Sinopse: Em uma cidade do interior, em meio aos canaviais, um grupo de pessoas vive suas vidas, suas tensões, seus desafios, seus sonhos e também pratica rituais fantásticos à espera da chegada dos dias de festa.
Tanto "Aquarius" (2016), como "Boi Neon" (2015), "Bacurau" e "Divino Amor", são filmes que mostram toda a força e potencial do cinema nordestino. Em comuns, ambos são produzidos pelo produtor Tiago Melo e que foram distribuidos, tanto no restante do Brasil como ao redor do mundo. Em seu primeiro trabalho na direção, "Azougue Nazaré" fala de um estado laico, mas que corre sério perigo.
O filme conta a história de diversos acontecimentos misteriosos que assombram os moradores de Nazaré da Mata, município de Pernambuco. O Carnaval, a maior festa brasileira, conhecida internacionalmente, mobiliza as populações de diversas cidades Brasil afora. E nesta cidade do interior, em meio aos canaviais, um grupo de pessoas vive suas vidas, suas tensões, seus desafios, seus sonhos e também rituais fantásticos à espera da chegada dos dias de festa.
transitando entre documentário e ficção, Tiago Melo dirige tanto atores como também pessoas reais que convivem daquela vasta cultura no seu dia a dia. Isso faz com que adentremos com facilidade naquele universo do Maracatu e cuja as suas raizes africanas florecem até hoje em nosso território nacional. Porém, devido expanção do evangelismo, há uma crescente tensão no ar, onde o atrito entre as duas religiões começa a se intencificar. Tiago Melo transita entre essas realidades, onde das quais vemos pessoas comuns em conflito e que procuram algum significado no cenário que estão convivendo.
Ao mesmo tempo, é curioso que há elementos do gênero fantástico, do qual fica em segundo plano, mas que chama atenção ao se misturar com realismo proposto pelos realizadores. A transição entre o real e ficção acaba se tornando tão verossimil que acabamos não nos dando conta desses detalhes que, por sua vez, ficam pelo caminho no decorrer do tempo. Se por um lado isso possa parece um furo em um primeiro momento, por outro lado, isso também pode ser perdoado, já que o mundo real pode se tornar as vezes muito mais assustador do que qualquer entidade sobrenatural.
Ao testemunharmos, por exemplo, a richa entre os que praticam Maracatu e o evangelismo, contatamos que isso é pequeno cenário que representa o Brasil atual como um todo. Se por um lado nos dizem que o Brasil é um estado laico, do outro, o filme nos diz que esta verdade se encontra somente na superficie e que a verdade está mais embaixo do que nós imaginamos. Ao vermos um grupo de evangélicos armados, prontos para assassinar um pai de santo, constatamos que as religões, por vezes, se tornam mera desculpa para as pessoas liberarem o que há dentro delas.
Nesse cenário, há dois lados da mesma moeda, que em comum lutam pelo que acreditam naquele cenário de incertezas. Se por um lado temos um pastor (Mestre Barachinha) que acredita cegamente na palavra da biblia, por outro lado, temos Catita (Valmir do Côco), que balança em ficar na sua velha tradição ou abraçar a ideia da evangelização. Vale destacar atuação de ambos os atores, principalmente de Valmir do Côco que se transforma em cena toda vez que o seu personagem abraça o seu verdadeiro papel em sua terra.
O filme conta a história de diversos acontecimentos misteriosos que assombram os moradores de Nazaré da Mata, município de Pernambuco. O Carnaval, a maior festa brasileira, conhecida internacionalmente, mobiliza as populações de diversas cidades Brasil afora. E nesta cidade do interior, em meio aos canaviais, um grupo de pessoas vive suas vidas, suas tensões, seus desafios, seus sonhos e também rituais fantásticos à espera da chegada dos dias de festa.
transitando entre documentário e ficção, Tiago Melo dirige tanto atores como também pessoas reais que convivem daquela vasta cultura no seu dia a dia. Isso faz com que adentremos com facilidade naquele universo do Maracatu e cuja as suas raizes africanas florecem até hoje em nosso território nacional. Porém, devido expanção do evangelismo, há uma crescente tensão no ar, onde o atrito entre as duas religiões começa a se intencificar. Tiago Melo transita entre essas realidades, onde das quais vemos pessoas comuns em conflito e que procuram algum significado no cenário que estão convivendo.
Ao mesmo tempo, é curioso que há elementos do gênero fantástico, do qual fica em segundo plano, mas que chama atenção ao se misturar com realismo proposto pelos realizadores. A transição entre o real e ficção acaba se tornando tão verossimil que acabamos não nos dando conta desses detalhes que, por sua vez, ficam pelo caminho no decorrer do tempo. Se por um lado isso possa parece um furo em um primeiro momento, por outro lado, isso também pode ser perdoado, já que o mundo real pode se tornar as vezes muito mais assustador do que qualquer entidade sobrenatural.
Ao testemunharmos, por exemplo, a richa entre os que praticam Maracatu e o evangelismo, contatamos que isso é pequeno cenário que representa o Brasil atual como um todo. Se por um lado nos dizem que o Brasil é um estado laico, do outro, o filme nos diz que esta verdade se encontra somente na superficie e que a verdade está mais embaixo do que nós imaginamos. Ao vermos um grupo de evangélicos armados, prontos para assassinar um pai de santo, constatamos que as religões, por vezes, se tornam mera desculpa para as pessoas liberarem o que há dentro delas.
Nesse cenário, há dois lados da mesma moeda, que em comum lutam pelo que acreditam naquele cenário de incertezas. Se por um lado temos um pastor (Mestre Barachinha) que acredita cegamente na palavra da biblia, por outro lado, temos Catita (Valmir do Côco), que balança em ficar na sua velha tradição ou abraçar a ideia da evangelização. Vale destacar atuação de ambos os atores, principalmente de Valmir do Côco que se transforma em cena toda vez que o seu personagem abraça o seu verdadeiro papel em sua terra.
Por fim, é um filme em que retrata toda a riquesa da cultura nordestina, mas que da qual sofre pela interferencia de novas ideias surgindo atualmente em um Brasil indefinido. Em tempos em que religão e política se misturam, cada vez se vê um perigo real do estado laico ser censurado e predominar uma única religão por interesses escusos. Cabe a união do povo manter as suas opniões próprias, suas crenças e suas raizes que os fazem ser o que são como pessoa.
"Azougue Nazaré" é sobre o Brasil e o seu estado laico e do qual merece sempre ser preservado.
"Azougue Nazaré" é sobre o Brasil e o seu estado laico e do qual merece sempre ser preservado.
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