Nos dias 07 e 08 de
Julho eu participei do curso A Construção do Personagem, criado pelo Cine Um e
ministrado pelo diretor de teatro Juliano Rabello. Durante os dias de
atividade, realizados na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, foram abordados
e analisados filmes como Bastardos Inglórios, Lincoln, Nine, Drácula de Bram
Stoker e A Vida e Morte de Peter Sellers. Esse último, aliás, sintetiza a essência
principal da atividade, onde o filme cria uma reconstituição sobre a carreira e
a vida pessoal do ator Peter Sellers e do qual o próprio criava uma improvisação
assombrosa na elaboração dos seus respectivos personagens.
Infelizmente era um filme
do qual não tive o privilegio de assisti-lo, mas graças ao ministrante tive a
chance de ver pela primeira vez e falar sobre ele abaixo.
A Vida e
Morte de Peter Sellers (2004)
Sinopse: Um filme biográfico
sobre a ascensão turbulenta de Peter Sellers, desde os seus tempos na rádio BBC
até se tornar um dos comediantes mais talentosos do mundo. Com uma mãe
extremamente possessiva, Sellers luta para lidar com seus relacionamentos com
as mulheres, sua condição de celebridade e suas muitas facetas.
No recente
documentário Jim e Andy da Netflix, Jim Carrey confessa que em sua carreira ele
liberava um monstro do qual vive dentro do seu ser, para assim pudesse improvisar
na realização de determinados personagens dos quais ele havia interpretado na
sua fase áurea nos anos 90. No gênero da comédia, por exemplo, é notório que
muitos humoristas possuem uma veia cômica poderosa nas telas, mas que possui
uma vida pessoal um tanto que problemática e da qual eles mesmos se enfrentam
ao longo da vida. A Vida e Morte de Peter Sellers, não somente nos brinda sobre
a vida profissional e pessoal do astro da Pantera Cor De Rosa, como também
desvenda a sua luta pessoal para obter o tão desejo reconhecimento artístico.
Dirigido por Stephen Hopkins (A Sombra e a Escuridão), o filme acompanha os primeiros passos da carreira artística do ator Peter Sellers (Geoffrey Rush), que usa todos os métodos para adquirir os respectivos papeis dos quais ele ambiciona obter. Atingido o ápice da carreira com o filme A Pantera Cor de Rosa, Sellers ganha prestigio e reconhecimento pela parte da crítica e do público. Porém, o equilíbrio não se encontra em sua vida pessoal, do qual ele possui problemas familiares e relações amorosas conflituosas.
Quando se fala em Peter Sellers a maioria se lembra do astro em filmes de comédias, mas o ator ia muito além do mero estereótipo, ao criar personagens dos quais o deixavam irreconhecível e surpreendo os cineastas dos quais o contratavam. O grande charme desse filme produzido pela HBO é revisitarmos os grandes clássicos que o astro havia trabalhado e nos brindando com uma reconstituição de época que impressiona e nos enche os olhos. Claro que o filme não funcionaria se não houvesse um ator que encarnasse o Peter Sellers de uma forma no mínimo decente, mas Geoffrey Rush surpreende em uma de suas melhores atuações da carreira, onde ele não interpreta Peter Sellers, mas sim ele se torna Peter Sellers.
Embora não use uma pesada maquiagem para ficar idêntico ao falecido ator, Geoffrey Rush se torna o interprete a partir do momento em que ele usa os cacoetes, trejeitos e até mesmo o olhar excêntrico do qual Sellers usava nas produções em que ele participava. Curiosamente, é preciso até mesmo prestar um pouco de atenção em determinados momentos do filme, já que Geoffrey Rush simplesmente desaparece de cena e acabamos crendo que estamos diante do próprio Peter Sellers atuando em produções clássicas como, por exemplo, Dr. Fantástico de Stanley Kubrick. Se vocês acham que eu estou exagerando, aguardem para ver a cena em que Rush, caracterizado como Dr. Folamour, atua num momento em que Sellers simplesmente não se desvencilha do seu personagem quando está almoçando com a sua mãe.
