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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: Parte 5

Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje.  

O JOGO DA MORTE

Sinopse:  Bruce Lee ele é Bily Lo, um ator de filmes de artes marciais. Sua namorada também está alcançando sucesso como cantora quando um "sindicato" criminoso oferece "proteção" aos dois. Bily sabe que eles serão explorados e não aceita, o que faz com que sejam ameaçados. Para enfrentá-los ele forja a sua própria morte e se infiltra na organização para destruí-la completamente. 

Neste que se tornou um dos mais famosos (e último) filmes de Bruce Lee, ele na verdade nunca conseguiu terminar este filme pois morreu antes, em 1973. Na realidade, quando surgiu a proposta  para Lee atuar em Operação Dragão, ele estava envolvido neste projeto, mas como achou a oferta da Warner mais atraente, decidiu  deixar esse filme de lado, para então se dedicar no filme que o consagraria no ocidente. Assim então, O Jogo da Morte se tornou um filme inacabado, onde boa parte das filmagens feitas são to arco final, onde Lee e outros lutadores participam de um jogo de lutas, onde eles vão subindo numa torre e tem que enfrentar um lutador por vez. 
O filme só seria concluído em 1978, com uma nova historia e se tornou quase autobiográfico, pois o personagem é um ator de artes marciais que finge sua propia morte para escapar de mafiosos para então caça-los um por um. Embora os produtores tenham se esforçado na criação desse filme, não há como negar que ele envelheceu mal em alguns aspectos como trazer o Bruce Lee a vida: foram usados ao todo dois dublês, que na maioria das vezes, hora usava óculos escuros para disfarçar, hora fica ficava de lado ou simplesmente nas sombras para cobrir o rosto. Talvez o pior momento foi já no inicio do filme, onde o dublê tem o seu rosto substituído pela imagem de Lee no espelho, mas que visto hoje em dia é bem nítido a imagem sobreposta em outra.   
Curiosamente, tanto neste filme, como na  continuação de 1981 foram usadas imagens verdadeiras do enterro de Bruce Lee como sendo do enterro do personagem! Apesar de Bruce Lee constar como parte do elenco nos créditos do segundo filme ele nunca esteve envolvido diretamente nesta produção, pois já estava morto. Um ator oriental foi usado no lugar do astro  interpretando um irmão dele na trama e existem algumas cenas com o verdadeiro Bruce Lee, mas retiradas de outros filmes.
Embora com todos esses defeitos, o filme é uma pequena declaração de amor que muitos tinham pelo astro naquele tempo e a produção passou a ser cultuada, tanto que Tarantino prestou homenagem há esse filme no seu Kill Bill.  Destaque para os históricos combates com Chuck Norris (retirado de O Voo do Dragão) e Kareem Abdul Jabbar no embate final da trama. 

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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: Parte 4

Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje.  
Operação Dragão 

Sinopse: Lee (Bruce Lee) foi recrutado para investigar um torneio organizado por Han (Kieh Shih), que serve de fachada para a venda de ópio. Roper (John Saxon) e Williams (Jim Kelly) lutaram na Guerra do Vietnã e resolveram competir no torneio devido a problemas distintos. Enquanto Roper está fugindo da máfia, devido a dívidas de jogo, Williams está cansado de ser atormentado por policiais racistas e resolveu usar o carro para fugir deles. Lee também entra no torneio e, além de desmascarar Han, tem como objetivo retirar Roper e Williams do local com vida.

