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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 29 de março de 2024

Cine Especial: Revisitando 'O Pacto dos Lobos"

Antigamente se dizia que filmes franceses eram lentos e que não eram que nem os filmes norte-americanos. Claro que quando eu ouvia isso era somente de pessoas que não se aprofundavam do cinema de uma forma mais universal, mas que apenas consumiam o que era vindo somente de hollywood. Com o tempo eu aprendi que o cinema francês é muito mais cinema que os americanos produziam.

Se é para citar o melhor período da França em termos de cinema basta pegarmos como exemplo o movimento Nouvelle vague, do qual revitalizou o cinema de lá no final dos anos cinquenta e fez com que jovens críticos saíssem do estúdio e revelasse algo mais cru e poético de suas ruas parisiense. Porém, esse pensamento ingênuo do cinema de lá persistiu por um bom tempo, mas bastou um único filme para mudar esse quadro. "O Pacto dos Lobos" (2002) pegou o mundo de surpresa de uma maneira jamais vista e provando que filmes de ação e aventura não se restringe somente ao que hollywood faz todo o santo dia.

Dirigido por Christophe Gans, que na época era conhecido por ter dirigido "O Combate - Lagrimas de um Guerreiro" (1995), a trama se passa durante o reinado de Luís XV, onde uma estranha criatura começa a causar pânico e morte na área rural da França. Conhecida na época como a Besta de Gevaudan, ela atacava mulheres e crianças e causando um rastro de mortes em que ninguém conseguia deter. O rei decide enviar então enviar um biólogo Gregóire de Fronsac (Samuel Le Bihan) e seu irmão não de sangue Mani (Mark Dacasco) para investigarem o estranho caso.

Recentemente eu assisti no youtube o Canal PeeWee, em que os apresentadores questionaram a questão de que nem todos os filmes que se dizem baseados em fatos são realmente verdadeiros em alguns pontos da história. É bem na verdade que estamos falando de cinema e que, por mais que tenha sido levados fatos verídicos para as telas, sempre haverá pontos nos roteiros para serem romanceados e que possua uma maior linguagem cinematográfica. Embora a besta de  Gévaudan tenha existido muitos fatos até hoje permanecem obscuros, mas o filme se encarregou de transformá-lo em um verdadeiro filme de ação, luta e aventura.

Por mais que essa mistura possa parecer um tanto estranha "O Pacto dos Lobos" é aquele típico filme que os Deuses do cinema sorriram para ele e fizesse com que tudo desse certo. É notório, por exemplo, Christophe Gans ter bebido muito da fonte de diversos clássicos para criar a sua obra, pois pegamos como exemplo a cena de abertura, onde uma jovem é pega pela criatura em um rochedo e fazendo dela uma simples boneca de pano sendo jogada de um lado para o outro para então ser morta e levada durante o processo. A cena em si é uma clara homenagem que o realizador faz a cena da primeira vítima do clássico "Tubarão" (1975).

Além disso, o filme é recheado de artes marciais em pleno território francês e onde o realizador cria um belíssimo balé coreografado, com direito a muita câmera lenta e que me lembrou a fase de ouro do diretor Chines John Woo. Tudo isso moldado com uma ótima edição de arte e fotografia e que nos transmite um ar mórbido com relação aquele local em declínio. Vale destacar o ótimo figurino que me encheu os olhos na época e fico me perguntando do porquê o filme não tenha sido indicado nestas partes técnicas.

Curiosamente, é um filme que nos mostra o declínio de uma sociedade movida pelas regras de igreja e cuja mesma faz de tudo para ainda manter os seus seguidores. O lobo, ou a besta conforme ficou conhecida, pode ser interpretada como uma forma da população ser aterrorizada e ficar cada vez mais presa em suas crendices, quando na verdade sempre haverá o dedo do homem para tais fatos inexplicáveis. Nada mal para um filme que possui uma salada de vários gêneros, mas que consegue a proeza de fazer com que o cinéfilo pense sobre o assunto.

A produção também teve a proeza de fazer com que eu assistisse algo estrelado pelo ator Mark Dacascos. Era o final dos anos noventa e o início do século vinte e um e Dacascos era um de muitos ex atletas e lutadores de artes marciais ao tentar carreira em  hollywood, mas cujo seus filmes nada significava para mim. Porém, ele se tornou conhecido por possuir uma grande semelhança com o ator Brandon Lee, que morreria durante as gravações do filme "O Corvo" (1994) e sedo então convidado para uma versão em uma série de tv. Sinceramente eu assisti a série por gostar da mitologia do personagem, mas quem diria que posteriormente o veria novamente e justamente em um filme francês.

