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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Baleia'

Sinopse: Um professor de inglês recluso que vive com obesidade severa tenta se reconectar com sua distante filha adolescente para uma última chance de redenção. 

Darren Aronofsky não é sutil com relação ao que ele passa nos seus filmes, mas sim escancara a luta dos seus protagonistas contra os seus demônios interiores. Se em "Réquiem Para Um Sonho" (2000) vemos os personagens caindo no inferno devido as drogas, em "Cisne Negro" (2009) testemunhamos a protagonista em ter que liberar, mas ao mesmo tempo enfrentar, o seu lado sombrio para obter o seu tão sonhado desejo. "A Baleia" (2022) é sobre o ser humano arrependido pelos seus erros do passado, mas tendo coragem para tentar de todas as formas salvar o que ainda lhe resta mesmo que isso se torne impossível.

Baseado na peça escrita por Samuel D. Hunter, acompanhamos a história de um professor de inglês e seu relacionamento fragilizado com sua filha, Ellie. Charlie (Brendan Fraser) é um professor de inglês recluso, que vive com obesidade severa e luta contra um transtorno de compulsão alimentar. Ele dá aulas online, mas sempre deixa a webcam desligada, com medo de sua aparência. Apesar de viver sozinho, ele é cuidado pela sua amiga e enfermeira, Liz (Hong Chau). Mesmo assim, ele é sozinho, convivendo diariamente apenas com a culpa, por ter abandonado Ellie (Sadie Sink), sua filha hoje adolescente que ele deixou junto com a mãe Mary (Samantha Morton) ao se apaixonar por outro homem.

Hollywood não é gentil com os seus astros, principalmente quando os mesmos possuem problemas pessoais e fazendo com que aos poucos sejam descartados. Brendan Fraser é um caso de inúmeros, tendo se tornado um grande astro no final dos anos noventa, mas se isolando após ter sido assediado por um grande produtor de um determinado estúdio além de outros problemas pessoais que o deixaram extremamente abalado. O intérprete, porém, não desistiu da atuação, sendo que aos poucos foi voltando para a profissão e o filme "A Baleia" é sem sombra de dúvida a sua grande virada de mesa.

Com uma impressionante maquiagem, Fraser nos passa através do seu personagem um ser humano que acumulou diversos erros em sua vida, mas procurando alcançar a sua redenção antes que seja tarde demais. É impressionante o olhar que o intérprete nos passa, sendo uma espécie de mar profundo e do qual se mergulhássemos testemunharíamos as mais diversas histórias de um homem que carrega as suas cicatrizes emocionais e físicas desde sempre. Uma atuação digna de diversos prêmios, mas cujo desempenho será lembrado ao longo de vários anos.

Talvez alguns críticos acusem o filme de ser gordofobico, mas acredito que Darren Aronofsky optou por ser autêntico com relação a reação dos demais personagens secundários perante o protagonista ao invés de criar uma obra que poderia soar meramente hipócrita. Portanto, cada um reage de uma forma autêntica, mas isso graças aos ótimos desempenhos dos seus respectivos intérpretes e sendo que cada um cumpre com louvor as suas atuações em cena. Embora Fraser carregue o filme nos ombros, não há como negar que eles ajudam a complementar o seu desempenho.

Hong Chau, vista recentemente no filme "O Menu" (2022), se torna uma espécie de ancora para manter o seu paciente e amigo no lugar, mas não escondendo a pessoa cética e até mesmo cansada que o mundo a criou. Já Thomas, interpretado por Ty Simpkis, é uma figura curiosa, já que ele seria uma representação do lado hipócrita do ser humano que busca a religião como uma espécie de cortina de fumaça para ocultar os seus erros que acumulou na vida. Darren Aronofsky foi até suave nesta questão com relação a esse personagem, pois basta compará-lo perante a situação vista no filme "Mãe" (2017) para constatarmos que o realizador já teve tempos muito mais polêmicos.

Mas é realmente a jovem atriz Sadie Sink, famosa pela série "Stranger Things" que se torna a melhor peça do elenco secundário. Ao interpretar a filha do protagonista, Sink nos brinda com uma atuação poderosa, onde ela nos passa uma grande raiva perante os nossos olhos, além de sua personagem não esconder repulsa do seu próprio pai, não somente pelo fato da situação em que ele se encontra, como também de ter-lhe abandonado um dia. Por conta disso, o filme ganha ares até mesmo de tensão, já que devido a sua rebeldia tememos pelas suas ações.

Com relação a tensão, o filme se torna cada vez mais claustrofóbico, principalmente nos momentos em que o personagem se sente mal e se entregando aos seus vícios para tentar amenizar a dor. Sua sinceridade perante as pessoas é o que torna ele especial, pois em tempos atuais em que muitas pessoas se entregaram as mentiras das fake news, o filme se alinha aos tempos de incerteza e cuja verdades acabam ficando apenas em uma superfície fina. Ao final, a redenção que o personagem encontra não é muito diferente do que é vista em outras obras do cineasta, mas fazendo com que continuemos pensando na trama após o encerramento do longa.

