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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Eternos'

Sinopse: Os Eternos são uma raça de seres imortais que viveram durante a antiguidade da Terra, moldando sua história e suas civilizações enquanto batalhavam os malignos Deviantes. 

Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Denis Villeneuve e até recentemente Ridley Scott começaram a bater forte contra o estúdio Marvel, sendo que na opinião deles os filmes criados pelo império de Kevin Feige não passam de obras ruins, ou que simplesmente aquilo não é cinema. Embora em parte eu não concorde é preciso levar em consideração ao que eles estão dizendo, já que até o próprio fã que se preze se incomoda em alguns momentos com a "fórmula Marvel", da qual o estúdio persiste em piadas inseridas em última hora, ou na obrigação dos filmes serem interligados desde sempre. Essa fórmula fez com que alguns filmes perdessem a sua própria identidade e exemplos é o que não faltam, desde ao "Doutor Estranho" (2016) como também "Vingadores - A Era de Ultron" (2015), sendo que esse último é o pior exemplo do estúdio a ser analisado.

Porém, os irmãos Russo provaram que poderiam fazer um cinema autoral dentro da fórmula, desde que conseguissem obter lucro para o império. Com "Capitão América - Soldado Invernal" (2014) eles não somente fizeram um filme mais maduro, como também incrementaram sua visão própria, ao inserir questões políticas e que remetessem aos filmes policias e de espionagem como eram feitos antigamente nos anos setenta. Isso fez com que se abrisse um leque para vinda de novos diretores que conseguiram obter carta branca para fazer o que bem entender dentro do estúdio, como no caso de James Gunn com o seu "Guardiões da Galáxia" (2014) e Taika Waititi com o seu "Thor: Ragnarok" (2017).

Após "Vingadores - Ultimato" (2019) coube o estúdio renovar de vez o seu cardápio para não perder o público que havia adquirido com tanto esforço. Essa tendência por mudanças é sentida nas séries de tv, como no caso de "WandaVision" (2021) e "Falcão e o Soldado Invernal" (2021), sendo que essa última possui temas adultos e até mesmo corajosos dentro do estúdio. Essa coragem por mudanças é sentida agora em "Eternos" (2021), filme que sofre em alguns momentos nas mãos da fórmula Marvel, mas escancarando um enorme passo feito pelo estúdio.

Dirigido pela cineasta Chloé Zhao, vencedora do Oscar de melhor direção e filme pelo seu "Nomadland" (2021), o filme nos apresenta aos novos super seres que habitam a nossa terra. Originários dos primeiros seres a terem habitado o planeta, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.

Escolher Chloé Zhao para dirigir uma super produção como essa foi realmente uma aposta arriscada, pois a cineasta estava mais do que acostumada a fazer pequenos filmes, mas dos quais possuem uma visão autoral da mesma. Isso é repetido em "Eternos", pois a fotografia e a edição de arte do filme não são muito diferentes do que foi visto em seu "Nomadland", mas tudo de uma forma muito maior, com mais recursos e dos quais ela consegue explorar com mais exatidão a riqueza do nosso planeta através de várias cenas monumentais e exóticas. Diferente dos demais filmes, "Eternos" se passa em diversas partes do globo, desde Irã, Amazonia, Londres e nos passando a questão de que o poder desses super seres não pertencem a somente a um lugar, mas para todo o globo.

Curiosamente, são personagens conhecidos nossos, dos quais nós crescemos ouvindo através de histórias da mitologia grega e que acabaram influenciando o avanço da humanidade com relação a tecnologia, assim como também os seus erros e desastres que os mesmos cometeriam. Embora sendo super seres Chloé Zhao procura humanizar essas figuras coloridas, ao ponto de que cada um tem os seus dons como também os seus defeitos e fazendo com que até mesmo alguns fracassem devido aos seus próprios sentimentos. Para ter esse efeito era necessário obter um super elenco e foi exatamente isso que a cineasta conseguiu ao longo do percurso.

Se por um lado Angelina Jolie fica devendo ao interpretar a sua poderosa Thena, do outro, Salma Hayek surpreende como Ajak, a voz da razão do grupo e cuja as suas escolhas definirão o futuro dos demais. Porém, é Gemma Chan que acaba roubando a cena ao interpretar a sua Sersi, pois o fato dela amar os seres humanos é o que fará dela a peça principal desse jogo de xadrez e que definirá o futuro da terra. Os demais do elenco cada um tem o seu espaço necessário e é preciso parabenizar o estúdio pela escolha da atriz surda e muda Lauren Ridloff para fazer a eterna velocista Makkari.

Infelizmente é justamente a fórmula Marvel que acaba prejudicando o resultado final do filme em alguns momentos. A impressão que me deu é que em alguns minutos eu estava assistindo a um filme autoral de Chloé Zhao, para logo depois as piadas do estúdio serem inseridas em última hora e fazendo com que a obra quase perdesse a sua identidade própria. Ao menos a mão da cineasta pesou mais no resultado final, mesmo ela não ter dado conta muito bem do uso de alguns efeitos visuais, mas cujo o ato final belíssimo compensa todos esses defeitos sentidos.

"Eternos" é o filme mais autoral da Marvel, mesmo quando o estúdio se prejudica ao insistir na sua famigerada fórmula de sucesso. 


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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Cine Especial: Próximo Cine Debate: 'Escritores da Liberdade'

 Sinopse: Uma jovem e idealista professora chega a uma escola de um bairro pobre, que está corrompida pela agressividade e violência. 