Em termos de cenas de ação e luta Mark Dacascos é o melhor em cena, sendo que está mais do que a vontade em fazer as suas acrobacias e nos despejando todo um charme do qual se encaixa ao interpretar um personagem de poucas palavras, mas cuja sua herança indigna fala por si. Porém, o verdadeiro protagonista é mesmo Samuel Le Bihan que, ao interpretar o personagem Grégoire De Fronsac, cria para si um típico herói bem ao estilo Indiana Jones e que procura usar a lógica perante fatos inexplicáveis. Quando Mark Dacascos sai de cena, Samuel Le Bihan surpreende nas cenas de luta, principalmente ao transmitir uma fúria incontrolável em uma determinada cena.

O filme também me marcou pois foi nele que finalmente me chamou atenção o ator Vincent Cassel, que aqui constrói para si um vilão bastante peculiar e cujo papel dentro da trama se torna até mesmo surpreendente. O filme também marcaria com a presença da bela Monica Bellucci, sendo que ela e Cassel se conheceram nesta produção e posteriormente se casaram. Ambos retornariam a contracenarem juntos no perturbador "Irreversível" (2002) de Gaspar Noé.

Revisto hoje se percebe que "O Pacto dos Lobos" envelheceu muito bem, ao conseguir misturar o gênero aventura, ação com pitadas de horror na medida certa e embalado com diversas cenas de luta. Vale destacar que era um tempo que o uso do CGI não era ainda ao extremo e, portanto, vemos em cena o uso desse recurso para ajudar na trama e ao mesmo tempo se casando com perfeição na criação da criatura e da qual era moldada também com animatrônicos. É tudo o que a maioria dos filmes norte-americanos de ação e aventura não tem hoje em dia, sendo que a falta de peso nas cenas devido ao CGI fará com que muitos desses títulos envelheçam mal no seu devido tempo.

"O Pacto dos Lobos" é uma aula de como o cinema francês faz filme de ação, aventura e horror na medida certa e fazendo com que os grandes estúdios de hollywood comem poeira. 


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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (29/03/24)

 GODZILLA E KONG – O NOVO IMPÉRIO

Sinopse: Em Godzilla x Kong: The New Empire, o poderoso Kong e o temível Godzilla se unem contra uma colossal ameaça mortal escondida no mundo dos humanos, que ameaça a existência de sua espécie e da nossa. 


DOIS É DEMAIS EM ORLANDO

Sinopse: João está prestes a realizar o seu grande sonho de infância: conhecer os parques de diversão de Orlando. Mas, logo antes de sua viagem, sua chefe pede um pequeno favor que pode estragar suas férias perfeitas: o filho dela, Carlos Alberto, precisa de um acompanhante nesse mesmo voo. 



ASCENSÃO E QUEDA – JOHN GALLIANO

Sinopse: Ascensão e Queda - John Galliano é um documentário sobre a carreira do icônico estilista John Galliano, passando pela sua graduação em moda pela universidade Central Saint Martins, em Londres, até se tornar o diretor criativo de uma das maiores marcas de moda do mundo, a Dior.


Dona Lurdes - O Filme

Sinopse: O Brasil parou para ver a incansável busca de Dona Lurdes por Domênico, seu filho desaparecido, e essa mãezona conquistou os corações.


Instinto Materno

Sinopse: A vida aparentemente perfeita das amigas Alice (Jessica Chastain) e Céline (Anne Hathaway) desmorona após um trágico acidente envolvendo um de seus filhos. 

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Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'Dias Perfeitos'


Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana. Teremos sessão no sábado, 30 de março, às 10:15 da manhã na Cinemateca Paulo Amorim. Mais abaixo, confira a minha crítica.   


SESSÃO DE SÁBADO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 30/03/2024, sábado, às 10:15 da manhã


"Dias Perfeitos" (Perfect Days)

Japão / Alemanha, 2023, 125 min, 14 anos

Direção: Wim Wenders

Elenco: Koji Yakusho, Min Tanaka, Arisa Nakano, Tokio Emoto

Sinopse: Hirayama vive em Tóquio e é responsável pela limpeza de vários banheiros públicos. Além do trabalho modesto, ele preenche seus dias com a paixão pela música, pelos livros e pela fotografia de árvores. Hirayama parece perfeitamente feliz com sua rotina metódica, mas alguns encontros inesperados trazem revelações surpreendentes sobre o passado do protagonista. O filme estreou no Festival de Cannes, onde recebeu os prêmios do júri ecumênico e melhor ator para Koji Yakusho, e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.