Operação Dragão foi o último filme protagonizado Lee antes de morrer, o que é algo que faz deste um dos filmes mais importantes de sua filmografia. Além de ser o filme mais ambicioso de sua época, tratando-se do gênero ao qual faz parte (foi o primeiro filme realizado com a contribuição de um grande estúdio norte-americano, neste caso, Warner Bros), é uma pequena máquina de atores; acredite se quiser, mas um dos dublês do filme é ninguém menos que Jackie Chan (ainda lutando em busca da fama que possui hoje) e a presença de Bolo Yeung que viria mais tarde há se tornar vilão em inúmeros filmes de ação, incluindo alguns protagonizados por Jean Claude Van Damme.
Mas, para falar a verdade, não gosto muito dos ares norte-americanos que este filme tem, até mesmo porque tira um pouco da identidade chinesa que muitos gostariam que ele tivesse. O filme pega atores de todos os lugares do mundo (China, Jamaica, EUA, etc…). Mas isso é o de menos, pois o que realmente não me agradou neste foi o fato do próprio procurar vestir Bruce Lee como uma espécie de agente 007.
O título ‘’Operação Dragão’’ é bastante significativo, pois é com ele que as coisas realmente giram. A trilha sonora, por exemplo, remete ao espectador mais atento a recordar dos grandes clássicos pertencentes à série de filmes 007, sobretudo o primeiro filme, 007 Contra o Satânico Dr. No (1962), protagonizado por Sean Connery. No caso de Operação Dragão, 007 seria Bruce Lee, Dr. No seria Shih Kien (o vilão, Han) e a ilha (o principal palco para toda a trama) seria… a ilha, que havia uma nos primeiros filmes do agente britanico.   
É interessante que até mesmo ocorre a proposta feita pelo vilão ao mocinho, para trabalhar com ele nos seus planos malignos, só que, claro, o mocinho recusa da melhor forma possível. Mas há partes geniais, como quando Lee enfrenta dúzias de seguranças e da um verdadeiro show de artes marciais, ou no grande clímax, onde o nosso herói enfrenta o seu adversário dentro de uma sala de espelhos. Essa cena, aliás, é aquele tipo de seqüência que entra para historia, pois o que vemos ali não é somente um jogo de espelhos, como também um incrível jogo de câmera, montagem e fazendo com que até mesmo ficamos confusos junto com o protagonista, para saber onde está escondido o vilão na sala.    

Por fim, se você quer se aprofundar mais sobre Bruce Lee, não perca este por nada. Há pequenas falhas, mas a ação e o desenvolvimento narrativo bem-sucedido fazem valer a pena, e claro, só por ser um clássico vale a pena.

NOTA: Mal foi divulgado, mas recentemente morreu Jim Kelly aos 67 e que havia se consagrado como um dos lutadores principais de Operação Dragão. Com cabelão black power e 1m88cm de altura, Kelly chamou logo atenção e foi escalado para atuar no filme Operação Dragão (1973), protagonizado por Bruce Lee. Na mesma década, Kelly participou de uma série de filmes de ação do gênero blaxploitation. A seguir, iniciaria carreira profissional no tênis.


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NOTA: MESTRES E DRAGÕES EM DESTAQUE

CURSO DO CENA UM EM SETEMBRO FOI DESTAQUE NO JORNAL DO COMÉRCIO DE HOJE 

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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: Parte 3

Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje. 

 O Vôo do Dragão 

Sinopse: Estamos em Roma, e o couro vai comer! O jovem Tang Lung (Bruce Lee) acaba de chegar para proteger sua amiga e dona de restaurante Cheng Ching Hua (Miao) da extorsão de um bando. A Máfia seqüestra uma criança e tenta mandá-lo de volta para China. O chefe do bando manda vir dos EUA um perigoso mestre japonês de Hap Ki Do, com o reforço do melhor discípulo do campeão norte-americano de karatê. Tang enfrenta a dupla e esmigalha os dois adversários. O que Lee não sabe é que, um suposto amigo (na verdade um traidor), vai conduzi-lo ao Coliseu, onde o próprio campeão mundial de karatê (Chuck Norris) o espera.

