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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Cine Dica: Streaming - 'Ms. Marvel'

Sinopse: Em Ms. Marvel, conhecemos Kamala Khan (Iman Vellani), uma jovem de 16 anos que cresceu em Jersey City. De origem paquistanesa, a adolescente é uma estudante e jogadora exemplar. Porém, ao descobrir um bracelete da família Kamala começa a manifestar poderes surpreendentes.  

A HQ "Ms. Marvel" iniciada em 2014 pela editora foi sem sombra de dúvida uma das melhores coisas que eu li recentemente sobre Super Heróis. Assim como o clássico Homem Aranha a personagem se divide entre o heroísmo, o seu dia a dia da escola e seus deveres em casa. Além disso foi uma grande novidade uma personagem de origem não americana conquistar tão rapidamente os leitores e abrindo um leque cada vez maior com relação a diversidade.

Claro que não demorou muito para a HQ ficar no radar das possíveis adaptações para o cinema. Sempre ficava me perguntando se os realizadores seriam fieis ao conteúdo, sendo que houve até mesmo boatos que tentariam trocar a suas origens de paquistanesa e o que seria uma verdadeira blasfêmia. Felizmente, a minissérie "Ms. Marvel" (2022) mantem a sua essência se formos comparar com a obra original, mesmo que algumas adaptações possam incomodar a maioria dos fãs.

Na série, conhecemos Kamala Khan (Iman Vellani), uma jovem de 16 anos que cresceu em Jersey City. De origem paquistanesa, a adolescente é uma estudante e jogadora exemplar. Em seu tempo livre, Kamala gosta de escrever fanfics e tem um fascínio especial por super-heróis, particularmente pelos Vingadores e a Capitã Marvel. Contudo, a jovem geek tem enfrentado problemas para se encaixar em casa e fazer amigos na escola, já que poucos dos adolescentes ali possuem os mesmos interesses que ela. No entanto, a vida de Kamala muda drasticamente quando ela adquire superpoderes. Agora, com suas novas e misteriosas habilidades, a jovem precisa enfrentar a mesma realidade daqueles super heróis que tanto admira.

O primeiro episódio já começa genial, principalmente pelo fato da adaptação se lembrar de sua fonte de origem, ao ponto que diversas cenas parecem uma HQ quase viva. Isso se deve graças a uma edição caprichada, alinhada com desenhos que surgem a todo momento e fazendo com que os atores se interagem até mesmo com os clássicos balões com as escritas dentro. É algo que eu não via desde o genial "Scott Pilgrim contra o Mundo" (2010) e se lá foi perfeito aqui o resultado foi bem vindo.

Infelizmente o ritmo se perde um pouco nos episódios seguintes, principalmente pelo fato dos realizadores se apressarem demais com relação as origens dos poderes de Kamala, sendo que em sua fonte original isso fica mais em segundo plano e dando mais espaço ao seu dia a dia em tentar ser uma jovem normal e ao mesmo tempo uma super heroína. Felizmente a situação melhora do quarto ao sexto e último episódio, ao explorar mais o universo paquistanês e das raízes de sua família a partir da independência da Índia.

Aliás, é na reta final que a minissérie ganha ares de quase uma superprodução, com direito a viagens no tempo, ação, mas que não se esquece do lado humano da personagem em momento algum. Iman Vellani nasceu para ser a protagonista, ao conseguir se entregar fielmente as suas raízes e sabendo lidar em momentos tantos de humor como dramáticos. O melhor de tudo é que a produção se preocupa mais em dar enfoque a personagem, o que é uma grande novidade do estúdio Marvel, já que o mesmo sempre se preocupa mais em interligar todas as suas produções do que criar uma boa história do começo ao final dela.

Porém, os minutos finais do episódio final dão uma dica do que estará por vir para a personagem e abrindo as portas para uma nova fase do MCU muito aguardada pelos fãs. "Ms. Marvel" traz novamente a simplicidade de uma boa aventura desses heróis fantasiados e provando que o público pode sim abraçar a diversidade vinda desse universo.  