Sobre o Filme: Wim Wenders possui uma sensibilidade na construção sobre a jornada dos seus personagens, sendo que eles sempre estão em uma busca constante por algum objetivo e obtendo na reta final o que estavam, enfim, procurando. Se em "Paris Texas" (1984) vemos o protagonista buscar uma reconciliação com a sua esposa, do outro, em "Asas do Desejo" (1987) um anjo não descansa até descobrir os significados do que é ser um ser humano. "Dias Perfeitos" (2023) vemos um protagonista não em busca de algo, mas sim buscando seguir em frente em meio ao ritmo constante de uma grande metrópole.

Na trama, acompanhamos a história de Hirayama (Koji Yakusho), homem que vive sua vida de forma modesta como zelador e limpando banheiros em Tóquio. Porém, o filme revela uma outra faceta de sua pessoa, desde ao fato dele ser um apreciador por músicas, livros e fotos que ele tira de arvores ao longo do tempo. Porém, no decorrer da trama, determinados personagens fazem com que a sua rotina mude um pouco, mas jamais permitindo de ser ele mesmo.

Feito em apenas 17 dias de filmagem, Wim Wenders surpreende ao nos transmitir para nós uma produção modesta, da qual a ficção transita por momentos quase documentais, pois está diante de nós a Toquio, a grande metrópole que nunca dorme e que sempre se encontra em movimento constante. Hirayama, por sua vez, procura sempre manter a sua rotina de trabalho como limpador de banheiros, mas fazendo da tarefa algo que o faça aproveitar dos vários detalhes do que nos faz humanos. Pelo seu olhar, por exemplo, notamos que ele tem uma predileção em observar ação e reação das pessoas, como elas se diferem de sua vida.

Através do protagonista, Wim Wenders faz uma curiosa análise sobre a sociedade atual, da qual todos nós vivemos na mesma terra, mas nos passando a sensação que cada um convive com a sua própria realidade particular e não se importando com que o próximo pensa. Se o protagonista leva o seu trabalho a sério, do outro, testemunhamos o seu jovem colega consumido pela tecnologia do celular, pela obsessão em busca do dinheiro fácil e para assim obter uma noite de prazer com uma jovem garota que ele acabou conhecendo. Enquanto o protagonista sempre tem o prazer de apreciar e registrar o céu, por outro lado, vemos essa nova geração cada vez mais alienada e sem nenhum rumo concreto na vida.

Não faltam momentos ricos da trama onde vemos Hirayama não se envergonhando ao não ter nenhum conhecimento sobre as novas tecnologias, mas sendo alguém acima dessa geração que nem ao menos sabe o que é uma fita cassete hoje em dia. Neste último caso, por exemplo, isso é sintetizado quando surge em cena a sua sobrinha, sendo duas pessoas ligadas pelo sangue, mas desconhecendo as realidades de cada um. É através desse atrito de gerações que só então conhecemos um pouco sobre o passado do protagonista, mas cuja informações ficam somente na superfície e fazendo com que cada um tire as suas próprias conclusões.

É bem na verdade que Wim Wenders criou um protagonista universal, do qual a gente se identifica pela sua rotina, mas que sabe saborear a vida e desfrutar de cada minuto dela. É claro que a solidão bate as vezes a nossa porta, mas basta a gente parar para sentir e ouvir o seu próximo para que então possamos obter ainda um maior significado para continuarmos existindo e aproveitando esse mundo. Portanto, a cena final é emblemática, pois vemos o protagonista se entregar aos seus sentimentos contidos, para só assim então ele se sentir mais leve e tomar o seu rumo inconclusivo.

"Dias Perfeitos" é um dos mais belos filmes do ano, ao nos dizer que o mundo em nossa frente espera pela nossa atenção e, portanto, está mais do que na hora de voltarmos a olhar para o céu. 

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quinta-feira, 28 de março de 2024

Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 28 DE MARÇO A 3 DE ABRIL DE 2024

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

TUDO OU NADA

A cinesemana de 28 de março a 3 de abril traz cinco estreias na nossa programação, incluindo dois documentários de diretores gaúchos: UM CERTO CINEMA GAÚCHO DE PORTO ALEGRE, de Boca Migotto, e JANGO NO EXÍLIO, de Pedro Isaias Lucas. Outro documentário que chega nesta semana é NADA SERÁ COMO ANTES, de Ana Rieper, sobre a música do Clube da Esquina. Também entram em cartaz dois filmes de ficção: A MATRIARCA, com Charlotte Rampling, e TUDO OU NADA, protagonizado pela atriz francesa Virginie Efira.