Com uma bela referência ao clássico literário "Moby Dick", o filme "A Baleia" é mais um filme inquietante de Darren Aronofsky, do qual irá dividir a opinião de muitos, mas que rendera diversos debates acalorados para dizer o mínimo.    



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Cine Dica: Programação Cinemateca Capitólio 2 a 12 de março de 2023

Butch Cassidy


OBRAS-PRIMAS DE BURKINA FASO EM EXIBIÇÃO

As cópias restauradas de obras-primas de Burkina Faso, Questão de Honra (1990), de Idrissa Ouédraogo, e Wendemi (1993), de S. Pierre Yameogo, serão exibidas entre 28 de fevereiro e 12 de março. As sessões têm o apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français. O valor do ingresso é R$ 10,00.  

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/5903/em-cartaz-obras-primas-de-burkina-faso-e-homenagem-a-burt-bacharach/


HOMENAGEM A BURT BACHARACH

De 28 de fevereiro a 9 de março, a Cinemateca Capitólio celebra o legado de Burt Bacharach, de um dos grandes compositores de todos os tempos, com exibições de Butch Cassidy (1969), faroeste de George Roy Hill. A trilha-sonora do filme, composta e arranjada por Bacharach, tem temas lendários como Raindrops Keep Fallin' On My Head, Come Touch The Sun e Not Goin' Home Anymore. O valor do ingresso é R$ 10,00. 

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/5903/em-cartaz-obras-primas-de-burkina-faso-e-homenagem-a-burt-bacharach/   


RECORDAR É VIVER! HISTÓRIAS DE CARNAVAIS

De 2 a 12 de março, a Cinemateca Capitólio celebra as delícias e as dores da festa mais popular do Brasil com a mostra Recordar é Viver! Histórias de Carnavais. A programação apresenta uma seleção especial de filmes carnavalescos realizados entre as décadas de 1920 e 2010.

A mostra tem o apoio do CTAv, da Cineteca Nacional de Chile, da Programadora Brasil, do Canal Thomaz Farkas e da Versátil Filmes. 

Mais informações:  http://www.capitolio.org.br/novidades/5907/recordar-e-viver-historias-de-carnavais/


GRADE DE HORÁRIOS

2 a 12 de março de 2023


2 de março (quinta-feira)

15h – Questão de Honra

17h – Wendemi

19h30 – Orfeu do Carnaval


3 de março (sexta-feira)

15h – A Baronesa Transviada

17h – Carnaval Atlântida

19h30 – Projeto Raros: Artesanato do Samba + Samba da Criação do Mundo


4 de março (sábado)

15h – Sessão Vagalume: A Pequena Sereia

17h – Butch Cassidy

19h – Ladrões de Cinema


5 de março (domingo)

15h – Sessão Vagalume: A Pequena Sereia

17h – Quando o Carnaval Chegar

19h – O Gigante da América


7 de março (terça-feira)

15h – Butch Cassidy

17h – Mulher Satânica

19h – Casanova de Fellini


8 de março (quarta-feira)

15h – Wendemi

17h – Questão de Honra

19h – Carnaval de Rua de Porto Alegre + Errante – Um Filme de Encontros + debate


9 de março (quinta-feira)

15h – Butch Cassidy

17h – Orfeu do Carnaval

19h – A Baronesa Transviada


10 de março (sexta-feira)

15h – Mulher Satânica

16h30 – Casanova de Fellini

19h30 – A Lira do Delírio


11 de março (sábado)

15h – Wendemi

17h – Carnaval Atlântida

19h – Rio, Zona Norte


12 de março (domingo)

15h – Questão de Honra

16h30 – O Que Foi o Carnaval de 1920! + Carnaval do Rio de Janeiro + Nossa Escola de Samba + Arrasta a Bandeira Colorida 

18h – Harmonia + debate

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Cine Dica: Nova temporada da "Sessão Vagalume" terá início com exibições de "A Pequena Sereia", da Disney

 Cinemateca Capitólio e Programa de Alfabetização Audiovisual  apresentam

A Pequena Sereia

  - Animação da Disney de 1989 irá abrir a nova temporada da Sessão Vagalume.


QUANDO: 04 e 05/03, sábado e domingo, às 15h. 

ONDE: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre). QUANTO: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia-entrada) - pagamento em dinheiro e pix, a bilheteria abre 30 minutos antes das sessões. 

DESCONTOS: meia-entrada para municipários e aplicação de todos os descontos previstos em lei (pessoas com mais de 60 anos com carteira de identidade; pessoas com deficiência e um acompanhante, mediante cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da pessoa com deficiência ou de documento emitido pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS); jovens de baixa renda com comprovante ID e doadores de sangue com carteira de comprovação).


CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: livre

VERSÃO EXIBIDA: dublada

DURAÇÃO: 83min


A nova temporada da Sessão Vagalume vai exibir sucessos do cinema, sempre no primeiro fim de semana do mês, na Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre). O título escolhido para abrir a programação, que vai até junho, é A Pequena Sereia, animação produzida em 1989. As projeções na versão dublada serão nos dias 4 e 5 de março, sábado e domingo, às 15h. Os ingressos custam apenas R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia-entrada).