"Diário de Anne Frank" é um livro que nos mostrou a luta de uma jovem e de sua família em sobreviverem escondidos durante a ocupação nazista dos Países Baixos. A violência e o medo que eles passaram se tornaram um exemplo a ser pensado e cuja sua cruzada se tornou a representação de muitas outras que passaram por um conflito parecido. "Escritores da Liberdade" (2007) é uma pequena joia a ser redescoberta, ao mostrar que o conhecimento através dos livros pode fazer com que uma geração consiga abrir novos horizontes a sua frente.

Dirigido por Richard LaGravenese, do filme "Paris, Te amo" (2006), o filme conta a história de uma jovem e idealista professora (Hilary Swank), chega a uma escola de um bairro pobre, que está corrompida pela agressividade e violência. Os alunos se mostram rebeldes e sem vontade de aprender, e há entre eles uma constante tensão racial. Assim, para fazer com que os alunos aprendam e também falem mais de suas complicadas vidas, a professora Gruwell (Hilary Swank) lança mão de métodos diferentes de ensino. Aos poucos, os alunos vão retomando a confiança em si mesmos, aceitando mais o conhecimento, e reconhecendo valores como a tolerância e o respeito ao próximo.

Para os cinéfilos com olhar mais atento irão perceber que o filme pertence ao subgênero "filmes de escola", dos quais temos clássicos como "Ao Mestre com Carinho" (1967) e "Mentes Perigosas" (1995). Porém, o filme está mais próximo do francês "Entre os Muros da Escola" (2008) em que mostrava os alunos em meio a violência, tensões étnicas e fazendo com que os mesmos não enxergassem boa perspectiva com relação ao outro dia. Aos poucos, a personagem de Hilary Swank percebe que não basta ela ensinar os alunos, como também os ouvir e compreender o que eles realmente enfrentam no lado de fora da escola.

Uma vez que ela descobre no que eles realmente convivem se percebe que a protagonista ainda era ingênua com a realidade em sua volta, pois não bastava ela conhecer o passado violento em que muitos povos passaram em vida, mas sim descobrir qual era a violência que esses jovens enfrentam hoje em dia. Ao mesmo tempo ela se choca com o fato de o sistema educativo não funcionar no aprendizado dos alunos, ao joga-los eles na própria sorte e não abrindo para eles novos horizontes: a cena em que a professora descobre quantos alunos realmente sabiam sobre a questão do holocausto é o ponto alto do filme.

Após isso, aos poucos, nós já imaginamos qual serão os próximos passos da professora, que chegará ao ponto de sacrificar a própria vida pessoal para conseguir obter os seus objetivos para abrir novos horizontes para esses alunos. Ganhadora de dois Oscar na carreira Hilary Swank está bem na pele da professora altruísta, que não mede esforços para seguir em frente, mas que dá de cara com um sistema que se move através de números e não de sentimentos. Neste caso, a veterana Imelda Staunton, que interpreta uma professora que pode ser interpretada como contraparte da protagonista, acaba roubando a cena justamente por ser uma entidade da natureza disposta a manter esse sistema funcionando e nos surpreendendo pela sua frieza e quase loucura vinda dos seus olhos.

Embora no ato final a gente já preveja qual será o seu desfecho o filme consegue o feito de fazer com que a gente deseje que a trama não acabe tão cedo, pois nos simpatizamos com os jovens alunos e sendo que eles não eram muito diferentes de nós no passado. A violência está e sempre estará em nossa volta, mas enquanto tivermos um livro em mãos sempre será a nossa principal arma contra a violência e a ignorância que tanto nos aflige hoje em dia. "Escritores da Liberdade" fala sobre a beleza de mudar a forma de pensar através do saber e dos ensinar de que todos nós somos iguais nesta grande selva que precisamos adentrar. 

 Onde Assistir: Netflix.    

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Cine Dica: Uma Cidade de Cinema

 A representação da cidade de São Paulo 

no cinema brasileiro

O cinema e a cidade moderna estabelecem uma relação mútua, onde a cinematografia testemunhou, registrou e discutiu o desenvolvimento da urbanidade moderna e suas transformações, mostrando-se como um relevante espelho da sociedade ao “criar” imagens e ideias sobre determinados lugares, muitas das vezes manipulando-as e influenciando-as.

A trajetória e a representação da cidade de São Paulo e de suas arquiteturas no cinema é extremamente rica e conta com muitos filmes ficcionais nacionais. Podemos ainda dizer que, em alguns filmes particularmente, ela é mais do que mera coadjuvante cênica, e que também ela não representa apenas uma realidade “imaginada”, mas é bastante eficaz em comunicar mensagens e concretizar significados essenciais relativos da ”realidade” de São Paulo e a sua arquitetura.


OBJETIVOS

O Curso online SÃO PAULO A 24 QUADROS: UMA CIDADE DE CINEMA, ministrado por Paulo Leônidas, objetiva estabelecer uma análise sobre a arquitetura da cidade de São Paulo e como sua imagem arquitetônica e sua realidade é representada na cinematografia brasileira. Porque apreendemos que a Arquitetura de São Paulo representada nas imagens cinematográficas é real? De que maneira estas representações podem nos ajudar a entender a cidade e suas arquiteturas?


Ministrante: PAULO LEÔNIDAS

Graduado em Arquitetura (UFRGS). Pós-graduado em Arquitetura (PROPAR / UFRGS / Architectural Association School of Architecture - Londres). Mestrado em Arquitetura (PROPAR / UFRGS). Professor visitante na Escola de Arquitetura / Universidade de Varsóvia (Polônia) e na Architectural Association School of Architecture - Londres. Conferencista, cenógrafo, cineasta, escritor e roteirista de cinema e séries de TV. Lançou os livros "Romeu e Julieta 1844" (romance, 2015) e "DezMiolados" (coletânea de autores, 2019). É autor de inúmeros artigos e textos acadêmicos. Ministrou o curso “A Arquitetura do Cinema” pela Cine UM.