Esse foi o primeiro (e ultimo) que Bruce Lee escreveu, dirigiu e atuou. Com isso ficamos desconfiados se a qualidade não ficou aquém do esperado. Verdade seja dita: se por um lado a historia é fraquinha se comparado aos filmes anteriores, por outro Lee explora o seu lado cômico de uma forma bem divertida e descontraída.
Seu personagem é um peixe fora d’água nas ruas de Roma, não consegue sequer se comunicar com quem quer que seja, a não ser com seus conterrâneos, e acaba se metendo em muita confusão, numa verdadeira comédia de diferenças culturais. Seus problemas começam já no aeroporto ao fazer um pedido no restaurante local ou tentar ir ao banheiro. Mais tarde, acaba indo parar no quarto de uma garota de programa e só percebe quando a moça está nua na sua frente.
Bruce Lee também foi responsável pela coreografia das lutas. Aliás, seu personagem acaba se impondo perante todos com a única coisa que parece saber fazer: lutar kung fu! O caso que a máfia italiana apresentada aqui não aparenta nenhuma ameaça e sofrem maus bocados nas mãos do personagem de Lee.
 Devido a isso, o filme poderia ser um fracasso total, por não ter nenhum desafio há altura de Lee. Mas eis que entra em cena ninguém menos que Chuck Norris, como um lutador campeão de karate e a serviço da gangue. O confronto entre ambos ocorre nas ruínas do Coliseu, sendo que são quase dez minutos de luta, onde se explora o melhor de cada um deles e se tornando uma verdadeira luta clássica de dois grandes astros de filmes de ação.

Vale lembrar que Chuck Norris nem era ainda um astro de filmes de ação consagrado naquele tempo, mas tudo isso mudou, quando Bruce Lee assistiu uma exibição de Karatê na praia e se impressionou com o jovem campeão. Graças a essa participação marcante é que lhe serviu para outras portas se abrirem e se consagrar em definitivo em filmes de ação como a trilogia Braddock.   

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Cine Dica:Em DVD e Blu-Ray: O Massacre da Serra Elétrica 3D - A Lenda Continua

Leia a minha critica já publicada clicando aqui.

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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: Parte 2

 Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje. 

A Fúria do Dragão 

Sinopse: Ao retornar para Shangai, Chen Zhen (Bruce Lee), um jovem estudante de artes marciais, descobre que Fok-Kap, seu mestre do Kung-fu, morreu sob misteriosas circunstâncias. Em sua procura pela verdade e desejo de vingança, Chen descobre que uma grande operação de tráfico de drogas, uma escola de lutadores rivais e a tensão entre chineses e japoneses foram os fatores que provocaram a morte de seu mestre.
Agora, em combates brutais e usando somente a força de seus punhos, ele terá que enfrentar os assassinos de seu mestre e lutar contra as forças imperialistas japonesas que querem dominar seu povo.
  
Embora rodado em 1972, a ação de ‘A Fúria do Dragão’ decorre no início do século XX, o que explica um pouco a rivalidade histórica entre japoneses e chineses. Inclusive a cidade de Shangai estava tomada pelos nipônicos e os nativos sofriam preconceitos na sua própria terra. Há uma cena no filme em que o personagem de Bruce Lee é impedido de entrar em uma praça, pois ela era exclusiva pra japoneses e que visto hoje, seria algo bem politicamente incorreto.
Bruce Lee, como sempre, está impecável nas artes marciais, mas ao mesmo tempo nos brinda com uma interpretação intensa, onde ele passa toda a fúria e ódio que sente perante os antagonistas. Difícil dizer qual é a melhor cena de luta com ele, já que todas são espetaculares, mas posso citar duas essenciais: o primeiro confronto de Lee com a escola japonesa em que ele deixa todos no chinelo e no ato final, onde ele faz o famoso movimento de borboleta com os braços.   
 Embora em muitos momentos ficasse obvio que o filme foi todo filmado em estúdio, a produção acabou sendo reconhecida em 1972 com o prêmio de Melhor Filme Mandarim nos Golden Horse Awards, “A Fúria do Dragão” foi realizado por Lo Wei, o mesmo diretor do filme estrelado pelo astro anteriormente (O Dragão Chinês) e quebrou todos os recordes de bilheterias naquele tempo na China.    

