Sinopse:
O documentário traz uma cronologia e reflexão sobre os fatos políticos que
marcaram o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e a prisão de
Luiz Inácio Lula da Silva Lula.
No
documentário O Processo, dirigido pela cineasta Maria Ramo, a câmera somente
registra os fatos que desencadearam o afastamento da até então Presidente Dilma
Rouseff em 2016 e fazendo com que o público tire suas próprias conclusões com
relação aos eventos que viriam posteriormente em nosso país. Já o documentário
Dedo na Ferida, de Silvio Tendler, possui uma edição ágil, com inúmeras entrevistas
e criando um mosaico sobre os males vindos de ontem e hoje do capitalismo. É então
que chegamos ao documentário “Golpe”, em que se reúne a fórmula do melhor dos dois mundos
e se cria um “filme denuncia” sobre os eventos que estão nos levando ao
retrocesso social e econômico.
Dirigido por Guilherme Castro e Luiz Alberto Cassol, o documentário reúne testemunhos de cientistas sociais, historiadores, jornalistas, artistas e ativistas de movimentos sociais. Analisam desde o sistema eleitoral, até a influência do judiciário, da mídia e das redes sociais na crise política. Resumidamente, o documentário é um resumo de eventos que ocorreram no Brasil nos últimos cinco anos e dos quais se encontram longe de um epilogo.
Dirigido por Guilherme Castro e Luiz Alberto Cassol, o documentário reúne testemunhos de cientistas sociais, historiadores, jornalistas, artistas e ativistas de movimentos sociais. Analisam desde o sistema eleitoral, até a influência do judiciário, da mídia e das redes sociais na crise política. Resumidamente, o documentário é um resumo de eventos que ocorreram no Brasil nos últimos cinco anos e dos quais se encontram longe de um epilogo.
Com
pouco mais de uma hora de duração, o documentário é ágil em sua edição, mesmo
jogando na tela inúmeros eventos, dos quais datam a partir dos movimentos
estudantis que desencadearam o nascimento de inúmeros protestos em 2013 pelo
país. Guilherme Castro e Luiz Alberto Cassol deixam mais do que claro que aqueles
movimentos serviram de desculpa para que a elite, da qual é moldada por uma
direita atual conservadora, usasse isso como desculpa para armar inúmeros planos
para sabotar o governo de quase dez anos da esquerda. Testemunhamos, então, as eleições
de 2014, a perseguição intolerante vinda da direita, a derrocada de Aécio Neves,
o plano B que foi Eduardo Cunha e do qual liderou o pior congresso de nossa
história.
Falando
nisso, o documentário também aborda o contexto das reformas neoliberais
impostas à população e a ascensão do fascismo político e social que seguem em
curso no país. "Dentro do possível, a gente tentou dar um outro olhar: o
que representa e o que representará, por muitos anos, a falta de investimento
em educação, saúde, intervenção militar (no Rio de Janeiro), extermínio da
juventude negra, inclusive a questão da Marielle Franco", explica Gleidson
Dias, do Movimento Negro Unificado. A cientista política Katia Azambuja foi uma
das entrevistadas e falou sobre aspectos machistas no golpe que derrubou Dilma
Rousseff. "Várias facetas do golpe tiveram presença do machismo e da
misoginia, contra a presidenta Dilma. Muitos elementos que aconteceram foram
pelo fato de ela ser mulher", afirma.
Mas,
talvez, o ápice do documentário se encontre nos momentos em que se vê na tela uma mídia brasileira que se vendeu somente para um lado da história, criando uma realidade mentirosa
e da qual desconsiderou os outros movimentos em favor do governo Dilma e do ex-presidente
Lula. Logicamente, a Globo é o alvo fácil na representação desse mosaico de
informações parciais, principalmente com a presença de William Bonner na tela
que é, talvez, a melhor face que represente um jornalismo falido e completamente
desencontrado. Dentre os entrevistados, o jornalista Moisés Mendes, destaca
também o grande veneno que foi e o que são os fake news, elaborado, por exemplo, pelo MBL e que revelou outros movimentos criados por pessoas preconceituosas e
que reacenderam tempos intolerantes de perseguição e medo.
Curiosamente,
o documentário vem justamente num momento de vésperas de eleições, sendo que os
articuladores do golpe ainda tentam a todo custo obter uma vitória por meio de
mentiras, seduzindo pessoas desinformadas e das quais perderam a sua fé com relação
à política. A obra vem, portanto, para reacender o debate entre as pessoas,
para que elas se recordem de tempos do pré - golpe e de quão elas foram enganadas
por políticos gananciosos, por uma elite que possui raízes dos colonizadores
escravistas e que tentam retirar todos os direitos dos trabalhadores e tornando
eles os escravos de hoje. O documentário “Golpe” é testemunharmos um soco no estômago, mas que é preciso ser sentido, para então realmente acordarmos e
voltarmos a obter o que é nosso.
NOTA:
o documentário terá novamente uma sessão hoje às 21h15min no Cinebancários de
Porto Alegre. Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre.
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