Nos dias 22 e 23 de Setembro eu estarei na Cinemateca Capitólio, participando do curso Os Filmes vão a Guerra: O Cinema na Segunda Guerra Mundial, criado pelo Cine Um e ministrado pelo roteirista e diretor Luis Mário Fontoura. Enquanto atividade não chega eu destaco aqui o meu top 10 dos melhores filmes sobre a Segunda Guerra Mundial.
1º) Lista de Schindler (1993)
Sinopse: Ao comprar em 1939 uma fábrica na Polônia dominada pela Alemanha, Oskar Schindler usa da suas boas relações com altos funcionários nazistas, para recrutar trabalhadores judeus do gueto da Cracóvia e, subornando alguns oficiais, salvando-os dos campos de extermínio. Baseado no livro de Thomas Keneally.
Uma das mais corajosas adaptações de um livro para o cinema. Baseado no romance de Thomas Keneally que, por sua vez, é baseado em fatos verídicos. Com um preto e branco maravilhoso (de Janusz Kaminski) e atuações impecáveis de todo o elenco, em especial, para Liam Neeson e Ralph Fiennes, em seus primeiros grandes papeis na carreira. Talvez, o melhor filme adulto de Steven Spielberg e que exorcizou de uma vez por todas a aura de ser somente tachado como um diretor do gênero fantástico. Com isso, levou sete Oscar, incluindo melhor filme e melhor diretor. Há inúmeros momentos delicados tratados com muita sensibilidade, assim como as cenas de grande impacto emocional em estado puro.
2º) O Resgate do Soldado Ryan (1998)
Sinopse: Depois de descobrir que os três irmãos do soldado Ryan morreram na guerra, o governo tenta localizá-lo para trazê-lo de volta para casa. O problema é que eles não sabem se ele está vivo ou nas mãos dos inimigos.
Em alguns momentos, o filme discute a missão de arriscar oito vidas para salvar somente uma, apenas para atender o preceito étnico familiar das Forças Armadas. Mas está e outras questões não são aprofundadas pelo diretor, que também não criou nenhuma situação triunfalista para os personagens. Ele se empenhou em retratar com realismo o horror físico causado pela guerra. Neste sentido, então, o diretor logrou com grandes momentos do cinema ao detalhar as mutilações sofridas pelos soldados na seqüência do dia D e na longa batalha final. Comoventes também as cenas de angustia e duvida do capitão Miller (Hanks em forte atuação novamente). Vencedor de cinco, incluindo o segundo Oscar de melhor diretor para Spielberg.
Curiosidade: Este é o 1º de 3 filmes em que o diretor Steven Spielberg e o ator Tom Hanks trabalham juntos.
3º) O Grande Ditador (1940)
Sinopse: Em meio à Segunda Grande Guerra Mundial, Chaplin interpreta o ditador Adenoid Hynkel e o barbeiro Judeu, criando uma obra-prima anti-guerra para o cinema.
Este filme, cujas cenas do ditador carregando o globo terrestre ficaram imortalizadas, causou a Chaplin à expulsão dos Estados Unidos. Porém, isso não foi o suficiente para que tirassem o brilho dessa obra prima, que é uma verdadeira declaração contra o preconceito, ódio e acima de tudo contra uma guerra tão inútil como foi a Segunda Guerra Mundial. Atenção para o discurso final do personagem que, desde já, é um dos momentos mais importantes da história do cinema.
4º) Vá e Veja (1985)
Sinopse: O filme é uma experiência de dor e perda. Considerado selvagem e lírico, confira a trajetória de Florya, um jovem separado de seus comandantes durante a Segunda Guerra Mundial.
Durante suas duas horas e vinte, é na morte da inocência, nos eventos traumáticos que Florya presenciará que o filme se apoia ao contar sua história: a majestosa direção de Klimov nos insere e torna toda a experiência extremamente imersiva, os longos takes, o realismo dos efeitos e da violência tornam todo o sofrimento do filme extremamente realístico, apoiada pela noção de textura dos seus ambientes e personagens. Os planos-sequência apresentados pelo filme são exemplares, aproveitam a iluminação natural e os demais elementos em cena como poucos fazem, de modo à intensificar ainda mais a noção de imersão por meio da destruição rítmica e progressiva.
5º) Bastardos Inglórios (2009)
Sinopse: No primeiro ano da ocupação da França pela Alemanha, Shosanna Dreyfus testemunha a execução de sua família pelas mãos do coronel nazista Hans Landa (Waltz). Shosanna escapa por pouco e parte para Paris, onde assume uma identidade falsa e se torna proprietária de um cinema. Em outro lugar da Europa, o tenente Aldo Raine (Pitt) organiza um grupo de soldados americanos judeus para praticarem atos violentos de vingança.
