Estranhos no Paraíso: Love
Me Tender
Ame-me com ternura.
Ame-me de verdade,
Realize todos os meus
sonhos,
Pois, minha querida
Eu a amo
E sempre amarei...
Ame-me com ternura
Ame-me por muito tempo
Diga que és minha!
Pois é ai
Que eu pertenço
Até o fim dos tempos!
Agradecimentos eternos ao
rei do rock
Sinopse:”Estranhos no
Paraíso: Love Me Tender é a história de duas jovens que poderiam ser suas
vizinhas. Você vai à escola com elas, trabalha com elas, toma o elevador com
elas. Talvez você nem as note na multidão, mas elas riem e choram, elas amam e
têm esperança por um amanhã que talvez nunca chegue. É uma visão íntima das
vidas de duas garotas comuns... mas que levam vidas extraordinárias."
Por incrível que pareça, eu
devo muito ao Homem Aranha, pois graças a ele que conheci Estranhos no Paraíso.
Quando o filme do herói foi lançado em 2002 e foi aquela explosão de sucesso,
eu comecei a freqüentar os sebos da capital, tentando achar algumas HQ do
personagem que valesse a pena comprar na época e concluir algumas coleções
minhas dos anos 90, que havia deixado de lado e me dedicando mais pelo gosto do cinema. Eis que em 2005, durante as minhas andanças pelos sebos na
capital, me deparei com uma revista verde fininha (não me lembro do nome
agora), no qual tinha uma lista das melhores HQ, segundo na opinião deles:
Preacher, Sandman e Batman:Cavaleiro das trevas logicamente estavam citados
naquela lista.
Contudo, uma curiosa capa
preta com dois rostos brancos me chamou bastante atenção, sendo que era
Estranhos no Paraíso: Love Me Tender, em que a revista rasgava de elogios pela
série. Curioso como ninguém, fui à procura desse álbum e por minha sorte havia
encontrado, numa falecida loja de HQ que havia pegado o embalo do sucesso do
filme do Homem Aranha na época e que estava vendendo gibis aos montes naquele
tempo. Estranhos no Paraíso: Love Me Tender é um ótimo ponto de partida para os
iniciantes da série, que foi no meu caso, já que começa a trama de uma forma um
tanto que inusitada. Terry Moore havia convidado ninguém mesmo que Jim Lee para
desenhar as primeiras paginas do arco, cuja trama colocava os personagens
principais na realidade dos super heróis, tanto da era de ouro, como no período
negro dos anos 90.
Katchoo, por exemplo, surge
numa versão de Nick Fury, descendo a lenha contra uns vilões vindos do futuro,
enquanto Francine é uma típica super heroína dos anos 40, mas totalmente
atrapalhada. Nas paginas seguintes, somos colocados de volta ao universo tradicional
de Estranhos no Paraíso, mas com uma surpresa: a trama começa no futuro, onde
Francine está dez anos mais velha, casada e com uma filha, mas ao que tudo
indica está em crise no casamento. Durante o dia em um restaurante, Francine
acaba vendo de longe Katchoo, e emocionada, começa a se relembrar dos bons
tempos em que viviam juntas. Ou seja: o resto do arco Love Me Tender, mais Inimigos
Mortais e Tempos do colégio, representam as lembranças que Francine estava tendo
no momento que estava observando a sua amada de longe e só viríamos o
verdadeiro reencontro das duas no futuro no arco Santuário, mas isso eu deixo
para falar mais na ultima postagem desse especial.
Voltando ao presente,
Francine e Katchoo estão vivendo num novo lar, que mais parece um cubículo em
cima de uma garagem de uma amiga delas, mas estão felizes e curtindo a maior
farra. Boa parte do arco Love Me Tender se concentra no dia a dia das duas: Francine
tem um novo emprego, onde acaba não escapando de certas atrapalhas, rendendo os
momentos mais engraçados do álbum. Já Katchoo fica boa parte do álbum em casa,
pintando e tendo a visita de David, que mesmo no contra gosto, aceita ser
modelo para ela pintar. É nesse momento que a trama fica mais pesada, pois Terry
Moore injeta um conflito de diferenças entre os dois personagens, fazendo o
passado de ambos gerarem atrito e fazendo desvencilhar o pouco que tinham da
relação.
As coisas pioram, quando num
momento de fraqueza, tanto de Francine como de Katchoo (que estava bêbada),
quase acontece à primeira noite de amor de ambas, mas Francine fraqueja. Terry
Moore conseguiu aqui o que poucos conseguem fazer numa HQ: fazer com que o
humor e o drama transitem com total normalidade, cuja trama fluir corretamente
e fazendo com que a gente deseje que os personagens terminem bem no final do arco.
Mas no final das contas, embora o arco aparentemente se encerre bem para as
duas protagonistas, elas não escapam do fato de seus sentimentos e pensamentos estar
em frangalhos e com David desaparecido e sem dizer para onde foi. O final deixa
uma ponta solta sobre as reais motivações da colega de serviço de Francine,
Rachel, e que namora Chuck, ex namorado dela.
Por fim, Estranhos no
Paraíso: Love Me Tender foi para mim na época uma ótima novidade, sendo uma das
minhas primeiras HQ em que eu li, que não envolvia super heróis coloridos com
as suas intermináveis sagas, mas sim uma trama que apresentava o cotidiano de pessoas
tão comuns, que passa a sensação que poderíamos cruzar com elas na rua a
qualquer momento e fazendo com que nos desejamos isso com o maior carinho.
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