Baseado no conto homônimo do dinamarquês Hans Christian Anderson, o filme tem como protagonista uma princesa sereia que sonha em se tornar humana. Na época, conquistou as estatuetas do Oscar e Globo de Ouro nas categorias trilha sonora e canção original (Under the Sea). Também é considerado o longa-metragem que marcou o início de uma nova era na Disney, com produções aclamadas pela crítica e alto faturamento nas bilheterias. Em maio, o estúdio vai lançar uma nova versão dessa história estrelada pela atriz Halle Bailey.

A Sessão Vagalume é uma iniciativa do Programa de Alfabetização Audiovisual e oferece um circuito alternativo de cinema infantojuvenil. Em abril, o projeto irá completar 15 anos de atividades e terá uma edição comemorativa. Outras informações podem ser obtidas pelo site www.capitolio.org.br ou pelas redes sociais do projeto (Facebook e Instagram - @alfabetizacaoaudiovisual).


SINOPSE: Ariel é uma sereia de 16 anos de idade insatisfeita com a vida no fundo do mar e curiosa sobre o mundo na terra. Ao se apaixonar por um príncipe, faz um acordo com a bruxa do mar para transformar-se em humana. 

INFORMAÇÕES TÉCNICAS: 

A Pequena Sereia, de Ron Clemens e John Musker (1989, Estados Unidos, 83 minutos). Elenco da versão dublada: Marisa Leal (Ariel), André Filho (Sebastião), Luiz Motta (Tristão), Úrsula (Zezé Motta), Myriam Peracchi (Vanessa) e Patrick de Oliveira (Linguado).


Assessor de Imprensa:

Léo Sant´Anna

(21) 97613.4462 ou (21) 3988.0561

leosantanna@hotmail.com

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Cine Especial: Cine Debate – 'Contra o Gelo'

Sinopse: Dois homens fazem uma arriscada expedição à Groenlândia em busca de um mapa perdido. 

Filmes sobre sobrevivência sempre rendem muita tensão para aqueles que estão assistindo a história, principalmente pelo fato de ser realmente baseado em fatos verídicos e disparando em nós um sinal de alerta de que aqueles protagonistas podem realmente morrer a qualquer momento. "Vivos" (1993), por exemplo, foi uma reconstituição crua sobre os sobreviventes do acidente de avião da Cordilheira dos Andes onde os mesmos foram obrigados a se alimentarem da carne dos mortos. "Contra o Gelo" (2022) segue nesta mesma linha, onde vemos a persistência de dois homens em alcançar os seus objetivos, mas tendo que enfrentar os perigos vindos do desconhecido.

Dirigido por Peter Flinth, a trama é baseada em fatos reais que se passam no de 1909, sobre a Expedição Alabama da Dinamarca, liderada pelo capitão Ejnar Mikkelsen, que  estava tentando refutar a reivindicação dos Estados Unidos ao nordeste da Groenlândia, uma reivindicação que estava enraizada na ideia de que a Groenlândia foi dividida em dois pedaços diferentes de terra. Deixando sua tripulação para trás com o navio, Mikkelsen atravessa o gelo com seu inexperiente membro da tripulação, Iver Iversen. Os dois homens conseguem encontrar a prova de que a Groenlândia é uma ilha, mas o retorno ao navio leva mais tempo e é muito mais difícil do que o esperado.

Eu observo que nestes últimos dois anos os diretores de cinema têm procurado acrescentar muito mais realismo em suas obras, mesmo quando as mesmas se enveredam até mesmo para o gênero fantástico. No caso de "Contra o Gelo", mesmo sendo baseado em uma história real, seria um filme que poderia facilmente ser realizado com bastante CGI para retratar o período em que a trama passa. Porém, ao invés disso, testemunhamos realmente cenários reais onde ocorreram a expedição e fazendo com que tudo se torne mais verossímil.

Por conta disso, temos a sensação de maior peso com relação a situação em que os dois protagonistas se encontram, fazendo com que nos coloquemos no lugar deles e perguntando para nós mesmos se aguentaríamos. Com personalidades distintas uma da outra, vemos a interação entre um veterano e um novato, sendo que esse último terá que aprender da pior maneira que sobreviver em um lugar como esse requer certa frieza e não tendo que se importar com que irá se sacrificar no decorrer da cruzada. Por mais cruel que seja para a visão dos defensores dos animais, a morte e o sacrífico dos cães no decorrer da jornada fazem parte do amadurecimento perante obstáculos que podem matá-los a qualquer momento.

Tanto Nikolaj Coster-Waldau como Joe Cole estão perfeitos em seus respectivos personagens, sendo que o primeiro nos passa o ar da experiência, mas também não escondendo uma certa loucura misturada com persistência com relação em concluir a sua cruzada aja o que houver. Curiosamente, a trama se torna cada vez mais sufocante não na ida, mas sim em sua volta, principalmente pelo fato deles ficarem ilhados e sem navio para retornarem para casa. É então que o filme explora em potência máxima o lado psicológico dos dois personagens e fazendo a gente temer pelo destino deles.