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Sessão Plataforma Exibe Filmes Inéditos na Sala P. F. Gastal

UMA PLATAFORMA PARA O LANÇAMENTO
DE BONS FILMES NA SALA P. F. GASTAL 

A Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, em parceria com as produtoras Tokyo Filmes e Livre Associação, dá início no dia 27 de agosto próximo ao projeto Sessão Plataforma. Realizada mensalmente na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), a Sessão Plataforma irá exibir filmes de produção recente, de diferentes nacionalidades, com caráter predominantemente independente e sem distribuição comercial garantida no Brasil. Com curadoria de Davi Pretto e Giovani Borba, e produção de Paola Wink, a Sessão Plataforma já tem confirmada para os próximos meses a exibição de importantes filmes que circularam nos principais festivais do mundo todo e no Brasil passaram apenas pela Mostra de Cinema de São Paulo ou pelo Festival do Rio, como Room 237, de Rodney Ascher, Bestiaire, de Denis Cotê,  The Invader, de Nicolas Provost, e Leviathan, de Lucien Castaing-Taylor e Verena Paravel. A cada sessão, a Plataforma vai anunciar o filme seguinte da programação, em um trabalho que procura difundir um novo cinema e uma busca de realizadores com outros olhares, aproximando Porto Alegre do circuito de exibição do centro do país, do qual atualmente a capital gaúcha se vê ainda muito distante.
 O filme escolhido para inaugurar a Sessão Plataforma é o cultuado documentário Room 237, de Rodney Aschner, que participou dos festivais de Cannes, Sundance e Berlim. O documentário de Aschner explora os labirintos das inúmeras teorias obsessivas sobre o clássico filme O Iluminado, de Stanley Kubrick. Um filme sobre a paixão por um filme, por um realizador e, acima de tudo, pelo cinema, um filme sobre a cinefilia como única saída para se livrar dos fantasmas de um filme sobre fantasmas. Room 237 será exibido dia 27 de agosto, às 20h, com reprise no sábado, dia 31 de agosto, às 17h. O valor do ingresso é de R$ 3,00.

Room 237. Estados Unidos, 2012, 102 minutos. Direção de Rodney Aschner. Documentário. Exibição em Blu-ray, com legendas em português.
 
Abaixo, texto dos curadores Davi Pretto e Giovani Borba e da produtora Paola Wink sobre o projeto Sessão Plataforma:

BASE
Uma base para se estar mais próximo aos filmes, pensando os filmes e pensando o cinema.

Foi com esse desejo que concebemos a Plataforma; imaginando uma estrutura horizontal, praticamente suspensa, onde se pode ir além. Um espaço para compartilhar a experiência cinematográfica da sala, e que vai além dela, e a descoberta de novos filmes, de novos realizadores. Lugar que nos aproxima do horizonte e nos convida a contemplar, nos convida a refletir.
A Plataforma carrega um conjunto de ideias e ações que venham a encontrar novos caminhos para a situação paradigmática que nos encontramos atualmente na cinematografia brasileira. Vemos uma quantidade grande, ainda que desigual, de ações e investimentos governamentais, aliado com a facilidade trazida pela transformação para os equipamentos digitais (câmeras, projetores, etc). Vemos uma quantidade bastante significativa, e que cresce exponencialmente, de filmes nacionais lançados, inúmeros novos realizadores de lugares que antes eram desprovidos da possibilidade de produzir. Vemos a formação e crescimento de movimentos e realizadores que buscam uma produção mais horizontal e igualitária de criação coletiva, que corre em paralelo e independente de um modelo industrial. Porém há ainda um abismo que distancia a possibilidade de diálogo e inclusão desses filmes e cineastas com produções de grande orçamento e o circuito comercial “de shopping”. Nessa inclusão, quando ocorre, essas obras são forçadas a se enquadrar em um modelo industrial, que se propuseram a contrapor. A democratização das salas de cinema não legitimaria esse novo cinema, afinal essas obras já percorrem um circuito completo por si só. Festivais, mostras, cineclubes e exibições online que já somam números de público para essas obras, maiores que filmes de grande orçamento que pairam apenas em uma rede convencional de exibição. É imprescindível pensarmos como esses dois modelos de fazer cinema podem interagir sem a necessidade de nenhum deles perder sua personalidade.
 Essa questão da afirmação e preservação do âmago desse novo cinema também é indiretamente abalada quando ações do estado de financiamento fazem realizadores submeter seus projetos em modelos clássicos, onde são exigidos documentos dignos de uma proposta industrial. Roteiros, metas e justificativas. Projetos de realizadores internacionais renomados que trabalham com propostas fluídas e híbridas de encontro e acaso dificilmente seriam aprovados em editais no modelo encontrado no Brasil. Ainda parece que esbarramos em um pensamento de criação de um produto óbvio, como uma linha de montagem. Mais uma vez, vemos uma tentativa inadequada de controlar e definir o descontrole.
 A diversidade cinematográfica atravessa as fronteiras entre gêneros, bitolas, formatos, meios de exibição, de linguagem e metragem. Desta mesma maneira, pensamos que uma janela para este outro cinema pode se apresentar de maneiras também diversas, onde o formato com que se apresentam os filmes é parte de uma proposta artística.
 Foi deste pensar os filmes que queremos mostrar e como mostrá-los, que surge a Sessão Plataforma. Com o entendimento de que a Plataforma não está para uma mostra, tampouco festival de filmes. Nossa proposta é oferecer uma sessão única, e mesmo exibindo regularmente, essa premissa da sessão única faz de cada uma das sessões, uma nova edição, para um pequeno universo específico de cinema. Onde cada filme traz uma reflexão, imprime uma ideia, aponta novos caminhos, proporciona um outro olhar. Uma experiência cinematográfica periódica e extensiva; um formato horizontal, ao invés do formato vertical, intensivo e anual de eventos do gênero.
 A Sessão Plataforma é apenas uma das vertentes desta rede maior que propomos para refletir, exibir, escrever e produzir junto com esse novo cinema. Desta Plataforma, nosso olhar se lança neste horizonte, em busca da produção contemporânea ao redor do mundo que explora nas possibilidades narrativas e estéticas, sem artifícios mirabolantes, que atritam, provocam e instigam; que possam reinventar o fazer cinematográfico, sob a ótica das mais diferentes culturas, de onde volta e meia nos surpreendem as cinematografias pouco conhecidas.
  

