Na devastada cidade de Nanjing em 1937 o perigo das ruas fez com
que um grupo inimaginável de refugiados se reunisse em uma igreja: um bando de
crianças em estado de choque algumas sedutoras e provocantes cortesãs e um
renegado americano que se passa por padre para salvar aprópria pele. Ou que pensa que se salvará. Emboscados por
saqueadores ao longo dos próximos dias eles vão lutar não apenas para
sobreviver, mas também para fazer o que parece ser impossível nestas
circunstâncias - compreender e confiar um no outro.
Zhang Yimou já é um diretor que entrou para
historia do cinema, ao criar tramas emocionantes, que acabam se casando muito
bem com cenas deslumbrantes (como Herói e Lanternas Vermelhas). Com Flores do
Oriente, ele cria um verdadeiro espetáculo visual, sobre o horror que assolou
em Nanjing em 1937, em que os japoneses invadiram a cidade, deixando mais de
200 mil mortos e mais de 20 mil mulheres estupradas e mortas. Não é a toa que a
rivalidade entre os chineses e japoneses é sentida até hoje, sendo que isso é muito bem
sentido na tela, pois Zhang Yimou não se importa nem um pouco, em retratar os
japoneses como verdadeiros monstros e sem nenhum escrúpulo.
Baseado num romance de Geling Yan, o filme
possui interessantes elementos, que lembram muito bem um faroeste, pois temos o forasteiro
(Bale), que se refugia na igreja, para mais tarde, se tornar defensor, tanto
das estudantes, como das prostitutas que chegam ao local, lideradas pela mais
bela do grupo, Yu Mo (Ni Ni).
Embora o filme comece alucinante, onde cada cena deixa o espectador em aflição,
por outro lado (ao decorrer das mais de duas horas de filme), a trama exagera
um pouco em temas como culpa e redenção, e simplesmente não convence na mudança
repentina do caráter dos protagonistas principais (Ni Ni e Bale).
Contudo, isso tudo é compensado, graças a uma produção
caprichada do cineasta, que mesmo nas cenas chocantes e incomodas, ele cria
poesia, com o direito há um belo casamento com a fotografia, edição de arte e
muitos truques de câmera lenta (que ele aprendeu muito bem em Herói).
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