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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 3 de junho de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: LUZ DAS TREVAS - A VOLTA DO BANDIDO DA LUZ VERMELHA


Sinopse: Retrata a trajetória de Jorge Bronze, conhecido pelo codinome Tudo-ou-Nada (André Guerreiro). Ele é filho do famoso Bandido de Luz Vermelha (Ney Matogrosso), que assaltava casas de ricos paulistanos e foi transformado em ícone pelo jornal Notícias Populares. Por outro lado, aborda a vida de Luz Vermelha em um presídio de segurança máxima, mostrando como ele lida com a fama de ser um dos criminosos mais famosos do Brasil.

Nesta atual temporada, os cinemas de nosso país são invadidos por super produções, que acabam tomando as atenções do publico por vários meses e que acaba atraindo uma enorme fatia, em termos de bilheteria. Em meio a esse tiroteio, pelo menos, surge sempre um pequeno filme, que acaba ganhando um publico fiel e que acaba por ser revisto inúmeras vezes. Dessa vez, esse pequeno filme é uma produção brasileira, que não é só uma simples seqüencia do clássico o Bandido da Luz Vermelha, mas é uma produção que fala por si.
Embora o filme possua a mesma estética do filme original (com direito a cenas do clássico), o filme possui alma, graças à direção inspirada de Helena Ignez (O signo da Luz), que além de não fazer feio, perante o culto da produção de 1968, consegue tira coelho da cartola, ao arrancar uma boa interpretação de Ney Matogrosso. Mais conhecido por ser um dos mestres da musica brasileira, Matogrosso consegue passar todo o peso e o inferno que o personagem passa encarcerado, com direito a palavras em off durante o filme, cuja suas palavras são um reflexo do seu estado de espírito. Muito embora, o elenco secundário não fica muito atrás, e André Guerreiro Lopes simplesmente rouba a cena quando surge, ao interpretar o filho do protagonista, com o codinome Ou tudo ou Nada, onde repete os passos do pai, numa interpretação inspirada e cheia de energia de Lopes.
Ambos, tanto o pai como o filho, são dois lados da mesma moeda, sendo que, não são apenas bandidos, mas espécies de entidades que enfrentam de frente o sistema da sociedade atual, com o direito de quebrar as suas regras e se sentirem livres para fazerem o que bem entenderem. Embora o ato final caia num previsível momento, em que Ney Matogrosso, solta à voz para uma canção, Luz das Trevas cumpre o que promete, em não somente fazer jus ao clássico, como também, surpreende em usar uma estética e linguagem semelhante do final dos anos sessenta e que acaba funcionando ainda hoje para as novas plateias.

Curiosidade:  Em uma das cenas que o personagem João Acácio (o bandido) fala sozinho através de uma pequena janela, Ney Matogrosso teve que recorrer a um truque de cena onde o longo texto foi fixado em vários pontos para que ele pudesse ler sem fixar o olhar somente num lugar.

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