Sinopse: Retrata a trajetória de
Jorge Bronze, conhecido pelo codinome Tudo-ou-Nada (André Guerreiro). Ele é
filho do famoso Bandido de Luz Vermelha (Ney Matogrosso), que assaltava casas
de ricos paulistanos e foi transformado em ícone pelo jornal Notícias
Populares. Por outro lado, aborda a vida de Luz Vermelha em um presídio de
segurança máxima, mostrando como ele lida com a fama de ser um dos criminosos
mais famosos do Brasil.
Nesta atual temporada, os cinemas de nosso país
são invadidos por super produções, que acabam tomando as atenções do publico
por vários meses e que acaba atraindo uma enorme fatia, em termos de bilheteria.
Em meio a esse tiroteio, pelo menos, surge sempre um pequeno filme, que acaba
ganhando um publico fiel e que acaba por ser revisto inúmeras vezes. Dessa vez,
esse pequeno filme é uma produção brasileira, que não é só uma simples seqüencia
do clássico o Bandido da Luz Vermelha, mas é uma produção que fala por si.
Embora o filme possua a mesma estética
do filme original (com direito a cenas do clássico), o filme possui alma,
graças à direção inspirada de Helena Ignez (O signo da Luz), que além de não
fazer feio, perante o culto da produção de 1968, consegue tira
coelho da cartola, ao arrancar uma boa interpretação de Ney Matogrosso. Mais
conhecido por ser um dos mestres da musica brasileira, Matogrosso consegue
passar todo o peso e o inferno que o personagem passa encarcerado, com direito
a palavras em off durante o filme, cuja suas palavras são um reflexo do seu
estado de espírito. Muito embora, o elenco secundário não fica muito atrás, e André
Guerreiro Lopes simplesmente rouba a cena quando surge, ao interpretar o filho
do protagonista, com o codinome Ou tudo ou Nada, onde repete os passos do pai,
numa interpretação inspirada e cheia de energia de Lopes.
Ambos, tanto o pai como o filho, são
dois lados da mesma moeda, sendo que, não são apenas bandidos, mas espécies de
entidades que enfrentam de frente o sistema da sociedade atual, com o direito
de quebrar as suas regras e se sentirem livres para fazerem o que bem
entenderem. Embora o ato final caia num previsível momento, em que Ney Matogrosso ,
solta à voz para uma canção, Luz das Trevas cumpre o que promete, em não somente
fazer jus ao clássico, como também, surpreende em usar uma estética e
linguagem semelhante do final dos anos sessenta e que acaba funcionando ainda
hoje para as novas plateias.
Curiosidade: Em uma das cenas que o personagem João Acácio
(o bandido) fala sozinho através de uma pequena janela, Ney Matogrosso teve que
recorrer a um truque de cena onde o longo texto foi fixado em vários pontos
para que ele pudesse ler sem fixar o olhar somente num lugar.
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