Com momentos de pura tensão, o filme ainda nos brinda com momentos inesperados, como no caso da aparição surpresa de um grande urso que, mesmo sendo feito em CGI, sua presença me fez lembrar do momento mais angustiante do filme "O Regresso" (2015). Ao final, ambos os protagonistas são obrigados a enfrentarem os seus instintos mais primitivos e cabem eles saberem como enfrentá-los para não sucumbirem ao lado bestial do ser humano. Embora tenha um final acolhedor meio que forçado no último minuto, isso não diminui o tamanho do impacto que o filme nos provoca ao longo do percurso.

"Contra o Gelo" é uma bela aventura sobre o ser humano perante a força da natureza e de como ela pode nos levar a sermos melhores do que estávamos predestinados a ser um dia. 


Onde Assistir: Netflix. 
   

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Cine Especial: Revisitando 'A Hora do Espanto'

Sinopse: Adolescente viciado em programas de terror acredita que seus novos vizinhos são vampiros disfarçados. Ele pede ajuda a um pretenso caçador de vampiros, que se recusa a ajudá-lo por covardia e por não acreditar na história. 

Acredite, mas houve um tempo em que a programação das tvs abertas eram bem diversificadas, sendo que passavam muitos ótimos filmes e gerando uma briga pela audiência de forma ferrenha. Houve, por exemplo, uma briga clássica entre a Globo e o SBT pela audiência através dos dois primeiros filmes do "Rambo", sendo que a emissora Paulistana iria exibir o primeiro filme em uma determinada noite, mas o canal dos irmãos Marinho colocou o segundo filme naquele mesmo horário e fazendo com que Silvio Santos mudasse os seus planos e exibir o seu filme em uma outra ocasião. Mas nada se compara em uma noite de sábado, onde eu não sabia ao certo o que fazer naquele momento, pois dois grandes filmes estavam sendo exibidos pelos canais adversários.

Acredito eu que era em um sábado, pois os meus pais tinham o costume de levar a tv para o quarto neste dia da semana e assistir filmes na sessão "Super Cine" da Globo. No mesmo dia eu iria assistir ao "Cinema em Casa" do SBT, onde seria exibido "Greystoke - A Lenda de Tarzan" (1984), talvez a adaptação mais pé no chão sobre o clássico literário e do qual queria muito assistir, pois afinal eu era uma criança que assistia inúmeros filmes dos personagens em determinadas tardes qualquer. Mas eis que a emissora dos irmãos Marinho exibiu na mesma noite e na mesma hora o clássico "A Hora do Espanto" (1985).

Enquanto eu assistia ao filme do Tarzan no meu quarto os meus pais começaram a ficar eufóricos, gritando e rindo a todo momento. Cheguei ao ponto que tive que ver o que estava acontecendo e foi aí que vi o que estavam assistindo. Sinceramente é uma lembrança que nunca me esquecerei, pois o meu pai, por exemplo, nunca gostou de filmes e tão pouco de filmes de horror, mas havia algo naquela obra que o contagiou ele a tal ponto que no outro dia ele começou a ficar brincando de vampiro comigo a todo momento. Felizmente, o filme do SBT havia terminado mais cedo e decidi assistir ao restante da sessão da Globo com os meus pais.

Só àquela hora final o filme havia me encantando, mesmo eu ainda sendo uma criança covarde e que tinha medo até mesmo da transformação simplista do Hulk da série de tv clássica. Infelizmente nunca mais tive a chance de assistir a uma reprise na tv, sendo que somente assisti a sua continuação, mas o clássico demorei para revê-lo. Anos depois, em uma época que estava me aprofundando ainda mais no cinema através do VHS, decidi alugar o filme para despertar a minha memória, mas infelizmente a situação não foi das melhores. A cópia original que eu havia alugado possuía uma fotografia muito escura e não conseguindo enxergar direito o que acontecia.

Ao menos, a versão do DVD simples que aluguei posteriormente possuía uma qualidade melhor e pude assistir do começo ao fim finalmente. Recentemente, a Star Vídeo lançou a obra em uma edição de colecionador, contendo a continuação e com uma capa luva de alta qualidade. Revendo o filme agora em meus quarenta e dois anos de vida percebo como filme é carregado de simbolismos com relação ao gênero de horror, mas sendo também um interessante representante com relação ao universo oitentista e despertando em mim hoje em dia uma grande nostalgia. "A Hora do Espanto" havia sido lançado em 1985, ano em que muitos dizem ser o ápice do cinema daquela década e não duvido de forma alguma.

Dirigido por Tom Holland, que posteriormente faria o clássico "Brinquedo Assassino" (1987), o filme possui uma trama simples, mas contagiante de se assistir. Para o jovem Charley Webster (William Ragsdale) nada poderia ser melhor que um velho filme de terror bem tarde da noite. Assim, quando novos moradores ocupam a casa vizinha a experiência de Charley não deixa nenhuma dúvida de que o comportamento estranho dos novos vizinhos é explicado pelo fato de eles serem vampiros. Charley pede ajuda a Peter Vincent (Roddy McDowell), o apresentador do programa de terror preferido de Charley, mas acontece que Peter, além de covarde, não acredita em vampiros e está neste negócio apenas por dinheiro. A situação piora quando o vizinho vampiro ao lado se encanta pela sua namorada Emy (Amanda Bearse).