Seguem na nossa programação dois filmes sobre a música brasileira e que estão entre os preferidos do público: SAUDOSA MALOCA, de Pedro Serrano, e LUPICÍNIO RODRIGUES: CONFISSÕES DE UM SOFREDOR, de Alfredo Manevy. Também continua na lista dos mais vistos o belo DIAS PERFEITOS, do diretor Wim Wenders.

Em última semana de exibição temos a produção russa NO SUBMUNDO DE MOSCOU e a italiana O PRIMEIRO DIA DA MINHA VIDA.

Confira nossa programação completa e portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


14h45 – SAUDOSA MALOCA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 110min). Direção de Pedro Serrano, com Paulo Miklos, Leilah Moreno, Gero Camilo, Gustavo Machado. Elo Studios, 14 anos. Drama.

Sinopse: Inspirado no samba “Saudosa Maloca”, uma das músicas mais conhecidas de Adoniran Barbosa, o filme recupera episódios da vida do compositor tendo como cenário uma São Paulo que não existe mais. Entre botequins e rodas de samba, aparecem seus amigos, suas paixões e outros personagens eternizados pelo músico.


16h45 – DIAS PERFEITOS Assista o trailer aqui.

(Perfect Days – Japão/Alemanha, 2023, 125min). Direção de Wim Wenders, com Koji Yakusho, Min Tanaka, Arisa Nakano, Tokio Emoto. O2 Play/Mubi, 14 anos. Drama.

Sinopse: Hirayama vive em Tóquio e é responsável pela limpeza de vários banheiros públicos. Além do trabalho modesto, ele preenche seus dias com a paixão pela música, pelos livros e pela fotografia de árvores. Hirayama parece perfeitamente feliz com sua rotina metódica, mas alguns encontros inesperados trazem revelações surpreendentes sobre o passado do protagonista. O filme estreou no Festival de Cannes, onde recebeu os prêmios do júri ecumênico e melhor ator para Koji Yakusho, e é um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.


19h – TUDO OU NADA - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Rien à Perdre - França, 2023, 112min). Direção de Delphine Deloget, com Virginie Efira, Félix Lefebvre, Arieh Worthalter. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Sylvie é mãe solo de dois garotos e está no trabalho quando o menor, de 6 anos, se queima no fogão. Ela é denunciada às autoridades francesas por abandono de incapaz e vê Sofiane ir para um abrigo – o que deixa Sylvie transtornada. Apoiada por seu irmão, que é advogado, e pelo amor dos seus filhos, a mãe dá um exemplo de persistência em busca de seus direitos. O filme marca a estreia de Delphine Deloget na direção de longas e estreou no Festival de Cannes em 2023.


(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUARTA, DIA 3)


SESSÕES ESPECIAL – ALMANAQUE21 – INGRESSOS À R$ 7,00

DIA 3 ÀS 19h - SEGUIDA DE BATE-PAPO COM RODRIGO DE OLIVEIRA, EDITOR DA REVISTA


O JOVEM FRANKENSTEIN

(Young Frankenstein - EUA, 1974, 106min). Direção de Mel Brooks, com Gene Wilder e Peter Boyle.

Sinopse: Ao receber a notícia da morte do seu avô, o professor universitário Dr. Frederick Frankenstein faz a viagem que mudará sua vida: tomar posse da herança deixada pelo avô em um castelo na Transilvânia. A sessão marca o lançamento da revista Almanaque21 sobre os principais filmes de 1974.


SALA EDUARDO HIRTZ


14h15 – LUPICÍNIO RODRIGUES: CONFISSÕES DE UM SOFREDOR Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 96min). Documentário de Alfredo Manevy. O2 Play Filmes, 12 anos.

Sinopse: Lupicínio Rodrigues (1914 – 1974) transformou em canções todo o sofrimento e as angústias das desilusões amorosas. Sua trajetória está intimamente ligada com a boêmia e a boa música brasileira, em lembranças de amigos e admiradores como Nelson Coelho de Castro, Arthur de Faria, Ney Matogrosso, Gal Costa, Cazuza, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marisa Monte e seu próprio filho, o Lupinho O filme também traz imagens de arquivo em que o próprio Lupicínio relata episódios de sua carreira e interpreta suas composições.