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segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Cine Dica: Streaming: 'Cavaleiro da Lua'

Sinopse: Steven Grant (Oscar Isaac), um homem gentil, educado e aparentemente normal, mas que descobre ter uma dupla identidade, dividindo sua personalidade com a do mercenário implacável, Marc Spector. 

Eu prevejo que um dia a Marvel Estúdio irá definhar, pois eu acredito que sua própria fórmula de sucesso se tornará o seu pior inimigo, se é que não já está acontecendo. Porém, é preciso reconhecer que, ao menos nas séries de tv, o estúdio tem ousado em fugir um pouco de sua fórmula e nos apresentando algo mais criativo para dizer o mínimo. "Cavaleiro da Lua" (2022) é um desses casos que você embarca dentro da história não sabendo de nada e te surpreendendo na medida em que a trama avança.

Dirigido por Jeremy Slater, a trama nos apresenta Steven (Oscar Issac), funcionário de uma loja que sofre de um grave problema de insônia e tendo a desconfiança de que algo acontece com ele durante a noite. Quando começa a ter visões de um ser chamado Cavaleiro da Lua, a personificação de Khonshu em seu corpo, passa a acreditar que está perdendo sua sanidade e misturando real e fantasia. Ele, então, conhece Arthur Harrow (Ethan Hawke), líder de uma seita religiosa que incentiva Steven a abraçar o caos que sua vida se tornou e aceitar se tornar permanentemente o Cavaleiro da Lua.

Em primeiro lugar, é preciso dar palmas para os realizadores na construção da trama e de seus personagens nos primeiros capítulos da série. Nos primeiros minutos, por exemplo, vemos o vilão calçar os seus chinelos de uma forma bem peculiar, enquanto o herói nos é apresentado em seu apartamento acorrentado pela perna por ele próprio. São esses momentos estranhos que fazem a série ser diferente das outras, principalmente pelo fato de Steven nem ter a mínima ideia sobre o que ele é, mas que aos poucos é revelado que é um personagem mais problemático do que nós imaginamos.

Se alguns esperam por uma série de ação pode até se decepcionar um pouco, já que a trama se envereda mais para um suspense psicológico, pois nunca sabemos ao certo se o protagonista está presenciando algo real ou uma alucinação a todo momento. Em um determinado momento, por exemplo, ele é cercado por inimigos, para logo depois se dar conta que estão todos derrotados e não sabendo como conseguiu isso. As respostas, logicamente, começam a se desenhar, mas não deixando de lado as outras diversas teorias que podem estar sendo elaboradas no decorrer da trama.

A série é recheada de simbolismos vindos da mitologia Egípcia, sendo que Khonshu é, talvez, uma das figuras mais interessantes em cena e que sempre surge em momentos em que Steven precisa dele para se transformar, não somente no Cavaleiro da Lua, como também despertar a sua outra personalidade chamada Marc. Ou seja, estamos diante de um personagem com a mente fragmentada e sendo algo até mesmo semelhante ao que foi visto no filme "Fragmentado" (2016). Logicamente seria preciso um interprete de primeira para esse tipo de personagem e coube a Oscar Isaac para essa difícil tarefa.

Em sua melhor atuação na carreira, Isaac constrói para o seu lado Steven um personagem inseguro, cheio de paranoias e não sabendo ao certo sobre o que realmente acontece em sua vida. Já Marc tem total consciência com relação ao que acontece ou aconteceu em sua vida e dando a entender que Steven seria uma personalidade que ignora até mesmo fatos trágicos do seu passado nebuloso. Um desempenho digno de nota e que merece ser reconhecido em possíveis futuras indicações a prêmios.

