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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 23 de maio de 2023

Cine Dica: Streaming - 'Shazam! Fúria dos Deuses'

Sinopse: Deuses antigos chegam à Terra em busca da magia roubada deles há muito tempo. Shazam e seus aliados são lançados em uma batalha por seus superpoderes, suas vidas e o destino do mundo. 

Eu gosto de comparar o gênero das adaptações das HQ de Super Heróis para o cinema com o gênero de faroeste. Neste último caso, por exemplo, ele foi levado tantas vezes para o cinema no período do século vinte que ele se viu praticamente morto nos anos oitenta, mas tendo uma breve ressurreição no início dos anos noventa através de títulos como "Os Imperdoáveis" (1992) e "Dança com Lobos" (1990). Por enquanto, não estamos diante da revitalização de um gênero, mas sim de sua possível queda.

Enquanto Marvel/Disney deixou a sua máquina de fazer filmes e séries no piloto automático, por outro lado, Warner/DC não sabem ao certo em que direção estão tomando, mesmo tendo a promessa através do James Gunn de que tudo será novo e melhor. O problema não é o quanto irão investir, mas sim até onde poderão obter uma trama que realmente possa empolgar o público hoje em dia. Em tempos de pós pandemia em que a população sentiu na carne a força da natureza é preciso que os gêneros cinematográficos como esse se reinventem para esse novo mundo, ou então cairão por tempo indeterminado no buraco do esquecimento.

Neste cenário indefinido, ao menos, um ou outro personagem tem chamado atenção por suas aventuras despretensiosas e bem típicas de filmes do melhor período da Sessão da Tarde. "Shazan" (2019) era aventura deliciosa para se assistir com toda a família, mas que quase perdeu os holofotes, pois estava ao mesmo tempo estreando "Vingadores - Ultimato" (2019) e o resto da história todo mundo sabe. Como alguém que não quer nada eis que chega   "Shazam! Fúria dos Deuses" (2022), filme que não promete revolucionar a roda, mas não significa que seja algo para se jogar fora.

Dirigido novamente por David F. Sandberg o filme é uma sequência do primeiro filme do herói que apresenta as aventuras do adolescente órfão Billy Batson (Asher Angel). Basta gritar uma palavra – SHAZAM! – para que o jovem se transforme no super-herói adulto Shazam (Zachary Levi), dom que recebeu de um antigo mago. Um menino dentro de um corpo de herói, Shazam se diverte com seus superpoderes e começa a testar os limites de suas habilidades, mesmo que precise dominar estes poderes rapidamente para lutar contra as forças do mal. Nessa nova aventura, agraciado com os poderes dos deuses, Billy Batson e seus companheiros ainda estão aprendendo a conciliar a vida adolescente com os álter egos de super-heróis adultos. Quando um trio vingativo de deuses antigos chega à Terra em busca da magia roubada deles há muito tempo, Shazam e seus aliados são lançados em uma batalha por seus superpoderes, suas vidas e o destino do mundo.

Novamente o filme vai a fundo com relação aos Deuses do passado e fazendo da trama até mesmo ter alguns pontos sombrios para dizer o mínimo. Porém, tudo é suavizado com a presença da família super heroica que, além de defender o mundo, precisam lidar com o dia a dia da vida adolescente e que com ela vem sempre mudanças para terem que lidar na medida em que o tempo passa. Neste contexto, o filme ganha pontos ao fazer dos personagens mais humanos e falhos, sendo uma fórmula que já havia funcionado com Homem Aranha e aqui é sempre bem-vinda. De todos dessa inusitada família heroica quem se sobressai é justamente Freddy e interpretado sublimemente por Jack Dylan Grazer.

Ele, aliás, obtém uma aliança inusitada com o mago Shazan e que é interpretado pelo ótimo ator Dijimon Houson. Ambos possuem aquela velha fórmula de sucesso com relação ao professor e aluno. sendo que isso já foi também usado a exaustão no cinema, mas que aqui ainda funciona como uma luva. Vale destacar que as versões adultas dos personagens têm maior destaque, especial justamente a Billy Batson.

Se no filme anterior era difícil a gente acreditar que o herói e o garoto eram a mesma pessoa, aqui essa sensação diminui, pois Asher Angel acaba tendo menos tempo em cena enquanto Zachary Levi possui um tempo maior e obtendo a chance de desenvolver melhor o personagem que foi muito apontado no filme anterior como bem bobalhão. Não que o humor tenha diminuído, mas aqui ele acontece nos momentos quando devem e sendo a maioria protagonizados pelo ator que se entregou ao personagem muito bem diga-se de passagem.

Quanto ameaça em si não traz nenhuma novidade, nem pelo fato de as antagonistas serem interpretadas por veteranas como Helen Mirrem, Lucy Liu e a jovem talento Rachel Zegler. Se essa última possui um conflito ao ficar dividida entre a herança dos Deuses a raça humana, as duas primeiras possuem um conflito sobre como irão usar os seus poderes uma vez que reconquistaram novamente. Mas isso não é o suficiente para as personagens serem interessantes, já que tudo isso fica muito na superfície e deixando com que ação se sobressaia em meio a qualquer dilema.

Falando em ação, do segundo ao terceiro ato o filme se entrega novamente aos inúmeros efeitos visuais que, ao menos, se casam com a proposta principal da obra e não se tornam meros enfeites. Mas o problema principal do filme talvez esteja novamente com relação a repetição, do qual há o desafio, há o dilema e, por fim, a redenção que é consumada. É familiar e tudo que podemos é somente aceitar e poder curtir.

Ao menos, o final do filme nos brinda com duas situações inesperadas, sendo que uma nos cria uma certa aflição e surpresa, para logo em seguida ser resolvida com outro fator surpresa e do qual ninguém esperada. Pode soar forçado, mas no fundo eu vibrei muito com essa solução que para alguns irá parecer uma verdadeira piada, porém, para mim se tornou bem divertida. Como não poderia deixar de ser, o filme nos dá pistas sobre uma eventual continuação, mas que ficamos na dúvida se realmente irá acontecer um dia.

"Shazam! Fúria dos Deuses" é um ótimo passatempo para toda a família, mas que vem em um momento em que o gênero heroico cinematográfico talvez esteja se encaminhando para o seu inevitável esgotamento. 

Onde Assistir: HBO Max. 

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