16h – NADA SERÁ COMO ANTES - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 78min). Documentário de Ana Rieper. Sessão Vitrine Petrobrás, Livre.

Sinopse: O filme mostra o momento da criação de "Clube da Esquina", um dos discos mais importantes da MPB e que foi lançado no início dos anos 1970. Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta e outros artistas falam sobre suas trajetórias e as influências de paisagens, histórias e poesias que resultaram em músicas inesquecíveis.


17h40 – A MATRIARCA – ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Juniper - Nova Zelândia, 2021, 94min). Direção de Matthew J. Saville, com Charlotte Rampling, Marton Csokas, George Ferrier. Pandora Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Ruth viveu uma carreira brilhante como correspondente de guerra, mas agora está entediada com a aposentadoria e limitada em seus movimentos por conta de uma fratura na perna. Sam, seu neto, é um adolescente rebelde que acaba de ser expulso da escola. Os dois não se conhecem, mas terão que viver sob o mesmo teto até encontrarem uma solução para seus problemas pessoais.


19h30 – JANGO NO EXÍLIO– ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2024, 105min). Documentário de Pedro Isaias Lucas. Synapse Filmes, 14 anos.

Sinopse: O filme mostra o cotidiano do ex-presidente João Goulart durante os 12 anos em que ele ficou exilado, vivendo entre Uruguai e Argentina. A partir de depoimentos de familiares e amigos, o público conhece os lugares onde ele viveu, momentos de passeios e aniversários e também reuniões sobre questões políticas – até sua morte controversa em dezembro de 1976 na fazenda La Villa, em Misiones. A produção gaúcha chega aos cinemas no mês em que o golpe militar no Brasil completa seis décadas.

(NA QUINTA, DIA 28, SESSÃO COMENTADA COM O DIRETOR E CONVIDADOS)


SALA NORBERTO LUBISCO


14h30 – NO SUBMUNDO DE MOSCOU Assista o trailer aqui.

(Khitrovka. Znak chetyryokh, Rússia, 2023, 129min). Direção de Karen Shakhnazarov, com Konstantin Kryukov, Mikhail Porechenkov, Anfisa Chernykh. CPC-UMES Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: As histórias de detetive do final do século 19 e os contos de Arthur Conan Doyle inspiraram o filme que acompanha a investigação do diretor de teatro Konstantin Stanislavsky e do repórter Vladimir Gilyarovsky sobre um assassinato ocorrido em um bairro considerado o "submundo" de Moscou. O que seria apenas uma pesquisa para uma nova peça os envolve numa trama de muito mistério e o passado sombrio de um religioso indiano.


17h – O PRIMEIRO DIA DA MINHA VIDA Assista o trailer aqui.

(Il Primo Giorno Della Mia Vita, Itália, 2023, 121min). Direção de Paolo Genovese, com Toni Servillo, Valerio Mastandrea, Margherita Buy, Sara Serraiocco. Pandora Filmes, 16 anos. Comédia.

Sinopse: Quatro pessoas desconhecidas e cansadas da vida conhecem um misterioso homem que tem uma missão: fazer com que cada uma delas volte a descobrir as belezas do mundo. Durante uma semana, todos têm a chance de perceber a falta que fazem e encontrar um novo significado para suas existências. O filme integrou a programação do Festival de Cinema Italiano de 2023 e é baseado no romance homônimo do próprio diretor.


19h15 – UM CERTO CINEMA GAÚCHO DE PORTO ALEGRE - ESTREIA

(Brasil, 2023, 129min). Documentário de Boca Migotto. Teimoso Filmes e Artes, 14 anos.

Sinopse: O documentário parte do trabalho da produtora Clube Silêncio, nos anos 1990, para refletir sobre três gerações do cinema feito em Porto Alegre. O filme, exibido no Festival de Gramado 2023, reúne depoimentos de muitos nomes conhecidos e tem trilha sonora de Bebeto Alves.


(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUINTA, DIA 28)


SESSÕES ESPECIAL – CINEMA MUSICAL GAÚCHO

DIA 28 ÀS 19h30 – ENTRADA FRANCA


THIS IS CANOAS, NOT POA

(Brasil, 2021, 120min). Documentário de Wender Zanon.

