Sinopse: Varsóvia, Polônia.
Após deixar o mundo do crime, Michal (Wojciech Zielinski) consegue recomeçar do
zero e levar uma vida honesta. Ele é casado com a bela Magda (Natalia Rybicka),
acabou de ser pai e agora cuida dos negócios de sua própria empresa. Porém,
Michal se vê assombrado por seu passado clandestino. A máfia o jurou de morte
às vésperas do batizado de seu filho e ele terá de se proteger antes que seja
tarde demais.
Assistir ao filme O Batismo se exige
certa atenção por parte do cinéfilo que for assistir. No início da trama temos
um rapaz chamado Janek, que por pouco não morre de afogamento, mas é salvo graças
ao seu melhor amigo chamado Michal. Corta essa sequência e temos a seguir o
mesmo Michal correndo no que parece ser os trilhos de um trem, mas é pego e
espancado sem dó pela policia.
Nestas duas sequências
inicias da trama, fica a dúvida do por que Janek ter quase morrido na água ou
do por que Michal ter sido pego pela justiça. São raras as oportunidades de nós
assistirmos um filme vindo da Polônia, mas quando vem é para não ser esquecido
e O Batismo é um belo exemplo disso. Interessante observar que nesse primeiro
ato não é muito explicando o que é jogado na tela, mas aos poucos vamos
compreendendo e comprando a ideia sobre o que se passa naquele universo particular
dos personagens.
Na trama os anos se passam e
Michal se torna bem sucedido, sendo um vendedor de janelas, casando com uma
linda mulher chamada Magda e se tornando pai de um bebê. Por sua vez Janet surge
como um veterano (e meio atormentado) do exército que chega para vê-los, mas é
surpreendido ao ser convidado para ser padrinho do recém nascido e que será batizado
daqui a sete dias. Contudo, existe algo de pesado no ar no momento que Janet ressurge,
dando a entender que algo de ruim está prestes a acontecer.
A partir daí, o filme se
divide em capítulos, representando os dias antes do batismo. Em meio a isso, o
filme se transforma, revelando o submundo da máfia Polonesa que demonstra não
ter dó, tanto com relação as suas vitimas, como também para os olhos dos
cinéfilos que assiste. Com a máfia em cena, o passado nebuloso da dupla de
amigos é descascado gradualmente para nós, revelando o lado sombrio de cada um
e como isso afetará fisicamente e psicologicamente ambos.
O cineasta Marcin Wrona
surpreende ao não criar somente um retrato violento sobre a máfia daquele país,
como também um mosaico sobre questões como amizade, irmãos não de sangue,
fidelidade, família e a busca pela redenção, mesmo quando ela parece que não
vem. Tudo isso moldado por uma fotografia azulada, fria e que sintética aquele
mundo falsamente seguro perante o horror. O jovem elenco é outro ponto certeiro
para a qualidade positiva do filme, pois os seus olhares e expressões já dizem
tudo que nós precisamos saber e somente isso já é grande feito.
Com um ato final que mais parece uma
via-crúcis
dos personagens centrais, O Batismo pode até possuir uma realidade um tanto que
distante da nossa, mas que nos faz compreender as ações da dupla central e não
querer julgá-los pelas escolhas que tomaram.
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