Atualmente por eu ter uma grande bagagem de conhecimento com relação a história do cinema percebo agora o quanto o longa é recheado de referências aos outros clássicos. Para começar, o início do filme é uma clara homenagem ao clássico "Janela Indiscreta" (1954), do mestre Alfred Hitchcock, já que o protagonista Charley desconfia do seu vizinho de estar matando garotas de programa e começa observa-lo pela janela. Porém, as referências não param por aí, já que o filme é uma bela homenagem aos tempos da era de ouro da "Hammer", estúdio Inglês que se dedicou por quase três décadas ao realizar diversos filmes de terror e que consagrou figuras ilustres como Christopher Lee, Peter Cushing, Vincent Price e tanto outros. Aliás, o nome do personagem de Roddy McDowell, Peter Vincent, é uma referência aos dois últimos atores citados, sendo que a sua figura nada mais é do que uma homenagem ao caçador de vampiros Van Helsing e do qual havia sido interpretado várias vezes por Peter Cushing.

O filme foi um refresco para aqueles que tinham na época saudades de um bom filme de vampiros, já que estamos na metade dos anos oitenta e o público preferia na época os assassinos mascarados que perseguiam protagonistas virgens. Isso, aliás, é citado no primeiro encontro entre Peter e Charley, sendo que o primeiro havia sido demitido do seu programa em que eram exibidos filmes de terror, pois o público jovem da época não estava mais dando bola para os filmes de vampiros. Curiosamente, esse formato de programa dos EUA em que exibiam filmes de terror clássicos serviu de inspiração para a criação do "Cine Trash" da Band e do qual foi apresentado por muito tempo por José Mojica Amorim, o eterno Zé do Caixão.

Embora na época tenha sido lançado dois anos antes "Fome de Viver" (1983), filme mais pé no chão com relação ao vampirismo, a obra de Tom Holland segue à risca com relação as fórmulas de sucesso e que havia dado certo, tantos nos tempos dos estúdios Hammer, como também da época dos primeiros filmes sobre vampiros dos anos trinta pela Universal. Está tudo lá, desde o uso de cruzes, estacas, água benta, alho, a não aparição do reflexo no espelho e dentre outros. Não deixa de ser hilário, por exemplo, quando Peter Vincent descobre que o vizinho é realmente e um vampiro através de um pequeno espelho e sendo um dos momentos mais lembrados pelos fãs.

Curiosamente, o filme possui um subtexto gay em sua narrativa, que é constantemente mais adereçado hoje na relação entre Jerry, o vampiro sedutor (Chris Sarandon), e seu “cuidador”, o zumbi Billy (Jonathan Stark). Basta uma segunda olhada no filme para entender um pouco melhor esta dinâmica. Ao mesmo tempo, o melhor amigo do protagonista chamado Ed, brilhantemente interpretado por tephen Geoffreys, ao que tudo indica sofre bullying devido ao seu jeito afetado e sendo facilmente persuadido pelo vampiro em ficar do seu lado, já que em um determinado diálogo ele diz que sabe também o que é sofrer preconceito por ser diferente. Em uma época em que o conservadorismo ainda era muito aflorado em território norte-americano o filme foi até mesmo bem corajoso neste quesito para dizer o mínimo.

Mas o filme funciona também graças ao seu incrível elenco escolhido a dedo, ao começar por William Ragsdale como Charley, que personifica a imagem do garoto comum que era tanto levado ao cinema naqueles tempos e que acaba se metendo uma situação imprevisível. Sua namorada Emy foi interpretada pela atriz Amanda Bearse, que durante a sua carreira trabalhou mais na tv, mas cuja a sua imagem da vampira chocou inúmeros fãs da época. Já Chris Sarandon já era um ator conhecido pelo público, pois ele havia sido indicado a melhor ator coadjuvante pelo seu incrível desempenho em "Um Dia de Cão" (1975) e em "A Hora do Espanto" ele obtêm o seu papel mais popular e lembrado até hoje. Porém, a cereja do bolo foi realmente a escolha de Roddy McDowell como o caçador de vampiros Peter Vincent.

McDowell já era um dos grandes veteranos do universo de Hollywood, tendo atuado desde cedo em clássicos como "Como Era Verde o Meu Vale" (1941). Porém, um dos seus papeis mais lembrados é como o simpático Dr. Cornelius no clássico "O Planeta dos Macacos" (1968), filme que renderia mais quatro continuações e das quais o ator também daria vida a Cesar, personagem que libertaria os macacos da tirania dos humanos. Para os fãs de horror, McDowell é lembrado com bastante carinho ao interpretar o medroso e atrapalhado caçador de vampiros Peter Vincent, mas cuja sua figura serviu até mesmo para que o público se interessasse e procurasse em assistir aos demais clássicos do vampirismo.

Grande sucesso de público e de crítica no ano de 1985, "A Hora do Espanto" ressuscitou a moda dos vampiros no cinema, tanto é que logo em seguida seria lançado outro longa que viria se tornar um grande clássico, "Garotos Perdidos" (1987) e dirigido por Joel Schumacher. Vale destacar que o filme de Tom Holland possui uma das melhores trilhas sonoras dos anos oitenta, cuja as músicas como, por exemplo, "Good Man In A Bad Time" se tornaram um grande sucesso nas paradas. O filme renderia mais uma continuação em 1987, além de uma refilmagem em 2011, mas em nenhum dos casos superou a obra original.