Sinopse: Documentário sobre a cena musical independente de Canoas, mostrando bandas, casas noturnas, lojas de discos e o trabalho de produtores que fazem a cidade ter uma vida cultural efervescente e ser muito mais do que um “dormitório” de Porto Alegre.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 28 DE MARÇO A 03 DE ABRIL DE 2024

 ESTREIA:

NADA SERÁ COMO ANTES – A MÚSICA DO CLUBE DA ESQUINA

Brasil/Documentário/78min.

Direção: Ana Rieper

Sinopse:Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina é um documentário dirigido por Ana Rieper que trata sobre o grupo de artistas responsáveis pela criação dos álbuns Clube da Esquina 1 e 2. O longa mostra o processo criativo dos músicos, incluindo lugares, pessoas e outras referências que influenciaram a criação das canções.

Elenco: Milton Nascimento,Flávio Venturini,Wagner Tiso

EM CARTAZ:

SAUDOSA MALOCA

Brasil/Ficção/2023 /90min.

Direção: Pedro Serrano

Baseado na obra de Adoniran Barbosa

Sinopse: Numa mesa de bar, o velho Adoniran Barbosa conta a um jovem garçom histórias de uma São Paulo que já não existe. Lembra com carinho da maloca onde viveu com Joca e Mato Grosso, da paixão deles por Iracema e de outros personagens eternizados em seus sambas, crônicas de uma metrópole engolida pelo apetite voraz do “pogréssio”.

Elenco:Paulo Miklos, Leilah Moreno, Gero Camilo, Gustavo Machado, Paulo Tiefenthaler, Sidney Santiago

Classificação indicativa do filme:14 anos


HORÁRIOS DE 28 DE MARÇO A 03 DE ABRIL (não há sessões nas segundas-feiras):


15h: NADA SERÁ COMO ANTES

17h: SAUDOSA MALOCA

19h: NADA SERÁ COMO ANTES


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.


CineBancários

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre

Mais informações pelo telefone (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

quarta-feira, 27 de março de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'LILITH'

Sinopse: Lilith é criada por Deus para ser a mulher de Adão, mas não aceita a posição de inferioridade em relação ao homem.  

Se pegarmos para lermos a bíblia passo a passo nos damos conta que o papel da mulher se torna uma espécie de catalizador para desmembrar os planos de Deus. Uma mulher, por exemplo, cortou o cabelo de Sansão, assim como uma pediu a Herodes a cabeça de João Batista e fazendo da mulher algo vilanesco e que não se pode cair em suas tentações sombrias. "Lilith" (2022), por sua vez, vem para jogar mais fogo nesta fogueira e nos revelando uma nova faceta sobre a origem da vida a partir dos conhecimentos da bíblia.

Dirigido por Bruno Safadi, o filme conta a história mitológica da primeira mulher na Terra, que veio antes de Eva. Ela é criada por Deus para ser a mulher de Adão. Entretanto, Lilith não aceita posição de inferioridade em relação ao homem, rebela-se e vai para o deserto. Lilith reaparece como um duplo de Eva, come o fruto proibido, se vinga de Adão, de Deus, e torna-se a primeira mulher a se levantar contra o sistema patriarcal dominante.

Em tempos atuais em que uma Extrema Direita usa a religião como cortina de fumaça para ocultar as suas reais ambições, o filme vem em um momento em que as mulheres do Brasil e do mundo enfrentam retrocessos a cada dia e fazendo que uma luta vencida se torne um fio de esperança. De forma experimental, o longa nos convida sem nenhum compromisso de imaginarmos como seria o outro lado da história sobre Adão e Eva e da qual, mesmo eu sendo católico, sempre achei uma forma de simplificar a origem da vida vinda por parte da igreja. Com um único cenário, além de alguns recursos visuais, o filme se sustenta mais graças ao seu elenco e do qual nos transmite uma atuação mais teatral do que qualquer outra coisa cinematograficamente falando.

Claro que atriz portuguesa Isabél Zuaa dá o seu verdadeiro show de atuação como Lilith. Desde o filme "Joaquim" (2017) ela tem nos surpreendido com uma presença forte, contante e da qual nos transmite uma peculiaridade enigmática em quase todos os seus personagens. Aqui não é diferente, o que acaba sendo positivo para ela, já que é preciso ser algo mais além para se criar uma personagem que desafie as ordens de Deus e que ao mesmo tempo sintetize aquele ar de revolta perante uma realidade patriarcado que é sempre tão pregada desde o início dos tempos. Por conta disso, não é um filme para todos, principalmente para os fanáticos que enxergam tudo somente no preto e no branco, mas é um longa que será mais bem degustado por aqueles que não são facilmente persuadidos por falsos pastores que anseiam pelo poder político.

