Sessões lotadas nesse final de semana no Capitólio.
Um final de semana cheio de
atrações na Cinemateca Capitólio Petrobras, onde o cinéfilo teve o privilégio de assistir diversas atrações e tendo
um final de semana inesquecível. Abaixo, segue duas sessões das quais me marcou
muito.
Sessão Cinedrome:
2001 – Uma Odisseia no Espaço (1968)
Sinopse: Uma estrutura
imponente preta fornece uma conexão entre o passado e o futuro nesta adaptação
enigmática de um conto reverenciado de ficção científica do autor Arthur C.
Clarke. Quando o Dr. Dave Bowman e outros astronautas são enviados para uma
misteriosa missão, os chips de seus computadores começam a mostrar um comportamento
estranho, levando a um tenso confronto entre homem e máquina que resulta em uma
viagem alucinante no espaço e no tempo.
A primeira vez que eu havia
assistido a 2001 – Uma Odisseia no Espaço de Stanley Kubrick (Laranja Mecânica)
foi quando eu tinha apenas dez anos de vida, pela TV e no horário da tarde de
um domingo qualquer. Minha mãe e eu tínhamos testemunhado aquele filme, do qual
era diferente de tudo o que a gente já havia assistido e não tínhamos a menor ideia do que a gente havia testemunhado. Por eu ser uma criança ingênua na
época eu achava, por exemplo, que os macacos do início da trama eram de outro
planeta e que as naves que surgiram posteriormente iriam até lá.
Os anos se passaram, ao
ponto que não sabia mais o nome daquele filme que marcou minha mãe e eu naquela
longínqua tarde de domingo. Por não nos lembrarmos do nome apelidamos o filme
de “silencioso”, já que as partes vistas no espaço eram, por vezes, silenciosas
e enigmáticas. Somente em 1998, quando eu comecei me aprofundar mais sobre o
cinema, é que eu descobri numa revista que o filme se chamava 2001 – Uma Odisseia no Espaço, pois a obra estava comemorando os seus trinta anos de vida.
No dia primeiro de janeiro do ano de 2001, e novamente pela TV, assisti ao
filme depois de vários anos, compreendendo um pouco melhor aquela enigmática
história, mas fazendo-me levantar diversas outras teorias sobre o surpreendente
final que ainda é um grande enigma.
E aqui cá estamos em 2018,
ano em que o filme comemora os seus cinquenta anos de vida. Antes da sessão
desse final de semana eu havia comprado o livro que deu origem ao filme,
escrito por Arthur C. Clark e que, embora tenha algumas passagens mais
explicativas do que são vistas no filme, me fez pensar ainda mais sobre qual é
o nosso verdadeiro papel neste mundo, onde se encaixa o papel de Deus em nossas
vidas, sobre seres vivos fora de nosso planeta e sobre esse universo vasto e
infinito. Revendo o filme neste último final de semana, numa sessão especial
pela Cinemateca Capitólio Petrobras (cortesia da equipe Cinedrome) eu
tive o privilégio de não somente rever, como também passar por uma experiência
sensorial e da qual poucas vezes eu vejo no cinema.
Stanley Kubrick não criou um
mero filme de ficção científica, mas sim criou uma obra prima que, após ser
apreciada, a gente a leva em nossas memórias e faz com que ela cresça cada vez
mais quando pensamos sobre ela. Ano após ano o cinema americano sempre lança
filmes de ficção e que, alguns críticos precipitados, rotulam como o "novo 2001".
Não haverá “outro 2001”, ou seja, não haverá outra experiência sem igual como a
vista na obra de Kubrick, sendo algo que não envelheceu com o tempo e estando
ainda muito a frente de nossos próprios sentidos.
O que há além do infinito?
Stanley Kubrick me fez sempre pensar sobre isso, sendo que qualquer resposta é
inútil, mas a pergunta ainda permanece com o seu poder intacto.
Trilha Sonora ao
vivo: O Inquilino (1927)
Sinopse: "O
Vingador" é um serial killer que ataca jovens mulheres em Londres.
Jonathan Drew (Ivor Novello) chega à pensão do casal Bounting (Arthur Chesney e
Marie Ault) em busca de um quarto para alugar. O rapaz possui hábitos
estranhos, como sair em noites com névoa, e guarda a foto de uma moça loira.
Quando o filme mudo e em
preto e branco O Artista de 2011 levou o Oscar de melhor filme, muitos críticos
se perguntavam qual era o próximo caminho do cinema. Em tempos de telas Imax,
ou em 3D, se percebe que há um público que gosta de olhar para o passado e
desfrutar de tempos mais simples e nostálgicos. Assistir a um filme mudo da
forma como ele era apresentado, ou seja, com trilha sonora ao vivo, é uma
experiência deliciosa para aqueles que desfrutam das velhas raízes de um bom
cinema.
O projeto Trilhas Filmadas,
apresentada na Cinemateca Capitólio Petrobras, é uma oportunidade única de
revermos velhos clássicos e apresentados da maneira como eles haviam sido
vistos pela primeira vez em seu ano de lançamento. Ano passado, por exemplo,
tive o privilégio de assistir a uma sessão do filme Metrópolis (1927), cuja
copia restaurada (encontrada anos atrás na Argentina) se alinhava com perfeição
com a trilha composta ao vivo naquela vez. Novamente esse final de semana eu
tive a chance de ter novamente uma experiência como aquela, ao assistir o clássico
O Inquilino (The Lodger, 1927) do mestre Alfred Hitchcock.
The Lodger é o primeiro
thriller de Alfred Hitchcock, e também sua primeira obra-prima. É uma das obras
máximas do cinema mudo. A narrativa visual do cinema mudo de The Lodger foi
interpretada por músicas e canções de músicos representativos da cena
eletrônica, guitarbands, jazz e rock de Porto Alegre. Ao vivo criam
orquestrando performances em uma nova trilha sonora para The Lodger. Logo, o
presente projeto busca recriar uma atmosfera sonora contemporânea através de
breves intervenções sonoras e momentos dedicado a canções autorais. A banda é
composta por Leandro Schirmer (instrumentos, vozes e produção), Zaracla
(Guitarra, teclado e voz), Martha Buzin (voz), Souto Rodrigo (Bateria, Synth e
DrumMachine), Zarpa (guitarra), Fabian Steinert (baixo). Participações especiais:
EL NEGRO, DANCEADELIC, LOUISE BOECK.
Embora o rock possa soar um tanto
estranho em alguns momentos durante a projeção, a sessão ganha bons contornos
conforme ela avança. O ponto alto fica por conta de Zaracla e Martha Buzin
quando soltam a voz, em momentos em que uma história de amor surge em meio a
uma trama policial sombria e com requintes expressionistas. Embora os minutos
finais deixem claro que houve uma intromissão dos produtores para deixar o
filme mais receptivo para o público da época, o filme não perde o seu brilho ao
servir de exemplo sobre um grande cineasta autoral que estava surgindo naquele
tempo.
Nota: A sessão Trilhas Filmadas
vai novamente ter uma sessão amanhã as 20horas na Cinemateca Capitólio Petrobras.
Mais informações vocês encontram no cartaz abaixo.
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