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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 4 de setembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Ilha dos Cachorros

Sinopse: Atari Kobayashi é um garoto japonês de 12 anos de idade. Ele mora na cidade de Megasaki, sob tutela do corrupto prefeito Kobayashi. O político aprova uma nova lei que proíbe os cachorros de morarem no local, fazendo com que todos os animais sejam enviados a uma ilha vizinha repleta de lixo. Mas o pequeno Atari não aceita se separar do cachorro Spots. Ele convoca os amigos, rouba um jato em miniatura e parte em busca de seu fiel amigo. A aventura vai transformar completamente a vida da cidade.

Os filmes de Wes Anderson são gostosos de assistir, pois além de possuir um humor sarcástico ele, por vezes, é cartunesco e acaba atraindo até mesmo pessoas de todas as idades. Contudo, em O Fantástico Sr. Raposo, por exemplo, era baseado num conto infantil, mas serviu apenas como desculpa para que o cineasta criasse uma crítica acida ao consumismo e da própria família tradicional sendo consumida por ela. Em Ilha dos  Cachorros ele vai mais além, ao criar um filme político numa trama que, num primeiro momento, pode parecer ser somente para as crianças, mas nos surpreendendo ao entrar em territórios complexos e reflexivos.
O filme conta a história de um Japão autoritário, onde um prefeito tirano convence boa parte dos seus habitantes que os cachorros são perigosos por estarem com uma gripe incomum. Abandonados a própria sorte numa ilha cheia de lixo, os cachorros começam a se virarem com o que tem para não morrerem de fome. Tudo muda quando surge em cena o jovem Arari Kobayashi, sobrinho do prefeito tirano e que chegou a ilha para tentar recuperar o seu cachorro perdido. 
Embora pertencente ao gênero fantástico, Ilha dos Cachorros possui uma linguagem política familiar, onde se vê claramente que ela é baseada em inúmeros fatos da história, onde muitos países como, por exemplo, Alemanha, sofreram com mentiras e propaganda enganosa de um louco tirano. Ao mesmo tempo, é uma trama que soa gritantemente familiar, pois as pessoas, principalmente as do povo brasileiro atual, vivem convivendo com notícias parciais, mentirosas e aumentando somente incertezas e insatisfação com os seus lideres. Só por isso o filme vale a pena ser assistido, mas ele ainda tem muitos outros atrativos. 
Se em O Fantástico Sr. Raposo o cineasta  Wes Anderson  já havia surpreendido com o uso da animação Stop motion, aqui ele está muito mais seguro na elaboração de belas imagens, onde a técnica e uma boa história andam de mãos dadas. Para começar, os cães são os verdadeiros protagonistas, mas sendo eles metáforas dos seres humanos e por esse separamento do  real, conseguimos gargalhar e nos imaginar nesse mundo fantástico, sendo algo em que as cenas dos humanos reais num campo de concentração tornaria mais difícil de suportar. Num caso raro do cinema, aqui, quanto mais longe do real, mais ele se torna verossimilhante a ele.  
Os cachorros, aliás, são muito mais expressivos do que os personagens humanos e muito se deve escolha das vozes, das quais pertencem a grandes interpretes. Entre os cachorros, o roteiro propõe um complexo desenvolvimento de personagens, com atenção especial a Chief, com voz de Bryan Cranston. Para quem ainda desmerece o trabalho dos atores em animações, as excepcionais nuances atribuídas pelo ator levam a pensar que estes trabalhos também mereceriam recompensar nas grandes premiações de cinema. Outros artistas de peso ganham pequenas participações de luxo (Tilda Swinton e Scarlett Johansson, principalmente), que devem ajudar a promover o filme.    
Embora com um final um tanto que convencional se comparado com a proposta principal da obra, Ilha dos Cachorros é uma animação corajosa, da qual pode entreter os pequenos, mas fazendo os adultos compreenderem o quão ela coloca o dedo na ferida sobre diversos assuntos.  


2 comentários:

Leo Rib disse...

Oi, Marcelo!
Estou passando pra avisar que estou com um blog novo, se chama Nova Bússola.
Abraços!

https://novabussola.blogspot.com/

Marcelo Castro Moraes disse...

Seja bem vindo de volta Leo