A reta final da série promete um giro de 360 graus dentro da trama, já que o personagem transita entre a razão e a loucura cada vez mais acentuada e fazendo a gente ficar em dúvida se tudo o que está acontecendo é real ou apenas fruto de sua imaginação. Infelizmente a Marvel tenta usar explicações mais plausíveis em sua reta final, principalmente ao inserir a personagem Layla, interpretada pela atriz May Calamawwy, da qual a mesma se torna uma figura que tenta puxar o personagem para algo que nos soe mais coerente, mas que não era realmente necessário. O capítulo final só não descamba para o previsível porque, felizmente, a trama se encerra da maneira que a série havia começado e gerando mais dúvidas do que certezas e é exatamente isso que a faz tão única.

"Cavaleiro da Lua" talvez não seja a melhor série da Marvel, mas é a mais corajosa ao nos apresentar uma trama imprevisível e que foge dos padrões costumeiros do estúdio Marvel.   

Onde Assistir: Disney+

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sábado, 31 de dezembro de 2022

Cine Especial: Retrospectiva 2022 e um Feliz 2023

"Avatar: O Caminho da Água" 

Neste momento está o maior calor lá fora, mas mesmo fervilhando eu estava recapitulando através das minhas memórias o que havia acontecido ao longo deste último ano com relação ao cinema. Foi um ano melhor se formos comparar ao ano anterior, principalmente pelo fato da pandemia ter diminuído e o público decidindo retornar aos poucos as suas idas para uma sessão de cinema. Curiosamente, ao longo destes dozes meses parece que houve uma sensação de retomada dos velhos tempos e o desgaste do que antes parecia imbatível.  

A Queda do Oscar 

Não há como negar que esse foi sem sombra de dúvida o pior ano dessa premiação, onde a maioria somente irá se lembrar de Will Smith dando um tapa na cara de Chris Rock. Esse acontecimento foi somente a cereja do bolo para constatar o lado medíocre que essa cerimonia se tornou, ao ponto que as premiações técnicas foram esnobadas, como se esses pontos na construção de um filme não fossem importantes de se fazer um longa metragem. Talvez o meu pensamento esteja mais do que coerente atualmente, de que o tempo seja sim o maior prêmio para um filme quando ele é lembrado e reconhecido ao longo de vários anos após o seu lançamento.  

O declínio de um gênero?  

Sempre digo que Hollywood é sempre responsável, tanto pelo ápice, como também pela queda de um gênero cinematográfico. No caso das adaptações de HQ de Super Heróis para o cinema eu acredito que finalmente estamos diante de um verdadeiro desgaste e isso é sintetizado ainda mais por conta da Marvel /Disney. Com a sua fase quatro encerrada com "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre", os estúdios se viram diante de críticas mais pesadas, tanto da crítica especializada como também do próprio público que notou uma queda de qualidade, tanto nas histórias, como também nos efeitos visuais realizados na pressa. Resta saber até que ponto Kevin Feige seguirá em frente com a sua estratégia, pois a própria está consumindo a casa das ideias.

Mas o outro lado da cerca não é muito diferente, senão pior. Após o sucesso mediano de "Adão Negro" Warner/DC decide reiniciar tudo de novo com os seus heróis e isso tudo comandado pelo cineasta James Gunn que foi escolhido como novo chefe da DC Estúdio. O resultado é a demissão de atores como Henry Cavill e provocando uma avalanche de críticas pesadas e vendo com maus olhos a nova iniciativa. Sinceramente Gunn adentrou em um verdadeiro vespeiro e que fica até mesmo difícil saber qual será o resultado.

Ao menos, um ou outro ainda pensa em fazer cinema de verdade dentro do estúdio e "The Batman" é uma prova viva disso. Limitando os efeitos desnecessários em cena e se preocupando mais em contar uma história verossímil, o diretor Matt Reeves reconta os primeiros anos do homem morcego dialogando com os dilemas e os medos que assombram o mundo contemporâneo. O realizador fez a lição de casa assim como Christopher Nolan havia feito com "Cavaleiro das Trevas" e dando uma revitalizada no gênero que se encontra perto do precipício.  

