Sinopse: Vinícius Gageiro (Thalles Cabral), mais conhecido como Yonlu, é um jovem poeta, músico e desenhista, fluente em quatro idiomas. Apesar de talentoso, ele decidiu dar fim à sua vida depois de ingressar em uma comunidade virtual de assistência para potenciais suicidas.
Certos assuntos são omitidos pela sociedade, dos quais muitos se tornam verdadeiros tabus e que dificilmente acabam sendo quebrados. É o caso, por exemplo do suicídio, do qual é necessário ser abordado e ter um entendimento sobre o porque de determinadas pessoas desistirem de suas próprias vidas. Yonlu vai a fundo na mente de um jovem com inúmeros talentos, mas que não conseguia enxergar nesse mundo algo que pudesse ter lhe convencido a se manter vivo.
Dirigido por Hique Montanari, o filme conta a história de Vinícius Gageiro (Thalles Cabral), mais conhecido como Yonlu, rapaz que possuía talento na música, poesia e nos desenhos. Porém, Yonlu quer acabar com sua própria vida, pois não consegue enxergar nenhuma razão de continuar existindo nela. A situação piora quando ele ingressa numa comunidade virtual, cuja a assistência é a interação entre suicidas de diversos países.
Embora seja baseado em fatos reais, Montanari decidiu adaptar os eventos que desencadearam no suicídio do rapaz de uma forma que representasse a mente complexa e criativa do mesmo. Ao mesmo tempo, o cineasta elabora inúmeros símbolos dignos de Freud, mas dos quais conseguimos identifica-los, principalmente para aqueles que viveram nessa última década. O resultado é um filme que sintetiza a complexidade da sociedade contemporânea, onde cada vez mais se encontra absorvida em sua rotina, tecnologia e não aproveitando o verdadeiro prazer da vida.
Tecnicamente o filme possui um dos mais belos visuais do cinema brasileiro recente. Porto Alegre, por exemplo, é o cenário principal da obra, ou mais precisamente, a cidade se torna uma representação do tipo de olhar do qual o protagonista enxerga as coisas em sua volta. O resultado são momentos surpreendentes, plasticamente belos, cheios de perfeccionismo e de grande conteúdo.
Embora seja diferente fisicamente do verdadeiro Yonlu, Thalles Cabral se sobressai na atuação, onde tanto se destaca ao construir toda a complexidade do seu personagem, como também ao cantar as principais músicas que são ouvidas durante a obra. Aliás, essas músicas se casam com simplicidade com os verdadeiros desenhos de Yonlu, que na tela ganham vida e fazendo a gente compreender e se fascinar ainda mais pela sua mente complexa. Falando em complexidade, Hique Montanari foi criativo na elaboração da representação da comunidade virtual de assistência para potenciais suicidas, cujo os usuários se escondem através de falsos avatares e sintetizando o lado errôneo da mente em que o rapaz se refugiou.
Com esses ingredientes que moldam o filme, Hique Montanari procura não só debater esse tema complexo, como também homenagear um jovem de grande talento e do qual poderia ter tido voos mais altos. Yonlu é um belo conto sobre a inquietude do ser humano perante uma realidade complexa e da qual, infelizmente, muitos tentam fugir dela.
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