Sinopse: Um ladrão e um bando de aventureiros embarcam em uma jornada épica para recuperar uma relíquia.
Embora eu tenha crescido curtindo tudo de bom da cultura pop eu nunca havia parado para jogar um RPG, sendo que o primeiro vislumbre disso foram os meninos jogando esse jogo no primeiro ato do clássico "ET" (1982). Porém, esse universo mágico que é jogado em um tabuleiro foi adaptado em um desenho clássico chamado "Caverna do Dragão" e quem cresceu comigo nos anos oitenta dispensa apresentação. Pois bem, "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" (2023), não é somente fiel as suas raízes, como também nos faz relembrar de tempos muito mais simples em que curtíamos uma boa aventura em uma "Sessão da Tarde" longínqua.
Dirigido por Jonathan Goldstein (XII) e John Francis Daley, o filme conta a história de um mundo repleto de dragões, elfos, anões, orcs e outras criaturas fantásticas, sobreviver é sempre um grande desafio. O bardo Edgin (Chris Pine), embarca em uma missão para resgatar uma relíquia mágica, capaz de ressuscitar sua esposa e recuperar a confiança de sua filha Kira (Chloe Coleman). O homem se une a um improvável bando de aventureiros, e juntos eles se arriscam entre os lugares mais perigosos e misteriosos desse universo, dispostos a combater o mal e a derrotar as mais terríveis criaturas que surgem em seus caminhos. Mas as coisas podem sair perigosamente erradas.
Em tempos atuais em que o público cinéfilo parece estar sentindo certo esgotamento com relação a franquias infinitas, é sempre bom pararmos para assistir a uma boa aventura com começo, meio e fim e não nos preocuparmos se haverá ou não uma continuação a seguir. O filme é basicamente isso, do qual sintetiza tempos em que íamos assistir um filme de forma descompromissada e sem se preocupar em ter que assistir aos outros filmes para entendermos a história. Eu acho que chegamos a um ponto que precisamos deste tipo de refresco e o filme veio no momento certo.
A trama é aquela típica aventura em que improváveis protagonistas decidem se unirem para um bem maior em meio a uma ameaça na moda antiga em que o vilão somente quer conquistar o mundo. Portanto, pode esperar por atuações canastronas, porém, muito divertidas ao serem assistidas, principalmente vindas pelo intérprete Chris Pine, cujo seu personagem Edgin cai como uma luva para a sua galeria de heróis pilantras, porém, com coração enorme. E o que dizer de Michelle Rodriguez, que faz de sua personagem guerreira Holga um dos seus melhores desempenhos de sua carreira em anos e fazendo a gente até mesmo desejar revê-la novamente na pele da personagem.
Falando em atuações canastronas, como é bom rever Hugh Grant de volta ao jogo no cinemão norte americano, pois eu nunca o achei um ótimo ator, mas ele sempre passa aquele ar de boa praça e ao velo como um vilão cartunesco me animou muito. Porém, é preciso ficar de olho com relação aos novos talentos e Sophia Lillis, mais conhecida por "It - A Coisa" (2017), está cada vez mais chamando atenção e sua personagem Doric é outra peça da trama que nos conquista facilmente. Ou seja, todos do elenco estão ótimos, não sendo meras figuras para encher a tela, mas sim para serem parte de uma trama cheia de ação e magia.
Com relação em termos de ação, para a minha surpresa, os realizadores não se entregam facilmente ao CGI, sendo que há muito efeitos práticos como se fazia antigamente e transitando com harmonia aos efeitos visuais de ponta de hoje em dia. Neste último caso, quando eles acontecem, surgem em situações para colaborar com a trama e nunca a deixar confusa, sendo diferente de outras franquias que fazem a gente nem entender o que acontece na tela. Ou seja, é um refresco para os nossos olhos e mentes que andam cansados com tamanhas imagens e informações que, por vezes, nos cansa ao invés de nos entreter no escurinho do cinema.
Com relação a fidelidade, porém, sou suspeito ao analisar neste caso, pois como eu disse acima eu nunca joguei um RPG. Porém, principalmente com relação ao ato final, percebo que os protagonistas se metem em diversos desafios para saírem vivos e me lembrando até mesmo vídeo games como os do “Super Mario Bros”. A meu ver, o RPG não é muito diferente e, portanto, acredito eu que o filme cumpre com louvor para aqueles fãs que esperam se sentir recompensados ao longo do percurso.
Se haverá ou não uma continuação isso é o que menos importa, já que o filme termina de uma forma redonda, emocionante e sem pontas soltas. Talvez cheguemos a um ponto que o público esteja cansado de ver franquias intermináveis, mas sim em curtir um filme que vale para ser lembrado ao longo do tempo. Com uma curiosa homenagem ao clássico desenho “Caverna do Dragão”, "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" é o resgate das velhas fórmulas dos filmes de aventura, da qual diverte, nos emociona e não nos cobra para ver outras sagas para entendermos a história.
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