Curso online

"SÃO PAULO A 24 QUADROS: UMA CIDADE DE CINEMA"

de Paulo Leônidas


* Datas: 04 e 05 / Dezembro (sábado e domingo)

* Horário: 14h às 16h30

* Duração: 2 encontros online

(carga horária total: 5 horas / aula)


* Material: 

Certificado de participação + Apostila (material didático)

Informações

cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714


INSCRIÇÕES

https://cinemacineum.blogspot.com/


sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Cine Especial: 'Laranja Mecânica - 50 Anos Depois'

 Sinopse: O jovem Alex passa as noites com uma gangue de amigos briguentos. Depois que é preso, se submete a uma técnica de modificação de comportamento para poder ganhar sua liberdade. 

O fascismo surge através do interesse pelo controle, da propaganda contra o crime e passar o interesse de paz para aqueles que se dizem cidadãos de bem. Se atualmente vivemos em governos autoritários pelo mundo a fora não se surpreenda, pois isso já é coisa velha e da qual nós lutamos contra o mesmo quando a causa parece perdida. O desejo pelo controle vindo do estado serviu de modelo para diversos escritores criarem tramas que retrataram o futuro da humanidade de uma forma nada promissora, ou mais precisamente presos pela coleira.

O clássico literário "1984" de George Orwell foi um dos percursores desse movimento, onde mostrava o povo sendo comandando pelo "grande irmão' e sempre viajado pelo mesmo a todo momento. Não tardou para outros escritores explorarem essa mesma linha de raciocínio e coube um certo escritor inglês explorar isso mais a fundo. Após servir a guerra em prol do país, Anthony Burgess se viu perplexo ao ver a sua terra cada vez tendo um número maior de gangues formada por jovens violentos e que não mediam esforços para transformar as ruas em um verdadeiro inferno.

Essa imagem serviu para estourar a sua mente e elaborando o que talvez seja a sua maior obra prima, "Laranja Mecânica" e lançada em 1962. A trama se passa em um determinado futuro, onde um jovem violento chamado Alex, líder de uma gangue de delinquentes que matam, roubam e estupram, cai nas mãos da polícia. Preso, ele recebe a opção de participar em um programa que pode reduzir o seu tempo na cadeia. Alex vira cobaia de experimentos destinados a refrear os impulsos destrutivos do ser humano, mas acaba se tornando impotente para lidar com a violência que o cerca.

Se tornando um verdadeiro sucesso de vendas na época não tardou para que a obra literária ficasse no radar engravatados de Hollywood, mas fazendo muitos fãs temerem o fato que adaptação não faria jus se fosse comparada a sua fonte original. Coube então a tarefa para Stanley Kubrick, que vinha de grandes sucessos do cinema como, por exemplo, "2001 - Uma Odisseia no Espaço" (1968) que dispensa apresentações. A tarefa não era fácil, mas muitos fãs da época sabiam que a obra estava em boas mãos.

Alex foi vivido pelo jovem ator Malcolm McDowell, que na época já havia chamado atenção da crítica especializada pelo filme "Se.." (1968) de Lindsay Anderson. Ao dar vida ao protagonista McDowell criou para si uma de suas melhores atuações da carreira e que serviu de inspiração para inúmeros atores futuramente, como foi no caso de Heath Ledger que buscou inspiração nele para construir o seu Coringa em "Cavaleiro das Trevas" (2008). Logicamente, o ator sofreu o diabo nas mãos perfeccionistas de Kubrick, ao ponto de quase ficar cego na famosa cena em que o seu personagem está sendo submetido ao experimento.

Perfeccionismo é talvez palavra chave do cineasta ao fazer esse filme, onde cada cena filmada foi muito bem pensada ao ser realizada. Os magníficos planos-sequências que dão uma dimensão maior em cada um dos seus cenários, além de destacar uma edição de arte futurista, porém, familiar e que não envelheceu mesmo nos dias atuais. Aliás, a Inglaterra futurística vista no filme não é muito diferente do que era vista naquela época, sendo que a violência daqueles tempos estava cada vez mais explodindo e tudo indo para o colo de um governo que tinha realmente interesses escusos de controlar a violência através dos jovens detratores.

O filme fez um enorme sucesso em 1971, sendo bem recebido nos EUA, mas sendo perseguido pelo governo inglês, ao ponto de Kubrick e sua família terem sido ameaçados de morte. No Brasil, o filme foi banido durante a ditadura militar até 1978, quando o filme foi lançado em uma versão com pontos pretos cobrindo os genitais e seios dos atores em cenas de nudez. Isso só comprova o lado hipócrita do governo daqueles tempos, já que os nossos cinemas eram tomados pelas nossas pornochandas mas a censura nunca se intrometia.

Não me surpreenderia se os milicos da época que comandavam o país dentro do Palácio do Planalto se viam de uma forma que eles não gostariam de se ver no filme, muito embora o desejo pelo controle era mais do que visível mesmo quando eles diziam ao contrário. Tanto a obra literária como a sua adaptação nasceu para incomodar, para nos dizer que essa sociedade hipócrita cria os seus próprios monstros para depois abandona-los e deixá-los a própria sorte nas mãos do estado autoritário.

Revisto hoje o filme se mantem mais atual do que nunca, onde vemos governos controlando as mentes e opiniões das pessoas, mas não através de técnicas vistas na obra, mas sim através de fake news disparadas por redes sociais e que cada vez mais controlam o público no seu devido tempo. Anthony Burgess talvez não tenha previsto esse tipo de controle, mas a sua previsão com relação aos desejos vindos do estado ainda continua incomodando ao seu modo.

