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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Cine Especial: Pier Paolo Pasolini: Intelectual e Cineasta Maldito: Parte 4



Nos dias 01 e 02 de setembro eu estarei na Cinemateca Capitólio Petrobras de Porto Alegre, onde irei participar do curso Pasolini: Intelectual e Cineasta Maldito, criado pelo Cine Um e ministrado pela professora e crítica de cinema Fatimalei Lunardelli. Enquanto os dias dessa atividade não chegam, eu estarei por aqui falando um pouco dos filmes desse perfeccionista e polêmico cineasta.

 Decameron (1971)



Sinopse: Adaptação de contos de Boccaccio, como as freiras devassas que realizam milagres sexuais, uma esposa traiçoeira com habilidade para negócios, um artista tuberculoso à beira da morte que tenta trapacear o Céu, jovens amantes flagrados e outros.

Decameron é um filme italiano de Pier Paolo Pasolini que estreou em 1971. Uma adaptação de nove histórias do Decameron de Giovanni Boccaccio, coleção de cem novelas escritas entre 1348 e 1353, que é considerada marco literário na ruptura entre a moral medieval e o realismo, substituindo o divino pela natureza como móvel da conduta humana. Lançando mão de doses de humor satírico, o filme é dividido em nove histórias, que compõem um painel da vida social na Itália medieval. Decameron acaba sendo uma adaptação para o cinema bem divertida, exibido sem pudores visuais, interpretado por uma série de pessoas comuns sem formação interpretativa entre os atores – em nome da expressão da realidade – e apresentando um contexto peculiar cronologicamente tão distante mas, ao mesmo, ideologicamente tão próximo da vida atual.
 


Os Contos de Canterbury (1972)



Sinopse:Quatro contos eróticos de Geoffrey Chaucer são contados de forma bem-humorada através das experiências de um grupo de viajantes. Eles mostram os padrões sociais, sexuais e religiosos da Inglaterra do século 14.


Os Contos de Canterbury (1971), filme do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, adaptado da obra de Geoffrey Chaucer, é a segunda obra da chamada “trilogia da vida”; iniciada por O Decameron (1970) e completada por As mil e uma noites (1974). Os Contos de Canterbury nos mostram a morte como um perseguidor dessa vida: Thanatos diretamente ligado a Eros. Os Contos de Canterbury, de Chaucer, foi escrito no século XIV, em forma de poema. Além dos contos utilizados por Pasolini no filme, há vários outros, além de muitos fragmentos, anotações e contos deixados incompletos por Chaucer. 
Para completar, Pasolini faz uma magnífica representação do inferno com claras influências da pintura de Hieronymus Bosch.




As Mil e Uma Noites (1974)

Sinopse: Terceiro tomo da sua “Trilogia da Vida”, iniciada com “Decameron” e “Os Contos de Canterbury”, Pasolini usa os contos tradicionais do Médio Oriente, para nos trazer uma série de histórias onde o amor e o sexo estão entrelaçados e explorados em tonalidades diversas, da tragédia à traição, do encantamento à devoção, em contos de príncipes e princesas onde a busca do amor é o tema recorrente, e a história de Nur ed-Din (Franco Merli) e Zumurrùd (Ines Pellegrini) é o fio condutor, motivo para contos dentro de contos, onde cada personagem tem a sua própria história de fascinação e desilusão a contar.

Pier Paolo Pasolini completa a sua “Trilogia da Vida” com as tradições do Médio Oriente a servirem de inspiração no filme “As Mil e Uma Noites”, continuando a usar textos antigos como ponto de partida, como nos filmes citados, onde bebera em Boccaccio e Chaucer, respectivamente. Como nos dois tomos anteriores, Pasolini partiu de um argumento escrito por si, para uma representação livre dos universos coloridos narrados nos textos originais. Desta vez, a grande diferença era de orçamento, a permitir exteriores filmados no Irão, Yemen, Etiópia, Índia e Nepal, em busca de locais que melhor trouxessem imagens imaculadas de aldeias e construções antigas plenas da aridez e exotismo que associamos ao Médio Oriente. Com uma teia de histórias complexamente entrelaçada, Pasolini dá-nos, neste terceiro tomo da sua trilogia, o mais doce e inocente destes três filmes, não fosse ele baseado em histórias de encantar e não tivesse ele o amor como principal tema.

Mais informações sobre o curso clique aqui. 

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