas são mães ausentes e das quais os protagonistas buscam uma forma de reconciliação. Ao menos aqui, a solução acontece de uma maneira singela, mesmo em meio ao maior caos que se encontra em cena.

"Os Pássaros" é uma das grandes obras primas de Alfred Hitchcock, enigmático e com um dos finais mais polêmicos da história do cinema. 

Onde Assistir: Apple TV, Youtube, Google Play Filmes

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