"A Hora do Espanto" é um dos melhores e mais divertidos filmes de vampiros de todos os tempos e cuja a sua primeira exibição em uma longínqua exibição pela tv marcou a minha infância e de uma geração inteira. 


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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (23/02/2023)

 Close 

Sinopse: Quando a herdeira sob sua proteção entra na mira de assassinos de aluguel, a guarda-costas Sam faz de tudo para salvá-la e ensiná-la a dar o troco na mesma moeda.


A Baleia

Sinopse: Um professor de inglês recluso que vive com obesidade severa tenta se reconectar com sua distante filha adolescente para uma última chance de redenção. Classificação indicativa 16 anos, contém drogas, conteúdo sexual e temas sensíveis. 


13 Exorcismos

Sinopse: Depois de participar de uma sessão espírita, Laura Villegas (María Romanillos) começa a se comportar de forma estranha. Presenças sombrias, visões aterrorizantes, vozes sinistras, marcas dolorosas em sua pele e outros fenômenos paranormais começam a assombrá-la por onde quer que ela vá. 



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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO 23 DE FEVEREIRO A 1 DE MARÇO DE 2023 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

MORTE A PINOCHET


SALA PAULO AMORIM

· A sala está fechada para manutenção e reformas.


SALA EDUARDO HIRTZ


14h E 19h30 – MORTE A PINOCHET Assista o trailer aqui.

(Kill Pinochet - Chile, 2021, 81min). Direção de Juan Ignacio Sabatini, com Daniela Ramírez, Cristián Carvajal, Gastón Salgado. A2 Filmes, 16 anos. Drama político.

Sinopse: Enquanto o Chile vivia uma ditadura cruel sob o comando de Augusto Pinochet, poucos ousados consideravam o impossível: matar o presidente general. Os integrantes da Frente Patriótica Manuel Rodríguez, liderados pelo professor de educação física Ramiro e a psicóloga Tamara, marcaram o ataque armado para uma tarde de domingo, em setembro de 1986. Baseado em um episódio real, o filme destaca um movimento que foi determinante para a história chilena no contexto da época.


15h30 - AS HISTÓRIAS DE MEU PAI Assista o trailer aqui.

(Profession du Père - França, 2021, 105min). Direção de Jean-Pierre Améris, com Benoît Poelvoorde, Audrey Dana, Jules Lefebvres. Pandora Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Émile, de 11 anos, adora ouvir as histórias do pai. Homem múltiplo, André consegue ser campeão de judô, paraquedista, jogador de futebol, espião e até conselheiro do presidente francês Charles de Gaulle. Quando André acha que foi traído pelo presidente, pede ajuda ao garoto para matá-lo – ao mesmo tempo em que torna suas façanhas cada vez mais perigosas. O filme é uma adaptação do romance "Profession du Père", do escritor Sorj Chalandon.


17h30 - AFTERSUN Assista o trailer aqui.

(Reino Unido/EUA, 2022, 100min). Direção de Charlotte Wells, com Frankie Corio e Paul Mescal. O2 Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Quando tinha 11 anos, Sophie passou alguns dias de férias com o pai, numa praia ensolarada e cheia de descobertas. Vinte anos depois, ela encontra um vídeo daquele verão e tenta se reconciliar com suas lembranças e com aquele homem que até hoje não conhece plenamente. Paul Mescal é um dos cinco indicados ao Oscar de melhor ator.


SALA NORBERTO LUBISCO


14h15 - HOLY SPIDER Assista o trailer aqui.

(Dinamarca/Alemanha/Suécia/França, 2022, 115min). Direção de Ali Abbasi, com Mehdi Bajestani, Zar Amir Ebrahimi, Arash Ashtiani. O2 Play, 16 anos. Drama policial.

Sinopse: Uma jornalista investiga o submundo da cidade sagrada iraniana Mashad, em busca de um serial killer de prostitutas. Conhecido como Spider Killer, o assassino é um fanático religioso que acredita estar em uma missão espiritual de limpar as ruas da corrupção e imoralidade. Baseado em uma sequência de crimes que aterrorizou o Irã no início dos anos 2000 e que resultou na morte de 16 mulheres, o longa-metragem conquistou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes 2022 para Zar Amir Ebrahimi. Também foi o indicado pela Dinamarca na disputa pelo Oscar de filme internacional.


16h30 – MATO SECO EM CHAMAS Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 152min). Direção de Joana Pimenta e Adirley Queirós, com Joana Darc Furtado, Léa Alves Da Silva, Andreia Vieira. Sessão Vitrine, 14 anos. Drama.

Sinopse: Na favela de Sol Nascente, na Ceilândia (DF), a principal moeda de troca entre grupos inimigos é o petróleo. Chitara, grande gasolineira da região, tenta fidelizar a clientela junto ao seu poço particular, com a ajuda da irmã. Quando o Brasil se torna mais conservador e ameaça votar na extrema-direita, o posicionamento de Chitara se transforma num ato político. Prêmios de melhor direção e roteiro no Festival de Brasilia 2022.