Davi Pretto, Giovani Borba, Paola Wink


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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Cine Especial: Mestres & Dragões: Parte 1


Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje.

O DRAGÃO CHINÊS

Sinopse: Prostituição e tráfico de drogas estão por trás da inocente fachada de uma fábrica de gelo dirigida por um chefão do crime organizado. La trabalha o jovem Cheng, que vive com o primo. Tudo está calmo, até acontecer o misterioso desaparecimento de dois operários, seguido de cruéis assassinatos, e o pior o seqüestro do primo de Cheng e o extermínio de toda sua família. Isso faz com que agora, apesar de sozinho, Cheng mostre o que sabe dos segredos mais ocultos das artes marciais para acabar com a quadrilha e seu mandante.

Após tentativas frustradas em se consagrar como ator em filmes de ação no cinema americano, Bruce Lee retornou para China, onde atuou no seu primeiro grande sucesso da carreira, O Dragão Chinês. Embora seja visualmente uma produção precária, o filme surpreende pelo teor violento, não pelas cenas de lutas, mas pela crueldade de seus vilões, que não medem esforços para acobertar seus crimes ilícitos. Em meio a isso, temos um Bruce Lee que surge na historia de uma forma tímida, mas que aos poucos se revela um verdadeiro lutador de artes marciais que nos conhecemos até hoje.
Em meio a lutas fantásticas protagonizadas por Lee, o que talvez tenha conquistado mais o publico Chinês assistindo á esse filme, foi o fato de tanto o herói como os personagens próximos a ele, serem pessoas humildes e que representava boa parte da população Chinesa daquela época. Com certeza o ato final, onde vemos o herói sozinho e com o desejo de vingança por tudo que aconteceu anteriormente, fez com que os Chineses vibrassem a cada cena, mas que ao mesmo tempo chorasse pelo destino trágico do protagonista. A partir daí, Bruce Lee se tornaria um ídolo popular de toda China e mais filmes protagonizados por ele seria uma questão de tempo.              

