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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 15 de maio de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - ‘Bem-Vinda, Violeta!’

Sinopse: Em busca de inspiração, a escritora Ana ingressa em um laboratório literário na Cordilheira dos Andes. Na viagem, ela se envolve com Holden, criador de um método em que os escritores abandonam suas próprias vidas para viver como seus personagens. 

Não é de hoje que existe filmes cuja trama envolve a inspiração e busca pela criação de determinado livro e gerando assim até momentos de puro suspense. O que dizer, por exemplo, do clássico "Louca Obsessão" (1990) em que o escritor interpretado por James Caan é imobilizado e ameaçado por uma psicopata Kathy Bates que anseia que ele reescreva o seu próximo livro. "Bem-Vinda, Violeta!" (2023) segue uma premissa semelhante, mas com consequências diferentes e cujo cenário se torna cada vez mais claustrofóbico na medida em que o tempo vai passando.

Dirigido por Fernando Fraiha, o filme conta a história de Ana (Débora Falabella), uma escritora que, ansiosa em busca de alguma inspiração para escrever "Violeta", seu próximo romance, ingressa em um reconhecido laboratório literário na Cordilheira dos Andes. Nessa viagem, ela se envolve com Holden (Darío Grandinetti), criador do método no qual os escritores abandonam suas próprias vidas para viverem como seus personagens. O líder carismático acaba cativando a escritora e Ana mergulha em uma intensa investigação artística, vivendo, segundo o método orienta, como sua personagem Violeta - até que o equilíbrio entre realidade e ficção sai do controle. O longa é inspirado no romance “Cordilheira", de Daniel Galera.

Ao ser baseado em um livro conhecido nota-se que há uma dificuldade do realizador Fernando Fraiha em fazer uma linguagem mais cinematográfica e menos literária, mesmo que as suas intenções sejam as melhores possíveis diga-se de passagem. Por conta disso a gente nota que os atores não vão mais além do que dar vida aos respectivos personagens, mesmo quando alguns deles surpreendem. Darío Grandinetti, muito conhecido pelo seu desempenho em “Fale Com Ela” (2002) de Pedro Almodóvar, é o que melhor que se sai em cena, pois ele consegue nos passar lucidez e ao mesmo tempo uma loucura contida dentro do seu personagem.

Já Débora Falabella, por mais talentosa que seja, nota-se que ela parece estar presa a correntes e não indo além do que a proposta que a sua personagem tem a oferecer, mesmo quando a mesma protagoniza momentos de pura tensão que acabam se tornando as melhores partes do filme. Aliás, se percebe que o ambiente do local onde aqueles respectivos personagens se encontram começa a se deteriorar na medida em que a mente de cada um deles começa a se fragmentar e decaindo para o território da insanidade. Além disso, o cenário da Cordilheira dos Andes é outro ponto positivo que colabora para o filme, já que ele é belo, mas não escondendo o seu lado mortal e por ser isolado do mundo.

Na medida em que a trama segue o teor se torna cada vez mais claustrofóbico, principalmente pelo fato dos personagens centrais se confundirem com as suas próprias criações e fazendo com que cada um tome decisões que beiram a insanidade. Ao final, testemunhamos aqueles personagens cortarem a linha fina que separava o bom senso da loucura e cabe a protagonista tomar uma difícil escolha, mesmo não escondendo a sua obsessão em concluir a sua obra. Infelizmente o filme termina de uma forma até mesmo abrupta e fazendo com que tiremos as nossas próprias conclusões após testemunhá-la.

“Bem-Vinda, Violeta!" é um exemplo em que uma adaptação literária para o cinema não consegue se desvencilhar de sua fonte original, mas que funciona graças ao esforço de seus realizadores em ao menos obter luz própria.


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