Os Bons Tempos Voltaram 

Talvez 2022 seja lembrado com o fato de ser o primeiro ano após muito tempo de que a maior arrecadação na bilheteria não pertenceu a uma adaptação de HQ. Coube o retorno de Tom Cruise, por exemplo, para quebrar esse tabu com o surpreendente "Top Gun - Maverick". Mais do que uma continuação de um clássico oitentista, o filme é uma verdadeira aula de como se fazia cinema como antigamente, ou seja, na raça e no ar literalmente. O diretor Joseph Kosinski buscou inspiração no lendário produtor Howard Hughes, que simplesmente pegava uma câmera na mão e filmava realmente os aviões no céu dentro da cabine de uma das aeronaves. E sim, Tom Cruise realmente pilota em cena em uma das maquinas voadoras e se superando novamente nas cenas perigosas.

Da velha guarda, é preciso destacar o surpreendente trabalho Baz Luhrmann no maravilho "Elvis", superprodução de grande requinte visual e que surpreendeu ao dar uma nova visão sobre a vida pessoal e profissional do rei do rock através do seu suspeito empresário e do qual o mesmo foi interpretado por um irreconhecível Tom Hanks.

De Volta a Pandora 

James Cameron é teimoso e nada irá tirar de sua cabeça que o 3D é sim o futuro do cinema. Convenhamos, o seu "Avatar: O Caminho da Água" não revoluciona na questão do 3D, mas dá uma verdadeira aula de como se usa os efeitos digitais em prol de contar uma boa história. Nunca um planeta alienígena foi tão realístico, nunca seres marinhos de outros planetas foram tão reais e nunca os Na'vi foram tão realistas ao ponto de esquecermos que, por detrás da técnica de captura em movimento, há realmente grandes atores e sendo eles o verdadeiro coração e alma do filme.  

A vitória do Cinema Independente  

Se Hollywood ainda se vê presa com os seus blockbusters ao menos o cinema independente prova que, não importa o orçamento, mas sim a elaboração de uma boa história é o que faz a diferença como um todo. O estúdio "A24" se consagrou no passado ao fazer diversos filmes de terror, porém, expandiu e adentrando em novos gêneros e conseguindo assim obter inúmeros feitos. O ápice desse cenário se encontra com o seu "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo", uma ficção que se mistura com cenas de ação, aventura e diversas teorias sobre realidade alternativa e fazendo os estúdios Marvel e DC comendo poeira. Porém, o estúdio não largou o seu principal osso que é o gênero de horror e nos surpreendendo com "Men", "X" e seu surpreende prequel "Pearl".

E na reta final de ano, o cinema independente surpreende com o delicado, porém, poderoso "Aftersun" e cuja a relação entre pai e filha dentro da trama tem muito mais a dizer sobre a sociedade contemporânea de hoje do que a gente imagina.  

Cinema Sem Fronteira 

Foi também um ano em que o cinema nos demais países provaram a sua força e se destacando pela sua qualidade e autoria vinda dos seus cineastas. Da Alemanha tivemos o surpreendente "Nada de Novo no Front", filme de guerra que mostra a realidade crua da Primeira Grande Guerra e se tornando franco favorito para o próximo Oscar. Nossos hermanos daqui do lado deram uma verdadeira aula de história em "Argentina 1985" e provando que certas feridas não podem ser meramente cicatrizadas, mas sim procurar e punir aqueles que provocaram elas. E como não poderia deixar de ser o cinema francês arremangou as mangas neste ano com força e nos brindando com títulos de quilate como "O Acontecimento", "Bem-Vindos à Bordo", "A Acusação", "Contratempos" e tantos outros.  

E o Nosso Cinema Como Fica?  

