Sinopse:
Monsieur Oscar (Denis Lavant) é um homem sombrio que viaja de uma vida para a
outra. Ele alterna-se entre ser um assassino, um pedinte, um industrial, um
monstro e um pai de família. Ele parece ser um ator representando, mas onde
estão as câmeras? Oscar vaga acompanhado por Céline, que dirige o enorme carro
que o transporta pelos arredores de Paris. Como um assassino que se move de
morte em morte, ele persegue a beleza e o motor da vida, as mulheres e os
fantasmas da sua memória.
A pessoa
acostumada com o cinema convencional, não irá entender coisa nenhuma vista no
filme Holy Motors, mas se eu fosse resumir para esse publico leigo, digo que o
filme em si é uma verdadeira homenagem ao próprio cinema. Dirigido por Leos Carax (Sangue Ruim), acompanhamos o dia a
dia do protagonista (interpretado pelo ator fetiche do diretor, Denis Lavant),
que vive diversos personagens, sendo que quando é ele mesmo, está sempre se
preparando dentro de uma limusine para o próximo personagem que irá interpretar.
O que da a entender, é que o filme se passa num futuro, em que o cinema cada
vez mais procurou novas formas de atrair o publico, ao ponto dos atores e
atrizes interpretarem diversos personagens 24 horas direto, sendo que as câmeras
nem sequer são vista de tão bem escondidas.
Sendo
assim, da à sensação que estamos assistindo diversos curtas, onde uma trama
pode ser bem linear, outra completamente sem sentido e que espectador terá que
tirar suas próprias conclusões com relação ao que viu. Um dos meus momentos
preferidos é quando o protagonista entra numa sala especial, para interpretar
um personagem digital: aqui é mostrada a típica técnica de captura em
movimento, onde ele está interpretado um alienígena guerreiro, que por sua vez
começa há fazer sexo com uma alienígena. Neste momento assistimos tanto a
simulação de sexo com os atores, como também o resultado dos personagens
digitais se acasalando, numa seqüência muito engenhosa.
Como eu
disse acima, é um filme que presta homenagem ao cinema em si, sendo que vemos
tanto momentos em que representa o cinema atual (como a já citada técnica em captura em
movimento), como o inicio do cinema mudo. No começo da projeção, por exemplo,
surge uma cena de um filme mudo, onde o protagonista surge pela primeira vez
presenciando isso numa tela de cinema, mas isso logo depois de abrir uma parede
com uma chave saída de seu dedo. Bizarro? Na realidade o filme lembra até mesmo
alguns dos melhores momentos de filmes como Brazil: O filme, e o final lança
mais perguntas do que respostas para o espectador, mas isso faz que somente
aumente ainda mais a originalidade dessa
bela homenagem que o cineasta faz ao cinema. Não é a toa que toda a trama se
passa em Paris, já que a sétima arte nasceu lá.
Nunca é demais retornar as origens de uma incrível
arte como essa.
2 comentários:
Cara.....me apaixonei pela viagem do filme.
Fujo do convencional.
valeu pela dica diferente.
abs
Atualmente ele está em DVD e em mostras especiais como uma que teve hoje em Porto Alegre.
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