Nota: filme exibido
para associados no último sábado (18/08/18) na Casa de Cultura Mario
Quintana.
Sinopse: Janet, uma
política de esquerda, convida os amigos do partido para comemorar a nomeação
para o cargo de Ministra da Saúde britânica, coroando um objetivo que ela
perseguia há anos. Seus amigos também têm suas revelações, como uma gravidez
inesperada. Mas, é a surpresa revelada pelo marido de Janet, o intelectual
Bill, que transforma completamente o evento, fazendo a festa logo se
transformar em pesadelo.
Foi a partir de O Deus da Carnificina, de Roman Polanski,
que surgiu um pequeno subgênero ( seria teatro filmado?), onde a trama se concentra
num único cenário e com um pequeno grupo de personagens carismáticos. Dos
filmes que vieram a seguir o mais notório foi o francês Qual o nome do bebê?,
do qual possuía altas doses de humor e reflexão. É aí que chegamos ao filme inglês
A Festa, que nos traz, não somente a mesma fórmula, como também uma ambiguidade sedutora vinda de cada um dos seus personagens.
Dirigido por Sally Potter (Yes), o filme se passa numa tarde qualquer na casa de Janet (Krisnt Scott Thomas) uma política da esquerda que está comemorando o fado dela ter sido nomeada a ministra da Saúde Britânica. Ela decide fazer uma pequena festa, reunindo velhos amigos. Porém, a reunião traz revelações inesperadas de alguns convidados e fazendo com que a festa harmoniosa tenha grandes chances de terminar numa verdadeira tragédia grega.
Embora com pouco mais de uma hora de duração, Sally Potter consegue a proeza de acrescentar inúmeros temas dentro da história, que vai desde a rixas de partidos políticos, direitos humanos, LGBT, fidelidade e tudo moldado para que seja transbordado já nos primeiros minutos de projeção. A principio se cria até mesmo momentos de suspense, principalmente da forma como se abre a projeção e fazendo com que a gente crie inúmeras teorias sobre o que acontecerá nos minutos seguintes. Além da proeza de saber conduzir a sua câmera em cenários limitados, Sally Potter teve a sorte de ter escolhido a dedo um ótimo elenco, onde cada um dos seus respectivos personagens possui um segredo oculto.
Krisnt Scott Thomas, por exemplo, nos brinda novamente com um papel digno de nota, onde a sua personagem, aos poucos, se revela alguém que tenta obter absoluto controle de tudo, mas que acaba descobrindo que o mundo sempre continua girando. Timothy Spall, que interpreta o seu marido, consegue inserir em nós um verdadeiro ponto de interrogação nos primeiros minutos de projeção, já que o seu personagem possui tantos conflitos internos vistos em seu olhar que fica até mesmo difícil adivinhar com relação ao que ele está passando. E se Patricia Clarkson nos encanta com personagem extremamente sarcástica perante aos eventos que virão a seguir, Cillian Murphy nos brinda com um personagem imprevisível, do qual nos dá tanto momentos de tensão como também de humor.
É tantos conflitos vistos em cena que fica até mesmo fica difícil escolher qual exatamente é o principal deles. A meu ver, Sally Potter optou em colocar o dedo na ferida com relação à classe média alta, que se vê incapaz de administrar situações inesperadas, mesmo quando algumas delas soem, por vezes, absurdas. O filme seria, então, uma crítica ácida sobre uma realidade, cuja carapuça esconde o lado hipócrita de uma sociedade a beira de um ataque de nervos.
Com uma bela fotografia em preto e branco, A Festa é um pequeno grande filme que desmascara uma parcela de uma sociedade moldada com máscaras e que se encontram perdidos uma vez que se é revelado os seus próprios defeitos.
Dirigido por Sally Potter (Yes), o filme se passa numa tarde qualquer na casa de Janet (Krisnt Scott Thomas) uma política da esquerda que está comemorando o fado dela ter sido nomeada a ministra da Saúde Britânica. Ela decide fazer uma pequena festa, reunindo velhos amigos. Porém, a reunião traz revelações inesperadas de alguns convidados e fazendo com que a festa harmoniosa tenha grandes chances de terminar numa verdadeira tragédia grega.
Embora com pouco mais de uma hora de duração, Sally Potter consegue a proeza de acrescentar inúmeros temas dentro da história, que vai desde a rixas de partidos políticos, direitos humanos, LGBT, fidelidade e tudo moldado para que seja transbordado já nos primeiros minutos de projeção. A principio se cria até mesmo momentos de suspense, principalmente da forma como se abre a projeção e fazendo com que a gente crie inúmeras teorias sobre o que acontecerá nos minutos seguintes. Além da proeza de saber conduzir a sua câmera em cenários limitados, Sally Potter teve a sorte de ter escolhido a dedo um ótimo elenco, onde cada um dos seus respectivos personagens possui um segredo oculto.
Krisnt Scott Thomas, por exemplo, nos brinda novamente com um papel digno de nota, onde a sua personagem, aos poucos, se revela alguém que tenta obter absoluto controle de tudo, mas que acaba descobrindo que o mundo sempre continua girando. Timothy Spall, que interpreta o seu marido, consegue inserir em nós um verdadeiro ponto de interrogação nos primeiros minutos de projeção, já que o seu personagem possui tantos conflitos internos vistos em seu olhar que fica até mesmo difícil adivinhar com relação ao que ele está passando. E se Patricia Clarkson nos encanta com personagem extremamente sarcástica perante aos eventos que virão a seguir, Cillian Murphy nos brinda com um personagem imprevisível, do qual nos dá tanto momentos de tensão como também de humor.
É tantos conflitos vistos em cena que fica até mesmo fica difícil escolher qual exatamente é o principal deles. A meu ver, Sally Potter optou em colocar o dedo na ferida com relação à classe média alta, que se vê incapaz de administrar situações inesperadas, mesmo quando algumas delas soem, por vezes, absurdas. O filme seria, então, uma crítica ácida sobre uma realidade, cuja carapuça esconde o lado hipócrita de uma sociedade a beira de um ataque de nervos.
Com uma bela fotografia em preto e branco, A Festa é um pequeno grande filme que desmascara uma parcela de uma sociedade moldada com máscaras e que se encontram perdidos uma vez que se é revelado os seus próprios defeitos.
Onde assistir: Sala Paulo Amorim. Horário: 19h15min. Casa de Cultura Mario Quintana. Rua das Andradas, nº 736. Centro de Porto Alegre.
Siga o Clube de Cinema de Porto Alegre através das redes sociais:
Facebook: www.facebook.com/ccpa1948
twitter: @ccpa1948
Instagram: @ccpa1948
Nenhum comentário:
Postar um comentário