Desde a extinção da Embrafilme não se via um temor tão grande como agora com relação ao futuro do nosso cinema nacional. Graças ao desgoverno de Bolsonaro, vários projetos foram cancelados devido a extinção do Ministério da Cultura, assim como a limitação imposta colocada contra Ancine. Para piorar, a situação se agravou devido a pandemia, onde vários cinemas que exibem somente o Cinema Nacional acabaram fechando por tempo indeterminado e somente abrindo quando a situação se minimizou, porém, não acabando com os problemas a seguir. O Cinebancários de Porto Alegre, por exemplo, é o mais belo representante sobre a dedicação de exibir somente filmes nacionais, mas tendo pouco público se for comparado a outras salas da região como a Cinemateca Capitólio que sempre manteve um público fiel.

Resta manter a esperança que essa sala e as demais em todo país se mantenham firmes e exibam o nosso Cinema Nacional que sempre existiu através de muita luta em meio as adversidades criadas através da ignorância política assim como também de uma parcela brasileira preconceituosa e que não valoriza o que a gente cria. Dos destaques deste ano se teve "Marte Um", filme que melhor sintetizou um país após as eleições de 2018 e tivemos "Medida Provisória", filme de Lazaro Ramos que sofreu censura unicamente por escancarar uma ficção que fala sobre o nosso tempo atual em que o preconceito e a ignorância assola o nosso país a cada dia que passa. 

Agradecimentos e um Feliz 2023 

Gostaria de agradecer a toda a diretoria do Clube de Cinema de Porto Alegre que neste ano me escolheram como divulgador da programação das sessões do Clube e que na maioria das vezes acontece na convidativa Cinemateca Paulo Amorim. Agradecer a psicóloga Maria Emília Bottini que me convidou novamente a fazer parte do grupo online Cine Debate, onde sempre escolhemos um determinado filme para assisti-lo e debatermos a cada quinze dias. Agradecer pela força de vontade de Jorge Ghiorzi que fez renascer a esperança de termos novamente os cursos de cinema do Cine Um, por enquanto online, mas tendo a esperança aflorada de voltarmos a ter as atividades de forma presencial novamente.

Agradecer as distribuidoras Colecione Clássicos e Classicline que fez com que mantivesse o meu interesse de continuar colecionando filmes em DVD e dando uma fortalecida nesta mídia física que, felizmente, teima em não morrer. Agradecer as Cinematecas Capitólio e Paulo Amorim de Porto Alegre ao nos dar uma programação diversificada e sendo algo que não se encontra nos cinemas de shoppings. E, por fim, agradecer a todos os leitores que me acompanharam nesta empreitada cinematográfica, pois o meu blog existe pela paixão obsessiva que eu tenho pelo cinema e que me fez cada vez mais me dedicar na escrita, me aprofundar ainda mais na sétima arte e da qual estarei sempre com ela haja o que houver.      


A TODOS UM FELIZ 2023 CHEIO DE AMOR, ESPERANÇA E COM MUITAS IDAS AO ESCURINHO DO CINEMA.   

 

top 10: Melhores Filmes Estrangeiros 

 

1º Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

2º Aftersun 

3º O Acontecimento

4º Nope (Não! Não Olhe!)

5º Nada de Novo no Front

6º The Batman

7º Elvis

8º Top Gun: Maverick

9º Avatar: O Caminho da Água

10º O Homem do Norte


Top 10:Melhores Filmes Nacionais 


1º Medida Provisória

2º Marte Um

3º Carvão 

4º A Mãe 

5º Meu Tio José

6º Os Primeiros Soldados 

7º O Livro dos Prazeres

8º Jesus Kid

9º A Casa de Antiguidades

10º Deserto Particular


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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (30/12/2022)

 DECISÃO DE PARTIR

Sinopse: Um homem cai do pico de uma montanha e morre. O detetive responsável pelo caso, Haejoon (PARK Hae-il), vai ao encontro da viúva da vítima. Seo-rae (TANG Wei) não mostra nenhum sinal de agitação com a notícia da morte do marido. 


