Sinopse: A trama gira
em torno da jovem Emily Hawkins (Rooney Mara), que acaba de ver o marido
(Channing Tatum) ser libertado da prisão por um crime de colarinho branco.
Mesmo aliviada, Emily tem crises de depressão e busca a ajuda de medicamentos
prescritos para conter a ansiedade. Ela também busca amparo num tratamento
psicológico, lidando com profissionais
(Jude Law e Catherine Zeta-Jones). O tratamento, por mais que comece de forma
positiva, vai gerar consequências inesperadas na vida da jovem.
A quem diga que
Terapia de Risco seria o ultimo filme de Steven Soderbergh, pois o próprio
alega que está muito cansado e que gostaria de encerrar com sua carreira de
cineasta. O caso, que isso já faz alguns anos que ele fica dizendo isso, e
nesse meio tempo, ele tem lançado pelo menos dois ou três filme por ano, sendo
que às vezes até mesmo eu me perco sobre o que já foi lançado dele (o ultimo
que eu vi no cinema foi Contagio). Caso esse venha ser o seu ultimo filme, pelo
menos ele fecharia a carreira com estilo, pois embora não seja uma obra prima,
o filme possui todos os ingredientes que fizeram a sua carreira decolar desde
Sexo, Mentiras e Video tape.
Embora seja com um
elenco pequeno (diferente de outras obras como 11 Homens e um segredo), o filme
não deixa de ser uma teia de inúmeros eventos, a partir do momento que a
protagonista Emily (Rooney Mara) passa a sofrer de depressão e pede ajuda a um
psiquiatra (Jude Law), que por sua vez recorre a uma amiga e psiquiatra
(Catherine Zeta-Jones) para testar na paciente um novo antidepressivo que estão
testando. O caso que tudo ocorre de uma forma inesperada e Emily acaba matando
o seu próprio marido (Channing Tatum) num momento que parecia estar em
sonambulismo, ou efeito do remédio. Do inicio até a metade do filme, o que
assistimos é um verdadeiro jogo de cenas, onde o cineasta cria, o que parece
ser um verdadeiro retrato sobre até onde a depressão de uma pessoa pode levar,
mas nem tudo é o que parece.
Na realidade o
primeiro ato é a construção de um palco, onde os protagonistas (aparentemente)
se apresentam como eles são. Mas a partir do segundo ato, Soderbergh cria uma
verdadeira cebola de tamanho gigante, aonde aos poucos ele vai descascando-a e
revelando a verdadeira personalidade de cada um dos protagonistas e fazendo com
que tudo que imaginávamos até então fique do avesso. Com isso, é preciso dar
palmas para Rooney Mara e Jude Law, pois se no principio eles se apresentam de
uma forma, aos poucos seus personagens vão crescendo de tal forma, que a imagem
da qual ambos tinham no principio, se
torna cada vez mais distante quando eles começam a mudar radicalmente.
O
curioso é observar, que como Soderbergh gosta de fazer filmes da sua autoria,
mas que ao mesmo tempo não perde a oportunidade de fazer uma critica pessoal de
determinado assunto. Se em Traffic ele escancara a verdadeira torre de Babel
sobre o trafico de drogas, aqui ele mostra o submundo sobre o universo
farmacêutico e como eles tratam os seus pacientes como se fosse gado, fazendo
de tudo para que eles tomem os remédios novos que eles vão lançando ao longo
dos anos. Podemos interpretar o filme também como uma espécie de continuação de
Contágio, pois tanto neste como naquele, o cineasta soube muito bem retratar a
hipocrisia daqueles que controlam os remédios perante a uma situação inexplicável,
seja vinda de um vírus ou até mesmo de uma doença mental.
Embora
o final decaia um pouco em soluções fáceis, isso não é o suficiente para tirar
o brilho desse filme elegante, eficiente e que nos prende atenção do inicio ao
fim. Se for a aposentadoria do cineasta, então ele encerrou suas atividades com
honras.
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