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Cine Dicas: Em Cartaz: ELENA E FRANCES HA

EM CARTAZ EM PORTO ALEGRE, AMBOS OS FILMES COM HISTORIAS DISTINTAS, MAS QUE MOSTRAM MULHERES QUE ENFRENTAM OS OBSTÁCULOS DE UM MUNDO POR VEZES POUCO ACOLHEDOR.

Elena 

Sinopse: Ao viajar para Nova York, Elena segue o sonho de se tornar atriz de cinema e deixa no Brasil uma infância vivida na clandestinidade, devido à ditadura militar implantada no país, e também a irmã mais nova, Petra, de apenas sete anos. Duas décadas depois, Petra, já atriz, embarca para Nova York atrás da irmã. Em sua busca Petra apenas tem algumas pistas, como cartas, diários e filmes caseiros. Ela acaba percorrendo os passos da irmã até encontrá-la em um lugar inesperado.

Corajoso documentário de estréia da atriz Petra Costa na direção, pois o filme é mais do que desvendar quem era sua irmã Elena, como também é uma forma corajosa de se expor na tela um lado seu tão pessoal e os motivos que a levaram há fazer isso. Diferente dos documentários de hoje em dia, nos não vemos depoimentos de quase ninguém na tela, mas sim a voz em off de Petra, se casando com as imagens antigas de arquivo, onde mostra Elena, de sua juventude até os seus primeiros dias em Nova York para ser atriz. De uma jovem de grande otimismo que nos é apresentado no inicio do filme, vemos aos poucos uma pessoa que começa há se fragilizar, devido ao fato de nunca poder alcançar os sonhos que tanto deseja.
O clima pesado, com a sensação de perda iminente, se fortalece ainda mais quando surge em cena a mãe de Petra e Elena: com os olhos fundos de tristeza, junto com um aparente desequilíbrio físico e mental, com ela chegamos ao ápice da trama. Nos não só descobrimos o que aconteceu com a Elena, como também o fato de ser revelado, que esse documentário não é somente sobre ela, como também sobre a própia Petra, que no fundo acaba temendo seguir os próprios passos de sua irmã.
Fazendo esse documentário, sentimos que Petra esteja exorcizando os seus medos interiores e o que faz dela seguir em frente, mas jamais esquecendo o laço forte que sente por Elena e o que ela foi para toda sua família. Com belíssimas imagens, montagem e trilha sonora que lembram por vezes filmes como A arvore da Vida, Elena é uma representação sobre os laços fortes de sangue que as famílias tem, ao ponto que mesmo um ente querido parta dessa vida, ele no final das contas sempre estará presente em nossos corações.  

Francês Ha 

Sinopse: Frances é uma ambiciosa aprendiz de uma companhia de dança que tem que se contentar com muito menos sucesso e reconhecimento do que ela gostaria. Mesmo assim ela encara a vida de uma maneira leve e otimista.

A partir de qual momento uma pessoa pode se considerar adulta? O marco que define o fim da adolescência ficou cada vez mais nebuloso, e os famosos vinte e poucos anos se tornaram muitos. Frances (Greta Gerwin) é uma dessas jovens que, após terminar a faculdade, aos 27 anos, parece ignorar as exigências de uma vida adulta e se atrapalha ao equilibrar sonhos e problemas financeiros.
O refúgio emocional é a relação com a melhor amiga e colega de quarto Sophie (Mickey Sumner), que a deixa na mão para ir morar em seu bairro dos sonhos, Tribeca, que é um local que Frances não tem condições de bancar. Como na dança contemporânea, ela parece disposta a bailar conforme a música, além de voltar atrás: seja para passar o fim de ano na casa dos pais, na Califórnia, seja para voltar ao câmpus onde estudou, não mais como estudante, mas fazendo um bico em eventos da instituição.
Filmado em preto e branco, Frances Ha tem roteiro assinado pela própria Greta Gerwin e pelo diretor Noah Baumbach (A lula e a baleia), o que talvez explique a espontaneidade com que Greta interpreta a protagonista atrapalhada e divertida.

