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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 15 de novembro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Com Amor e Fúria'

NOTA: Filme exibido para os associados no último Sábado (12/11/22).   

Sinopse: A vida de uma mulher fica fora de controle quando ela se envolve em um intenso triângulo amoroso. 

Os cineastas autorais possuem certa predileção em usar determinado interprete e fazer dele o seu álter ego em seus respectivos filmes. Belo exemplo é no caso de Claire Denis, que nos últimos tempos decidiu fazer de Juliette Binoche a sua musa em suas últimas obras, que vai desde "Deixe a Luz do Sol Entrar" (2017) para a ficção "High Life" (2018). Agora, ambas retornam a parceria em "Com Amor e Fúria" (2022), filme que fala sobre a complexidade dos relacionamentos contemporâneos e que nos levam em um percurso indefinido.

Na trama, Juliette Binoche interpreta Sarah, que possui um relacionamento estável e feliz com Jean (Vincent Lindon). Porém, do passado surge François (Grégoire Colin), que oferece um emprego para Jean que se encontra desempregado e tendo dificuldade de contato com o seu filho que é cuidado pela avó (Bulle Ogier). Ao mesmo tempo, descobrimos que Sarah tinha um relacionamento com François no passado e fazendo despertar nela novamente o desejo de reencontra-lo.

Juliette Binoche possui o dom de carregar para si uma espécie de doçura, mas que ao mesmo tempo carregada de uma certa selvageria e da qual ela libera de acordo com os tipos de personagem que ela interpretou ao longo da carreira. Com Claire Denis ela consegue nos passar uma complexidade ainda maior, pois acredito que ambas compartilham de sentimentos similares e fazendo com que na tela eles se alinhem. Sua personagem Sarah transita entre a razão e o desejo incontrolável em retornar para o seu amante, mas tendo a consciência das consequências que irão vir em seguida caso caia nesta rede.

Como todo bom filme francês recente, ele possui uma certa carga política com relação em alguns assuntos, que vai desde a extrema direita que anda avançando pelo mundo, como também com relação ao preconceito aos imigrantes que perdura até nos dias de hoje. Neste último caso isso serve como subtrama com relação ao filho de Jean, do qual tenta se encontrar no mundo, mas que para isso precisa da presença do pai para obter determinado caminho. Brilhantemente interpretado por Vicent Lindon, Jean não é inocente com relação a realidade em sua volta, tanto no fato de ter a consciência de não conseguir educar o seu filho, como também na possibilidade de sua esposa se encontrar ainda presa ao passado.

O filme brilha não somente pela direção segura da cineasta, como também ao fato do seus interpretes conseguirem elevar os seus respectivos personagens em novos patamares na medida em que a trama avança e fazendo com que cada um revele uma nova faceta. Porém, esses sentimentos sempre estiveram ali, mesmo que reprimidos, uma vez que eles não fazem desses personagens bons ou ruins, mas sim somente seres humanos que cada vez mais se encontram envolvidos por sentimentos e desejos que nem ao menos eles entendem como chegaram a tal ponto. Sarah, por exemplo, está cansada de esconder os seus desejos, mas ao mesmo tempo demonstrando o interesse de recomeçar a vida do zero e bater as azas uma vez que ela nunca antes havia obtido tal feito.

O ato final reserva momentos conflitantes e até mesmo de puro suspense, já que revelações são colocadas a prova, palavras dolorosas são ditas ao vento e levando os personagens a um caminho cada vez mais nebuloso. Ao final da projeção nos sentimos esgotados, já que nos identificamos com os personagens logo de imediato e fazendo a gente se perguntar se agiríamos do mesmo jeito. Um filme que exala um alto grau de verossimilhança com relação aos sentimentos humanos em tempos de hoje indefinidos.

"Com Amor e Fúria" vemos os protagonistas transitarem entre o amor e a desilusão, pois os contos de fadas de antigamente não se encaixam mais em uma realidade em que os sentimentos humanos estão sempre em mutação. 


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