TERRIFIER 2

Sinopse: Depois de ser ressuscitado por uma entidade maligna, Art, o palhaço, está de volta no condado de Miles, onde busca caçar uma adolescente e seu irmão mais novo durante o Halloween!


GATO DE BOTAS 2 – O ÚLTIMO PEDIDO

Sinopse: Em Gato de Botas 2: O Último Pedido, O Gato de Botas descobre que sua paixão pela aventura cobrou seu preço: por conta de seu gosto pelo perigo e pelo desrespeito à segurança pessoal, ele queimou oito de suas nove vidas.


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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Cine Especial: 'Isto é Pelé' (1974)

 

Pelé representou no futebol o que Charles Chaplin representou para o cinema. Em ambos os casos fizeram o que faziam de melhor através de suas artes e das quais conquistaram o mundo além de muda-lo para sempre como um todo. No caso de Pelé os seus dribles eram um verdadeiro balé e os seus chutes a gol faziam com que a torcida gritava de tal forma que o eco jamais foi repetido ao longo das décadas. Ao lado de Garrincha, Zagallo e tantos outros mestres da bola, Pelé pertence a era de ouro do futebol e da qual essa geração não tem nenhuma ideia do que isso significa e, portanto, nada melhor do que a presencia-la através da magia do cinema.

O documentário realizado em 1974, "Isto é Pelé" mostra a cruzada do mestre em tempos como jogador principal do Santos e logo se tornando o titular da seleção brasileira por mais de dez anos. Três campeonatos mundiais, mais de mil gols e tudo registrado pelas imagens do"Canal 100", um cinejornal brasileiro, do qual foi fundado em 1957 por Carlos Niemeyer, inicialmente com o nome "Lider Cinematográfica". Através desse Cine Jornal se tem a melhor fusão entre a sétima arte e o futebol dos seus tempos dourados e que cada imagem dos dribles e chutes a gol se tornam um verdadeiro mosaico cheio de detalhes e que os tornaram inesquecíveis.

O rei Pelé finalmente ganhou o seu merecido descanso, mas a sua imagem com a bola no pé e no peito se tornaram símbolos de tempos que não voltam mais para o mundo do futebol, mas que servem como exemplo de tempos em que os jogadores jogavam com paixão, pelo amor à camisa e pelo desejo em fazer gols a todo instante não importando o que aconteça.  

Assista ao documentário "Isto é Pelé" clicando aqui. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 29 DE DEZEMBRO DE 2022 A 04 DE JANEIRO DE 2023 na Casa de Cultura Mario Quintana

 DEVIDO AO FERIADO DE ANO NOVO, NÃO HAVERÁ SESSÕES NOS DIAS 31 DE DEZEMBRO E 1º DE JANEIRO


A Brigada da Chefe 


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h40 – A BRIGADA DA CHEFE     *ESTREIA*  Assista o trailer aqui.

(La Brigade - França, 2022, 100min). Direção de Louis-Julien Petit, com Audrey Lamy, François Cluzet, Chantal Neuwirth, Fatou Kaba. Imovision, Livre. Comédia dramática.

Sinopse: Cathy é uma chef de cozinha que sonha em abrir seu próprio restaurante. Enquanto não consegue o dinheiro necessário para bancar o negócio, ela aceita trabalhar na cozinha de um abrigo para jovens imigrantes. No início Cathy odeia o novo emprego - e os garotos preferem comer bobagens industrializadas. Mas, aos poucos, a paixão da chef pela culinária começa a despertar o interesse dos meninos, ao mesmo tempo em que ela percebe que o mundo vai além da sua cozinha.


16h30 – MALI TWIST Assista o trailer aqui.

(Twist à Bamako - Senegal/Mali/França/Canadá, 2021, 130min). Direção de Robert Guédiguian, com Stéphane Bak, Alice Da Luz, Saabo Balde. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: No início dos anos 1960, os jovens da recém proclamada República do Mali sonham com a renovação política e dançam ao som da música norte-americana. É neste cenário que Samba, um adepto do socialismo, se apaixona por Lara, que foi prometida em casamento para um líder do seu povoado. Lara e Samba sonham com um futuro juntos, mas a liberdade dos novos tempos ainda não é compreendida por todos.


