Sinopse:Partindo do atentado frustrado ao show do Primeiro de Maio de 1981 no Riocentro, Missão 115 aborda o momento político da abertura, os atos terroristas do grupo contrário à democratização e as consequências de sua impunidade, que até hoje dificultam a plenitude de um Estado Democrático de Direito. A narrativa do documentário está apoiada em entrevistas com personalidades atuantes no período, usando ainda imagens de época e curtas sequências encenadas do trabalho de um terrorista. O diretor, que foi preso político nos anos 1960, participa da abertura e encerramento do filme.
Uma vez que
alguém tenta contestar o passado é o mesmo que colocar uma venda nos olhos.
Dizer que não houve ditadura no Brasil, do qual prendeu e eliminou inúmeras pessoas,
é o mesmo que também colaborar com os torturadores e sujar as mãos com sangue.
Missão 115 dá uma nova luz aos eventos de um passado nebuloso e revelando uma
realidade absurda, porém, verdadeira.
Dirigido por Silvio Da-Rin (Hercules 56), o filme aborda sobre atentado no Riocentro ocorrido em primeiro de maio de 1981. O fato aconteceu próximo ao local em que ocorria um show com inúmeras pessoas e celebridades cantando as suas musicas no palco. O que aparentou ser um crime contra aqueles que se encontrava dentro de um carro onde ocorreu a explosão, por sua vez, logo se descobriu que o caso era muito mais surpreendente e tenebroso do que se imaginava.
Além de obter jornais e imagens que reconstituem os fatos para ser levada a tela, Silvio Dan-Rin consegue a proeza de obter a entrevista de 19 pessoas, desde a jornalista, políticos, historiadores, advogados e cientistas sociais, para analisar o quadro da época e discutir seus reflexos nas décadas seguintes. Porém, o mais surpreendente, é a presença do ex-policial Claudio Guerra, participante direto daquele e de muitos outros crimes da repressão e que solta palavras reveladoras e desconcertantes. Curiosamente, a ideia da realização do documentário surgiu graças ao próprio esse ex – policial, já que a obra é inspirada no livro Memórias de uma Guerra Suja de sua autoria.
Tanto o documentário como o livro deixa muito claro que esse atentado desastroso foi uma tentativa desesperada dos militares se manterem no poder, já que os terroristas, intitulados "Grupo Secreto", estavam incrustados clandestinamente no aparelho de informação e segurança do governo militar, que não queriam processo de abertura da redemocratização e tentavam criar um clima de pânico para justificar a continuidade do estado de exceção. Através uma edição dinâmica, com uma pequena reconstituição dos eventos, Silvio Dan-Rin coloca na tela as principais vitimas dessa tentativa desesperada dos militares que não estavam aceitando tão fácil o povo voltar as ruas e exigir justiça e o direito de votar novamente nó país. Talvez a maior atrocidade aconteceu mesmo quando tiraram a vida de D. Lyda Monteiro da Silva, secretária do presidente da seção carioca da OAB; através de uma bomba, sendo que o mesmo artefato explosivo mutilou o assessor parlamentar José Ribamar Freitas, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.
Isso desencadeou o surgimento da lei da Anistia que, se por um lado trouxe de volta pessoas que se encontravam no exílio desde os primeiros anos de chumbo, por outro lado, o decreto beneficiava os torturadores e autores das principais atrocidades do tempo da ditadura e que até hoje continuam impunes. Não deixa de ser erroneamente simbólico, por exemplo, ver o ex presidente Figueiredo assinar essa lei, já que, segundo as investigações vistas na tela, ele foi diretamente responsável pela maioria daqueles atentados daquele tempo. Aliás, o documentarista foi engenhoso em alinhar aqueles eventos com os ocorridos em 2014, em que surgiu a Comissão Nacional da Verdade e que serviu de muita inspiração para ele realizar essa obra.
