Sinopse: Ki-taek está desempregada, vivendo num porão sujo e apertado. Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à garota de uma família rica.
Joon-ho Bong é um desses casos de cineastas autorais que conseguem fazer uma análise crítica sobre o mundo contemporâneo em que vivemos através de diversos gêneros. Se por um lado "Expresso do Amanhã" (2013) era uma ficção futurística sobre a luta entre as classes dentro de um único cenário, do outro, "Okja" (2017) fala de uma sociedade consumista, zumbi e sem se importar com o consumo vindo de seres que não podem nem se defender. Eis então que chegamos ao filme "Parasita", onde novamente se tem um estudo sobre o atrito entre as classes e culminando em desdobramentos surpreendentes.
O filme conta a história da família Ki-taek que se encontra desempregada, vivendo num porão sujo e apertado. Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à garota de uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um. Porém, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custarão caro a todos.
O filme conta a história da família Ki-taek que se encontra desempregada, vivendo num porão sujo e apertado. Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à garota de uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um. Porém, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custarão caro a todos.
Assim como ocorreu no já citado "Expresso do Amanhã", Joon-ho Bong procura criar aqui uma história com poucos cenários, ou seja, somente dois em que represente a realidade das duas famílias vistas na tela. Enquanto a família Ki-taek vive em um lar apertado e sem muitos recursos em uma periferia, a família rica, por sua vez, vive em um casarão e do qual contem até mesmo alguns segredos que os próprios desconhecem com um todo. De similaridade, percebemos que em ambos os casos são pessoas presas ao sistema do capitalismo, independente de quem tem mais recursos para obtê-los.
Na abertura, por exemplo, vemos os Ki-Taek desesperados em obter um sinal wi-fi de um vizinho, mesmo que para isso precisem ficar em cima da pia ou até mesmo de uma privada a todo custo. Lógico que se percebe uma ambição dessa família em querer sair dessa realidade limitada, nem que para isso trapaceie e vendam a sua alma. Porém, a partir do momento em que eles conseguem os tão sonhados recursos através da família rica, é então que o cineasta abri as cortinas.
Com um primeiro ato onde há diversos pontos com pitadas de comédia. o filme vai se encaminhando para um teor de humor mais sombrio e culminando com a revelação nua e crua sobre a divisão entre as classes de hoje em dia. Não é de hoje que o cinema nos dá obras que nos fale sobre esse assunto, pois basta pegarmos, por exemplo, o clássico "Metrópoles" (1927) para constatarmos que isso já algo antigo e muito debatido. Porém, Joon-ho Bong cria uma história em que sincroniza com esse sufoco cada vez maior dessa política neoliberal atual, do capitalismo desenfreado e culminando em momentos em que nada mais poderá ser controlado, mas sim sendo tudo transbordado.
É aí que chegamos ao derradeiro ato final, onde nada mais pode ser refeito, nem através de algum plano, pois não importa qual status a pessoa tenha, pois no final tudo se descarrilha. Se em "Coringa" Todd Phillips retrata o indivíduo comum se tornar uma entidade da natureza que não tem mais nada perder ao ser moldada por uma sociedade doente, Joon-ho Bong, por sua vez, nos diz que esse indivíduo está muito mais perto do que nós imaginamos e, por nossa culpa, nos pegará desprevenidos. Realidade é estilhaçada, novos sonhos são criados, mas tudo se torna indefinido.
"Parasita" é um dos melhores filmes do ano, ao nos dizer que estamos todos perdidos ao sermos consumidos pelo sistema do capitalismo e fazendo a gente se devorar uns aos outros.
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