No dia 11 de Outubro
eu estarei me encaminhando para minha 40ª participação nos cursos do Cena Um. Na
próxima aula o tema será “Cinema Coreano: Ousadia, Estilo e Inovação” que será
ministrado pelo ator, diretor, produtor executivo na área teatral e pesquisador
e estudioso do cinema asiático Sandro Schmitz dos Santos. Enquanto o dia da
atividade não chega, por aqui eu estarei postando sobre os filmes que eu assisti
desse cinema inovador e corajoso que estourou no início do século 21.
PARK CHAN-WOOK E SUA TRILOGIA VINGATIVA:
MR. VINGANÇA
Sinopse: Ryu (Shin Ha-Kyun) é
surdo-mudo. Sua adorada irmã precisa com urgência de um transplante de rim. Na
ausência de doadores compatíveis, Ryu recorre ao mercado negro, mas é
trapaceado e perde todas suas economias, bem como o próprio rim. Ryu então é
convencido por sua namorada a seqüestrar a filha de 4 anos do empresário
Dong-Jin (Song Kang-Ho) para custear a cirurgia de transplante. Mas o seqüestro
não funciona como esperado: a irmã de Ryu se suicida e a menina raptada morre
afogada. Sem outros motivos para viver, Dong-Jin e Ryu vão preparar implacáveis
planos de vingança um contra o outro.
Iniciando a trilogia
sobre vingança, o filme trata de vários aspectos além de simplesmente a
vingança única e claramente, pois faz uma crítica ao tráfico de órgãos, seqüestro
e como uma pessoa pode vir a fazer o impensável para ajudar um ente querido.O
interessante no roteiro de Wook-Park é a criatividade, não vista só nesse filme
mas em todos os outros da “série”.
Percebe-se que não só um personagem procura vingança nos três filmes. Enfim, o filme tem uma direção ótima para um diretor “estreante” no cinema mundial e consegue não só passar cada protagonista como sendo um mero personagem, mas sim cada um como sendo individualmente um ser a ser explorado mostrando suas emoções durante o filme.
Percebe-se que não só um personagem procura vingança nos três filmes. Enfim, o filme tem uma direção ótima para um diretor “estreante” no cinema mundial e consegue não só passar cada protagonista como sendo um mero personagem, mas sim cada um como sendo individualmente um ser a ser explorado mostrando suas emoções durante o filme.
OLDBOY
Sinopse: 1988. Oh
Dae-su (Choi Min-sik) é um homem comum, bem casado e pai de uma garota de 3
anos, que é levado a uma delegacia por estar alcoolizado. Ao sair ele liga para
casa de uma cabine telefônica e logo em seguida desaparece, deixando como pista
apenas o presente de aniversário que havia comprado para a filha. Pouco depois
ele percebe estar em uma estranha prisão, que na verdade é um quarto de hotel
onde há apenas uma TV ligada, no qual recebe pouca comida na porta e respira um
gás que o faz dormir diariamente. Através do noticiário da TV ele descobre que
é o principal suspeito do assassinato brutal de sua esposa, o que faz com que
tente o suicídio. Sem obter sucesso, ele passa a se adaptar à escuridão de seu
quarto e a preparar seu corpo e sua mente para sobreviver à pena que está sendo
obrigado a cumprir sem saber o porquê.
A ‘escola Tarantino’
ultrapassou fronteiras e chegou à Coréia do Sul no início do século 21. “OldBoy” é uma das melhores
produções que lembram o estilo do diretor norte-americano. Vingança, submundo e
muita violência são os ingredientes deste longa ousado, perturbador e espetacularmente
subversivo.
O longa tem uma linha narrativa independente e não precisa de seu antecessor para o entendimento da história. “OldBoy” é um ‘soco na mente’ do espectador. A começar pelo ótimo roteiro baseado em um mangá japonês que é repleto de mistério, reviravoltas e violência, tanto física como psicológica.
A trama, que lembra o conceito de “1984” e a subversão de “Laranja Mecânica”, expõe o sentimento humano à ambigüidade, à represália e à insanidade e de uma forma densa, dramática e amorosamente desesperançosa. A boa fotografia, que faz da opressão algo artístico, e a atmosfera underground ditam o ritmo do longa até o clímax surpreendente e fazem o espectador apreciar uma das experiências mais perturbadoras do cinema. Destaque para a antológica cena de luta em um estreito corredor filmado em plano-sequência.
O longa tem uma linha narrativa independente e não precisa de seu antecessor para o entendimento da história. “OldBoy” é um ‘soco na mente’ do espectador. A começar pelo ótimo roteiro baseado em um mangá japonês que é repleto de mistério, reviravoltas e violência, tanto física como psicológica.
A trama, que lembra o conceito de “1984” e a subversão de “Laranja Mecânica”, expõe o sentimento humano à ambigüidade, à represália e à insanidade e de uma forma densa, dramática e amorosamente desesperançosa. A boa fotografia, que faz da opressão algo artístico, e a atmosfera underground ditam o ritmo do longa até o clímax surpreendente e fazem o espectador apreciar uma das experiências mais perturbadoras do cinema. Destaque para a antológica cena de luta em um estreito corredor filmado em plano-sequência.
LADY VINGANÇA
Sinopse: Aos 19 anos
Lee Geum-Ja (Lee Yeong-Ae) é condenada a 13 anos de prisão pelo seqüestro e
assassinato de um menino de 6 anos. Ela está acobertando o verdadeiro culpado,
seu namorado e professor Sr. Baek (Choi Min-Sik). Quando descobre que está
sendo traída, Geum-Ja passa todo o seu tempo na cadeia preparando uma vingança
para o ex-amante. Treze anos depois ela sai da cadeia e, com a ajuda de algumas
ex-colegas da prisão, encontra Srr. Baek e põe em prática seu minucioso plano.
Fechando a trilogia
da vingança, os momentos mais fortes de Lady Vingança são aqueles que você
simplesmente não vê. É o poder da sugestão no cinema e a confiança do diretor
na platéia. A violência neste filme é sufocante, mas quase nunca revelada. E
ainda assim, muita gente não consegue olhar para a tela. E talvez, o cinema
jamais tenha sido tão contundente ao denunciar crimes contra crianças. Não há
banalização da violência, mas o cineasta não deixa de mostrar como a mídia se
encarrega disso. O que também impressiona em Lady Vingança é como Park
Chan-Wook consegue extrair beleza e sensibilidade de um tema tão difícil.
Provavelmente, o filme nunca teria saído deste jeito se fosse bancado por um
estúdio de Hollywood.
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