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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Cine Dicas: Em Cartaz: Sueño Florianópolis e A misteriosa morte de Pérola



Confiram abaixo quais são as duas ótimas opções que se encontram em cartaz no Cinebancários de Porto Alegre.  

Sueño Florianópolis

Sinopse:Buenos Aires, Argentina, verão de 1990, Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia (Mercedes Morán), separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com seus dois filhos adolescentes rumo ao litoral Sul do Brasil. Motivados pelo câmbio favorável, caem na estrada em um Renault 12, sem ar-condicionado, e viajam 1.750 km até Florianópolis (Santa Catarina). Juntos, porém separados, conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa (Andrea Beltrão). Pouco a pouco vão descobrindo qual é o sonho de cada um.

Foi-se o tempo de rixas entre Brasil e Argentina. Numa época em que o conservadorismo político tenta frear certos avanços alcançados, é sempre bom ver como o cinema lança uma proposta da “boa vizinhança” entre os povos e que possuem mais em comum do que nós imaginamos. Sueño Florianópolis procura discutir a relação familiar dos tempos contemporâneos em meio ao encontro de culturas diferentes, mas que podem aprender algo em comum de ambas as partes.
Dirigido por Ana Katz (Minha Amiga do Parque), o filme acompanha a viagem de uma família argentina indo em direção ao litoral Sul do Brasil. Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia (Mercedes Morán), separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com seus dois filhos adolescentes e para ver se conseguem se reconciliar na relação. Durante a viagem conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa (Andrea Beltrão) e desse encontro fará com que a família argentina desfrute de experiências significativas nessa nova fase da vida.
Embora traga alguns assuntos espinhosos para a trama, Ana Katz tem a proeza de tratar tudo de uma forma mais delicada, para que todos que forem assistir possam, ao menos, se identificar em alguns momentos durante a história. Aqui não há lugar para estereótipos negativos com relação aos brasileiros ou argentinos, mas sim vemos pessoas comuns com a chance em descobrir uma nova cultura, mas cujas diferenças ficam, por vezes, só na língua. Transitando entre humor e o drama, o filme nos passa uma sensação gostosa durante a sessão, fazendo até mesmo a gente se relembrar de nossas próprias viagens do mundo real e nos identificando com situações familiares vistas nesta ficção.
Embora Marco Ricca e Andrea Beltrão tenham presenças fortes em cena, principalmente pelo fato de seus respectivos personagens movimentarem, mesmo que indiretamente, a história, Gustavo Garzón e Mercedes Morán são os verdadeiros corações do longa. Aliás, os seus respectivos personagens dão de encontro com as nossas perspectivas com relação a um casal em crise, onde ambos demonstram total amadurecimento, sejam com relação à fidelidade, ou com relação na forma ao discutir certos assuntos em família. Em tempos de hoje, onde cada vez mais a família tradicional brasileira vive só pelas aparências, essa família hermana, ao menos, nos diz de que maneira se podem manter os laços familiares em meios as diversidades e a crises da vida.
Com um final em aberto com relação ao futuro, Sueño Florianópolis nos brinda com uma pequena e agradável experiência cinematográfica, da qual nos dá um pouco de frescor ao sairmos da sessão de cinema e fazer a gente esquecer um pouco das adversidades da vida.
     
A misteriosa morte de Pérola

Sinopse:Um suspense sobre uma jovem estudante que deixa seu país, casa e namorado para estudar arte em uma cidade francesa. Ela mora sozinha em um belo,porém sombrio e antigo apartamento, onde os quadros a encaram e as portas parecem ter vida própria. Ela está solitária, e lentamente perde-se em nostalgia e medo, fundindo sonhos, fantasia e realidade.
Roman Polanski (O Pianista) realizou durante os anos 60 e 70, a sua “trilogia do Apartamento”, onde foi formada por títulos como Repulsa do Sexo(1965), O Bebê de Rosemary(1968) e fechando com O Inquilino(1976), sendo que esse último foi estrelado pelo próprio. Embora o segundo nos passe, aparentemente, uma trama do gênero sobrenatural, os três filmes tem em comum por explorarem os significados de uma mente perturbada e se criando o subgênero intitulado “terror psicológico” que fez escola e que pode ser visto em outros títulos como, por exemplo, Cisne Negro (2009), de Darren Aronofsky. A misteriosa morte de Pérola segue essa tendência, ao criar um filme obscuro dentro de um apartamento, onde se explora os significados da solidão e as peças que elas nos impõem e gerando certa aflição.
Dirigido pelo casal Guto Parente & Ticiana Augusto Lima, o filme conta a história de uma jovem (a própria Ticiana Augusto Lima) que decide abandonar família, namorado e estudar arte na França. Ela se hospeda em belo, porém, sombrio apartamento, do qual possui inúmeras pinturas fascinantes, porém, peculiares. Não demora muito para que sonhos, delírios e realidade acabem se chocando no decorrer da obra.
Pelo fato da trama se localizar na França, os realizadores já prestam aqui uma homenagem explicita ao clássico de horror francês Os Olhos Sem Rosto (1960) Georges Franju que, por sua vez, serviu também de inspiração para o filme A Pele que Habito (2011) de Pedro Almodóvar. Até aqui, se percebe que o casal bebeu muito da fonte do gênero de horror para a realização do seu filme. A diferença, entretanto, está no fato da sua obra ser bem experimental, quase amadora, o que faz com que ela tenha, então, vida própria.
Ao optarem por uma fotografia muita escura, o cinéfilo acaba por exigir de si mesmo uma total atenção, já que os cenários do ambiente escondem diversas figuras misteriosas e das quais nos faz se perguntar de suas reais naturezas. Ao mesmo tempo, a protagonista transita entre a solidão e apreensão, onde tenta a todo modo ter contato com o exterior, mas não aliviando a sensação de estar sendo observada. A transição entre realidade e o sobrenatural(?) flui sem aviso e fazendo com que o cinéfilo tenha atenção cada vez mais em dobro, pois muito que acontece na tela pode não ser algo que nós imaginávamos num primeiro momento.
Do segundo para o terceiro ato final, o filme se dirige para algumas soluções pelo que foi apresentado até aquele momento, mas gerando, aparentemente, mais dúvidas do que respostas para nós. Aliás, como a palavra experimental dá as ordens por aqui, o terceiro ato se encerra com epílogo imprevisível, onde irá dividir a opinião da crítica e do público. Contudo, isso não diminui a experiência de assistir a um filme experimental e que não se envereda para nenhum momento pelo lado convencional. 
A misteriosa morte de Pérola é um filme experimental, do qual irá conquistar aqueles que procuram algo um pouco mais original e que não consiga cair na vala comum.

Onde assistir: Cinebancários: Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre: Horários:  Sueño Florianópolis: 15h e 19h. A misteriosa morte de Pérola: 17h.

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2 comentários:

RSS disse...

O filme Argentino me deu vontade de ver mas os de morte, suspense estão tão bem contados que já me deu medo na sinopse!

Marcelo Castro Moraes disse...

Assista os dois se puder pois são bons em suas propostas.