Cinquenta anos já se passaram, mas "Laranja Mecânica" continua como uma obra prima a frente do seu tempo, do qual ainda incomoda poderosos e nós somente agradecemos por isso. 

Nota: No sábado, 27 de novembro, às 23h59, a Cinemateca Capitólio de Porto Alegre realiza uma sessão da meia-noite com o filme Laranja Mecânica, obra incontornável de Stanley Kubrick que completa 50 anos em 2021. Os ingressos (R$ 10,00) serão vendidos a partir das 15h30 de sábado, 27 de novembro. 

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Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: ‘A Dona do Barato’

Nota: O filme será exibido amanhã para os associados. Local: Sala Paulo Amorim, Casa de Cultura Mário Quintana às 10:15 da manhã.

Sinopse: Patience Portefeux é uma tradutora policial francês-árabe, especializada em escutas telefônicas para a unidade antinarcóticos. Um dia, enquanto escuta os traficantes procurados, ela descobre que um deles é filho da fantástica mulher que cuida da sua mãe. 

Isabelle Huppert é a Greta Garbo dos tempos atuais. Versátil, atriz francesa carrega para si um ar de seriedade e cuja a sua presença se faz presente fortemente. Portanto, ao vê-la em uma comédia policial como "A Dona do Barato" (2021) pode até mesmo soar estranho em alguns momentos, mas o filme se torna divertido quando vemos esse peixe fora d'água interagir neste novo cenário.
Dirigido por Jean-Paul Salomé, "A Dona do Barato" conta a história de Patience Portefeux (Isabelle Huppert), uma tradutora policial francês-árabe que é especializada em escutas telefônicas para a unidade antinarcóticos. Um dia, enquanto escuta os traficantes procurados, ela descobre que um deles é filho da fantástica mulher que cuida da sua mãe. Ela decide protegê-lo e é trazida para o meio de uma rede de traficantes. Quando ela coloca as mãos em uma enorme carga de hash, com a ajuda de seu novo parceiro, o ex-cão policial DNA, ela aproveita a oportunidade e se torna Mama Weed, uma poderosa traficante de drogas.

Confira a minha crítica completa já publicada clicando aqui. 


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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (25/11/21)

 Casa Gucci

Sinopse: Casa Gucci é inspirada na chocante história real do império da família por trás da italiana casa de moda Gucci. Abrangendo três décadas de amor, traição, decadência, vingança e em última instância, assassinato, vemos o que um nome significa, o que vale e quão longe uma família é capaz de ir para se manter no controle.



Encanto

Sinopse: A história de uma família extraordinária, os Madrigais, que vivem escondidos nas montanhas da Colômbia, em uma casa mágica, em uma cidade vibrante, um lugar maravilhoso e encantador chamado Encanto. 


A Sogra Perfeita

Sinopse: Neide (Cacau Protásio) é uma mulher de 40 e poucos anos que se separou do marido, tem pouco tempo e sonha em aproveitar a vida de solteira. 


Imperdoável

Sinopse: Inspirado na minissérie de mesmo nome, Unforgiven acompanha Ruth Slater após cumprir seu tempo na prisão por um crime violento. Ao voltar para o convívio na sociedade e se recusar a perdoar seu passado por ter sido discriminada no seu lar, sua única esperança agora é encontrar a irmã que ela foi forçada a deixar para trás.


Deserto Particular

Sinopse: Em Deserto Particular, Daniel é um policial exemplar, mas acaba cometendo um erro que coloca em risco sua carreira e sua honra. Quando nada mais parece o prender a Curitiba, ele parte em busca de Sara, uma mulher com quem se relaciona virtualmente. Ele então mergulha em um intenso processo interno para aprender a lidar melhor com seus próprios afetos.


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Cine Dica: III Mostra de Cinemas Africanos

Você Morrerá aos 20 Anos


A Mostra de Cinemas Africanos, com curadoria de Ana Camila Esteves, volta a Porto Alegre entre os dias 02 e 09 de dezembro de 2021. Durante uma semana, o público poderá conferir uma cuidadosa seleção de ficções e documentários africanos, reconhecidos em grandes festivais e respaldados pela crítica e públicos internacionais.

A Mostra reúne 13 títulos realizados nos últimos anos em países como Costa do Marfim, Sudão, Argélia, Etiópia, Ruanda, Lesoto, Egito e República Democrática do Congo. Entre os destaques, Você Morrerá aos 20, de Amjad Abu Alala, e Falando Sobre Árvores, de Suhaib Gasmelbari, duas obras centrais do inspirador cinema contemporâneo sudanês; o documentário argelino Rua do Saara, 143, de Hassen Ferhani, premiado no Festival de Locarno, e Nossa Senhora do Nilo, de Atiq Rahimi, adaptação do romance homônimo da escritora ruandesa Scholastique Mukasonga.    

Duas obras clássicas fazem parte da programação: O Exilado, último longa-metragem realizado pelo pioneiro nigerino Oumarou Ganda, co-criador do clássico Eu, Um Negro, dirigido por Jean Rouch, e Câmera da África, documentário histórico realizado pelo tunisiano Férid Boughédir no período de celebração do aniversário de 20 anos dos primeiros filmes produzidos no continente africano. A sessão do filme de Boughédir será comentada por Pedro Henrique Gomes, pesquisador dos pioneiros africanos no cinema.  


A mostra tem apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français.