Se dividindo entre o humor negro e drama, o filme também nos abala ao constatarmos o quão Sellers era uma entidade solitária e da qual não conseguia obter um equilíbrio perfeito entre carreira e vida pessoal. Isso resulta em momentos tensos, seja quando ele destrói os brinquedos diante do próprio filho, ou quando bate ferozmente no rosto de sua esposa, a atriz Britt Ekland (Charlize Theron). Porém, são momentos que não tiram o brilho desse inesquecível talento, do qual brigou até o último momento para ser, não só lembrado como um comediante, mas como um ator que poderia oferecer muito mais do que o seu corpo poderia suportar.
Com uma bela homenagem ao último clássico em que o ator atuou (Muito Além do Jardim), A Vida e Morte de Peter Sellers é uma adaptação sobre a essência de um talento atormentado, mas que não desistiu dos seus objetivos até o último segundo.
Dirigido por Stephen Hopkins (A Sombra e a Escuridão), o filme acompanha os primeiros passos da carreira artística do ator Peter Sellers (Geoffrey Rush), que usa todos os métodos para adquirir os respectivos papeis dos quais ele ambiciona obter. Atingido o ápice da carreira com o filme A Pantera Cor de Rosa, Sellers ganha prestigio e reconhecimento pela parte da crítica e do público. Porém, o equilíbrio não se encontra em sua vida pessoal, do qual ele possui problemas familiares e relações amorosas conflituosas.
Quando se fala em Peter Sellers a maioria se lembra do astro em filmes de comédias, mas o ator ia muito além do mero estereótipo, ao criar personagens dos quais o deixavam irreconhecível e surpreendo os cineastas dos quais o contratavam. O grande charme desse filme produzido pela HBO é revisitarmos os grandes clássicos que o astro havia trabalhado e nos brindando com uma reconstituição de época que impressiona e nos enche os olhos. Claro que o filme não funcionaria se não houvesse um ator que encarnasse o Peter Sellers de uma forma no mínimo decente, mas Geoffrey Rush surpreende em uma de suas melhores atuações da carreira, onde ele não interpreta Peter Sellers, mas sim ele se torna Peter Sellers.
Embora não use uma pesada maquiagem para ficar idêntico ao falecido ator, Geoffrey Rush se torna o interprete a partir do momento em que ele usa os cacoetes, trejeitos e até mesmo o olhar excêntrico do qual Sellers usava nas produções em que ele participava. Curiosamente, é preciso até mesmo prestar um pouco de atenção em determinados momentos do filme, já que Geoffrey Rush simplesmente desaparece de cena e acabamos crendo que estamos diante do próprio Peter Sellers atuando em produções clássicas como, por exemplo, Dr. Fantástico de Stanley Kubrick. Se vocês acham que eu estou exagerando, aguardem para ver a cena em que Rush, caracterizado como Dr. Folamour, atua num momento em que Sellers simplesmente não se desvencilha do seu personagem quando está almoçando com a sua mãe.
Se dividindo entre o humor negro e drama, o filme também nos abala ao constatarmos o quão Sellers era uma entidade solitária e da qual não conseguia obter um equilíbrio perfeito entre carreira e vida pessoal. Isso resulta em momentos tensos, seja quando ele destrói os brinquedos diante do próprio filho, ou quando bate ferozmente no rosto de sua esposa, a atriz Britt Ekland (Charlize Theron). Porém, são momentos que não tiram o brilho desse inesquecível talento, do qual brigou até o último momento para ser, não só lembrado como um comediante, mas como um ator que poderia oferecer muito mais do que o seu corpo poderia suportar.
Com uma bela homenagem ao último clássico em que o ator atuou (Muito Além do Jardim), A Vida e Morte de Peter Sellers é uma adaptação sobre a essência de um talento atormentado, mas que não desistiu dos seus objetivos até o último segundo.
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