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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: 20 Anos




Sinopse: Após ter entrevistado 40 casais cubanos, no casting de seu primeiro curta documentário, a diretora Alice de Andrade retorna à Cuba passadas duas décadas e retrata, além das recentes transformações do país – objeto de sua longa pesquisa-, a vida de três casais que no passado se preparavam para casar-se. O que restou dessas histórias de amor? Como as mudanças da ilha afetaram as vidas de suas famílias?


Muitos não se interessam por política, mas, querendo ou não, o que acontece em nosso país reflete em nosso dia a dia. O que acontece no governo de Cuba, por exemplo, se reflete em várias famílias que moram por lá e das quais se sustentam de acordo com a ajuda e a união de pessoas próximas. O documentário 20 Anos é mais do que reconstituir a vida de algumas dessas famílias, como também conhecer a verdadeira cara de Cuba. Dirigido por Alice de Andrade, a obra é um retorno a um antigo projeto da diretora, onde no passado ela havia feito um curta documentário chamado Lua De Miel em 1992, onde mostrava o ritual socialista do casamento através de três casais. Vinte anos depois ela retorna a ilha para se reencontrar com essas famílias e ver como elas passaram ao longo desses anos. Ao mesmo tempo a diretora registra as mudanças graduais que a própria Cuba passa, uma vez que surgem as reformas econômicas do governo e abertura do país, após o restabelecimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos. 
Ao fazer uma forte ligação entre o seu antigo curta e o seu mais recente longa, Alice de Andrade cria uma verdadeira janela do tempo, onde testemunhamos esses casais no início da década noventa e onde eles não escondem em seus rostos o entusiasmo e as expectativas com relação a um futuro melhor. Ao vermos, então, eles mais velhos e testemunhando eles próprios se vendo jovens na tela, nos damos conta que as marcas do tempo não fizeram com que eles recuassem em alcançar os seus ideais, mesmo com as promessas do governo que, na maioria das vezes, nunca vieram exatamente acontecer. Após esse reencontro de vários anos, Alice Andrade decide registrar o percurso dessas pessoas durante mais cinco anos e que, além de filmar a luta de todos durante o dia a dia, testemunha também as mudanças em que a ilha vai passando no seu devido tempo.
A velhice vista no olhar e nos rostos dos personagens centrais se correspondem com os próprios prédios e ruas de Cuba. Se durante a década de noventa aquela realidade isolada do mundo era vista como um local onde o tempo parou, os últimos cinco anos vistos na tela mostram a mudança gradual que a ilha foi passando e mostrando os sinais do capitalismo e cultura vinda de fora já impregnando o ambiente familiar daquelas famílias. Porém, elas não possuem a ilusão de que as coisas possam melhorar sozinhas e, portanto põe em pratica o lado socialista do qual tanto eles aprenderam ao longo dos anos em ajudar uns aos outros.
Em contra partida, alguns tentam a sorte no outro lado do oceano, seja em Miami ou na Costa Rica. Seria uma forma de não só mudar de vida, como também realizar sonhos pessoais e ajudar a família mesmo na distância. Bom exemplo disso é testemunharmos o amadurecimento de uma das filhas de um dos casais centrais, que participa nas aulas instrumentais e tendo o objetivo de participar da tão sonhada orquestra musical.
Porém, Alice de Andrade se aprofunda ainda mais na questão socialista dentro de Cuba, ao ponto de vermos inúmeros personagens em tempos diferentes e na sua luta pelo dia a dia. Se por um lado vemos o homem do campo que se sustenta com plantas das mais diversas para a venda, por outro lado, vemos jovens que lutam pela extensão de áreas culturais e lazeres para os jovens desfrutarem um pouco de felicidade. Momentos distintos, mas que representam o melhor de uma ideia da qual os demais países capitalistas não conseguem entender e ficam presos nas suas engrenagens movidas pelo dinheiro. 
20 Anos é um retrato de um povo movido pelo que tem e pelos sonhos dos quais bastam um esforço para serem então alcançados. 

Onde assistir: Cinebancários. Rua General Câmara, nº424, Centro de Porto Alegre. Horário: 17horas.    



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