19h – AFTERSUN   Assista o trailer aqui.

(Reino Unido/EUA, 2022, 100min). Direção de Charlotte Wells, com Frankie Corio e Paul Mescal. O2 Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Quando tinha 11 anos, Sophie passou alguns dias de férias com o pai, numa praia ensolarada e cheia de descobertas. Vinte anos depois, ela encontra um vídeo daquele verão e tenta se reconciliar com suas lembranças e com aquele homem que até hoje não conhece plenamente.


SALA 3 / NORBERTO LUBISCO


15h – MARTE UM   Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 115min). Direção de Gabriel Martins, com Cícero Lucas, Carlos Francisco, Camilla Damião. Embaúba Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Os Martins, uma família negra de classe média baixa, vivem na periferia de uma grande cidade brasileira – e, apesar da situação do país, tentam equilibrar suas expectativas e dificuldades. A mãe, Tércia, acha que está amaldiçoada depois de levar um susto, enquanto a filha mais velha planeja ir morar com a namorada. O pai, Wellington, que trabalha como porteiro, sonha com o dia em que o filho mais novo será um jogador de futebol, mas Deivinho sonha mesmo em viajar para Marte. O longa é o indicado pelo Brasil para concorrer a uma vaga na disputa pelo Oscar de melhor filme internacional.


17h15 – UMA MULHER DO MUNDO   Assista o trailer aqui.

(Une Femme du Monde - França, 2021, 100min). Direção de Cécile Ducrocq, com Laure Calamy, Nissim Renard, Béatrice Facquer. Imovision, 18 anos. Drama.

Sinopse: Marie ganha a vida como prostituta e é atuante no sindicato das profissionais do sexo. Ela também tem um filho de 17 anos, mas as relações com o garoto não são nada tranquilas. Sonhando com um futuro melhor para o filho, Marie resolve matriculá-lo em um renomado curso de culinária francesa – mas sua renda não dá conta do alto valor das mensalidades. A atriz Laure Calamy foi indicada ao prêmio César pela interpretação da protagonista.


19h15 – A BRIGADA DA CHEFE     *ESTREIA*

(La Brigade - França, 2022, 100min). Direção de Louis-Julien Petit, com Audrey Lamy, François Cluzet, Chantal Neuwirth, Fatou Kaba. Imovision, Livre. Comédia dramática.

Sinopse: Cathy é uma chef de cozinha que sonha em abrir seu próprio restaurante. Enquanto não consegue o dinheiro necessário para bancar o negócio, ela aceita trabalhar na cozinha de um abrigo para jovens imigrantes. No início Cathy odeia o novo emprego - e os garotos preferem comer bobagens industrializadas. Mas, aos poucos, a paixão da chef pela culinária começa a despertar o interesse dos meninos, ao mesmo tempo em que ela percebe que o mundo vai além da sua cozinha.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Bem-Vindos à Bordo'

Sinopse: Cassandre, uma comissária de bordo de 26 anos, perde o emprego em uma companhia aérea. 

É interessante observar que nos últimos tempos o cinema tem explorado bastante a questão de que o capitalismo esteja neste momento explorando o ser humano até o osso e fazendo do mesmo se tornar uma mera peça das engrenagens que pode posteriormente ser descartado. No filme "Nomadland" (2020), por exemplo, vemos a protagonista se tornar uma nômade que vive perambulando os EUA, mas que mesmo assim continua trabalhando em diversos trabalhos no percurso para continuar sobrevivendo. "Bem-Vindos à Bordo" (2021) fala sobre o dever ser comprido dentro de uma empresa área que se encontra sempre em movimento e ao mesmo tempo tendo que lidar com o que resta de sua vida pessoal para ainda poder se lembrar do que ela faz em ser uma pessoa ao invés de uma peça.