19h15 - MARTE UM Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 115min). Direção de Gabriel Martins, com Cícero Lucas, Carlos Francisco, Camilla Damião. Embaúba Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Os Martins, uma família negra de classe média baixa, vivem na periferia de uma grande cidade brasileira – e, apesar da situação do país, tentam equilibrar suas expectativas e dificuldades. A mãe, Tércia, acha que está amaldiçoada depois de levar um susto, enquanto a filha mais velha planeja ir morar com a namorada. O pai, Wellington, que trabalha como porteiro, sonha com o dia em que o filho mais novo será um jogador de futebol, mas Deivinho sonha mesmo em viajar para Marte. O longa foi o indicado pelo Brasil para concorrer a uma vaga na disputa pelo Oscar de melhor filme internacional.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).

CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 23 DE FEVEREIRO a 01 DE MARÇO

 ESTREIA:

MATO SECO EM CHAMAS

MATO SECO EM CHAMAS

Direção: Adirley Queirós e Joana Pimenta

Brasil/ Drama/ 153min./

Sinopse:Léa conta a história das Gasolineiras de Kebradas, tal como ecoa pelas paredes da Colméia, a Prisão Feminina de Brasília, Distrito Federal, Brasil.

Elenco: Joana Darc Furtado, Lá Alves da Silva, Andréia Vieira, Débora Alencar, Gleide Firmino, Mara Alves.



EM CARTAZ:


ANDANÇA -OS ENCONTROS E AS MEMÓRIAS DE BETH CARVALHO

Direção: Pedro Bronz

Brasil/ Documentário/2022/115min.

Sinopse: Beth Carvalho, a “Madrinha do Samba”, foi uma das maiores sambistas do Brasil, ajudou a revelar grandes nomes e a revitalizar o gênero musical. Seus outros talentos e sua sensível capacidade de percepção da realidade que a cercava fez com que ela própria documentasse os ilustres encontros ao longo dos 53 anos de palcos e pagode. As imagens do documentário são parte desse vasto acervo nas mais diferentes mídias: super-8, vh-s, mini-dv, k7 e fotos. O filme se debruça sobre esse material de Beth Carvalho para traçar um recorte único, íntimo da carreira e da vida dessa singular figura da cultura nacional.

HORÁRIOS DE 23 DE FEVEREIRO A 01 DE MARÇO DE 2023 (Não há sessões nas segundas-feiras):


14H20: MATO SECO EM CHAMAS

17h: ANDANÇA -OS ENCONTROS E AS MEMÓRIAS DE BETH CARVALHO

19h: MATO SECO EM CHAMAS


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Cine Dica: Streaming - 'Jurassic World: Domínio'

Sinopse: Quatro anos após a destruição da Ilha Nublar, os dinossauros agora vivem e caçam ao lado de humanos em todo o mundo. Esse frágil equilíbrio remodela o futuro e deve determinar de uma vez por todas se os seres humanos continuarão sendo a espécie dominante em um planeta que agora compartilham com as criaturas mais temíveis da história.  

Steven Spielberg nunca se interessou muito em dirigir as continuações dos seus grandes sucessos, mas foi somente pela insistência do Universal, por exemplo, que ele havia dirigido "O Mundo Perdido - Jurassic Park" (1997), sequência do seu surpreendente "Jurassick Park" (1993). Embora o resultado tenha sido morno ele foi mais do que o suficiente para haver uma terceira parte em 2001 e assim se encerrando como uma trilogia, mas que revista hoje podemos concluir que o primeiro e grande clássico já era mais do que o suficiente.

Mas estamos falando de Hollywood, a máquina obcecada atualmente por franquias e que, embora tenha demorado para realização de novos filmes dos dinos, era uma questão de tempo para que esses grandes repteis retornassem a tela grande. Dirigido por Colin Trevorrow "Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros" (2015) pegou todo mundo de surpresa, pois embora abrace em alguns momentos a fórmula da nostalgia, o filme se sustenta sozinho como uma ótima aventura. Lógico, veio então "Jurassic World: Reino Ameaçado" (2018) que me arrisco a dizer que chega a ser tão bom quanto se comparado ao filme anterior, já que a visão autoral e sombria de Juan Antônio Bayona se sobressai em alguns momentos. Para se encerrar com uma segunda trilogia chega então "Jurassic World: Domínio" (2022), filme que sustenta ainda mais pela nostalgia, mas não significa que essa fórmula seja 100% eficácia.

Novamente dirigido por Colin Trevorrow, a trama se passa quatro anos após a destruição da Ilha Nublar, onde os dinossauros agora vivem - e caçam - ao lado de humanos em todo o mundo. Contudo, nem todos répteis consegue viver em harmonia com a espécie humana, trazendo problemas graves. Esse frágil equilíbrio remodelará o futuro e determinará, de uma vez por todas, se os seres humanos continuarão sendo os principais predadores em um planeta que agora compartilham com as criaturas mais temíveis da história em uma nova era. Os ex-funcionários do parque dos dinossauros, Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) se envolvem nessa problemática e buscam uma solução, contando com a ajuda dos cientistas experientes em dinossauros, que retornam dos filmes antecessores.

