Sinopse: O caçador Eric foi contratado pela
Rainha Má para encontrar a Branca de Neve que escapou de seu castelo. Contudo
quando ele descobre que o objetivo de sua patroa não é só recapturar mas também
assassinar a jovem ele passa a ajudá-la em sua fuga dando início a uma perigosa
aventura.
Existem filmes, que antes
mesmo de estrear, ganham uma opinião errada vinda do publico, que por vezes,
acabam por condenar as obras antes mesmo de assistir. Infelizmente Branca de Neve e
o Caçador não escapara de um julgamento redondamente errado, pois todos estão
acreditando, que essa nova adaptação do conto dos irmãos Grimm, seja uma versão
“Crepúsculo Branca de Neve”, unicamente por ser estrelada pela atriz daquela
saga, Kristen Stewart. Diferente do que o publico acredita, o filme lembra muito
mais a proposta apresentada por Guilherme Del Toro em o Labirinto do Fauno,
do que os vampiros que brilham no sol, sendo que nada lembra aquela saga, nem
mesmo o possível triangulo amoroso que surge lá pela metade da trama e que
acaba se tornando dispensável.
Produzido pelos mesmos
produtores de Alice No País das Maravilhas, o filme carrega um visual e
narrativa de tamanha ousadia, que é de se espantar que seja dirigido por um
diretor estreante, que é Rupert Sanders, mais conhecido como criador de vídeo games
como Halo 3. As passagens conhecidas pelo publico estão todas lá, mas tudo moldado
de uma forma, que difere e muito das outras adaptações que o conto teve ao
longo das décadas (como a versão clássica da Disney), lembrando muito mais o
universo do Senhor dos Anéis, onde seres fantásticos criam vida, mas de uma
forma suja e realista, como se realmente aquele universo mágico (porém sombrio)
pudesse existir. Os personagens, tão conhecidos pelo publico, estão todos presentes,
mas de uma forma tão diferente, como se agente não os reconhecesse em um
primeiro momento. Contudo, carregam os aspectos que todos nos conhecemos, porém,
apresentados por uma abordagem muito mais adulta e realista.
A rainha má, por exemplo,
tem todos os motivos por ser o que é (e explicados rapidamente num flashback) e
todas as suas motivações se tornam criveis, graças à interpretação assombrosa
de Charlize Theron. A vencedora do Oscar de melhor atriz por Moster: Desejo
Assassino, interpreta uma rainha má diferente de tudo que agente já viu,
apresentando uns trejeitos de uma verdadeira psicopata, que não mede esforços
para manter sua beleza (através da vida das pessoas) e para conseguir seus
objetivos, que aqui, não é somente matar Branca de Neve por ser a mais bela,
mas também, para adquirir o seu coração e ganhar juventude eterna. De longe,
Charlize Theron é a melhor interprete de todo longa e desejo que a academia se
lembre desse seu desempenho no ano que vem. Contudo (por incrível que pareça), Kristen
Stewart até que esta bem como Branca de Neve, fazendo até mesmo agente se esquecer
que ela esta na famigerada saga dos vampiros que brilham no sol, mas logicamente,
sua interpretação se empalidece perante Theron, mas acho que nem mesmo ela
imaginava que a oscarizada se empenharia tanto para ser a vilã.
Talvez, o que mais
diferencia dessa adaptação das outras, é de dar maior destaque ao caçador, que
segundo o conto, foi encarregado de matar Branca de Neve. Aqui, Chris Hemsworth
esta bem à vontade em um papel de caçador e guerreiro, que acaba por ajudar
Branca de Neve em sua jornada, mas do jeito que a carruagem anda, pode esperar
por mais personagens semelhantes que o ator australiano se encarregara de interpretar,
pois além desse, ele é mundialmente conhecido como Thor. O mesmo não pode ser
dito do insosso príncipe, que aqui é interpretado de uma forma insossa por Ian
McShane. Mas se há um príncipe dispensável, pelo menos há oito anões (e não
sete) talentosos, onde cada um tem suas características e personalidades muito
bem construídas. Isso graças ao fato, de todos serem excelentes atores ingleses,
que embora estejam pequenos e carregados de maquiagem, suas interpretações se
sobressaem facilmente. O bando é formado por Ian McShane (Piratas
do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas), Johnny Harris (O Retrato de Dorian
Gray), Bob Hoskins (Brazil: O Filme), Toby Jones (O Nevoeiro), Eddie Marsan (Sherlock
Homes 2), Brian Gleeson (Despertar dos Mortos), Ray Winstone (Os Infiltrados) e
o divertido Nick Frost (Todo Mundo Quase
Morto). Com um bando de anões desse porte, podemos facilmente perdoar, há
presença de um príncipe sem sal.
Com todos esses bons ingredientes em um único caldeirão,
até que podemos perdoar o fato, de os criadores pecarem no ato final, ao agilizar demais
a trama e solucionar tudo de uma forma tão rápida, que nos faz sentir aquela
famigerada sensação de que alguma coisa faltou, o que é uma pena. Pois com uma
historia bem construída, fotografia, edição de arte, figurinos impecáveis e um
elenco de primeira, o tão conhecido, “viverão felizes pra sempre” poderia ter sido muito melhor planejado.
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