"Lilith" é um pequeno filme que se for descoberto aos poucos irá incomodar muita gente, principalmente por aqueles que usam a bíblia como ferramenta principal para chegar no poder e persuadir a maioria do povo.  


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CIne Dica: Programação 28 a 31 de março de 2024 da Cinemetaca Capitólio

Tubarão


LENITA PERROY EM DEBATE

A Cinemateca Capitólio apresenta na quinta-feira, 28 de março, às 19h30, uma sessão especial gratuita do documentário Lenita, que narra a trajetória de Lenita Perroy (1937-2018), pioneira na fotografia de moda na década de 1960 e uma das poucas diretoras do cinema brasileiro dos anos 1970. O curta Olho de Vidro (1970, 7 min) será exibido antes do longa em uma cópia 35mm.

Após a sessão, ocorrerá um debate com o diretor Dácio Pinheiro e os roteiristas Duda Leite e Tom Ehrhardt, mediado pela pesquisadora Daniela Strack.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7066/lenita-debate/


FILME DE LENITA COM SÔNIA BRAGA NO RAROS

Na sexta-feira, 29 de março, às 19h30, uma edição do Projeto Raros apresenta a nova cópia restaurada de Mestiça, a Escrava Indomável, o primeiro longa-metragem dirigido por Lenita Perroy, protagonizado por Sônia Braga. A sessão conta com o apoio da Cinemateca Brasileira.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7068/projeto-raros-mestica-a-escrava-indomavel/


EXIBIÇÃO DE OBRA MONUMENTAL DE JULIO BRESSANE E RODRIGO LIMA

No sábado, 30 de março, às 14h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial de A Longa Viagem do Ônibus Amarelo, filme-monumento de Julio Bressane e Rodrigo Lima com mais de 7 horas de duração. Entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7070/a-longa-viagem-do-onibus-amarelo/


SESSÃO COMENTADA DE TUBARÃO

No domingo, 31 de março, às 18h, a Cinemateca Capitólio apresenta Tubarão, de Steven Spielberg, na última sessão do ciclo Fim de Verão. Após a sessão, haverá um debate com o diretor e pesquisador Giordano Gio. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7031/tubarao/


GRADE DE HORÁRIOS

28 a 31 de março de 2024


28 de março (quinta-feira)

15h – Viver Mal

17h15 – Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor

19h30 – Lenita + debate


29 de março (sexta-feira)

15h – Viver Mal

17h15 – Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor

19h30 – Projeto Raros: Mestiça, a Escrava Indomável


30 de março (sábado)

14h – A Longa Viagem do Ônibus Amarelo


31 de março (domingo)

15h –  Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor

18h – Tubarão + debate

terça-feira, 26 de março de 2024

Cine Curiosidade: Em Breve ZineClube!

Desde 1948, o Clube de Cinema de Porto Alegre tem sido um ponto de encontro para os amantes da sétima arte, sempre acolhendo novos entusiastas e proporcionando experiências cinematográficas únicas. Este ano, estamos empolgados em apresentar nossa mais recente iniciativa: o ZineClube!

Em breve, compartilharemos mais detalhes sobre o aguardado zine oficial do CCPA, disponível tanto em formato impresso quanto virtual. A primeira edição estará disponível gratuitamente a partir do mês de abril. Se você tem interesse em apoiar ou saber mais, entre em contato conosco através de nossas redes sociais ou pelo e-mail ccpa1948@gmail.com.

O ZineClube conta com o patrocínio do Quiero Café e do Ateliê Cacau Hubba. Agradecemos imensamente pela parceria! Vocês são show!

As belíssimas ilustrações do zine são obras de arte criadas por Carlos Eduardo Lersch e Cris Mitsue, esta última responsável também pela capa e diagramação. Os textos são assinados pelos escritores Jayme Bomfim Vianna, Kelly Demo Christ, Luciano Miranda, Marcelo Castro Moraes, Matheus Valduga Martins, Paulo Daisson Gregório Casa Nova, Pedro Hübner Wortmann, Ricardo Hubba, Silvia Beatriz Alves Rolim, Vicente Renner.

Além disso, contamos com uma entrevista exclusiva conduzida por Débora Fogliatto com a notável Fatimarlei Lunardelli.