O valor do ingresso é R$ 10,00. SINOPSES de todos os filmes: http://www.capitolio.org.br/novidades/4754/iii-mostra-de-cinemas-africanos/


GRADE DE HORÁRIOS – MOSTRA DE CINEMAS AFRICANOS


2/12 (quinta-feira)

17h – Run

19h – Você Morrerá aos 20 Anos


3/12 (sexta-feira)

17h – Nó na Cabeça

19h30 – Projeto Raros Especial: O Exilado


4/12 (sábado)

17h – Rua do Saara, 143

19h – Falando Sobre Árvores


5/12 (domingo)

17h – Você Morrerá aos 20 Anos

19h – Nossa Senhora do Nilo


7/12 (terça-feira)

17h – Falando Sobre Árvores

19h – Mãe, Estou Sufocando


8/12 (quarta-feira)

17h – Programa de Curtas

19h – Câmera da África + debate com Pedro Henrique Gomes


9/12 (quinta-feira)

17h – Lamb

19h – Navegando até Kinshasa

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Curral'

Sinopse: Em Curral, Joel é um advogado que está na disputa para eleição de vereadores na cidade de Gravatá, em Pernambuco. Ele decide convidar seu antigo amigo Chico Caixa (Thomás Aquino) para participar da campanha. 

O documentário "Camocim" (2018) de Quentin Delaroche se passava em Camocim de São Félix, um município pernambucano marcado pelas disputas em época de eleições. A cidade se divide em duas cores, vermelho e azul, onde as mortes faziam parte do enredo em tempos não muito distantes. Nesse local, o diretor Quentin Delaroche encontra uma jovem que se chama de Mayara Gomes, coordenadora da campanha limpa para eleger o seu amigo César como vereador da cidade.

Embora simples eu jamais me esqueci do documentário, pois nele mostra as entranhas de como se faz e se vence uma eleição, seja ela em maior ou menor grau. Em tempos em que a política anda fervilhando as nossas vidas nunca é demais saber como realmente funciona a propaganda e como se faz para persuadir as pessoas a votarem em determinado candidato. Seguindo uma linha mais ficção, porém, não menos realista, "Curral" (2021) procura colocar para fora o esqueleto escondido dentro do armário que determinados candidatos escondem quando se digladiam para obter o maior número de votos.

Dirigido por Marcelo Brennand, o filme conta a história de Joel (Rodrigo Garcia (II)) um advogado que está na disputa para eleição de vereadores na cidade de Gravatá, em Pernambuco. Ele decide convidar seu antigo amigo Chico Caixa (Thomás Aquino) para participar da campanha, angariando votos de um bairro simples do município através da promessa do fornecimento de água. Apesar de receoso, Chico aceita, mas se vê atravessado por forças conflitantes enquanto questiona a ética desse tipo de campanha.

O filme possui ares de um quase documentário, já que a maioria dos atores que surgem na tela eles estão representando eles próprios em seu dia a dia naquela cidade e não escondendo o lado precário de suas realidades. Porém, a transição do lado quase documentário vai acontecendo na medida em que a trama é conduzida através dos personagens principais e dos quais são interpretados por atores de grande calibre. Conhecido pelo seu desempenho em "Bacurau" (2019) Thomas Aquino carrega o filme nas costas, ao interpretar um bom samaritano da comunidade, mas que não esconde as suas ambições de mudar de vida muito em breve.

Quando surge a oportunidade, vemos o personagem transitar entre o bom senso e pela falta de caráter, principalmente em situações em que vemos o mesmo pagar para os eleitores para assim obter voto para o seu amigo advogado Joel. Esse último, aliás, não esconde a sua ambição de subir na vida, mas tão pouco disfarça as suas fraquezas e os momentos em que enfrenta os seus demônios interiores na medida em que a eleição se torna cada vez mais complexa. Porém, Chico busca não se vender por completo a esse sistema, mas sabendo que não há mais um caminho para que ele volte a ser o que era, principalmente ao descobrir o lado podre da eleição assim como também a real face dos dois lados da disputa.

Com pouco mais de uma hora e vinte o filme jamais perde o seu ritmo, principalmente por dosar alguns pontos que envolve até certo suspense sobre o que irá acontecer em determinados momentos. Não deixa de ser surpreendente, por exemplo, um plano-sequência que ocorre dentro do carro, do qual dois personagens centrais testemunham compras de votos através de promessas que quase jamais serão cumpridas. São momentos como esse em que o longa nos prende do começo até o final da projeção e cujo o ato final todos os dilemas dos personagens principais são transbordados para fora do copo e cabe os mesmos aceitarem as consequências dos seus atos.

"Curral" é um pequeno pingo de uma grande tempestade sobre o que move as grandes eleições por todo esse país e sobre até onde a pessoa se vende por esse sistema já viciado e desacreditado. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 25 DE NOVEMBRO A 1º DE DEZEMBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim.

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

A Noite do Fogo


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – OS TRADUTORES (NÃO HAVERÁ SESSÃO NO DOMINGO, DIA 28) Assista o trailer aqui.

(Les Traducteurs - França/Bélgica, 2020, 105min). Direção de Régis Roinsard, com Lambert Wilson, Olga Kurylenko, Riccardo Scamarcio. Imovision, 14 anos. Suspense.

Sinopse: No mundo dos grandes lançamentos, o sigilo é fundamental. Por isso, nove tradutores, de línguas diferentes, são confinados em um hotel de luxo – e sem acesso à internet – para se dedicarem a um projeto milionário: a edição do último livro de uma famosa trilogia e que deverá ser lançado ao mesmo tempo no mundo inteiro. Tanto cuidado é para evitar qualquer vazamento, mas o negócio pode dar errado quando as primeiras dez páginas do livro chegam às mãos de criminosos.


