No último dia 28 de junho estreou na Cinemateca Capitólio a mostra Grandes Obras Francesas,
com a exibição de filmes de realizadores de diferentes
gerações da cinematografia da França, como Jean Renoir, Julien Duvivier, Robert
Bresson, Alain Resnais,
Chris Marker, Jacques Doillon e Abdellatif Kechiche. Realização da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia de Porto Alegre
em parceria com a Embaixada da França, a Cinemateca
da Embaixada da França no Brasil e o Institut Français, a mostra segue em cartaz até o final de julho.
A Cinemateca Capitólio é um equipamento da Secretaria
da Cultura de
Porto Alegre. O projeto de restauração e de
ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco
Nacional deDesenvolvimento
Econômico e Social – BNDES e Ministério
da Cultura. O projeto também contou com recursos da Prefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e
realização daFundação
CinemaRS – FUNDACINE.
GRANDES OBRAS FRANCESAS
Pinga
Fogo
(Poil de carotte,
França 1932, 80).
De Julien
Duvivier, com Catherine Fonteney, Christiane Dor Gauthier, Colette Segall,
Harry Baur, Louis Gauthier, Robert Lynen.
François Lepic tem
12 anos, cabelos ruivos e é cheio de sardas. Por isto o chamam de
ruço. Caçula de uma mãe tirânica que reserva seu
carinho ao filho mais
velho, Félix, sonso e preguiçoso. O pai é indiferente,
mais preocupado com as próximas eleições municipais.
Desesperado, François, o ruço, tenta o suicídio
várias vezes. Um dia, o pai prevenido a tempo, consegue chegar e salvar
a infeliz criança. Pela primeira vez, o pai vai conversar com o filho.
Dali em diante, o ruço terá um defensor contra a mãe.
As Damas
do Bois de Boulogne
(Les Dames du bois de
Boulogne, França 1945, 90 minutos)
De Robert Bresson, com
Jean Marchat, Maria Casares, Paul Bernard
Para se vingar de seu
amante que a abandonara, uma mulher do mundo arma-lhe um casamento com uma
jovem de bordel, com a cumplicidade de sua mãe. Realizado no duro
inverno que se seguiu à liberação de Paris, este filme, na
época mal recebido, é hoje uma obra-prima moderníssima do
cinema.
French Can Can
(French
Cancan, França 1955, 112 minutos).
De Jean Renoir, com
Françoise Arnoul, Jean Gabin, Michel Piccoli
Danglard é o
diretor de uma casa de espetáculos em Montmartre: o Paravent Chinois.
Sua amante, uma atriz chamada de Belle Abbesse, é a estrela do lugar.
Para atrair uma clientela burguesa, ele decide relançar uma dança
fora de moda, o cancan, e construir um novo estabelecimento: o Moulin Rouge. E
lá, graças aos sentimentos do príncipe Alexandre, a jovem
lavadeira Nini se tornará uma nova estrela.
O
Batedor de Carteiras
Pickpocket,
França, 1959, 70 minutos).
De Robert Bresson, com
Jean Pelegri, Martin Lassale, Pierre Etaix, Pierre Lemarie.
Michel, um jovem que
começa a bater carteiras por prazer e pela emoção do
roubo, acaba fazendo disso uma compulsão. Ele é preso, percebe o
choque que isso causa em sua mãe e em seus amigos e reflete sobre seus
atos. Porém, depois de solto, ele se junta a um ladrão veterano e
volta ao crime. Sua consciência pesa, bem como a memória de sua
mãe. Também a presença de Jeanne, uma jovem por quem se
apaixona, lhe faz pensar em deixar o crime, o que acontece de forma
irônica. Bresson revela o cotidiano e as fixações de um
jovem batedor de carteiras que encontra nesta atividade criminosa uma
verdadeira forma de expressão. A frieza do tratamento, o rigor e a
economia dos efeitos psicológicos faz deste filme um grande
clássico da escola Bresson. Inspirado em Crime e Castigo,
de Dostoievski.
