Sinopse: O campo de
atuação do produtor, ator, poeta e compositor Waly Salomão e sua natureza
teatral permitiram criar um registro único de um personagem multifacetado, que
basta ser filmado para começar a atuar.
Quando eu participei do
curso"O Cinema Independente Brasileiro", ministrado pelo crítico de cinema Daniel Feix, atividade do Cine Um
serviu para sintetizar ainda mais o fortalecimento do “cinema verdade”, ou mais
precisamente ficções que se alinham a um cinema documental e cuja separação
desses dois cenários se encontra apenas numa linha tênue. Ao mesmo tempo, existem
cada vez mais documentários que são moldados por fragmentos de diversos outros
filmes, formando um ensaio sobre a proposta principal que a obra quer passar
para aqueles que forem assistir. Ao ser lançado em 2008, Pan-Cinema Permanente
já dava sinais que o cinema brasileiro iria cada vez mais se enveredar para esses
cenários na apresentação de uma história e fazendo dos títulos que viriam posteriormente
conseguir se esquivar da vala funda do convencional.
Dirigido por Carlos Nader (Homem Comum, 2015), o filme foi na época o grande vencedor do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade de 2008. Pan-Cinema Permanente revela algumas das inúmeras fases do poeta e compositor baiano Waly Salomão (1943-2003). A obra privilegia o poeta e a sua arte. Nadando contra o convencional, o filme de Nader não busca enquadrar Waly Salomão no tropicalismo, como normalmente se faz, aprisionando o autor e a obra em fatos culturais confortáveis e aceitos.
Dirigido por Carlos Nader (Homem Comum, 2015), o filme foi na época o grande vencedor do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade de 2008. Pan-Cinema Permanente revela algumas das inúmeras fases do poeta e compositor baiano Waly Salomão (1943-2003). A obra privilegia o poeta e a sua arte. Nadando contra o convencional, o filme de Nader não busca enquadrar Waly Salomão no tropicalismo, como normalmente se faz, aprisionando o autor e a obra em fatos culturais confortáveis e aceitos.
O filme de Nader
escapa precisamente dos cenários convencionais dos tempos da arte
cinematográfica. No filme de Nader, o tempo se torna poético. Não há legendas
bem construidas, os cortes são crus e sem uma linha do tempo convencional. O tempo
do filme, aliás, segue a lógica da construção poética que se pretende discutir, e não
apresentar. Há, portanto, uma diferença gritante desse filme para outras cinebiografias
que, por vezes, caem no esquecimento e é esse esmero da edição, preocupada em
manter o filme em aberto para as conclusões de quem assiste.
Pan-Cinema Permanente recolhe suas manifestações de várias fontes, como as dos filmes em que ele atuou Quilombo (1984), de Cacá Diegues, e Gregório de Mattos, de Ana Carolina. Assim como o surpreendente Homem Comum, Carlos Nader visitou e revisitou Salomão diversas vezes, sendo que muitas cenas são fruto de muita convivência do diretor com o poeta e compositor, que o filmou em mais de dez anos. Também são entrevistados amigos do poeta, como o próprio Caetano Veloso, Antônio Cícero, com quem Salomão escreveu as letras do disco Zona de Fronteira, de João Bosco, Gilberto Gil e seus filhos, Omar e Khalid Salomão. O documentário registra algumas sequências especialmente engraçadas, como a participação de Salomão num programa de TV síria onde, entre inglês e português, o poeta confunde seu entrevistador, que procura manter as regras do jogo.
Revisto hoje, Pan-Cinema Permanente pode ser interpretado como uma espécie de prelúdio da maneira como se faria cinema brasileiro independente em tempos recentes.
Pan-Cinema Permanente recolhe suas manifestações de várias fontes, como as dos filmes em que ele atuou Quilombo (1984), de Cacá Diegues, e Gregório de Mattos, de Ana Carolina. Assim como o surpreendente Homem Comum, Carlos Nader visitou e revisitou Salomão diversas vezes, sendo que muitas cenas são fruto de muita convivência do diretor com o poeta e compositor, que o filmou em mais de dez anos. Também são entrevistados amigos do poeta, como o próprio Caetano Veloso, Antônio Cícero, com quem Salomão escreveu as letras do disco Zona de Fronteira, de João Bosco, Gilberto Gil e seus filhos, Omar e Khalid Salomão. O documentário registra algumas sequências especialmente engraçadas, como a participação de Salomão num programa de TV síria onde, entre inglês e português, o poeta confunde seu entrevistador, que procura manter as regras do jogo.
Revisto hoje, Pan-Cinema Permanente pode ser interpretado como uma espécie de prelúdio da maneira como se faria cinema brasileiro independente em tempos recentes.
NOTA: o filme foi exibido nesse último domingo (26/08/18) às 16h no Cine Iberê e com a participação da professora
de cinema Gabriela Almeida que lançou o seu último livro O Ensaio Fílmico – ou o
cinema à deriva. Mais informações sobre a obra cliquem aqui.
Fundação Iberê
Camargo: Av. Padre Cacique, 2000 - Cristal, Porto Alegre. Sessões de cinema
sempre aos Domingos as 16h.
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