17h – UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIA (A PARTIR DE SÁBADO, DIA 27) Assista o trailer aqui.

(Family Romance, LLC - Estados Unidos/Japão, 2020, 90min). Direção de Werner Herzog, com Ishii Yuichi, Mahiro Tanimoto. Arteplex Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tempos de fake news e relações virtuais, por que não contratar amigos e familiares? Na empresa Family Romance LLC, há locações para todos os tipos de necessidades, inclusive seguidores para redes sociais e substitutos para reuniões de trabalho. Entre as muitas contratações da empresa, Ishii é chamado para representar o pai desaparecido de uma menina de 12 anos.

SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – A NOITE DO FOGO Assista o trailer aqui.

(Noche de Fuego - México-Alemanha-Brasil, 2021, 110min). Direção de Tatiana Huezo, com Norma Pablo, Mayra Batalla, Olivia Lagunas. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em uma cidade solitária situada nas montanhas mexicanas, os homens não estão mais em suas casas: ou foram mortos, ou fugiram, ou foram cooptados pelas milícias. Com medo, as mulheres se protegem e tentam esconder as meninas dos grupos de narcotraficantes que atuam na região – sendo que uma estratégia é vesti-las como garotos. Indicado pelo México ao Oscar de melhor filme internacional, o filme é adaptado do livro "Reze Pelas Mulheres Roubadas", da escritora mexicana-americana Jennifer Clement.


16h30 – O NOVELO *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 95min). Direção de Claudia Pinheiro, com Nando Cunha, Rocco Pitanga, Sérgio Menezes. O2 Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Depois da morte da mãe, ainda na infância, cinco irmãos acabaram sendo criados pelo irmão mais velho. Agora, já adultos, eles recebem a notícia de que um homem, que está hospitalizado em estado de coma, pode ser seu pai. A sala de espera do hospital se transforma no cenário para um reencontro marcado por boas lembranças, algum ressentimento e a necessidade de seguir em frente. Prêmio de melhor ator para Nando Cunha e melhor filme pelo júri popular no Festival de Gramado 2021, a produção reúne cinco atores negros nos papeis dos protagonistas.


18h30 – CURRAL *ESTREIA* (NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUARTA, DIA 1º) Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 90min). Direção de Marcelo Brennand, com Thomás Aquino, Rodrigo García, José Dumont. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: No município de Curral, no interior do Nordeste, a população sofre há muitos anos com a crise hídrica. Joel vê uma oportunidade de usar o tema para sua campanha à Câmara dos Vereadores e convida seu amigo Chico para conquistar os votos do bairro mais pobre da região. Chico aceita, mas enfrenta os dilemas éticos e financeiros típicos de uma campanha política no Brasil – não importa o tamanho do eleitorado.


SESSÕES ESPECIAIS DA SEMANA

Sessão do ciclo Clássicos na Cinemateca – 35 anos.

DIA 28 DE NOVEMBRO ÀS 15h


NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS

(EUA, 1939, 95min). Direção de John Ford. Faroeste.

Sinopse: Considerado um marco do gênero western, o filme tem John Wayne como protagonista e segue um grupo de pessoas que precisa atravessar o deserto do Arizona em carruagens. No percurso, enfrentam vários perigos.


Sessão da oficina “Escola de Cinéfilos”

DIA 30 DE NOVEMBRO ÀS 19h

1917

(EUA/Reino Unido, 120min, 2019). Direção de Sam Mendes. Drama de guerra.

Sinopse: Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, dois jovens soldados britânicos são encarregados de atravessar o território inimigo para entregar uma mensagem que pode salvar milhares de colegas. O filme se destaca por ter sido filmado em plano-sequência, com apenas dois cortes.


Sessão do ciclo “O que é o Cinema Gaúcho?”

DIA 1º DE DEZEMBRO ÀS 19h


NAS PAREDES DA PEDRA ENCANTADA

(Brasil, 2011, 120min). Documentário de Cristiano Bastos e Leonardo Bomfim.

Sinopse: O filme recupera a história do álbum "Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol" (1975), de Lula Côrtes e Zé Ramalho, marcada por muitos contratempos. A sessão comemora os 10 anos de lançamento do filme, com a presença dos realizadores.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Noite Passada em Soho'

Sinopse: Jovem apaixonada por design de moda que é misteriosamente capaz de ir para a década de 1960, onde encontra seu ídolo, uma deslumbrante aspirante a cantora. 

Edgar Wright já pode ser apontado como um dos melhores diretores autorais do cinema atual. Começou de forma mansa, mas logo foi conquistando o público e a crítica através de "Todo Mundo Quase Morto" (2004), "Chumbo Grosso", "Scott Pilgrim Contra o Mundo" (2010) e "Em Ritmo de Fuga" (2017). "Noite Passada em Soho" (2021) ele potencializa o seu lado autoral, ao nos colocar frente a frente com uma Londres sedutora, porém, maquiavélica por detrás das cortinas.

O filme conta a história de Eloise (Thomasin Mckenzie), uma jovem apaixonada por design de moda que consegue, misteriosamente, voltar à década de 1960. Lá, ela encontra Sandy (Anya Taylor-Joy), uma deslumbrante aspirante a cantora por quem é fascinada. O que ela não contava é que a Londres dos anos 1960 pode não ser o que parece, e o tempo passa cada vez mais a desmoronar, levando a consequências sombrias.

Atualmente há um desejo no público atual em voltar em uma época mais dourada, ou mais precisamente em uma década em que a pessoa mais se identifica. Isso é explorado em potência máxima pelo diretor, onde já na abertura deslumbrante vemos Eloise dançando e cantando sobre tempos coloridos dos anos sessenta e casando assim com a sua ambição em ser uma grande estilista de moda. Se abertura já nos conquista o restante do filme nos fascina.