O zine também teve a colaboração de Suellen Rodrigues Rubira, Alice Faé, César de Cesero, Altino Mayrink, Douglas Santos Bregolin, Magnum Borini e Rosa Maria Graça. 


 

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segunda-feira, 25 de março de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor'

Sinopse: Em uma cidade de Porto Alegre muito diferente daquela em que Lupicínio Rodrigues nasceu, seus descendentes fazem a genealogia da família e músicos investigam o legado do compositor. 

Em alguns casos um grande talento não é reconhecido de imediato, mas  é ao longo do tempo que ele ganha o seu merecido reconhecimento. Lupicíano Rodrigues foi um desses grandes talentos da nossa música que sabia dançar conforme o que era tocado, ou seja, sabendo jogar para assim continuar fazendo o que melhor fazia em sua vida.  "Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor" (2024) destrincha não somente sobre a sua pessoa e carreira, como também nos mostra como o artista fazia parte da nossa cultura porto-alegrense como um todo.

Dirigido por Alfredo Manevy, o documentário conta sobre Lupicínio Rodrigues (1914 – 1974), do qual moldou as músicas amorosas em outro patamar para a época. Sua formação como músico está próxima com a boêmia e o lado mais lírico da música brasileira. O documentário nos passa todas as lembranças através de amigos como Nelson Coelho de Castro, Arthur de Faria, Ney Matogrosso, Gal Costa, Cazuza, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marisa Monte e seu próprio filho, o Lupinho.

Com cenas de arquivos, o realizador Alfredo Manevy procura não fazer com que somente os admiradores, familiares e pessoas próximas do artista falem sobre ele, mas também dê destaque ao próprio Lupicínio falar sobre como era a sua pessoa. O resultado nos soa bastante familiar, principalmente para aqueles que convivem na capital gaúcha, rodeada de cinema, bares e eventos culturais e dos quais lá estava Lupicínio sentado em uma cadeira, tomando a sua bebida, compondo músicas ou tocando as próprias para alegria de quem ali passava.

Assim foi esse artista, alguém que não buscava meramente o sucesso dito, mas sim colocar em prática o que realmente sabia fazer como um todo. Curiosamente, foi alguém que foi até mesmo explorado, já que muitas músicas de sua autoria ele acabou não obtendo retorno, mas ao mesmo tempo não abalando a sua pessoa e seguindo firme com relação a sua verdadeira paixão. Porém, talentos como Caetano Veloso obtiveram carta branca através do próprio Lupicínio para tocar as suas músicas, pois o próprio reconhece que algumas delas foram moldadas de acordo com os novos talentos que estavam surgindo naqueles tempos pré e pós Ditadura Militar.

Mas o grande charme do documentário se encontra nas cenas de arquivos onde testemunhamos uma Porto Alegre mais dourada, da qual mostra a cultura negra espalhada em diversos pontos da cidade e onde o artista cresceu e influenciando a noite porto-alegrense. É engraçado observamos nas cenas gravadas e nas fotos ruas e prédios dos quais passamos quase todos os dias e nos dando conta de que cada pedacinho desses lugares fazia parte de uma história quase esquecida. Portanto, documentário vem não somente para dar uma nova luz sobre quem era o compositor, como também nos lançar uma faceta vinda do passado da cidade e cuja essa nova geração precisa conhecê-la.

Mas talvez a minha maior surpresa tenha sido o fato que Lupicínio Rodrigues ter sido o verdadeiro compositor do hino do Grêmio e do qual me pegou desprevenido. Ao mesmo tempo, mesmo em poucos minutos, esse trecho revela tempos mais preconceituosos do mundo do futebol, onde os jogadores eram separados devido a sua cor e revelando uma grande mancha em nossa história. Felizmente o artista foi um de muitos que foram aos poucos quebrando esse tabu e fazendo com que as barreiras do preconceito não pudessem ser mais aceitas ao longo do tempo.

Como dito acima, Lupicínio Rodrigues foi alguém que soube se entrosar com as mudanças que a música ia passando, desde aos movimentos do Bossa nova como o Tropicália. Independente das metamorfoses lá estava o compositor pronto para fazer o seu melhor, seja tocando em palcos ou em bares, onde compondo músicas para que novos talentos fossem destinados a manter vivo o seu talento.  Lupicínio Rodrigues já se foi há muito tempo, mas continuando a sua aura viva em cada esquina que a gente passa na capital gaúcha.

"Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor" é um mosaico de informações não somente de um grande artista, mas também como ele influenciou a cultura porto-alegrense dentro e fora dela. 

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