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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 4 de outubro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Livro dos Prazeres'

Sinopse: Lóri (Simone Spoladore) é uma professora com uma vida monótona tanto profissionalmente quanto romanticamente. Tudo muda quando ela conhece Ulisses (Javier Drolas), um provocador professor argentino. Com ele, Lóri vivencia novas experiências, trocas e aprende, enfim, o que é amar. 

Em tempos em que cada vez mais se prega o individualismo e somente a preocupação consigo próprio se tem um distanciamento cada vez maior entre as pessoas e um medo de abraçar sentimentos dos quais nos faz realmente humanos. Antes disso, porém, é preciso apreciar os pequenos prazeres da vida, desde um mergulho no mar como também apreciar as situações mais simplórias que podem ocorrer. "Livro dos Prazeres" (2022) fala sobre o medo de não querer alcançar a felicidade plena unicamente por receio ao adentrar em um novo cenário.

Dirigido por Marcela Lordy, o filme é baseado na obra de Clarice Lispector, que conta a história de Lóri (Simone Spoladore), uma professora com uma vida monótona tanto profissionalmente quanto romanticamente. Tudo muda quando ela conhece Ulisses (Javier Drolas), um provocador professor argentino. Com ele, Lóri vivencia novas experiências, mas antes disso, terá que lidar consigo mesma.

Dividida em capítulos, dos quais os mesmos remetem ao livro, o filme começa de forma gradual, onde a personagem nos é apresentada e aos poucos vai sendo revelado a sua pessoa assim como também o cenário em que ela vive. Logo se descobre que ela é uma professora que herdou um apartamento de sua falecida mãe, mas que começa a ficar inquieta e tenta amenizar isso através do sexo passageiro. Observa-se, portanto, que através do prazer ela tenta conter uma dor interna da qual a mesma não consegue explicar, mas cuja a dúvida começa a ser sanada a partir do encontro com o professor Ulisses.

Tendo a conhecido no ótimo "Elvis e Madona" (2010) Simone Spoladore nos brinda com uma de suas melhores atuações da carreira, onde ela consegue construir para a sua personagem uma personalidade complexa, pouco sociável, mas cuja as características podem prejudica-la durante o processo. Por conta disso, o filme ganha contornos tanto dramáticos como também com algumas pitadas de suspense, já que tememos pelos conflitos que ela sente internamente e fazendo a gente desejar que, de alguma forma, se amenize.

O filme fala também sobre questões familiares, de como a história de nossos pais podem influenciar os rumos de nossas vidas e obrigando a gente a tentar descobrir quando e onde devemos começar a nossa. Lóri se vê como a mãe no passado, da qual a mesma nós nunca vemos em cena, mas a sentimos através dos objetos e do próprio cenário do apartamento como um todo. Há ainda uma sensação de luto pela perda da mãe e da qual faz a protagonista também se perguntar se não terá o mesmo destino, já que ambas eram bastante parecidas segundo o irmão da protagonista.

Na medida em que Lóri se envolve com Ulisses há um verdadeiro jogo de gato e rato, já que a primeira deseja o professor, porém, o mesmo não deseja alguém que não consegue desabrochar para a vida e sendo ela mesma. Ambos se complementam por serem dois lados da mesma moeda, mas enquanto Ulisses já sabe o que quer, por outro lado, Lóri precisa enxergar além do que os seus olhos podem ver. É a partir do momento em que a protagonista começa a se abrir e ouvir é que o filme começa a ter contornos ainda mais surpreendentes.

O filme faz, portanto, um paralelo com relação a sociedade atual cada vez mais preocupada consigo mesma do que se preocupar com alguém próxima a ela e que se preocupe com a mesma. Curiosamente, o sexo se faz presente na trama em momentos que sintetizam os sentimentos da protagonista, sejam quando ela se encontra em declínio, como também nos momentos em que ela está decidida a tomar novos rumos. A cena final, portanto, se casa perfeitamente com a curiosa abertura e selando a cruzada da protagonista.

"O Livro dos Prazeres" é a sobre a dúvida e o medo da sociedade atual em abraçar o amor e no receio de não ser feliz consigo mesmo ao abraçar velhos sentimentos em tempos complexos. 


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