É claro que depois de quase trinta anos desde o lançamento do filme original seria praticamente impossível que esse novo filme pudesse manter algum tipo de frescor em termos de enredo. Claro que é sempre ótimo assistirmos aos dinossauros realistas, sendo que aqui os animatrônicos surgem mais em cena do que os bonecos digitais em si e criando assim um grau maior de verossimilhança. Mas o problema nem sequer são os dinossauros, mas sim a falta deles em cena.

Ao invés de explorar ainda mais essa divisão do mundo do qual se encontra dominado entre os humanos e os dinos, os roteiristas inventam uma história de teorias da conspiração através de gafanhotos geneticamente modificados e que podem provocar um desiquilíbrio na vida da terra. A situação se torna ainda mais bizarra pelo fato que o filme ganha ares de “filme espionagem”, me lembrando até mesmo a franquia "Missão Impossível" e deixando os dinossauros em alguns momentos de lado. Mas o pior está pelo fato de terem trazido os protagonistas originais de volta para essa trama.

Nada contra aos personagens interpretados por Sam Neill, Laura Dern e Jeff Goldblum, pois nós crescemos admirando-os através do clássico e são figuras que entraram facilmente para a história do cinema. O problema é que eles simplesmente foram jogados dentro da trama para despertar em nós aquela carga de nostálgica, sendo que o roteiro poderia ter fluido melhor somente com a presença do casal central interpretados por Chris Pratt, Bryce Dallas Howard e com a sua filha adotiva e clone interpretada pela jovem Isabella Sermon. O que resta para os veteranos é somente fazerem frases de efeito, disparar palavras que nos soam familiares, além de piadas que chegam até mesmo ser uma crítica acida as continuações da franquia.

Não que esse terceiro filme dessa segunda trilogia possa ser facilmente jogado fora, já que ele possui algumas cenas de ação e perseguição caprichadas, além de algumas situações de puro suspense que nos prende na cadeira. Mas nada disso é o suficiente para tirar de nós aquela sensação de desgaste e que faz somente o filme original se tornar ainda mais dourado na medida em que o tempo vai passando. "Jurassic World: Domínio" é somente um bom entretenimento, porém, serve também como exemplo de que determinadas franquias possuem certo limite e essa chegou ao seu absoluto esgotamento. 

Onde Assistir: Google Play, Apple TV, Amazon Prime Vídeo. 

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Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - "Os Banshees de Inisherin"

Segue a programação do Clube de Cinema de Porto Alegre no próximo final de semana. E para marcar o retorno do CCPA ao Espaço de Cinema do Bourbon Country convidamos os associados para um bate-papo numa cafeteria após a projeção.


SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Espaço de Cinema, Bourbon Shopping Country

Data: 25/02/2023, sábado, às 10:15 da manhã


"Os Banshees de Inisherin" (The Banshees of Inisherin)

Reino Unido/ EUA/ Irlanda, 2022, 114 min, 16 anos

Direção: Martin McDonagh 

Elenco: Barry Keoghan, Kerry Condon, Brendan Gleeson, Colin Farrell 

Sinopse: Os Banshees de Inisherin se passa na ilha fictícia de Inisherin, em 1923, durante a Guerra Civil Irlandesa. Pádraic (Colin Farrell) é um homem extremamente gentil cujo ser inteiro é abalado depois de experimentar a crueldade abrupta e casual de Colm (Breendan Gleeson), dois amigos de longa data cuja amizade é quebrada após o conflito surgir no país. Pádraic, confuso e devastado, tenta reatar o relacionamento com o apoio de sua irmã Siobhan (Kerry Condon), que junto com Dominic (Barry Keoghan), filho do policial local, tem suas preocupações dentro da pequena ilha. Mas quando Colm lança um ultimato chocante para tornar suas intenções realidade, os eventos começam a se intensificar. 

Sobre o Filme: Martin McDonagh é um cineasta autoral que começa a carreira de forma mansa, porém, logo vai chamando atenção por onde passa. O ápice de sua jornada ocorreu em "Três Anúncios de Um crime" (2017), trama policial peculiar em que um crime do passado afeta diversos personagens ao longo do percurso e principalmente pelo fato de não ter sido solucionado. Em "Os Banshees de Inisherin" (2022) ele fala sobre os conflitos em que os seres humanos se envolvem e dos quais nem ao menos entendem como adentraram neles.

A trama se passa na ilha fictícia de Inisherin, em 1923, durante a Guerra Civil Irlandesa.  Pádraic (Colin Farrell) é um homem extremamente gentil cujo ser inteiro é abalado depois de experimentar a crueldade abrupta e casual de Colm (Breendan Gleeson), dois amigos de longa data cuja amizade é quebrada após o conflito surgir no país. Pádraic, confuso e devastado, tenta reatar o relacionamento com o apoio de sua irmã Siobhan (Kerry Condon), que junto com Dominic (Barry Keoghan), filho do policial local, tem suas preocupações dentro da pequena ilha. Mas quando Colm lança um ultimato chocante para tornar suas intenções realidade, os eventos começam a se intensificar. 

Confira a minha crítica completa já publicada clicando aqui. 


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