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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Alguma Coisa Assim



Sinopse: Enquanto buscam diversão, os jovens Caio (André Antunes) e Mari (Caroline Abras), vagam pela noite de São Paulo. Nesse contexto, entre o som e os silêncios, os dois vão se conhecendo ainda mais e ao longo de uma década se reencontram em três momentos muito importantes de suas vidas.


Não é de hoje que o cinema nos apresenta o amadurecimento de personagens perante os dilemas que a vida lhe apresenta. Em Boyhood, por exemplo, o cineasta Richard Linklater foi perfeccionista ao extremo, ao registrar o envelhecimento (além dos próprios atores) e amadurecimento dos seus respectivos personagens centrais numa trama em que todos facilmente se identificam. Embora não possua a mesma ambição do que foi vista naquele filme, o filme brasileiro Alguma Coisa Assim explora sobre os dilemas que a vida nos dá, além de tocar o dedo na ferida em assuntos em que ninguém quer debater.
O longa metragem dá continuidade aos eventos vistos no curta metragem Alguma Coisa Assim de 2006, do diretor Esmir Filho, que acompanhava dois jovens amigos descobrindo a noite de São Paulo, enquanto um deles, o garoto, explorava sua sexualidade. Agora, uma década depois, o cineasta retorna à história contando com codireção de Mariana Bastos. Alguma Coisa Assim (2017) aproveita boa parte das cenas do curta citado, mas insere outros dois períodos na vida dos amigos. Assim, acompanhamos três momentos importantes na vida de Caio (André Antunes) e Mari (Caroline Abras). 
Os primeiros minutos de projeção já nos prendem atenção, pois além de uma fotografia de cores vibrantes, das quais sintetizam tempos mais dourados, a dupla central já nos conquista pela simpatia e pelo ar de ambiguidade em que ambos os personagens escondem um do outro. Logo se percebe que há sentimentos guardados, não correspondidos e já fazendo a gente se antecipar quando todo esse conflito emocional transbordar de dentro para fora do copo. Os cineastas, aliás, conseguem obter um bom perfeccionismo das cenas filmadas que são muito bem alinhadas com o incrível desempenho da dupla central da trama.
Por testemunharmos três fases distintas de suas vidas, percebesse o amadurecimento no olhar de ambos, dos quais não escondem cicatrizes, sendo não só do tempo, como também de sentimentos que nunca foram liberados. O filme também é sobre a busca do indivíduo que procura a sua real identidade num mundo contemporâneo de hoje, do qual sempre vive mudando e fazendo com que a gente sempre se questione sobre qual é o próximo passo. Esse turbilhão de pensamentos e sentimentos são todos muito bem desenvolvidos graças à boa interpretação da dupla central em cena.
Tanto André Antunes como Caroline Abras são a alma do filme, sendo que essa última nos surpreende por uma interpretação minuciosa, ao apresentar uma personagem de múltiplas camadas e das quais sofre ao tentar esconder uma confusão interna perante o mundo do qual vive. Já Antunes constrói para o seu personagem alguém que se mantém em posicionamento seguro sobre quem ele acha que realmente é, mas cuja essa imagem se desconstrói no momento em que sempre revê a sua melhor amiga. O ato final reserva momentos de tensão, onde ambos os personagens deixam o copo de cada um transbordar, onde não possuem mais nenhum esconderijo para que possam se esconder sobre seus reais sentimentos e tendo que enfrentar os problemas que germinam e dos quais não podem ser ignorados.
Embora curto, Uma Coisa Assim é um retrato sobre o mundo sempre em metamorfose, onde tempos mais dourados se torna meras lembranças e fazendo com que a gente abrace os ventos da mudança. 



Onde assistir: Cinebancários. Rua General Câmara, nº 424. Centro de Porto Alegre. Horário: 15h e 19h. 



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