Nos dias 24 e 25 de Outubro eu estarei me encaminhando para
minha 40ª participação nos cursos do Cena Um. Na próxima aula o tema será sobre
o gênero Noir, que será ministrado pelo Doutor de Cinema Fernando Mascarello.
Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu estarei postando sobre os
filmes que eu assisti desse cinema inovador, corajoso para a época e que se não
fosse por eles, não existiria filmes como Pulp Fiction ou Sin City.
CREPÚSCULO DOS DEUSES
sinopse: No início um
crime é cometido e uma voz em off começa a narrar que tudo começou quando Joe
Gillis (William Holden), um roteirista fugindo de representantes de uma
financeira que tentava recuperar o carro por falta de pagamento e se refugia em
uma decadente mansão, cuja proprietária, Norma Desmond (Gloria Swanson), era
uma estrela do cinema mudo. Quando Norma tem conhecimento que Joe é roteirista,
contrata-o para revisar o roteiro de Salomé, que marcaria o seu retorno às
telas. O roteiro era insuportável, mas o pagamento era bom e ele não tinha o
que fazer. No entanto, o que o destino lhe reservava não seria nada agradável.
Hollywood é alvo
direto desse filme, onde se faz uma verdadeira critica a essa indústria do
entretenimento, onde deixa a carreira da pessoa no auge, mas depois o mastiga e
deixa ao esquecimento. Isso o que acontece com os personagens principais da
trama, principalmente para Norma Desmond, interpretada magistralmente pela
atriz Gloria Swanson, que curiosamente tem algo de muito em comum com a
personagem, já que ambas eram da época do cinema mudo e foram esquecidas com o
tempo. Sempre quando a atriz surge com o seu personagem ela simplesmente rouba
a cena, com jeito de louca excêntrica e ao mesmo tempo esperançosa, acreditando
completamente que irá voltar a fazer filmes.
Destaco também a
convincente interpretação de William Holden, no modo como ele vai sendo
envolvido por Norma é fabuloso. Talvez o único defeito do filme seja um pouco
sua previsibilidade, mas o diretor em nenhum momento se mostra interessado em
esconder o que vai acontecer, principalmente pelo início do filme, que já cria
todo o clima pesado que a história proponha e já prepara o público para algo
pior (o filme começa pelo final), que está por vir. O grande trunfo da história
está mesmo no seu desenvolvimento perfeito e na denúncia grave do lado podre de
Hollywood, que Wilder já enxergava bem à frente de seu tempo.
Fato curioso também é
a participação do personagem, o empregado Max, interpretado pelo ator e diretor
Erich von Stroheim, ele foi por algum tempo diretor de filmes mudos, mas acabou
fracassando na carreira. O diretor Wilder o chamou para ser o mordomo da
personagem e curiosamente tanto o passado do personagem como do ator na vida
real ambos tem muito em comum.
Claro que todo bom
clássico tem suas cenas clássicas, destaco o inicio, onde vemos o personagem de
William Holden já morto na piscina e começa a contar a sua historia do porque
estar ali. O espectador, é claro, é pego imediatamente pela previsibilidade,
sabendo que o protagonista da trama irá morrer no final, mas como ele chega
ali? Porque foi morto? Essas perguntas e mais outras são respondidas ao longo
da projeção até o seu epilogo final, que é trágico, triunfante e talvez, para
mim, uma das imagens mais perturbadoras que eu já vi na historia do cinema.
Como prova de que como Wilder era um diretor a frente do seu tempo e corajoso,
pois simplesmente estava dando uma mordida na mão que o alimentava com esse
filme.
Antes que eu me
esqueça, uma curiosidade: Cecil B. DeMille diretor de grandes épicos como Os
Dez Mandamentos, fez uma participação especial como ele mesmo, na parte onde
ele está filmando em estúdio o filme Sanção e Dalila e acaba recebendo a visita
da Norma Desmond, acreditando que ele lhe dara uma nova chance para retornar ao
cinema.
Enfim, assim como
Cidade dos Sonhos (2001), Wilder criou uma obra máxima que mostra todo esse
lado podre de Hollywood, e por mais que alguns quisessem que o filme caísse no
esquecimento, o publico e a critica jamais se esqueceu dessa obra máxima que
colocou o dedo no nariz e disse: "Você me da tudo e depois tira tudo de
mim"... Essa para mim é a melhor frase que o filme diz ao espectador que
assisti essa obra inesquecível,
deslumbrante e arrebatador.
A MARCA DA MALDADE
Sinopse: Ao
investigar um assassinato, Ramon Miguel Vargas (Charlton Heston), um chefe de
polícia mexicano em lua-de-mel em uma pequena cidade da fronteira dos Estados
Unidos com o México, entra em choque com Hank Quinlan (Orson Welles), um
corrupto detetive americano que utiliza qualquer meio para deter o poder.
Visão crua de um
mundo corrupto e racista das cidades fronteiriças, baseada no romance de Whit
Masterson. Complexo e instigante, um filme com vários subtemas, sendo que um
deles relacionado a uma gangue de narcóticos, cujo chefe é representado pelo
ótimo Akim Tamiroff. Musica notável de Henry Macini e fotografia antológica de
Russel Metty. Preste atenção na maravilhosa entrada de Marlene Dietrich e as
aparições não creditadas de Joseph Cotten e Mercedes McCambridge. Tendo se
tornado apenas um relativo sucesso na época, o filme rapidamente se tornou um
Cult ao longo dos anos.
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