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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cine Especial (HQ): ESTRANHOS NO PARAÍSO: PARTE 1



Para aqueles que acompanham o meu blog, num primeiro momento pode até acharem estranho eu falar aqui de HQ. Mas o caso que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, pois eu além de ser amante de cinema, cresci lendo bastantes gibis quando criança e na minha adolescência, mesmo eu tendo pegado o barco de uns piores períodos de falta de criatividade que essa arte teve que foi nos anos 90. Além disso, o cinema e HQ andam atualmente de mãos dadas, numa lucrativa onda de adaptações de HQ e que faz com que esse casamento tão cedo não irá ruir.
Com isso, decidi começar a escrever sobre uma das minhas HQ preferidas, que em vez dos típicos super heróis que nos conhecemos, aqui os protagonistas são gente como a gente, em que seus conflitos, amores e dramas, nos fazem identificar com eles imediatamente. Abaixo, solto um pouco sobre o inicio dessa humana e incrível historia.      
  
Estranhos no Paraíso: Volume 1  
  
"Minha vida são paginas rabiscadas, rasuradas e mal determinadas ao entardecer. Se há algo que aprendi é que não se pode voltar atrás..nem podemos sempre ser felizes. Que, sem amor, não somos mais do que Estranhos no Paraíso."          
  
Sinopse: Conheça Francine, que ama Freddie porque ainda não descobriu que ele só quer transar com ela! Conheça Katchu, que ama Francine. Além de David, que gosta de Katchu apesar de ela ter ameaçado dar o saco dele pro gato comer. 

Quando Estranhos no Paraíso aterrissou por aqui em 1998 pela editora Abril, ela dividiu as atenções dos leitores com o casamento do Superman na época. Embora a competição pela atenção desse como certa a vitoria do herói escoteiro, Estranhos no Paraíso acabou conquistando uma boa fatia do publico, que estava mais do que cansado de ler tantas HQ de super heróis, cuja as tramas não levavam mais para lugar algum. Criado pelo escritor e desenhista Terry Moore, acompanhamos a historia de amizade e amor de Katchoo, Francine e David, que formam na verdade um triangulo amoroso inusitado: David ama Katchoo, que por sua vez ama sua melhor amiga Francine e que essa ultima não sabe bem a quem amar.
A trama começa no passado, onde vemos Francine participar de uma peça de teatro (Estranhos no Paraíso), mas um súbito e constrangedor imprevisto, faz com que ela se torne posteriormente numa pessoa insegura, tanto com relação a si mesma, como também na vida amorosa. Como eu peguei Estranhos no Paraíso a partir do arco Love me Tender, eu fiquei até surpreso como a forma que Francine se apresentava aqui, que embora adulta, suas ações infantis no desespero de não querer ficar sozinha chegam até irritar, principalmente que ela faz de tudo para ficar com o seu namorado Freddie, que durante toda a série sempre se apresentou como uma pessoa machista e que trata as mulheres como objeto de desejo.
Mas esse é um dos pontos fortes da série de Terry Moore, onde vemos os seus personagens mudando gradualmente em suas ações, perante os obstáculos que surgem em suas vidas e é que fazem deles tão humanos. Katchoo por exemplo é uma personagem cheia de camadas, sendo que nesse primeiro arco não temos uma exata idéia de onde ela andou nos últimos anos depois da peça Estranhos no Paraíso, mas de cara vemos que ela sente um amor gigantesco por Francine e que faria de tudo por ela, mesmo que (aparentemente) a insegura personagem não corresponda com os sentimentos de sua amiga rebelde e pintora. Embora o homossexualismo já existisse de uma forma discreta naquele período, Katchoo e Francine talvez tenham sido o primeiro casal gay das HQ a ganhar grande carinho do publico, onde o preconceito foi direto para o escanteio.
Mas muitos ficavam na duvida se elas vingariam como casal, pois o surgimento de David na trama fez com que Katchoo se dividisse nos sentimentos que sentia. Alias David no principio sempre foi um ponto de interrogação na trama, pois embora aparente ser uma boa pessoa, cujos sentimentos que sente por Katchoo sejam genuínos, Terry Moore foi habilidoso em somente de uma forma gradual, apresentar à verdadeira e trágica origem do personagem. Isso fez com que o publico simpatizasse com ele, mesmo quando a maioria acreditava que ele era um mero empecilho para atrapalhar a união das garotas.
Sendo lido hoje esse primeiro arco da série, percebemos que ela tanto poderia continuar, como também ter se encerrado ali, mesmo com algumas pontas que ficaram em aberto (como o passado de Katchoo). Na realidade a série nem fez muito sucesso quando estreou, mas graças a critica positiva dos especialistas da área e pela fidelidade do publico que leu, Terry Moore prosseguiu com a série, mesmo com todos os obstáculos que o atrapalhavam, como no caso de trocar duas vezes de editora (algo similar com que aconteceu com a série por aqui). Com um traço que por vezes lembra manga, cartoon e embalado com momentos de puro humor, drama e belos poemas que por vezes surgem do nada durante a historia, Estranhos no Paraíso: Volume 1 é pequena e bela armação de palco, para algo muito melhor que estaria por vir. 

NOTA: Esse primeiro arco foi publicado em três partes pela editora Abril 1998 e posteriormente foi republicado num único volume pela Pandora Books em agosto de 2003. Nessa republicação alias, há uma pequena e divertida historia, onde mostra as duas protagonistas apresentando em pensamentos as suas perspectivas com relação ao homem em si. De quebra, as ultimas paginas do álbum apresentam as primeiras tiras em que Terry Moore havia criado e o primeiro surgimento de Katchoo e Francine, mas de formas completamente diferentes que conhecemos atualmente.
Quem tiver a fim de fazer uma peregrinação nos sebos à procura desse primeiro volume, vai valer cada esforço que fizer.      


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2 comentários:

LEO disse...

"o cinema e HQ andam atualmente de mãos dadas, numa lucrativa onda de adaptações de HQ"


Grande verdade... e essa parecria ainda vai longe pelo visto (graças a deus)!!!

falar nisso, ENP bem q poderia render um belo seriado de TV se fosse adaptado de forma idêntica à HQ, hein?

uma ótima série mesmo e q eu só fui descobrir agora a pouco (graças à suas dicas)...

Valeu!!

PS: no aguardo da parte 2....

Marcelo Castro Moraes disse...

Se tudo der certo, a parte 2 será publicada hoje.