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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 25 de março de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor'

Sinopse: Em uma cidade de Porto Alegre muito diferente daquela em que Lupicínio Rodrigues nasceu, seus descendentes fazem a genealogia da família e músicos investigam o legado do compositor. 

Em alguns casos um grande talento não é reconhecido de imediato, mas  é ao longo do tempo que ele ganha o seu merecido reconhecimento. Lupicíano Rodrigues foi um desses grandes talentos da nossa música que sabia dançar conforme o que era tocado, ou seja, sabendo jogar para assim continuar fazendo o que melhor fazia em sua vida.  "Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor" (2024) destrincha não somente sobre a sua pessoa e carreira, como também nos mostra como o artista fazia parte da nossa cultura porto-alegrense como um todo.

Dirigido por Alfredo Manevy, o documentário conta sobre Lupicínio Rodrigues (1914 – 1974), do qual moldou as músicas amorosas em outro patamar para a época. Sua formação como músico está próxima com a boêmia e o lado mais lírico da música brasileira. O documentário nos passa todas as lembranças através de amigos como Nelson Coelho de Castro, Arthur de Faria, Ney Matogrosso, Gal Costa, Cazuza, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marisa Monte e seu próprio filho, o Lupinho.

Com cenas de arquivos, o realizador Alfredo Manevy procura não fazer com que somente os admiradores, familiares e pessoas próximas do artista falem sobre ele, mas também dê destaque ao próprio Lupicínio falar sobre como era a sua pessoa. O resultado nos soa bastante familiar, principalmente para aqueles que convivem na capital gaúcha, rodeada de cinema, bares e eventos culturais e dos quais lá estava Lupicínio sentado em uma cadeira, tomando a sua bebida, compondo músicas ou tocando as próprias para alegria de quem ali passava.

Assim foi esse artista, alguém que não buscava meramente o sucesso dito, mas sim colocar em prática o que realmente sabia fazer como um todo. Curiosamente, foi alguém que foi até mesmo explorado, já que muitas músicas de sua autoria ele acabou não obtendo retorno, mas ao mesmo tempo não abalando a sua pessoa e seguindo firme com relação a sua verdadeira paixão. Porém, talentos como Caetano Veloso obtiveram carta branca através do próprio Lupicínio para tocar as suas músicas, pois o próprio reconhece que algumas delas foram moldadas de acordo com os novos talentos que estavam surgindo naqueles tempos pré e pós Ditadura Militar.

Mas o grande charme do documentário se encontra nas cenas de arquivos onde testemunhamos uma Porto Alegre mais dourada, da qual mostra a cultura negra espalhada em diversos pontos da cidade e onde o artista cresceu e influenciando a noite porto-alegrense. É engraçado observamos nas cenas gravadas e nas fotos ruas e prédios dos quais passamos quase todos os dias e nos dando conta de que cada pedacinho desses lugares fazia parte de uma história quase esquecida. Portanto, documentário vem não somente para dar uma nova luz sobre quem era o compositor, como também nos lançar uma faceta vinda do passado da cidade e cuja essa nova geração precisa conhecê-la.

Mas talvez a minha maior surpresa tenha sido o fato que Lupicínio Rodrigues ter sido o verdadeiro compositor do hino do Grêmio e do qual me pegou desprevenido. Ao mesmo tempo, mesmo em poucos minutos, esse trecho revela tempos mais preconceituosos do mundo do futebol, onde os jogadores eram separados devido a sua cor e revelando uma grande mancha em nossa história. Felizmente o artista foi um de muitos que foram aos poucos quebrando esse tabu e fazendo com que as barreiras do preconceito não pudessem ser mais aceitas ao longo do tempo.

Como dito acima, Lupicínio Rodrigues foi alguém que soube se entrosar com as mudanças que a música ia passando, desde aos movimentos do Bossa nova como o Tropicália. Independente das metamorfoses lá estava o compositor pronto para fazer o seu melhor, seja tocando em palcos ou em bares, onde compondo músicas para que novos talentos fossem destinados a manter vivo o seu talento.  Lupicínio Rodrigues já se foi há muito tempo, mas continuando a sua aura viva em cada esquina que a gente passa na capital gaúcha.

"Lupicínio Rodrigues: Confissões de Um Sofredor" é um mosaico de informações não somente de um grande artista, mas também como ele influenciou a cultura porto-alegrense dentro e fora dela. 

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