Misturando elementos dos seus filmes com outros do gênero como, por exemplo, Rastros do Ódio e Doze Condenados, Tarantino cria uma trama de vingança de duas frentes, onde ambas tem um único objetivo e onde os lados se cruzam num único lugar em um clímax de proporções avassaladoras. Claro que, antes do ato final, não faltam às características do diretor em fazer um filme e que estão todas lá, desde os diálogos afiados, referencias ao mundo pop, humor negro e etc. E não importa se a trama se passa na Segunda Guerra Mundial, isso para o diretor é um mero detalhe, sendo que não impede de suas características sejam bem aproveitadas em outra época. O curioso é o tema que o diretor anda fazendo muito nos seus últimos filmes que é a vingança e suas conseqüências, sendo que isso começou em Kill Bill e que, se naquela saga isso foi retratado na história da personagem á noiva, aqui é bem retratado pela personagem Shosanna Dreyfus (Melanie Laurent). E por falar nos personagens como uma boa historia, não poderia faltar também um ótimo elenco. Brad Pitt é o laço que leva o publico em geral a embarcar nesta aventura, mas é o resto do elenco que rouba a atenção do publico.
Christoph Waltz (Palma de ouro de melhor ator no festival de Cannes) é com certeza o melhor vilão dos últimos anos Carismático, violento e divertido, o ator faz do seu personagem Coronel Hans Landa, o típico personagem que o espectador não sabe se o ama ou odeia. Completamente imprevisível e com palavras afiadas de tal forma, que o espectador se encolhe a toda vez que ele aparece em cena, e com certeza entra para a lista dos melhores personagens tarantinescos.
6º)Roma, Cidade Aberta (1945)
Sinopse:Roma, 1944. Um dos líderes da Resistência, Giorgio Manfredi (Marcello Pagliero), é procurado pelo nazistas. Giorgio planeja entregar um milhão de liras para seus compatriotas. Ele se esconde no apartamento de Francesco (Francesco Grandjacquet) e pede ajuda à noiva de Francesco, Pina (Anna Magnani), que está grávida.
Os críticos de ontem e hoje definem Roma, Cidade Aberta como um filme mais capitado do que representado. Roberto Rossellini fez o primeiro longa do chamado neorrelismo Italiano onde ele simplesmente filmou os efeitos que a Itália sentiu durante a guerra. Numa Roma devastada pela chegada das tropas aliadas, em 1945, o cineasta, com uma câmera na mão e restos de negativo que não seriam utilizados, filmou uma trama fictícia inspirada em fatos verídicos mostrando a força do povo contra a ocupação alemã. Usando atores amadores, rodado nas ruas, sem nenhum retoque, Rossellini criou imagens cruas, sujas, retratando uma realidade de material pessimista e que jamais foi visto anteriormente no cinema.
O impacto foi tão arrasador, que o cineasta passou a ser cultuado por uma série de realizadores ao redor do mundo como Jean Luc Godard. Roma, Cidade Aberta foi uma experiência inovadora para as plateias que estavam acostumadas ao cinema plástico norte americano. Rosseline, mais radical que Vitorio De Sica (O Ladrão de Bicicleta, de 1948), menos preso a dramaturgia e ás facilidades que um ator pode carregar no rosto, radicalizaria esse procedimento naquele que é o mais neo-realista dos filmes Alemanha ano Zero (1948), em que a desgraça de um menino perambula por uma Berlim destruída é filmada como um documentário de observação.
Mais tarde faria trabalhos extraordinários, menos ou mais encenados, como Stromboli (1950) e a obra prima viagem a Italia (1954), ambos estrelados por Ingrid Berman, sua esposa. Mas a imagem ficou na historia do cinema é a de Anna Magnani caindo na rua, abatida por soldados alemães, em Roma, Cidade Aberta.
7º) O Pianista (2002)
Sinopse: O pianista polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) interpretava peças clássicas em uma rádio de Varsóvia quando as primeiras bombas caíram sobre a cidade, em 1939. Com a invasão alemã e o início da 2ª Guerra Mundial, começaram também restrições aos judeus poloneses pelos nazistas.
Talves um dos melhores filmes do diretor Roman Polanski e um dos melhores ao retratar o horror do holocausto. Devido ao fato de sua mãe ter morrido no gueto na época, era óbvio que o diretor faria um filme como esse só que ninguém imaginava que faria de maneira tão fantástica. Adrien Broody (King Kong) levou um merecido Oscar por seu ótimo desempenho como judeu que sobrevive graças ao seu talento com o piano. Indispensável para qualquer cinéfilo.
