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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 4 de julho de 2018

Cine Especial: A Construção do Personagem



Nos dias 07 e 08 de Julho eu estarei participando do curso A Construção do Personagem, criado pelo Cine Um e ministrado pelo ator, diretor e professor de teatro Juliano Rabello. Atividade irá abordar, dentre outras coisas, o método chamado Sistema Stanislavski. O método é inspirado no ator e grande entusiasta da arte da representação, que não estava satisfeito com a forma melodramática de declamação do teatro da época. Apenas poucos atores chamados "gênios" conseguiam verdadeiramente uma atuação realista, que convencesse em cena. Inconformado, este ator passou a sistematizar o trabalho dos artistas que admirava, negando toda forma de inspiração ou talento, e partindo de pressupostos técnicos e sistemáticos. Este era Constantin Stanislavski, pai da pedagogia do ator, e criador do mais conhecido e importante estudo de interpretação, o chamado Sistema Stanislavski.
Os estudos de Stanislavski se popularizaram no mundo inteiro ao longo do século 20 e chegaram à Hollywood em meados de 1930, pelas mãos de Elia Kazan. Em parceria com alguns nomes do teatro e do cinema norte-americano, Kazan fundaria o Actor's Studio. Lee Strasberg, a partir de 1950, no comando do Studio, foi um dos grandes responsáveis pela popularização do Sistema Stanislavski, que a partir da visão estadunidense, ganhou status de "método", ou melhor ainda, "O Método".
Quando eu ouço sobre esse método de interpretação me veem na mente muitos talentos do universo cinematográfico que se dedicaram ao extremo para interpretar os seus respectivos personagens. É claro que há um preço a se pagar, com o fato da possibilidade do mesmo ficar marcado para sempre devido a um personagem, por vezes, tão complexo. Alguns surpreendem, onde cada personagem que interpreta se diferencia dos demais trabalhos que havia feito anteriormente. Mas qual seria o melhor papel de cada grande ator/atriz?
Pensando nisso, deixo abaixo o meu top 5 sobre grandes atores e atrizes e seus respectivos personagens que os considero os melhores de suas carreiras. 
  
Top 5: Grandes atores em seus respectivos melhores personagens.

1º Marlon Brando como Don Corleone
Brando vivia uma fase meio que decadente entre final dos anos 60 e começo dos anos 70. Porém, Copolla fez questão de trazê-lo de volta a luz, num projeto que se tornaria um dos filmes mais importantes da história do cinema. Embora não tenha tanto tempo em cena, Brando é o verdadeiro protagonista desse primeiro capitulo da família mafiosa, pois basta ele surgir em cena nos primeiros minutos da obra que ele consegue colocar o filme no seu bolso e o resto é história.
Para interpretar o personagem, Brando se dedicava ao trabalho 100%, ao ponto que alguns momentos icônicos de sua atuação foram improvisados pelo próprio ator no momento das filmagens. Bom exemplo é no início da abertura, onde um gato estava passando pelo cenário e Brando decidiu pega-lo no colo enquanto estava interpretando. Essa cena acabou entrando no filme e entrando no imaginário dos cinéfilos de todo o mundo. Leia mais sobre a trilogia clicando aqui.




2º Daniel Day Lewis como Daniel Plainview
Sangue Negro uma verdadeira crítica ao consumismo de petróleo desenfreado que existe, tanto ontem como atualmente e a típica história que dinheiro não é tudo, mas que aqui funciona a dedo.
Não tem como não deixar de se lembrar dos primeiros dez minutos de filme, onde simplesmente não há palavras dos personagens que se apresentam na trama, sendo que unicamente as coisas ficam acontecendo na tela, embalado com uma bela trilha sonora e que as imagens apresentadas falam por si, sendo algo raro no cinema atual. E, logicamente, os minutos finais da trama são dignos de nota, onde Day Lewis discursa sobre as engrenagens do seu universo envolta do petróleo, no qual é encerrado de uma forma primorosa e desconcertante. Lewis acabou levando o seu segundo Oscar (o primeiro foi por Meu Pé Esquerdo), sendo uma das premiações mais justas da academia dos últimos anos. 
Um filme que será lembrado a cada ano que passar. Leia mais sobre o diretor Paul Thomas Anderson clicando aqui.