Dirigido por Silvio Da-Rin (Hercules 56), o filme aborda sobre atentado no Riocentro ocorrido em primeiro de maio de 1981. O fato aconteceu próximo ao local em que ocorria um show com inúmeras pessoas e celebridades cantando as suas musicas no palco. O que aparentou ser um crime contra aqueles que se encontrava dentro de um carro onde ocorreu a explosão, por sua vez, logo se descobriu que o caso era muito mais surpreendente e tenebroso do que se imaginava.
Além de obter jornais e imagens que reconstituem os fatos para ser levada a tela, Silvio Dan-Rin consegue a proeza de obter a entrevista de 19 pessoas, desde a jornalista, políticos, historiadores, advogados e cientistas sociais, para analisar o quadro da época e discutir seus reflexos nas décadas seguintes. Porém, o mais surpreendente, é a presença do ex-policial Claudio Guerra, participante direto daquele e de muitos outros crimes da repressão e que solta palavras reveladoras e desconcertantes. Curiosamente, a ideia da realização do documentário surgiu graças ao próprio esse ex – policial, já que a obra é inspirada no livro Memórias de uma Guerra Suja de sua autoria.
Tanto o documentário como o livro deixa muito claro que esse atentado desastroso foi uma tentativa desesperada dos militares se manterem no poder, já que os terroristas, intitulados "Grupo Secreto", estavam incrustados clandestinamente no aparelho de informação e segurança do governo militar, que não queriam processo de abertura da redemocratização e tentavam criar um clima de pânico para justificar a continuidade do estado de exceção. Através uma edição dinâmica, com uma pequena reconstituição dos eventos, Silvio Dan-Rin coloca na tela as principais vitimas dessa tentativa desesperada dos militares que não estavam aceitando tão fácil o povo voltar as ruas e exigir justiça e o direito de votar novamente nó país. Talvez a maior atrocidade aconteceu mesmo quando tiraram a vida de D. Lyda Monteiro da Silva, secretária do presidente da seção carioca da OAB; através de uma bomba, sendo que o mesmo artefato explosivo mutilou o assessor parlamentar José Ribamar Freitas, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.
Isso desencadeou o surgimento da lei da Anistia que, se por um lado trouxe de volta pessoas que se encontravam no exílio desde os primeiros anos de chumbo, por outro lado, o decreto beneficiava os torturadores e autores das principais atrocidades do tempo da ditadura e que até hoje continuam impunes. Não deixa de ser erroneamente simbólico, por exemplo, ver o ex presidente Figueiredo assinar essa lei, já que, segundo as investigações vistas na tela, ele foi diretamente responsável pela maioria daqueles atentados daquele tempo. Aliás, o documentarista foi engenhoso em alinhar aqueles eventos com os ocorridos em 2014, em que surgiu a Comissão Nacional da Verdade e que serviu de muita inspiração para ele realizar essa obra.
Curiosamente, algum
dos entrevistados deixam mais do que claro que a ditadura não foi exatamente
derrotada, mas sim dando lugar a democracia através de acordos, mas dos quais
jamais irão corrigir inúmeros erros que ocorreram no passado. Com isso, há um
paralelo preciso sobre os eventos recentes da nossa política, já que o golpe de
2016 do qual sofreu até então a Presidenta Dilma aconteceu somente porque os
pequenos resquícios, porém, poderosos daqueles tempos continuam persistindo e
vivendo nos bastidores desse círculo vicioso. Ao vermos, por exemplo, os
cantores Simone, Chico Buarque, Gonzaguinha e tantos outros, que cantavam
naquela fatídica noite músicas em prol da liberdade, mas que por pouco não se
tornaram vítimas de uma grande armação, sintetiza uma luta que ainda não se
encerrou e que perdurará um bom tempo.
Missão 115 comprova que as teorias de conspiração dentro da história política acabam por ser tão ou mais verossímil do que a própria viagem a lua.
Onde assistir: Cinebancários: Rua General da Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre. Horário: 19h.
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Missão 115 comprova que as teorias de conspiração dentro da história política acabam por ser tão ou mais verossímil do que a própria viagem a lua.
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