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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 5 de junho de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: FLORES DO ORIENTE


Na devastada cidade de Nanjing em 1937 o perigo das ruas fez com que um grupo inimaginável de refugiados se reunisse em uma igreja: um bando de crianças em estado de choque algumas sedutoras e provocantes cortesãs e um renegado americano que se passa por padre para salvar aprópria pele. Ou que pensa que se salvará. Emboscados por saqueadores ao longo dos próximos dias eles vão lutar não apenas para sobreviver, mas também para fazer o que parece ser impossível nestas circunstâncias - compreender e confiar um no outro.

Zhang Yimou já é um diretor que entrou para historia do cinema, ao criar tramas emocionantes, que acabam se casando muito bem com cenas deslumbrantes (como Herói e Lanternas Vermelhas). Com Flores do Oriente, ele cria um verdadeiro espetáculo visual, sobre o horror que assolou em Nanjing em 1937, em que os japoneses invadiram a cidade, deixando mais de 200 mil mortos e mais de 20 mil mulheres estupradas e mortas. Não é a toa que a rivalidade entre os chineses e japoneses é sentida até hoje, sendo que isso é muito bem sentido na tela, pois Zhang Yimou não se importa nem um pouco, em retratar os japoneses como verdadeiros monstros e sem nenhum escrúpulo.
Baseado num romance de Geling Yan, o filme possui interessantes elementos, que lembram muito bem um faroeste, pois temos o forasteiro (Bale), que se refugia na igreja, para mais tarde, se tornar defensor, tanto das estudantes, como das prostitutas que chegam ao local, lideradas pela mais bela do grupo, Yu Mo (Ni Ni). Embora o filme comece alucinante, onde cada cena deixa o espectador em aflição, por outro lado (ao decorrer das mais de duas horas de filme), a trama exagera um pouco em temas como culpa e redenção, e simplesmente não convence na mudança repentina do caráter dos protagonistas principais (Ni Ni e Bale).
Contudo, isso tudo é compensado, graças a uma produção caprichada do cineasta, que mesmo nas cenas chocantes e incomodas, ele cria poesia, com o direito há um belo casamento com a fotografia, edição de arte e muitos truques de câmera lenta (que ele aprendeu muito bem em Herói).    


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