Curiosidades: O Pianista Ganhou 3 Oscars, nas seguintes categorias: Melhor Diretor, Melhor Ator (Adrien Brody) e Melhor Roteiro Adaptado. Foi ainda indicado nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Edição.Roman Polanski não compareceu na entrega do Oscar para receber seu prêmio de melhor diretor pelo O Pianista. Desde final dos anos 70 ele está fora dos EUA devido a acusação contra ele de estupro a uma menor de idade, se ele voltasse para lá seria preso.
8º) Casablanca (1942)
Sinopse: Casablanca é a rota obrigatória de quem está fugindo dos nazistas na Segunda Guerra Mundial. É lá que Rick (Humphrey Bogart) vai reencontrar Ilsa (Ingrid Bergman), anos depois de terem se apaixonado e se perdido em Paris.
Clássico dos clássicos de 1942, o filme possui um dos finais mais conhecidos da historia. Cinema do mais alto nível, romance, intriga, suspense, a inesquecível As Time Goes By, cantada por Dooley Wilson e um ótimo elenco. Um clássico para ver e rever sempre. Oscar de melhor filme, roteiro adaptado e direção.
Curiosidades: Durante a seqüência em que o Major Strasser desembarca no aeroporto, os oficiais vistos de cima foram interpretados por anões, para que a pista parecesse maior.Casablanca custou US$ 900 mil aos cofres da Warner Bros. Sua estréia estava inicialmente prevista para junho de 1943, mas como em novembro de 1942 os Aliados desembarcaram no norte da África e libertaram a verdadeira Casablanca, a Warner resolveu por lançar o filme imediatamente.
9º) Dunkirk (2017)
Sinopse:Durante a Segunda Guerra Mundial acontece a Batalha de Dunquerque. É nessa cidade da França que forças britânica e francesa são encurraladas pelos alemães. Dessa forma entra em ação a Operação Dínamo, que visa evacuar pelo mar mais de 300 mil soldados.
Em certa ocasião eu estava assistindo a uma entrevista de Steve Spielberg e da qual ele reconheceu que boa parte do sucesso do seu clássico Tubarão se deve a sua trilha sonora composta pelo compositor John Williams. Há filmes que sobrevivem com o tempo, mas não somente graças ao elenco pela história, mas sim graças a sua parte técnica e que, na maioria das vezes, a trilha sonora se destaca e dando alma a obra. Dunkirk, talvez venha a ser lembrado, não só como mais um ótimo filme de Christopher Nolan (Cavaleiro das Trevas), mas como também pela sua trilha que eleva o seu filme em uma potência máxima sem precedentes.
Baseado em fatos verídicos, o filme se passa no início da Segunda Guerra Mundial, onde acompanhamos 300 mil soldados (ingleses e franceses) isolados em uma praia da cidade de Dunkirki e esperando por resgate. O problema é que eles são encurralados pelo exército alemão e eles não tem como retrocederem para a cidade ou avançarem para o mar. Cabe ajuda que vem, tanto pelo mar, como também pelo ar, para contornar essa situação e salvar então o maior número de vidas possíveis.
Leia a minha crítica completa sobre o filme clicando aqui.
10º) A Um Passo Da Eternidade (1953)
Sinopse: Em 1941, Robert E. Lee Prewitt (Montgomery Cliff) pede transferência do exército e vai parar na base militar de Schofield, no Havaí. Seu novo capitão, sabendo que ele é um exímio boxeador, deseja que ele faça parte da equipe de boxe, mas ele se recusa terminantemente. Irritado, o capitão consegue que seus subordinados transformem a vida do novo recruta em um inferno.
Baseado no Best Seller de James Jones, o filme reproduz com categoria o clima da época e se tornou um dos grandes clássicos do cinema americano. Conquistou oito Oscar, incluindo melhor filme, diretor, atores coadjuvantes (Reed e Sinatra, este no papel que reergueu sua abalada carreira), roteiro adaptado, fotografia, som e montagem. Inesquecível a cena de amor na praia reunindo Kerr (em um papel recusado por ninguém menos que Rita Hayworth e Joan Crawford) e Lancaster.
Curiosidades: A atriz Joan Crawford recusou-se a participar de A um Passo da Eternidade por ter odiado os figurinos do filme.Na época do lançamento de A um Passo da Eternidade surgiu um rumor de que todas as cenas em que o ator George Reeves aparecia foram retiradas do filme na edição final, já que nas pré-estréias realizadas o público o reconhecera como sendo o intérprete do Superman na TV. De acordo com o diretor Fred Zinnemann, o roteirista Daniel Taradash e o diretor-assistente Earl Bellamy, tais rumores são falsos e todas as cenas gravadas por Reeves foram incluídas no filme.
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