Em uma verdadeira mistura de "Meia Noite em Paris" (2011) com a "Repulsa do Sexo" (1965) Edgar Wright cria para a protagonista uma verdadeira viagem sensorial, onde não sabemos ao certo o que está acontecendo, se ela está delirando, sonhando ou realmente testemunhando aquele novo cenário. Enquanto as respostas não vêm o cineasta capricha na edição, cujo os jogos de cenas são fantásticos e cujo o uso de espelhos se torna uma peça fundamental para a trama como um todo. Arrisco a dizer que a fotografia e a edição de arte que reconstitui Londres dos anos sessenta está entre as melhores do ano e isso não é pouco.

Curiosamente, a trama vai se tornando cada vez mais complexa, ao ponto de ela transitar entre humor, suspense e até mesmo o puro terror sobrenatural. Tudo embalado de uma forma para que nos pegue desprevenidos, como se alguns elementos vistos na tela não passassem de fumaça e espelhos para ocultar a verdade dos fatos. Além disso, não me surpreenderia se Edgar Wright tenha pegado elementos de sucesso criados pelo mestre Alfred Hitchcock, já que há personagens duplos e dos quais ocultam grandes segredos.

Falando em duplo, o filme pertence as duas atrizes jovens de grande talento. Tanto Thomasin Mckenzie como Anya Taylor-Joy se sobressaem em seus respectivos papeis, sendo que essa última já nos chama atenção graças aos seus enormes olhos e que tem mais a dizer do que imaginamos. Já a personagem de Mckenzie vai crescendo na trama de tal maneira que consegue brilhantemente até mesmo ofuscar a sua contraparte.

Se há um defeito no filme está justamente em sua reta final, onde o diretor arrisca em usar certos elementos convencionais dos filmes de terror e quase prejudicando o resultado final. Felizmente Os minutos finais nos surpreende com uma incrível revelação e pegando muita gente desprevenida, inclusive eu. No saldo geral, o filme é uma crítica acida dessa nova geração em querer voltar para outros tempos, sendo que os mesmos problemas de hoje já se encontravam lá desde o princípio.

Com inúmeras e famosas músicas dos anos sessenta, "Noite Passada em Soho" é desde já um dos filmes mais criativos do ano, com um visual vibrante e história envolvente. 



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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Noite do Fogo'

Sinopse: Em uma cidade solitária situada nas montanhas mexicanas, os homens não estão mais em suas casas: ou foram mortos, ou fugiram, ou foram cooptados pelas milícias. 

"Sanctorum" (2019), recentemente exibido em nossos cinemas, contava a histórias de pessoas que viviam em um vilarejo, das quais as mesmas eram ameaçadas por milicias do tráfico de drogas e, ao mesmo tempo, algo de estranho vindo da natureza acontecia em volta. O filme foi uma bela demonstração de renovar a questão da guerra contra o tráfico vista nos cinemas, que ao longo dos anos quase sempre foi retratada como grande espetáculo orquestrado por Hollywood. Do México vem novamente "A Noite do Fogo" (2021) filme que dá nova luz sobre a questão, mas através de um olhar inocente que sobrevive perante o horror.

Dirigido por Tatiana Huezo, o filme se passa em uma cidade solitária situada nas montanhas mexicanas, os homens não estão mais em suas casas: ou foram mortos, ou fugiram, ou foram cooptados pelas milícias. Com medo, as mulheres se protegem e tentam esconder as meninas dos grupos de narcotraficantes que atuam na região – sendo que uma estratégia é vesti-las como garotos.

Indicado pelo México ao Oscar de melhor filme internacional, o filme é adaptado do livro "Reze Pelas Mulheres Roubadas", da escritora mexicana-americana Jennifer Clement. O filme começa de uma forma curiosa, onde vemos mãe e filha cavando um buraco para que a última se deite nele. A resposta para isso não vem de imediato, já que Tatiana Huezo opta de nos mostrar o cenário e os acontecimentos através do olhar das três jovens protagonistas e das quais se tornam o coração do filme como um todo.

Através delas conhecemos o dia a dia daquele povo, sendo boa parte formado por mulheres que foram jogadas a própria sorte, mas que não se intimidam perante as limitações que aquela realidade sempre os aflige. Não deixa de ser curioso, por exemplo, quando vemos essas mulheres tentarem se comunicar com o restante do mundo, ao usarem o celular em um morro alto e para assim obter um sinal. As adversidades existem, mas as mesmas não são o suficiente para deterem essas mulheres que decidiram lutar perante o horror vindo do homem.

Em meio a essa luta, vemos esse trio central crescendo, aprendendo, tentando se comunicar com a realidade em volta e fazendo com que as mesmas se tornem ligadas uma na outra. Nem mesmo em meio ao cenário precário será o suficiente de impedi-las de buscarem o conhecimento, mesmo quando o desejo de ir ao mundo a fora é interrompido pelo medo de deixarem os seus entes queridos à mercê da violência que está à espreita.  Esse medo, aliás, é o que torna o filme quase uma obra de suspense, já que sempre há um temor sentido no ar e que somente é suavizado pelos momentos de paz do trio central.

O ato final reserva momentos delicados, ao vermos o horror chegando em forma de carros pretos, comandados por homens sem nenhum escrúpulo e que se acham no direito de oprimir e transformar a vida dessas pessoas em um pesadelo. Em meio a perdas e revoltas, a esperança ainda é mantida, graças ao que se aprendeu pela persistência de alguns e pelo desejo de vencer e obter uma vida melhor. "A Noite do Fogo" é sobre a inocência que precisa ser preservada e para que a mesma consiga voar e que nenhum momento precise se preocupar. 