Curtas
de Alain Resnais
Guernica
(França
1950, 13 minutos). De Alain Resnais.
O bombardeamento da
cidade de Guernica pela aviação nazista, em favor de Franco,
é evocado através do afresco de Picasso e de outras de suas
obras.
As
Estátuas Também Morrem
Les Statues meurent
aussi, França 1953, 29 minutos)
De Alain Resnais, Chris
Marker
Um documentário
sobre a arte negra torna-se um panfleto anti-colonialista e anti-racista. Neste
potente poema, ritmado pelas formas das estátuas africanas e pelo texto
de Chris Marker, expõe-se a opressão e a destruição
de uma arte e de um povo por outro povo.
Noite e
Neblina
Nuit et Brouillard,
França 1955, 32 minutos).
De Alain Resnais.
Um dos mais importantes documentários
da história do cinema mundial. Realizado em 1955, a partir de um
convite feito ao cineasta Alain Resnais pelo Comitê da História da
Segunda Guerra Mundial, o filme tinha como objetivo comemorar o segundo
aniversário da libertação dos campos de
concentração. Mas o impacto das imagens de Noite e Neblina, que
ainda hoje assombram a humanidade, e do texto do escritor Jean Cayrol, um
ex-prisioneiro do campo de Orianemburgo, suplantaram a sua
intenção de memorial dos desaparecidos e transformaram-se num
"dispositivo de alerta" contra o nazismo e todas as formas de
extermínio. Mesclando imagens coloridas dos campos abandonados e filmes
de arquivos, Alain Resnais dá-nos, segundo François Truffaut,
"uma lição de história, inegavelmente cruel, mas
merecida".
O
Casamento a Três
(Le Mariage à
trois, França, 2009, 100 minutos)
De Jacques Doillon. Com
Louis Garrel, Julie Depardieu, Pascal Greggory. Um dramaturgo recebe em sua
casa de campo os protagonistas de sua nova peça. Mas a presença
da ex-mulher, do novo amante e de uma jovem assistente tornará o dia
particularmente tumultuado, misturando criação e questões
sentimentais.
A
Esquiva
(L'Esquive,
França, 2003, 117 minutos)
De Abdellatif Kechiche
Com Osman Elkharraz, Sabrina Ouazani, Sara Forestier.
Em um conjunto
habitacional no subúrbio parisiense, um anjo passa declamando
apaixonadamente versos da peça "Le Jeu de l'amour et du
hasard". É Lydia, embalada por Marivaux e às voltas com os
ensaios do espetáculo a ser montado por sua turma de sala de aula para
as festividades da escola. Já Abdelkrim, apelidado de "Krimo",
no auge de seus 15 anos, é arriado pela sua colega de sala. Ele que se
arrasta levando seu tédio pelas quebradas suburbanas em companhia de sua
galera, descobre repentinamente o amor. Mas Krimo não é do
gênero expansivo, além de ter que manter a fachada. Então
como se declarar à garota sem perder a pose?
GRADE DE
HORÁRIOS
PRIMEIRA
SEMANA
28 de
junho a 03 de julho de 2016
28 de junho (terça)
20h – French Can Can
29 de junho (quarta)
16h – As Damas do
Bois de Boulogne
18h – O Casamento a
Três
20h – Curtas Alain Resnais
30 de junho (quinta)
18h – Virada Sustentável
– Aliança
Francesa
1º de julho (sexta)
16h – Curtas Alain Resnais
18h – As Damas do Bois de Boulogne
20h – Pinga Fogo
2 de julho (sábado)
16h – O Batedor de Carteiras
18h – O Casamento a Três
20h – A Esquiva
3 de julho (domingo)
17h
– Amigomio + bate-papo entre Jeanine Meerapfel e Ana Luiza Azevedo
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