Nos dias 18 e 19 de maio, eu estarei participando do
curso François Truffaut: O Homem que Amava o Cinema, criado pelo Cena Um e
ministrado pela coordenadora e curadora da Sala da Redenção da UFRGS, Tânia
Cardoso de Cardoso. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei
postando um pouco sobre os principais filmes desse diretor, que foi um dos
pilares que sustentou o surgimento do movimento Nouvelle Vague.
ENTREVISTA: ALFRED HITCHCOCK E
FRANÇOIS TRUFFAUT (1962)
François Truffaut e outros críticos da
frança, que acabaram se tornado grandes cineastas (e criando o tão famoso
movimento Nouvelle Vague), já enxergavam em Hitchcock um cineasta autoral, com
sua própria visão pessoal de se criar filmes, coisa que os críticos americanos
daquele período não enxergavam da mesma forma, mas que aos poucos, realmente se
deram conta que os franceses tinham razão. Pode se dizer que Hitchcock foi um
dos primeiros diretores autorais da historia do cinema a ser reconhecido dessa
forma e Truffaut via nele um grande mestre a ser estudado e inspirado.
Truffaut sempre dizia – “Kane era um
filme que mais tinha inspirado novos cineastas, mas as gerações que sofreram
essa influencia estão acabando, e para as novas gerações as suas inovações já
são moeda corrente”, completou. Não sei bem mais ou menos quando o cineasta
disse essas palavras, mas com certeza já foi por volta dos anos 60 e isso se
fortaleceu, na famosa entrevista que Truffaut fez com o seu ídolo em 1962, onde
ambos conversaram bastante sobre as obras do cineasta, como Janela Indiscreta,
Interlúdio e claro, Um Corpo que Cai.
Alias esse filme de 1958, fortalece o
que eu sempre prego por aqui, que o tempo que irá fazer justiça, com relação
aos filmes que foram injustamente ignorados no passado, mas que acabam de uma
forma merecida, reconhecidos gradualmente ao longo dos anos. A vitoria de Um
Corpo que Cai na nova lista dos melhores de todos os tempos, com certeza fará
com que a nova geração de críticos se volte para uma analise mais aprofundada,
da vasta e impecável filmografia desse cineasta inglês. Não me surpreendia, se
outros filmes dele, começassem a subir cada vez mais ao pódio, pois Janela
Indiscreta, por exemplo, não é somente um filme que previa o fim da privacidade
que nos vivemos atualmente, mas também uma homenagem que o Hitchcock fez ao
próprio cinema. Vemos James Stewart, não só investigando um possível
assassinato na janela vizinha, como também a vida de cada um dos que moram nos
apartamentos, como se cada janela representasse uma pequena tela de cinema e
que passava então nela uma pequena historia.
Não era somente um filme com uma visão
pessoal de se fazer cinema, era também uma homenagem ao próprio cinema. François
Truffaut viu isso tudo e muito mais na obra do diretor e, portanto não poderia
fazer essas postagens do cineasta Francês, sem deixar de citar o seu maior ídolo
e que serviu de inspiração na sua carreira.
Para saber mais sobre a famosa entrevista de ambos os cineasta, clique aqui, onde num video do youtube em 13 partes, podemos ouvir o bate papo da dupla.
2 comentários:
Oi, Marcelo!
Queria estar fazendo este curso contigo. Adoro ambos os diretores, em especial Hitchcock. Felizmente a Nouvelle Vague, com sua relevância na formação de opiniões, notou a relevância do trabalho do diretor (sabe-se lá, senão, como esses filmes estariam sendo tratados agora...). Também acho Um corpo que cai e Janela indiscretas obras primas. E fiquei besta (de feliz) em saber que essa série de entrevistas está online! Vou baixar tudo!!
bjs
Pois é. Na verdade foi por acaso que me veio na cabeça postar sobre essa entrevista que ambos tiveram. Então, fui pesquisar no GOOGLE e foi ai que descobri que tem a entrevista tanto somente em audio como em video pelo Youtube.
Adoraria se estivesse comigo nessa Danielle, pois não existe coisa melhor do que curtir algo com alguém, que curte as mesmas coisas.
Postar um comentário