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Cine Dica: Programação - 25 de novembro a 1 de dezembro de 2021 na Cinemateca Capitólio

 MOSTRA UMBÚ DAS ARTES APRESENTA OBRAS CRIADAS DURANTE A PANDEMIA

Laranja Mecânica 

A primeira Mostra UMBÚ das Artes acontece de 25 de novembro a 1º de dezembro na Cinemateca Capitólio, com realização da UMBÚ, coletivo de produtoras artistas de teatro de Porto Alegre. A proposta é reunir diversos trabalhos realizados durante a pandemia por artistas e coletivos teatrais de Porto Alegre. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4711/1a-mostra-umbu-das-artes/


VERDES VALES DO FIM DO MUNDO DE ANTONIO BIVAR

No dia 27 de novembro, sábado, às 17h, a Cinemateca Capitólio realiza uma sessão em homenagem ao escritor e dramaturgo Antonio Bivar (1939-2020), exibindo uma raridade recém descoberta, que terá sua primeira exibição pública: o média metragem em Super 8 Verdes Vales do Fim do Mundo, dirigido pelo próprio Bivar. O filme, cuja existência foi revelada somente após a morte do autor, vítima da Covid-19, tem 45 minutos de duração e é um registro da série de viagens realizadas no início da década de 70, e que deram origem ao livro Verdes Vales do Fim do Mundo (1984). A sessão será comentada pelo pesquisador Luís Francisco Wasilewski, grande conhecedor e admirador da obra de Bivar. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4735/verdes-vales-do-fim-do-mundo-de-antonio-bivar/


HOMENAGEM A MELVIN VAN PEEBLES NO PROJETO RAROS

Na sexta-feira, 26 de novembro, às 19h30, o Projeto Raros da Cinemateca Capitólio celebra o legado de Melvin Van Peebles, um dos grandes nomes do cinema negro dos Estados Unidos, morto em setembro deste ano, com a exibição de Don’t Play Us Cheap, adaptação de uma obra que o próprio Peebles escreveu e musicou para a Broadway. Com entrada franca, a sessão será apresentada pelo programador Leonardo Bomfim.  


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4726/homenagem-a-melvin-van-peebles-no-projeto-raros/


LARANJA MECÂNICA EM SESSÃO DA MEIA-NOITE

No sábado, 27 de novembro, às 23h59, a Cinemateca Capitólio realiza uma sessão da meia-noite com o filme Laranja Mecânica, obra incontornável de Stanley Kubrick que completa 50 anos em 2021. Os ingressos (R$ 10,00) serão vendidos a partir das 15h30 de sábado, 27 de novembro. 


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/4733/laranja-mecanica/


CINECLUBE ACADEMIA DAS MUSAS APRESENTA SESSÃO COM FILMES RIOT GRRRL


No domingo, 28 de novembro, às 17h, o Cineclube Academia das Musas apresenta a sessão Riot Grrrl, uma seleção de curtas furiosos realizados por Sadie Benning, Jennifer Reeder, Victoria Harwood, Lucy Newman e Sarah Jacobson na década de 1990. Com entrada franca, o programa será apresentado por Helena Pavan, curadora da sessão.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4728/cineclube-academia-das-musas-apresenta-sessao-riot-grrrl/


CABEÇA DE NÊGO ENTRA EM CARTAZ

A partir de quinta-feira, 25 de novembro, entra em cartaz na Cinemateca Capitólio o longa-metragem Cabeça de Nêgo, de Déo Cardoso, um dos mais importantes filmes brasileiros do ano. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações:  http://www.capitolio.org.br/eventos/4730/cabeca-de-nego/


GRADE DE HORÁRIOS

25 de novembro a 1 de dezembro de 2021


25 de novembro (quinta)

15h – Cabeça de Nêgo

17h – A Noite do Fogo (pré-estreia)

19h – A Mulher Arrastada + 9 Saias + Colapso: Terra em Chamas


26 de novembro (sexta)

15h – Cabeça de Nêgo

17h – Palácio do Fim + Ícaro – Sobre o Processo de Criação

19h30 – Projeto Raros: Don’t Play Us Cheap


27 de novembro (sábado)

15h – Cabeça de Nêgo

17h – Antonio Bivar – Verdes Vales do Fim do Mundo

19h – Invisíveis – História Para Acordar + Hipergaivota

23h59 – Laranja Mecânica


28 de novembro (domingo)

15h – Cabeça de Nêgo

17h – Cineclube Academia das Musas: Sessão Riot Grrrl

19h – Classe Cordial + A Vó da Menina + Desmedida Noite


30 de novembro (terça)

15h – Cabeça de Nêgo

17h – A Noite do Fogo (pré-estreia)

19h – A Fome + Derrota


1º de dezembro (quarta)

15h – Cabeça de Nego

17h – A Noite do Fogo (pré-estreia)

19h – A Mãe da Mãe da Menina + 2068


Para a retomada da programação presencial, uma série de adaptações para a utilização do espaço foram implementadas, desde entrada e saída do público, o estabelecimento de limite de espectadores por sessão (teto de 60% de ocupação), distanciamento entre os presentes, sendo bloqueados os assentos demarcados, além do uso obrigatório de máscara durante toda a sessão e o incentivo à higienização constante das mãos. É obrigatória a apresentação de Comprovante de Vacinação Oficial (CONECTE SUS) de acordo com calendário de vacinação estadual para público e trabalhadores de cinemas do Rio Grande do Sul.