Sinopse: Os 60 anos de
carreira de um dos maiores nomes do cinema nacional, narrados por ele mesmo. A
história do jovem estudante de teatro, que iniciou sua carreia no cinema
através pequenos papéis nas icônicas pornochancadas e se consagrou como ator no
Cinema Novo. Através de imagens raras disponibilizadas por artistas que
compartilharam de sua trajetória, o ator e diretor é visto pela primeira vez de
maneira transparente, sem apelos publicitários.
Devo muito o meu
conhecimento com relação ao cinema brasileiro graças à extinta
rede Manchete, já que aos sábados de vários anos atrás passavam duas sessões do
cinema brasileiro a noite. Dentre essas inúmeras exibições conheci o clássico “Vá trabalhar, Vagabundo”, escrito, dirigido e estrelado por Hugo Carvana, do qual
a imagem do seu personagem malandro encantou inúmeras gerações de cinéfilos. Eis
que chegamos ao documentário Carvana: Como se faz um Malandro, obra que não fala somente sobre esse ilustre
talento, como também fala um pouco do nosso cinema brasileiro.
Dirigido por Lulu Corrêa, amiga e diretora assistente de Hugo durante a sua carreira, o documentário destrincha os principais, sucessos, tropeços e redenções de Hugo Carvana nos seus sessenta anos de carreira artística dentro do cinema. De uma forma bem humorada, a obra é construída através de inúmeras imagens, desde aos filmes clássicos estrelados por ele, como também cenas de arquivos dos bastidores. Tem-se, então, um mosaico que reconstitui, tanto a sua carreira, como também sobre as várias fases do nosso próprio cinema.
Dirigido por Lulu Corrêa, amiga e diretora assistente de Hugo durante a sua carreira, o documentário destrincha os principais, sucessos, tropeços e redenções de Hugo Carvana nos seus sessenta anos de carreira artística dentro do cinema. De uma forma bem humorada, a obra é construída através de inúmeras imagens, desde aos filmes clássicos estrelados por ele, como também cenas de arquivos dos bastidores. Tem-se, então, um mosaico que reconstitui, tanto a sua carreira, como também sobre as várias fases do nosso próprio cinema.
Rodado poucos meses
antes de falecer em 2014, o documentário propõe a nos mostrar as inúmeras faces do
interprete, desde o auge de sua juventude e vigor, como também de sua imagem envelhecida,
mas que nunca perdeu a sua ginga brasileira. Carvana foi, talvez, um dos muitos
atores e cineastas que criou a sua carreira através da persistência, já que se
fazer cinema brasileiro, principalmente nos tempos de chumbo, requeria teimosia
e malandragem. Foi através desses ingredientes que Carvana foi seguindo em frente e testemunhando as mudanças que o nosso país e o cinema foi enfrentando ao longo do tempo.
Assim como outros
documentários recentes como, por exemplo, Guarnieri, do qual fala sobre outro grande interprete que foi Gianfrancesco Guarnieri, Carvana propõe a
criar uma linha do tempo sobre o cinema brasileiro, desde as cenas de clássicos
estrelados pelo interprete, como também cenas de arquivos da TV e dos jornais.
Com um posicionamento político, Carvana esteve em meio a inúmeros momentos históricos
de nosso país, desde ao golpe de 1964 que todos nós sofremos como também os tempos redemocratização.
Com isso, o documentário sintetiza tanto o auge como também as quedas do nosso
cinema, principalmente com relação ao início governo Collor e do qual extinguiu
a Embrafilme e sepultou o nosso cinema brasileiro por, ao menos, cinco anos.
Portanto, é simbólico
quando surge em cena o seu personagem Dino do clássico Vá Trabalhar, Vagabundo,
já que ele seria uma representação da resistência perante tempos em que a
cultura cinematográfica brasileira resiste perante os golpes, preconceitos e percalços
a todo momento. Até os seus últimos momentos de vida, Hugo Carvana trabalhou
como ninguém, pois não sabia fazer outra coisa, a não ser fazer o seu bom
cinema. Carvana: Como se faz um Malandro é documentário sobre a persistência do cinema brasileiro para
não morrer, já que malandragem, assim como um belo drible, sejam talvez as únicas
formas de fazer a nossa arte sobreviver.
Onde assistir: Sala Norberto Lubisco: R. dos Andradas, 736 - Centro Histórico, Porto Alegre - RS. Horário: 17h
Siga o Clube de Cinema de Porto Alegre através das redes sociais:
Facebook: www.facebook.com/ccpa1948
twitter: @ccpa1948
Instagram: @ccpa1948
Nenhum comentário:
Postar um comentário