Sinopse: 1992. Os Jovens Baumann, últimos herdeiros de uma prestigiosa família de Santa Rita d’Oeste, sul de Minas Gerais, desapareceram sem deixar vestígios. 2017. Uma caixa com fitas VHS é encontrada, contendo registros caseiros de seus últimos momentos, durante suas férias na fazenda da família.
O gênero found footage (ou filmes perdidos) é um subgênero que se tornou notório a partir do clássico de horror explicito "Holocausto Canibal" (1980). Porém, ganhou força maior a partir de 1999 com o filme "A Bruxa De Blair" e que fez muitas pessoas na época acreditarem que as cenas eram realmente verídicas. "Os Jovens Baumann", por sua vez, surpreende ainda mais pelo seu realismo e sintetizar o que foi aqueles tempos longínquos.
Dirigido pela estreante Bruna Carvalho Almeida, a trama se passa em em 1992, em um encontro de família nas férias de verão. Toda a geração mais jovem de herdeiros da família Baumann desaparece misteriosamente. Através de fotos da viagem e registros em vídeo recém descobertos, reconstrói-se os últimos dias desses jovens, em uma tentativa de entender o mistério a tantos anos sem solução.
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O primeiro ato surpreende pelo seu lado verossímil, ao observamos os jovens protagonistas agindo na frente da câmera de forma descontraída e descompromissada. Pelo fato de as cenas serem feitas pelos recursos de VHS da época, sentimos uma aura amadora, curiosa e que nos fisga facilmente ao longo da história. Através de uma narração off, a cineasta deixa claro que essas imagens foram encontradas vários anos depois e fazendo das suas palavras soarem realmente convincentes para nós.
Além disso, o filme se torna rico por dosar momentos que nos passa uma sensação de nostalgia daqueles tempos. Com músicas da época, como no caso, por exemplo, de Guns N' Roses, o filme sintetiza uma geração perdida, em busca de respostas pela sua existência, mas não obtendo facilmente as respostas. Ao mesmo tempo, determinas figuras que surgem no horizonte daquele cenário também nos fala sobre os males que o Brasil ainda sofre até hoje e criando assim um clima de tensão que vai gradualmente tomando a obra ao longo de sua projeção.
Mas se havia a intenção da cineasta em tentar nos convencer de que aqueles eventos realmente aconteceram isso acaba falhando justamente em sua reta final. Não que isso seja um ponto negativo, muito pelo contrário, pois faz também a gente começar a se perguntar se estamos diante de algo verídico ou ficção e isso acontece graças ao olhar de alguns deles vistos na tela. É nesses momentos, aliás, que sentimos uma dramaticidade maior nas cenas, tanto na interpretação de alguns deles, como também o modo de mover da câmera, como se ela nos dissesse para a gente se preparar pelo pior que está por vir.
"Os Jovens Baumann" é criativo em sua proposta e fazendo a gente ficar com a pulga atrás da orelha do começo ao fim da obra.
Em Cartaz: Cinebancários - R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 15horas.
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