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Cine Dica: CINETERAPIA exibe Desejo e Reparação nesta segunda

PAULA TAITELBAUM É CONVIDADA DO CINETERAPIA
QUE EXIBE O FILME DESEJO E REPARAÇÃO 

O CINETERAPIA exibe na segunda-feira, dia 26 de agosto, às 19h, o longa Desejo e Reparação(Atonement) do diretor britânico Joe Wright. A sessão, que tem entrada franca, é seguida de bate-papo com a publicitária e escritora Paula Taitelbaum.
Baseado no romance homônimo do escritor britânico Ian McEwan, Desejo e Reparação (Atonement) conta a história de Briony Tallis (Saiorse Ronan, Romola Garai, Vanessa Redgrave) - uma menina de classe média alta, que vive na Inglaterra dos anos 30 durante a Segunda Guerra Mundial e adora escrever contos e peças.
Além da adoração por ficção, Briony nutre uma paixão secreta por Robbie Turner (James McAvoy) - filho do caseiro da família, que enviado ao campo de batalha, alimenta um romance através de cartas com a irmã mais velha da jovem escritora - Cecília (Keira Knightley). Briony então usa da sua imaginação e acusa Robbie de um crime que ele não cometeu, o que acaba transformando dramaticamente várias vidas.
O drama aborda os horrores da Segunda Guerra, o peso e responsabilidade de nossas ações, o sentimento de culpa, arrependimento e esperança, tendo sido vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme e Melhor Trilha Sonora e do Oscar de Melhor Trilha Sonora.
A convidada a debater Desejo e Reparação é a publicitária, produtora cultural, atriz, escritora e jornalista Paula Taitelbaum. Autora de diversos livros, dentre os quais, Eu versos eu (1998), Sem vergonha (1999), Porno pop pocket (2004) e Ménage à trois (2006), Paula coordena o núcleo de comunicação da editora L&PM e também escreve para a Revista Claudia. Atualmente, prepara sua estreia na literatura infantil com a obra “Palavra vai palavra vem”.
Em sua 24ª edição e quarto ano consecutivo, o projeto disponibiliza clássicos que estudam novas formas de desenvolver a sensibilidade e possibilita análise comportamental por destacados pensadores, psiquiatras e escritores gaúchos. Já participaram do evento nomes como Thedy Correa, Frank Jorge, Tatata Pimentel, Jorge Furtado, entre outros. A mediação da conversa fica por conta dos terapeutas Cínthya Verri e Roberto Azambuja.
  
Desejo e Reparação (Reino Unido / França, 2007, 130 minutos)
Reservas de ingressos deverão ser feitas pelo e-mail projetocineterapia@gmail.com
Acompanhe a programação no Facebook http://facebook.com/projetocineterapia
  
CineBancários
(51) 34331204 / 34331205
Rua General Câmara, 424, Centro - POA
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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cine Especial: BATMAN: UM ÍCONE E VÁRIOS INTERPRETES


Não há como negar que a maior noticia dessa manhã de sexta-feira e que acabou se proliferando em inúmeras comunidades das redes sociais, foi o anuncio de que Bem Affleck será o novo Batman no cinema, no filme em que ele se encontrara com Superman (Henry Cavill). Bom, não é preciso ser adivinho que nessa altura do campeonato, vários fãs de todo o mundo estão indignados, pois todos acreditam que a Warner fez uma escolha errada. Na minha visão como critico, Affleck é um ótimo diretor, pois basta pegar Argo como um bom exemplo e até que ele teve um bom desempenho atuando no mesmo filme. Porém, Affleck carrega o fardo nas costas por possuir uma carreira de altos e baixos, sendo que o ápice da ruindade está justamente numa adaptação de HQ que ele atuou (Demolidor) e Profissão de Risco, onde atuou ao lado de sua ex Jennifer Lopes.
Contudo, eu acho que ainda é muito cedo para darmos um veredicto e quando a Warner decide uma coisa, não tem como fazer o estúdio mudar de idéia. Portanto, resta à gente esperar e ver o resultado final do filme que será lançado em 2015. Enquanto isso, é sempre bom (ou ruim), olharmos para traz e perceber como Batman teve inúmeros interpretes ao longo da historia, que é algo muito parecido com que aconteceu ao 007. Abaixo, segue a lista de interpretes que o homem morcego teve ao longo desses anos todos:

1. Lewis Wilson (1943)

O primeiro filme de Batman no cinema foi na verdade uma série dividida em 15 capítulos e produzida pela Columbia Pictures, em 1943. Para época, pode até ter convencido, mas a produção não sobreviveu ao teste do tempo e Wilson não tinha nada haver como Bruce Wayne.  