3º Rutger Hauer como Roy Batty

Ao perdemos certos valores que antes nos éramos importantes, eles se tornam valiosos, para seres que a recém começaram a aprender a viver, que no caso do filme, são os “replicantes” que representam o que nos fomos um dia, de ter o desejo de viver ao máximo no dia a dia, mas que por azar deles, tem pouco tempo de vida. E quem melhor que o personagem Roy (brilhantemente interpretado por Rutger Hauer), que é o melhor em cena, passa para nos  esse doloroso fardo que carrega, mas que vai até o fim  buscando um meio, seja para ganhar mais tempo, ou para fazer algo significativo em sua curta vida e que valesse a pena. Seus últimos momentos em cena estão entre os momentos mais inesquecíveis e surpreendentes da 7ª arte e que gera múltiplos sentimentos para quem assiste. Até hoje, essa cena gera inúmeros debates, sendo não somente ela, como também as inúmeras cenas que antecedem essa e que acabaria gerando outros inúmeros textos até melhores do que esse que vos escrevo. Leia mais sobre Blade Runner clicando aqui.




4º Heath Ledger como Coringa
 Se em 2006 Heath Ledger ousou ao interpretar o caubói gay em O Segredo em Brokeback Mountain de Ang Lee, aqui ele simplesmente desaparece no personagem tornando um ser humano assustador e imprevisível que deseja nada mais além do mais puro caos. Leia mais clicando aqui.


5º Robert de Niro como Jack Lamotta  
 Direção, roteiro e interpretação extraordinários. Oscar de ator (De Niro, que engordou vinte quilos para fazer o papel), e montagem. Foi eleito, em muitas publicações, como o melhor filme dos anos 80. Reconstituição histórica perfeita, com uma belíssima fotografia em preto e branco, que realça a extrema violência das lutas em cena. Leia mais clicando aqui.  

Top 5:   Grandes atrizes em seus respectivos melhores personagens.
 
1º  Vivien Leigh como Blanche DuBois

A grande alma do filme Uma Rua Chamada Pecado é  Vivien Leigh. Sua personagem quando se apresenta em cena, já demonstra ser uma pessoa que enfrenta seus demônios interiores, querendo segurar das maneiras mais possíveis os desejos que sente principalmente a certa atração sugestiva que tem com o cunhado, mas essa atração irá lhe custar caro, em um dos grandes clímax da película, onde ficamos nos perguntado o que realmente aconteceu. Leia mais sobre o filme clicando aqui.




2º Gloria Swanson como Norma Desmond
Hollywood é alvo direto desse filme, onde se faz uma verdadeira critica a essa indústria do entretenimento, onde deixa a carreira da pessoa no auge, mas depois o mastiga e deixa ao esquecimento. Isso o que acontece com os personagens principais da trama, principalmente para Norma Desmond, interpretada magistralmente pela atriz Gloria Swanson que, curiosamente, tem algo de muito em comum com a personagem, já que ambas eram da época do cinema mudo e foram esquecidas com o tempo. Sempre quando a atriz surge com o seu personagem ela simplesmente rouba a cena, com o seu jeito de louca excêntrica e ao mesmo tempo esperançosa, acreditando completamente que irá voltar a fazer filmes. Leia mais sobre o filme clicando aqui.



3º Ellen Burstyn  como Sarah
Réquiem Para Um Sonho não é aconselhável para os espectadores sensíveis: o segundo trabalho do diretor Darren Aronofsky (que realizou anteriormente o elogiado PI) é uma incomoda descida ao inferno da dependência química. O longa faz um bom uso da tecnologia digital para criar as imagens que traduzem tanto os momentos de euforia como também a angustia provocada pelo consumo de drogas pesadas. Quase um filme realista de terror, uma inquietante investigação sobre a decadência moral e social dos EUA, com uma trilha sonora escolhida a dedo e um constante clima de pesadelo. O diretor extraiu o melhor desempenho  em anos de Ellen Burstyn  (O Exorcista), que foi indicada ao Oscar de melhor atriz.



4º Bette Davis como Baby Jane
Bette Davis num dos melhores momentos de sua respeitada carreira, onde a sua personagem provoca ódio no espectador, mas também momentos que podemos sentir até pena da mesma. A atuações dela  e de Joan Crawford são elementos fundamentais para sustentar a narrativa, sem deixar de mencionar a atuação de Victor Buono como o pianista fracassado Edwin (indicado ao Oscar como ator coadjuvante). Interessante que as duas atrizes, famosas também por serem grandes inimigas nos bastidores, neste filme duelam nas telas (tanto em atuação em si, quanto no fato de encarnar personagens que brigam entre si).




Meryl Streep como Sophie Zawistowski
Filmes sobre os horrores do campo de contração em que judeus eram massacrados por nazista tem aos montes. Porém, os melhores se destacam por sempre se diferenciarem um do outro e A Escolha de Sofia, Meryl Streep interpreta uma polonesa que sofre por guardar um terrível segredo que lhe marcou durante o terrível período durante a 2ª Guerra Mundial. Streep nos brinda com uma das mais fortes interpretações de sua carreira e capaz de dilacerar o coração de qualquer um que assiste. Oscar de melhor atriz.  Leia mais clicando aqui.
  
Mais informações sobre o curso clicando aqui.



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