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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Jair Rodrigues: Deixa Que Digam'

Sinopse: O sorriso, a irreverência e a versatilidade transformaram Jair Rodrigues em um dos cantores mais importantes do Brasil. Jairzão - como era conhecido - deu vida a canções que ficaram marcadas no inconsciente popular e encheu de alegria a casa de milhões de brasileiros por décadas com suas aparições televisivas.

Quando eu penso nos anos oitenta eu me lembro que ouvia muitas músicas nas rádios que se tornaram bastante conhecidas, mas quase nunca me ligava com relação aos seus artistas. Porém, o cinema me ajudou a conhecer um pouco melhor esses ilustres que no passado encantavam as noites de muitas pessoas que ouviam uma boa música. "Jair Rodrigues: Deixa Que Digam" (2020) é um documentário que fala sobre um desses grandes talentos da nossa música brasileira que eu tinha pouco conhecimento, mas que felizmente o cinema veio para quebrar esse tabu que estava guardando.

Dirigido por Rubens Rewald, o  documentário "Jair Rodrigues: Deixa Que Digam" se dedica a explorar à trajetória artística e pessoal de Jair Rodrigues. Jair foi um músico e cantor brasileiro, considerado por muitos, um precursor do gênero que viria a ser conhecido como rap, por ter lançado, ainda nos anos 1960, o samba "Deixa isso pra lá", com versos mais falados do que cantados. Suas performances também foram popularizadas graças à sua coreografia com as mãos. O filme aborda a construção de seu estilo único. Desde os primeiros passos no samba, até a consagração por "Disparada", o filme também explora a relação do artista com a política nacional. Jair Rodrigues faleceu em 2014.

Mesmo para os leigos que forem assistir sem ao menos conhecer quem foi o cantor acaba saindo da sessão formado, pois o documentário possui todos os igredientes para conhecermos o artista de cabo a rabo. O roteiro de Rodolfo C. Moreno e Rubens Rewald, a montagem de Alexandre Dias, Guta Pacheco e Willem Dias, a pesquisa também de Rodolfo, ao lado de Fernanda e a própria direção novamente de Rewald conseguem trazer às telas o efeito sobre quem foi  Jair Rodrigues. Pode-se dizer que o cantor foi uma espécie de prelúdio do que viria a se tornar o rap no Brasil, pois os seus trejeitos e suas letras nos seus primeiros anos de sucesso representam muito bem isso.

O trabalho perfeccionista da equipe de pesquisa revela esses momentos quadro a quadro, revelando não somente os principais obras de sucesso do artista, como também a sua real pessoa no dia a dia. Ser cantor negro saindo da Era do Rádio e entrando na Era dos Festivais era mostrar diversas misturas e do qual o compositor sabia caminhar entre elas. Não se enveredou para nenhum lado político, pois talvez as suas músicas já falavam disso um pouco, principalmente com relação aquelas que falavam sobre a vida sofrida das pessoas pouco afortunadas ao longo do percurso.

A lógica é clara, os materiais de arquivo servem para apoiar determinadas falas de pessoas que conviveram e trabalharam com o cantor. Quando o próprio entra em cena, o talento enche cada canto da tela e não há mais o que ser explicado sobre a sua pessoa. Com exceção de seu filho, que performa falas do pai, pois essas  cenas funcionam melhor na prática que na teoria. Jair Oliveira, o filho, consegue nos passar de maneira tão orgânica parte das narrativas, que por um momento me parecia que pai e filho estavam se fundindo em um único corpo em um determinado momento.

A versatilidade dele também se destaca, seja pelas interpretações de "Disparada"ou "Deixa Isso Pra Lá", e tantas outras canções. "Deixa que Digam" focam na potência rara. E como temos um filme musical, e Jair ainda faz parecer fácil cantar tantos estilos.As performances em diversos momentos, do festival de música em 1966, a apresentações contemporâneas, o roteiro pouco perde seu estilo, de mostrar como ele era um artista não só completo, mas com personalidade exacerbada, o seu comportamento tão único em cima de um palco.

As parcerias ao longo da vida também possuem seu momento, principalmente a parceria com Elis Regina, a única parte mais contemplativa do longa, deixa o espectador sentir a presença de Jair e mais alguém, com fluidez, privilegiando as músicas. Não há como negar que esse momento é extremamente tocante, como se fosse uma espécie de previsão do que viria a seguir com relação ao destino do artista e que deixou muitos na época de corações partidos ao meio devido a sua partida. Um final em que fará muitos fãs da velha guarda ficarem com os olhos cheio de lagrimas e que com certeza fará essa nova geração conhecer o peso desse grande artista.

"Jair Rodrigues: Deixa Que Digam" convida os fãs a revisitarem o seu ídolo dos tempos da era de ouro, mas também dá boas vindas para essa nova geração que mal sabe o que é os bons tempos das musicas que eram compostas e cantadas por verdadeiros verdadeiros. 


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