Dirigido por Emmanuel Marre e Julie Lecoustre, o filme conta a história de Cassandra (Adèle Exarchopoulos), uma comissária de bordo de 26 anos, que trabalha em uma companhia aérea doméstica e de baixo prestígio. Da forma mais serena e automática possível, ela está sempre disposta a fazer horas extras e desempenhar suas tarefas com eficácia exemplar. Em paralelo, em seus dias de folga, ela leva uma vida despreocupada entre Tinder, festas e tédio. Porém, ao ser dispensada pela empresa repentinamente, a jovem se vê obrigada a descartar antigos hábitos e lidar com o que a vida lhe preparou em seu retorno para casa, inclusive sua caótica vida pessoal.

Conhecida mundialmente pela sua atuação em "Azul é a Cor Mais Quente" (2013), Adèle Exarchopoulos novamente interpreta uma personagem que procura compreender a sua realidade em volta de acordo com o que ela observa e sempre nos passando uma sensação de uma briga interna mesmo quando ela não coloca a sua dor para fora. Enfrentando ainda o luto devido a perda da sua mãe, sua personagem transita entre o dever, sonhos e uma vida pessoal que se encontra meio que vazia, mas encontrando um pouco de vida através do seu pai, da irmã e de amigos que se apresentam também com dilemas parecidos. Em seus horários de folga, por exemplo, observamos que as pessoas procuram mais se abrirem com ela e destacando as suas dores do que ela própria, mesmo quando a mesma também possui passagens em que ela, ao menos, permite em derramar uma lagrima.

Em contrapartida, o seu dia a dia no trabalho como comissária de bordo é uma verdadeira luta para se manter com a boa aparência, sempre com um sorriso no rosto e mesmo quando os passageiros lhe abusam verbalmente. Porém, no momento em que ela perde o seu principal cargo, ela precisa trabalhar duro entre cursos para aprimorar ainda mais o seu desempenho dentro da empresa, nem que para isso lhe custe a sua saúde mental e física. Não deixa de ser interessante, por exemplo, ao vermos a mesma tendo que aprender de tudo um pouco, desde como sair do avião durante um incêndio, como também como fazer respiração boca a boca em um passageiro.

Tecnicamente, os realizadores cumprem muito bem a sua função de fazer com que testemunhemos o dia a dia da protagonista, como se a suas câmeras se tornassem uma representação de nosso olhar e ao mesmo tempo nos guiando sempre a mesma direção em que ela dá. Curiosamente, é interessante observar que alguns personagens que a personagem se interage é como se fossem interpretados por atores amadores ou que sejam realmente pessoas comuns em cena e nos passando assim uma sensação de que a obra transite entre a ficção e o seu lado quase documental. Em uma situação delicada, por exemplo, vemos a protagonista sendo uma boa ouvinte para uma passageira, mas ao mesmo tempo tendo que sofrer em seguida uma advertência por não ser 100% profissional neste momento.

Aliás, essa exploração que a empresa faz contra a personagem é vista em determinados pontos da trama, ao fazer da própria em não ter muito escolha, mesmo quando há pessoas lhe alertando o quanto ela está sendo explorada. Ao final, ela pode até obter o seu cargo dos sonhos, mas isso após muitos percalços e ao mesmo tempo em meio a busca por uma redenção e entendimento sobre o seu lugar dentro de sua família e podendo assim obter uma certa paz de espirito que tanto lhe faz falta. A cena final é emblemática, onde vemos ela e diversas pessoas desfrutando um momento de lazer na cidade de Dubai e sintetizando neste momento o lado mais humano de uma sociedade atual sempre em movimento.

"Bem-Vindos à Bordo" fala sobre sonhos e deveres em meio a corrida pelo sucesso e ao mesmo tempo lutar para não se tornar uma mera peça descartada em meio ao percurso. 


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