Nos dias 16 e 17 de Junho, estarei participando do curso HISTORIA DO
CINEMA BRASILEIRO, criado pelo CENA UM e
ministrado pelo jornalista Franthiesco Ballerini. E enquanto os dois dias não
vêm, por aqui, falarei um pouco desse universo verde amarelo do nosso cinema.
Matou a família e foi
ao cinema
Sinopse: Rapaz da
classe média mata a navalhadas o pai e a mãe e vai assistir ao filme
"Perdidas de Amor", no qual um homem mata uma mulher por amor. Ao
mesmo tempo, duas jovens se amam e uma delas mata a mãe que as critica; o
marido mata a mulher que reclama das dificuldades financeiras.
Matou a família e foi ao cinema (1969), de Júlio Bressane, definitivamente
é uma das obras mais importantes da historia
do nosso cinema brasileiro. Com um talento incomum, o diretor consegue fazer
o filme oscilar, o tempo todo e de uma forma bem perigosa, entre o drama, o clichê e o sublime, a vida cotidiana
e um olhar pessoal na intimidade dos personagens que, no entanto, jamais são desvendados por
completo.
Os planos, melancólicos, aliado a uma impressionante fotografia
em preto-e-branco, lembram muito mais o cinema mudo, do que o tão
conhecido nouvelles vagues francês daquele período. A montagem mistura
as tramas ao longo do filme, fazendo o
espectador assistir por um momento uma trama, para então ser jogado em outra
sem mais nem menos, exigindo maior atenção para aquele que assiste.
Um filme corajoso em pleno regime da ditadura militar do
Brasil, pois retrata um pouco a desorganização da moral cotidiana, de
destruição da família e a falta de afeto, mantêm seu impacto e sua emoção. Não
tanto pelo registro histórico ou pela clarividência sociológica, mas pelo
visionarismo cinematográfico do diretor, que foi capaz de transformar um
argumento de base naturalista e melodramática numa das mais belas tragédias
brasileiras.
Dona flor e seus dois
maridos
Sinopse: Durante o
carnaval de 1943 na Bahia, Vadinho (José Wilker), um mulherengo e jogador
inveterado, morre repentinamente e sua mulher, Dona Flor (Sônia Braga), fica
inconsolável, pois apesar dele ter vários defeitos era um excelente amante. Mas
após algum tempo ela se casa com Teodoro Madureira (Mauro Mendonça), um
farmacêutico que é exatamente o oposto do primeiro marido. Ela passa a ter uma
vida estável e tranqüila, mas tediosa e, de tanto "chamar" pelo
primeiro marido, ele um dia aparece nu na sua cama. Então ela pede ajuda a uma
amiga, dizendo que quase foi seduzida pelo finado esposo. Um pai de santo se
prontifica a afastar o espírito de Vadinho, mas existe um problema: no fundo
Flor quer que ele fique, pois há um forte desejo que precisa ser saciado.
Um dos mais
importantes filmes da historia do cinema brasileiro. Um espetáculo ágil e sensual, á altura do
romance de Jorge Amado, no qual o filme foi baseado. O maior sucesso do
cineasta Bruno Barreto e o primeiro grande êxito da carreira de Sonia Braga,
que apartir desse, viria a receber inúmeras propostas de trabalho (inclusive de
fora). O filme, por vários anos, permaneceu como o filme brasileiro com o maior
numero de espectadores, feito que somente foi batido recentemente por Tropa de
Elite 2. Ganhou dois Kikitos em gramado, de melhor diretor e melhor trilha sonora,
além de ser indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
A Dama do Lotação
Sinopse: Carlos (Nuno Leal Maia) e Solange (Sônia Braga) se amam desde jovens e, após
um casto namoro, se casaram. Na noite de núpcias, Solange se recusa a fazer
amor com ele. Primeiro ele implora, então em um acesso de raiva a estupra.
Solange afirma que o adora, mas nos meses que se seguiram ao casamento ela não
pode ser tocada por Carlos. Para provar a si mesma que não é frígida, começa
uma rotina diária de seduzir homens em coletivos, homens que ela nunca viu nem
verá novamente e nem mesmo sabe seus nomes. Além disto, ela tem relações com o
melhor amigo de Carlos e até mesmo com seu sogro (Jorge Dória). Carlos entende
que ela é infiel e, armado, confronta Solange. Enquanto isso, ela busca ajuda
psiquiátrica, pois não sente nenhum remorso.
Baseado no livro do famoso dramaturgo Nelson Rodrigues,
"A Dama do Lotação" é um bom filme e um dos maiores sucessos da carreira
de Sônia Braga, onde aqui, mostrava todo o seu talento e sensualidade ao
extremo. Realizado por Neville de Almeida, que também assina o roteiro, por
contar uma história de uma mulher que, estuprada pelo marido na noite de
núpcias, desenvolve uma patologia que a leva a procurar sexo fora do casamento,
com pessoas desconhecidas, o filme entra num universo, onde a protagonista não
possui limites, até então procurar uma solução para saciar as suas duvidas.
O roteiro de
Almeida é regular, mas em contrapartida, a música de Caetano Veloso é
fantástica. Entretanto, quem toma conta do filme é com certeza Sônia Braga, no auge de sua beleza e
sensualidade, em seus 28 anos de idade. Contudo, Sonia ficou marcada
para sempre em papeis que sempre exigiam seu lado sensual, embora sempre tenha
demonstrado enorme talento.
4 comentários:
Olá, Como vai? Tudo Certo?
O cinema brasileiro sem dúvidas teve uma época em que todos achávamos que iria decolar, (final da década de 90 e primeira metade da primeira década de 2000) porém sucumbiu novamente em produções pobres e desinteressantes,Acho que a última grande produção que me chamou a atenção foi Xingu, que pelo jeito não chamou mais a atenção de ninguém se observamos os números das bilheterias.... enfim...
Grande Abraço
O problema é que foi o propio Meirelles que vendeu o filme de uma forma errada, pois Xingu ser exibido num cinema, onde publico alvo é o jovem, não teria como dar certo. Atualmente Xingu anda muito bem na capital gaucha, estando por várias semanas em cartaz, em uma das salas da Casa de Cultura Mario Quintana, que essa sim, é direcionada por um publico mais exigente e que se interessa para ótima historia.
Leia mais sobre isso aqui neste post.
http://cinemacemanosluz.blogspot.com.br/2012/05/cine-especial-xingu-meirelles-e-o.html
Oi, preciso lembrar o nome de um filme francês, anos 80. marido ciumento seda a esposa e lentamente vai deixando-a obnubilada, terminando por matá-la enquanto se barbeia (acho q com uma navalha). lembra? se sim, mande-me o nome por favor
obrigadíssima
ps: quero passá-lo em aula para discutir o femicídio.
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