2. Robert Lowery (1949)

Se muita gente reclama da barriguinha de Adam West nos 60, é porque não conheceram Robert Lowery, quando interpretou o personagem em 49. Muito acima do peso, com um traje completamente ridículo e que faz até com que os vistos em Batman e Robin não sejam tão ruins.


3. Adam West (1966)

Para os mais saudosistas, o Batman definitivo. A série virou um fenômeno pop dos anos 60, que visto atualmente, sintetiza até mesmo o que rolava de moda, cultura e o ar mais inocente daquele período. Para os que preferem um Batman mais sombrio, a série pode ser vista como uma verdadeira piada, mas muitos fãs de hoje do personagem, conheceram ele através dessa série e a respeitam com muito carinho. 

Adam West, aliás, sempre defende aquela época em que ele atuou como Batman com unhas e dentes, chegando há se vestir como o personagem em eventos e até mesmo dublando ele próprio num episódio de Os Simpson.


4. Michael Keaton (1989)

Quando Tim Burton anunciou que Michael Keaton seria o Batman na produção de 89, choveram cartas indignadas que exigia que o cineasta escolhesse outro interprete. Burton por sua vez bateu o pé e manteve Keaton no papel, para o desespero dos fãs mais fanáticos. Visto atualmente, até que não é tão ruim, pois Keaton passou um ar de mais humanidade para o personagem, algo que jamais havia sido visto nas adaptações anteriores. Quem se lembra do lançamento da época, Batman: O Filme foi, não só um sucesso de bilheteria, como também um estouro em marketing, com as vendas de camisas, bonecos, figurinhas etc.   
Com um sucesso como esse, a Warner deu sinal verde para uma continuação e em 92 foi lançado Batman: O Retorno, que chega há ser tão bom quanto o anterior, principalmente pelo fato de Burton ter tido mais liberdade artística. Pena que o estúdio quis ir para outro caminho na adaptação de 95.


 6. Val Kilmer (1995)

Embora o filme seja uma continuação dos eventos das produções anteriores, aqui mudou tudo, começando pelo interprete. De todos os atores que atuaram como o homem morcego nestes últimos anos, Kilmer é o que tinha menos haver com o personagem: frio na interpretação, com cara que não ta nem ai para o que está fazendo e um verdadeiro garoto problema durante as filmagens, fazendo então o cineasta Joel Schumacher, que estava no comando na época, em escolher outro interprete para o próximo filme. Visto atualmente, até que não é tão ruim, se comparado ao pior que estava por vir é claro.


7. George Clooney (1997)

O ator certo no filme errado: talvez seja a melhor frase que define quando eu penso em Batman e Robin, pois Clooney tinha cara e porte para o personagem na época, mas Joel Schumacher surtou e o resultado, talvez  todos nos já conhecemos não é mesmo?


8. Christian Bale (2005)

Quem diria que aquele jovem talento que eu vi á vários anos atrás em o Império do Sol, seria o homem morcego, na versão pessoal e realista de Christopher Nolan, iniciada em 2005 em Batman: Begins e encerrada em Batman: O Cavaleiro das trevas Ressurge. Bale interpretou como ninguém, onde soube passar para nos, uma pessoa que fazia teatro perante as outras pessoas: o seu Bruce Wayne transmitia alguém que carregava o mundo nas costas, mas que sabia passar o ar de playboy descompromissado perante os cidadãos de Gothan. Já o seu Batman nem de longe lembra as outras versões que vimos no cinema, pois Bale fazia questão de usar uma voz grave e que se diferenciava e muito quando ele era Wayne.

Por fim, Bem Affleck vai ter que ralar para me convencer que ele será um Bruce Wayne/Batman convincente.

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