Sinopse: Um casal se prepara para a chegada de sua primeira filha e
compra para ela uma boneca. Quando sua casa é invadida por membros de uma
seita, o casal é violentamente atacado e a boneca, Anabelle, se torna
recipiente de uma entidade do mal.
Em
1968, Roman
Polanski havia dirigido O Bebê de Rosemary (segunda parte de sua “trilogia dos
Apartamentos”, iniciada com Repulsa do Sexo e encerrada em O Inquilino), em
que uma mulher grávida (Mia Farrow) suspeita da possibilidade de dar a luz ao
próximo anticristo. A esposa do diretor, Sharon Tate (que estava grávida de
oito meses do primeiro filho do casal) foi assassinada brutalmente numa seita
demoníaca no dia 9 de agosto de 1969 por integrantes da Família Manson,
liderada por Charles Manson, num dos mais famosos e bárbaros crimes da história
criminal dos Estados Unidos. Portanto, assistir o início do filme Annabelle me fez recordar desses eventos ocorridos no final dos anos 60 com
Polanski, sendo que aquela época estranhamente havia muitos casos parecidos e que
ainda hoje são inexplicáveis.
Derivado do grande
sucesso de público e critica que foi Invocação do Mal, a figura da boneca Annabelle já naquele
filme demonstrava potencial para estrelar um longa metragem só seu e embora não seja
dirigido pelo mesmo cineasta, John R. Leonetti pelo visto fez sua lição de casa
e aprendeu com James Wan (Sobrenatural 1 e 2) como se faz um bom filme de
terror como se fazia antigamente. É claro que os fãs da obra de Wan sentiram
muita saudade do simpático casal paranormal do filme anterior, interpretados
respectivamente por Vera Farmiga e Patrick Wilson. Porém, se os atores Annabelle
Wallis (você leu direito sim) e Ward Horton por um lado não superam os seus
antecessores, por outro também não atrapalham o resultado final.
Interpretando um
casal recém casado, ambos estão esperando o nascimento de sua filha. Ao mesmo tempo
surge em suas vidas uma boneca parecida com que a esposa tinha no passado. Em
meio a isso, (meio que sem querer), acabam testemunhando um crime
bárbaro e que remete aos casos de seitas demoníacas que rolavam no final dos
anos 60.
Os minutos iniciais
do filme já dão uma bela dica do que estará por vir e os fãs de Invocação do
Mal não ficaram nenhum pouco decepcionados. Pode-se dizer que todas as
formulas de sucesso vistas no filme anterior estão lá: cadeiras se mexendo,
portas rangendo, sequências de cenas sem cortes, vultos em corredores e luz e sombras
brincando com a expectativa do cinéfilo que assiste. Tudo isso muito bem moldurado em
cenas que não há apelação nenhuma aos efeitos visuais e tão pouco ao sangue.
Pode-se dizer que os
mais recentes filmes de terror estão recorrendo a fórmulas antigas de como se
fazia uma obra desse gênero e pelo visto, velhos métodos sendo bem dirigidos
nunca se desgastam. Pegamos um belo exemplo da cena da maquina de costura que
entre corta com a cena da cozinha: o diretor foca o dedo da protagonista e a
agulha em movimento e mesmo a gente sabendo que ela vai se machucar, a tensão
começa a correr em nossas veias, pois a montagens de cenas muito bem dirigidas
faz a diferença.
Mas
quem espera a famigerada boneca sendo vista durante o tempo todo em cena pode
se decepcionar um pouco. O caso que ela
é apenas um fantoche (ou recipiente) ou simplesmente um cartão de visitas, para
a vinda de forças sobrenaturais que ficam em volta do casal e do seu bebê o
tempo todo. Claro que quando ela surge simplesmente rouba a cena e sua presença
já está mais do que registrada na
galeria de monstros dos filmes de terror de qualidade.
Claro
que nada é perfeito, sendo que o ato final passa a sensação de que tudo foi
corrido demais para solucionar os conflitos trama. Isso sem contar o fato de já
termos uma ideia sobre o destino da boneca, pois quem já viu Invocação do Mal,
sabe que essa trama é anterior aquela historia. Apesar desses deslizes,
felizmente o saldo é mais positivo do que negativo.
Com elenco que conta ainda com as participações de Alfre Woodard, Tony
Amendola e Eric Ladin, Annabelle veio aterrorizando e cumprindo o que promete.
Mas caso aja mais sequências, é para torcer para que ela não caia na vala de continuações
dispensáveis como aconteceu com a sua cara metade Chucky.
NOTA: Abaixo posto a foto da real boneca Annabelle, que se encontra até hoje na casa do casal Lorraine e Ed Warren. Embora seja um tanto que diferente da boneca vista nos filmes, não quer dizer que seja menos estranha.
Leia também: Minha critica sobre Invocação do Mal.
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3 comentários:
Esse filme tá dando uma repercussão danada... fiquei sabendo mais porque vi uma pegadinha feita com a boneca no YouTube. Sinceramente, eu adorava filmes de terror, mas hoje evito. Não pretendo assistir não...rs
Ai querida, é só um filme e portanto não tem que ter medo, mas somente curtir o momento.
Ai querida, é só um filme e portanto não tem que ter medo, mas somente curtir o momento.
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