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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: A Festa


Nota: filme exibido para associados no último sábado (18/08/18) na Casa de Cultura Mario Quintana.  

Sinopse: Janet, uma política de esquerda, convida os amigos do partido para comemorar a nomeação para o cargo de Ministra da Saúde britânica, coroando um objetivo que ela perseguia há anos. Seus amigos também têm suas revelações, como uma gravidez inesperada. Mas, é a surpresa revelada pelo marido de Janet, o intelectual Bill, que transforma completamente o evento, fazendo a festa logo se transformar em pesadelo.



Foi a partir de O Deus da Carnificina, de Roman Polanski, que surgiu um pequeno subgênero ( seria teatro filmado?), onde a trama se concentra num único cenário e com um pequeno grupo de personagens carismáticos. Dos filmes que vieram a seguir o mais notório foi o francês Qual o nome do bebê?, do qual possuía altas doses de humor e reflexão. É aí que chegamos ao filme inglês A Festa, que nos traz, não somente a mesma fórmula, como também uma ambiguidade sedutora vinda de cada um dos seus personagens.
Dirigido por Sally Potter (Yes), o filme se passa numa tarde qualquer na casa de Janet (Krisnt Scott Thomas) uma política da esquerda que está comemorando o fado dela ter sido nomeada a ministra da Saúde Britânica. Ela decide fazer uma pequena festa, reunindo velhos amigos. Porém, a reunião traz revelações inesperadas de alguns convidados e fazendo com que a festa harmoniosa tenha grandes chances de terminar numa verdadeira tragédia grega.
Embora com pouco mais de uma hora de duração, Sally Potter consegue a proeza de acrescentar inúmeros temas dentro da história, que vai desde a rixas de partidos políticos, direitos humanos, LGBT, fidelidade e tudo moldado para que seja transbordado  já nos primeiros minutos de projeção. A principio se cria até mesmo momentos de suspense, principalmente da forma como se abre a projeção e fazendo com que a gente crie inúmeras teorias sobre o que acontecerá nos minutos seguintes. Além da proeza de saber conduzir a sua câmera em cenários limitados, Sally Potter teve a sorte de ter escolhido a dedo um ótimo elenco, onde cada um dos seus respectivos personagens possui um segredo oculto. 
Krisnt Scott Thomas, por exemplo, nos brinda novamente com um papel digno de nota, onde a sua personagem, aos poucos, se revela alguém que tenta obter absoluto controle de tudo, mas que acaba descobrindo que o mundo sempre continua girando. Timothy Spall, que interpreta o seu marido, consegue inserir em nós um verdadeiro ponto de interrogação nos primeiros minutos de projeção, já que o seu personagem possui tantos conflitos internos vistos em seu olhar que fica até mesmo difícil adivinhar com relação ao que ele está passando. E se Patricia Clarkson nos encanta com personagem extremamente sarcástica perante aos eventos que virão a seguir, Cillian Murphy nos brinda com um personagem imprevisível, do qual nos dá tanto momentos de tensão como também de humor.
É tantos conflitos vistos em cena que fica até mesmo fica difícil escolher qual exatamente é o principal deles. A meu ver, Sally Potter optou em colocar o dedo na ferida com relação à classe média alta, que se vê incapaz de administrar situações inesperadas, mesmo quando algumas delas soem, por vezes, absurdas. O filme seria, então, uma crítica ácida sobre uma realidade, cuja carapuça esconde o lado hipócrita de uma sociedade a beira de um ataque de nervos. 
Com uma bela fotografia em preto e branco, A Festa é um pequeno grande filme que desmascara uma parcela de uma sociedade moldada com máscaras e que se encontram perdidos uma vez que se é revelado os seus próprios defeitos. 
Onde assistir: Sala Paulo Amorim. Horário: 19h15min. Casa de Cultura Mario Quintana. Rua das Andradas, nº 736. Centro de Porto Alegre.  

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